sábado, 31 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - INESQUECÍVEL BELISCÃO!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Lá se vão os bons tempos em que a Semana Santa era guardada para veler mesmo. 
O jejum da Quaresma era rigoroso e, assim mesmo, respeitado. 
Na Sexta-feira Santa então, o luto era total. 
Os trens não apitavam, os automóveis não buzinavam e em casa a gente não podia cantar, falar alto e muito menos assobiar. 
Era um silêncio geral em respeito à morte do Filho de Deus, na Cruz.
Os sons dos sinos e campainhas eram substituídos pelo estalar das matracas de madeira. 
Na procissão do enterro, ou do Senhor morto, não podia faltar ninguém. 
As casas se esvaziavam e a população comparecia em peso, e, atrás do esquife, a multidão caminhava no mais profundo silêncio.
Ainda pequeno fui levado pelos meus pais para participar dessa cerimônia. 
Em dado momento pára a procissão para o tradicional canto da Verônica. 
Embora muito longe para ouvi-la (não havia ainda os alto-falantes) paramos também. 
Quase esmagado no meio daquele povão, acostumados aos termos da fazenda e sem entender o motivo daquela parada, falei bem alto: 
-"EH!EMPACOU!..." 
A seriedade daquele momento não impediu que muita gente risse alto de minha intempestiva intervenção, assim como não impediu o doloroso beliscão que minha mãe pespegou em meu braço. 
Se não chorara pelo Senhor Morto, foi com lágrimas nos olhos que acompanhei até o fim da cerimônia. 
Até hoje, quando acompanho essa procissão, agora como padre, e ouço o canto da Verônica, parece-me que ainda sinto no braço a dor daquele tão longínquo beliscão. 
REVISTA DE APARECIDA - MARÇO/2011

DIANTE DE UM NOVO ANO

No meio de tanta festa é bom parar um pouco para pensar e rezar.
Primeiro, como passa logo o tempo, cada vez mais rápido. 
Mas não importa se o tempo escorre por entre nossos dedos, desde que o vivamos intensamente. 
Até que ponto aproveitei bem o ano que passou? 
Que sobrou em minhas mãos? 
Segundo, tenho diante de mim todo um ano em branco, onde posso escrever o que quiser. 
O estilo nem importa, desde que escreva o que vale a pena. 
Não sei qual será o enredo desses meses, as surpresas que terei, mas sei que em tudo, se quiser, poderei pôr alegria, amor e paz. 
Quando saímos de viagem todos di-zem: “vá com Deus”. 
É o que lhe digo e peço que também me diga. 
Que vamos com Deus, e o caminho será sempre aberto e iluminado, e avançaremos sempre, ainda que de vez em quando enxugando o suor. 
E, se por acaso a tarde chegar antes do fim do caminho imaginado, não faz mal. 
Diremos apenas “ficai conosco, Senhor, pois o dia já termina”.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - "FORAS" DE MISSIONÁRIO...

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Muitas vezes os missionários trabalham sozinhos. 
Nesses casos só eles e Deus tomam conhecimento dos "foras" que acontecem durante a missão. 
Azar maior é estar trabalhando com mais colegas que, impiedosamente, passam adiante esses deslizes. 
Vamos a alguns exemplos. 
Procissão da madrugada. 
O missionário caminha pelas ruas rezando o terço pelo alto-falante.
De repente, distraído ou sonolento, ele anuncia com firmeza: 
-"Quinto Mistério Glorioso: coroação de espinhos de Nossa Senhora no Céu!" 
Outra: Entusiasmado com a pregação, o missionário em lugar de dizer: 
-"Quando soarem os clarins e as trombetas, chamando para o juízo final..." diz:" Quando soarem as claretas e os trombins..." 
Não sei se foi fome ou sono que levou um outro a ler em lugar de:
"Jesus mandou seus discípulos à frente para preparar a Páscoa...",
anunciar solenemente: 
" Jesus mandou os discípulos à frente preparar a "paçoca"." 
Será que os judeus já faziam paçoca naquele tempo? 
REVISTA DE APARECIDA - 
SETEMBRO 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - FELIZES OS QUE ACREDITAM SEM VER!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Os missionários redentoristas devem ser anunciadores da paz, da esperança, do amor e da misericórdia. 
Nem por isso, entretanto, sua vida é sempre um mar de rosas, repletos de acontecimentos festivos, de sucessos e triunfos. 
O "renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz cada dia" não pode deixar de ser constante na vida de quem, como redentorista, assumiu o compromisso de seguir em tudo as pegadas do redentor e continuar sua obra de salvação. 
Mas, mesmo empenhado ao máximo na busca de limitação do divino mestre, o missionário se depara, não poucas vezes, com exemplos extraordinários de perfeição e santidade como o que passamos a narrar: 
No dia reservado para visita aos doentes que não podem frequentar as Missões na igreja, um de nossos missionários viu-se às voltas com uma situação inesperada. 
Ao chegar à casa de um doente que pedira essa visita, o padre deparou-se com uma senhora de idade, totalmente cega, surda e muda! 
Como fazer com que ela entendesse estar recebendo a vicita de um sacerdote? 
O Espírito Santo agiu rápido. 
Certamente inspirado por ele, o missionário pegou as mãos da velhinha e fez com que ela apalpasse a sua batina. 
Quando suas mãos trêmulas sentiram as contas do Rosário, pendurado no cinto do padre, seu rosto iluminou-se e um sorriso aflorou de seus lábios. 
Os beijos ardentes de fé que depositou no pequeno crucifixo demonstraram que ela sabia perfeitamente que se achava diante de um sacerdote. 
E a presença do padre ligou-a logo a Deus, Religião e Sacramentos.
Tomara tivéssemos todos nós a mesma fé, a mesma piedade com que a ceguinha, surda e muda comungou!... 
REVISTA DE APARECIDA 
Janeiro - 2010

ELES NOS PRECEDERAM - PE. ANTÔNIO KAMMERER CSsR

PE. ANTÔNIO KAMMERER CSsR 
+29 de DEZEMBRO 1905 
Nasceu a 3 de outubro de 1873 em Munique (Alemanha). Aos seis anos de idade ficou órfão de mãe, perdendo logo depois o pai. Como era de família pobre, o garoto teve que enfrentar então uns bons anos de vida dura e difícil. — Graças à caridade de um seu amigo que por ele se interessou, pôde conhecer a C.Ss.R. na qual professou, sendo ordenado a 20 de junho de 1897. Nesse mesmo ano veio para o Brasil, permanecendo em Aparecida, onde se dedicou com muito zelo à catequese das crianças. Os primeiros juvenistas que ingressaram no então “Colégio Santo Afonso” foram escolhidos e preparados por ele. Inteligente e aplicado, Pe. Antônio aprendeu o Português com certa facilidade, dedicando-se ainda ao estudo de outras línguas: inglês, italiano, holandês, castelhano, cujos livros vivia lendo sempre. Culto, e sempre ao par dos principais acontecimentos, foi um dos primeiros colaboradores do recém-fundado “Santuário de Aparecida”. Mas aí pelo ano de 1900, começou a experimentar os primeiros sintomas da tuberculose e, tentado alguma melhora, passou alguns meses em nossa casa de Juiz de Fora. Sem resultado porém voltou para Aparecida e, a conselho médico, regressou à Alemanha, onde pensava restabelecer-se. Chegou a sua terra natal em 1903, num estado de grande fraqueza. Não podendo mais trabalhar, passou seus últimos dias rezando e, enquanto pôde, em meio aos seus livros de Teologia e Ascética. Faleceu a 29 de dezembro de 1905.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - Feliz recompensa!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Fazia parte integrante da programação missionária a visita às fábricas. 
Pelo menos oferecia-se às indústrias a oportunidade dessa visita.
Eram raras as empresas que se recusavam receber os missionários.
Ao contrário, em muitas essas visitas aconteciam de um modo bastante solene. 
Os patrões, sempre que possível, dispensavam os operários e, em algum ponto estratégico da fábrica, armava-se um altar para a imagenzinha de Nossa Senhora Aparecida que normalmente acompanhava o missionário. 
Depois de uma mensagem apropriada aos operários, o padre percorria as dependências benzendo o estabelecimento e as máquinas. 
Hoje, em nosso mundo secularizado e consumista, é muito raro acontecer isso. 
E, quando acontece, essa visita nunca se reveste das solenidades que antes eram programadas com todo o carinho. 
Vamos voltar, entretanto, aos velhos tempos.
PADRE OSVALDO ARRIGUI(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Lá pelos idos de 1952, na cidade paulista de Mogi das Cruzes, o já falecido missionário redentorista padre Oswaldo Arrighi fazia uma dessas visitas a uma fábrica. 
Na hora de percorrer as dependências para a bênção, pediu que alguém fosse ao seu lado, carregando a imagem de Nossa Senhora Aparecida. 
Um dos operários apresentou-se logo e, com toda boa vontade, transportou a imagem por todo o trajeto. 
Até aí, nada especial. 
Mas vejam agora como Nossa Senhora retribuíu o gesto de carinho daquele operário. 
Da fábrica, ele foi para o Seminário de Aparecida, onde iniciou sua caminhada rumo ao sacerdócio.
No primeiro dia de janeiro de 1967, foi ordenado padre e agora, desde muitos anos, é operário na vinha do Senhor. 
Como missionário redentorista, continua levando a imagem de Nossa Senhora Aparecida não mais pelos restritos limites de uma fábrica e para poucos operários, mas a multidões que ocorrem para louvar, bendizer e glorificar a Mãe de Deus. 
REVISTA DE APARECIDA - MAIO - 2010 
SEJA UM MISSIONÁRIO REDENTORISTA! 
Escreva para o Secretariado Vocacional e informe-se. Caixa Postal 51 - Aparecida-SP - CEP 12570-970
Conheça mais sobre as Missões Redentoristas, visitando o site: www.missoesredentoristas.com.br


ELES NOS PRECEDERAM - PE. EUGÊNIO (CARLOS) JOHNER CSsR

PE. EUGÊNIO (CARLOS) JOHNER CSsR
+28 de DEZEMBRO 1946 
Nasceu em Rottemberg (Alemanha) a 23 de outubro de 1885. Ingressando no Juvenato C.Ss.R. professou em 8 de setembro de 1906, e foi ordenado a 2 de agosto de 1911. Trabalhou por algum tempo em Gars, vindo depois, em 1914, para o Brasil, dedicando-se ao trabalho da igreja, em Aparecida. Foi Depois, Superior de Campinas (GO) mestre de noviços, e professor de Moral no Seminário Maior (Tietê). Como simples confrade, como superior, e principalmente como mestre do noviciado, Pe. Eugênio foi sempre conhecido como um religioso de muito zelo, e até rigor, na observância da regra. E ele era o primeiro a dar bom exemplo em tudo: pontual e exato nos mínimos pormenores da observância regular. A qualquer momento, em qualquer circunstância, era conhecida a sua pergunta, feita geralmente com energia: “Que diz a regra?” — No entanto, ele sabia ser humano também. Alegre e comunicativo nos recreios comuns, principalmente nos dias mais festivos, em que era permitido fumar; não recusava então o aditivo de um bom charuto. Nas horas certas e determinadas, não se furtava de uma boa prosa, condimentada sempre com sucessivas pitadas de rapé. Seus últimos anos foram passados em Aparecida. Sofrendo sempre de um agudo reumatismo, era com dificuldade que se dirigia à igreja, para atender confissões. Aos poucos sobreveio-lhe também a esclerose, que, pouco a pouco, impediu-o de trabalhar. Deprimido, chorava às vezes como uma criança; gritava no seu quarto, ou falava coisas desencontradas. Levado para a Santa Casa local, aí faleceu a 28 de dezembro de 1946.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - FAVOR IMPOSSÍVEL!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Certa tarde, a turma estava em oração na capela de nosso Seminário Maior, em Tietê, São Paulo. 
Às tantas, um sol muito forte começou a incomodar. 
Um seminarista, importunado pelo calor, pediu delicadamente ao colega que estava ao lado da janela que fechasse a cortina. 
O colega, porém, nem se mexeu. 
Julgando que ele não ouvira, pediu mais alto: 
-"Por favor, feche a cortina para mim!" 
Nada!
O colega não se moveu. 
Quando, já bastante irritado, ele pediu a terceira e quarta vez e o colega não deu a mínima, ele se levantou furioso, pulou por cima das pernas do indiferente e mal-educado e...só então percebeu que exatamente aquela janela estava sem cortina!... 
REVISTA DE APARECIDA - MAIO/2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - ESSA NÃO!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
O sacerdote, embora constituído nas coisas de Deus, nem por isso deixa de estar preso à sua condição de humano e, portanto, de experimentar todo o peso de suas necessidades e fraquezas. 
Foi nessa condição que um de nossos missionários, ao celebrar a Santa Missa, viu-se assaltado por uma súbita e violenta dor de barriga. 
Dentro dos limites que o ato exigia, apressou o mais que pode a celebração e, com grande esforço, conseguiu chegar até o fim. 
Então, jogou de qualquer jeito os paramentos na sacristia e saíu correndo. 
Quanto lhe permitia a situação, foi à procura do indispensável e inadiável alívio. 
Este não se encontrava, não numa WC destro de casa, com todo conforto e higiene, mas numa dessas casinhas de fundo de quintal.
Mas, no apuro em que se encontrava, que importância tinha isso?
Entrou, sentou-se (ainda bem que era daquelas que dava para sentar-se) e...que alívio! 
Foi aí que a tragédia aconteceu.
Ainda estava terminando o "serviço" quando ouviu passo de alguém que, apressadamente, procurava o mesmo refúgio. 
E foi só então que o missionário se deu conta que, com a pressa, não percebera que a porta não tinha tranca.
Nem sequer uma tramela. 
Alguma coisa tinha de ser feita, e o padre o fez imediatamente.
Permanecendo sentado no "trono", ergueu uma das pernas e esticou-a em direção à porta. 
Fosse quem fosse, pensou ele, não conseguiria abri-la. 
E foi nessa estranha posição de alerta e defesa que o embasbacado missionário viu-se diante de uma senhora, mais embasbacada ainda.
É que a porta abria por fora!... 
REVISTA DE APARECIDA - AGOSTO 2012 

ELES VIVERAM CONOSCO - ANTÔNIO CARLOS DOS SANTOS (SACRISTÃO) Antigo seminarista redentorista

              

 ANTÔNIO CARLOS DOS SANTOS (SACRISTÃO)

Antigo seminarista redentorista
*11/10/1950
+26/12/2014
Cidade natal – Assis-São Paulo
Estudou no Seminário  Santo Afonso em Aparecida-SP e PUC-Campinas-SP
Informo a todos meus amigos que, infelizmente, meu irmão Antonio Carlos Santos faleceu, 26 de dezembro de 2014, em Assis - SP. por volta de 17 horas. Recebi a noticia na viagem de volta a SP, às 19.15hs. Agradeço a todos que rezaram por ele, pela sua cirurgia e depois pela recuperação de sua saúde. Infelizmente foi vencido pela infecção hospitalar. Desígnios de Deus. Que Deus abençoe a todos. Mauro A.Santos
“Não perguntes por quem os sinos dobram.Eles dobram por ti”
"Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade".
Ernest Hemingway
Sabemos que o Sacristão estava há algum tempo lutando pela sua saúde. Entretanto, este momento é muito triste, tendo em vista que era um de nossos colegas que nos dava muito carinho e por quem temos um cordial afeto.Desígnios de Deus, como diz seu irmão Mauro. Antônio Ierárdi

Meu caro Mauro: Com muita tristeza recebo a notícia de nosso amigo fraternal "Sacristão", o Antonio Carlos... Que Deus conforte a você e a toda a família.... De nossa parte, podemos confortá-los com nossas orações e com as alegres lembranças de nosso "Sacristão".... Brites e família.
...pra nossa tristeza morreu um amigo que era um presente : nossa amizade durava desde 1962 : Antonio Carlos ,o Sacristão (desde que se meteu a declamar uma poesia que assim se intitulava, isso em 1962...) Deus achou que era hora, um câncer o fulminou...ficamos aqui na certeza de que ele já foi acolhido no Paraíso...pedimos agora à Mãe (que entende de consolo) que conforte a família,os amigos...e que nos ampare a todos... Thozzi
Caro Ierardi, Agradeço sua atenção para conosco. A vontade que sempre prevalece é a de Deus e não a nossa. Não conhecemos sua vontade. Antonio Carlos era bastante querido por todos nós, ex-seminaristas, e tantas outras pessoas. Seu enterro teve a bastante gente demonstrando isso. Mas agora está com certeza melhor, em companhia do nosso Pai e tantos outros que já se foram. Um abraço fraterno. Mauro

domingo, 25 de dezembro de 2022

EMPATOU

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Por mais estranho que possa aparecer, até o revólver entra no folclore missionário. 
Em Goiás, um famoso pistoleiro fugiu à chegada dos missionários.
Em compensação outro, lá pelos idos de 1923, fez os padres saírem do povoado na calada da noite. 
E não faz muito tempo assim, uma autoridade, de rovólver em punho, quis barrar a marcha triunfal de uma população entusiasmada que se dirigia ao local onde ia ser erguido o Cruzeiro da Missão.
É claro que o valentão se deu mal. 
Não fosse a caridosa intervenção dos missionários, a coisa teria ficado preta para a tal autoridade. 
Um dia o padre Sebastião viu um padre colocar um revólver na cintura e sair para suas andanças. 
-"Deixe disso, meu filho. Eu ando por esses sertões há 40 anos e nunca precisei disso. Antes de tocar na arma eles já acertaram você três vezes", disse. 
Esse padre, parando certa ocasião em uma vendinha para um descanso e um cafezinho, encontrou um peão que queria a todo custo obrigá-lo a beber umas pingas. 
Como o padre não quisesse de modo algum fazer a vontade do dito cujo, este puxou o revólver e ameaçadoramente o colocou sobre o balcão. 
O padre não deixou por menos. 
Sacou a arma e colocou-a também em cima do balcão. 
O peão sorriu meio desajeitado e resmungou entre os dentes: 
-"Empatou, seu padre!" 
REVISTA DE APARECIDA - NOVEMBRO 2012
PADRE SEBASTIÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR

sábado, 24 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - E perderam a hora!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Conta-nos o colega missionário Padre Antônio Pacheco CSsR(foto abaixo): 
"Na Comunidade urbana de Santa Efigênia, da paróquia de São Sebastião de Itabirito, em Minas Gerais, trabalhavam três missionários: um de estatura média-baixa, um baixo e outro alto.
Ficaram hospedados na sede da conferência de São Vicente, que ficava bem perto da capela. 
No quarto de dormir, as três camas ficavam uma ao lado da outra.
Assim, eram acordados às quatro e meia da madrugada, para a procissão da penitência, pelos três despertadores que soavam quase que simultaneamente. 
Aconteceu que, achando que o despertador do vizinho bastava para acordá-lo, cada um desligou o seu! 
Conseqüência: 
Foram acordados pelo povo às cinco e meia, com insistentes batidas à porta. 
Foi então aquela correria! 
Vestir-se, calçar os sapatos, passar uma água no rosto, pentear os cabelos e correr para abrir a igreja. 
Tudo isso em apenas 5 minutinhos! 
Claro que com toda essa pressa e correria, mal tiveram tempo para pegar cada um a sua veste.
Era pegar e vestir! 
Assim aconteceu, e lá se foram os missionários: um, arrastando a túnica na procissão da penitência...
Enquanto que o outro foi celebrar missa com a veste litúrgica a meia canela!..." 
Se o povo reparou, isso ele não me contou. 
Mas, é a tal história de um deixar para o outro... 
E se ninguém fizer? 
REVISTA DE APARECIDA - SETEMBRO/2010
PADRE PACHECO
MISSIONÁRIO REDENTORISTA


ELES VIVERAM CONOSCO - PE. ANTÔNIO PENTEADO DE OLIVEIRA CSsR

PE. ANTÔNIO PENTEADO DE OLIVEIRA CSsR
+24 DE DEZEMBRO 1968 
O nosso “Frei Antão” do famoso “limãozinho de Deus”. Campineiro-SP nasceu a 12 de dezembro de 1896, tendo ingressado no Juvenato C.Ss.R. em 1911. Após a Profissão (1918) foi para a Alemanha, onde fez seus estudos superiores. Voltando para o Brasil em 1925, foi nomeado professor no Juvenato, indo depois para Goiás, onde trabalhou como missionário até 1930. Desse ano em diante viveu quase sempre nas casas de São Paulo, exercendo os mais diversos cargos. Foi superior em Tietê, Campinas (GO), Aparecida e Penha; consultor provincial várias vezes, professor no Juvenato, Mestre do segundo noviciado, Redator e Diretor do “Santuário de Aparecida”. De 1933 a 1935, como Vigário de Aparecida, dotou a Basílica de grandes melhoramentos: bancos novos, passagem atrás do altar-mor para a visita da Imagem, ampliação da capela do Santíssimo, e principalmente o carrilhão de bronze (seis sinos) adquiridos em Trento na Itália. Nomeado redator do “Santuário” escreveu, e muito, sobre plantas medicinais, no “Consultório de Medicina Caseira” e sobre questões de fé e moral no “Consultório de Frei Antão.” Foi em Aparecida, aí por 1960, quando, sentindo-se mal do fígado, pediu a um confrade que lhe desse, para experimentar, um vidro de tintura indicada para o caso. Maravilhado com o efeito, enamorou- se das plantas medicinais, e delas acabou simplesmente apaixonado. Se elas não viviam para ele, ele passou a viver somente para elas: instalou no Juvenato (Aparecida) um quase laboratório para a fabricação das suas tinturas; pôs-se a ler e estudar tudo o que se referia às plantas medicinais. Sobre o assunto, escreveu artigos e folhetos que propagava com persistente entusiasmo, sempre enaltecendo as virtudes das plantas medicinais, especialmente do “limãozinho de Deus”. E quem lhe pedisse um vidro de remédio, tinha de ouvir antes um fervoroso panegírico sobre plantas, depois, uma completa apologia da tintura; finalmente... recebia o remédio. Nos seus últimos meses de vida esqueceu um pouco o “limãozinho de Deus”, apaixonando-se pelo alho e pela cebola. Mas a morte, que desconhece qualquer medicina, estava se anunciando através de diversas complicações. A 22 de dezembro (1968) sentindo-se mal, teve de ser levado para a Santa Casa. De nada valeram os cuidados médicos. Os ponteiros já estavam apontando para o infinito. E no dia 24 (pouco depois da meia-noite), um colapso levou nosso confrade para o Natal da eternidade.
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

MINHA NOTA: Convivi com o Padre Penteado, o estimado Frei Antão, quando foi reitor dos  padres no SRSA. Há um fato que se conta da época em que ele tenha admitido uma situação de telepatia por parte do Pe.Carlos Silva que vinha de ser ordenado e ainda prestava exames anuais, durante 5 anos, que eram redigidos no seminário maior de Tietê e encaminhados à reitoria dos novos ordenados. Na ocasião, Pe.Silva garantia que saberia em Aparecida-SP as questões no mesmo momento em que seriam redigidas em Tietê-SP. Com a dúvida dos confrades e a autorização do Pe.Penteado, Pe.Silva escreveu as questões e as entregou àquele reitor. Este, ao recebê-las posteriormente do Seminário de Tietê, comparou-as e confirmou o acerto antecipado do Pe.Silva. Houve apenas a inversão das questões 4 e 5, considerando, como se soube depois, que a questão 4 fora retirada e recolocada em seguida no lugar da questão 5 que ficara em 4º lugar. Esse fato foi-me devidamente confirmado pelo próprio Pe.Silva em 2008. Antônio Ierárdi
PADRE CARLOS SILVA(+)

ELES NOS PRECEDERAM - PE. JOSÉ CLEMENTE HEINRICH CSsR

PE. JOSÉ CLEMENTE HEINRICH CSsR 
+24 de DEZEMBRO 1941 
De família pobre, nasceu em Fuchsenfeld (Alemanha) a 26 de maio de 1879. Fez seus estudos primários em sua terra natal, passando depois a trabalhar numa chácara de sua avó paterna, terceira franciscana, e assinante de uma revista missionária. Foi com a leitura dessa revista que despertaram no garoto os primeiros desejos de ingressar na vida religiosa. Valendo-se da boa vontade de parentes, procurou os Jesuítas, os padres do Verbo Divino, mas não conseguiu ser admitido. Nem por isso perdeu a esperança; e algum tempo depois foi bater à porta dos Redentoristas, e foi recebido no Juvenato em 1891. Professou em 1899, e  ainda teólogo, apresentou-se ao Provincial, como candidato a missionário no Brasil. Foi aceito e aqui chegou em 1903. Em Aparecida continuou seus estudos, e a 21 de setembro de 1904 foi ordenado com os padres Carlos Hildebrand e Afonso Zartmann. Passou então a lecionar no “Colégio Santo Afonso” e a trabalhar na Igreja. Nomeado catequista, dedicou-se com muito gosto e capacidade ao seu cargo. Soube preparar catequistas, movimentou festas do Catecismo, solenizou a Missa dominical das crianças, e, para completar o seu trabalho, fundou o Círculo Católico São José, para melhor formação religiosa dos rapazes. Estava ele trabalhando em Goiás, quando em agosto de 1912, foi nomeado Vice-Provincial. Surpresa geral, já que Pe. Clemente ainda não havia sido Superior em nenhuma casa, e era 309 um dos mais jovens entre seus colegas. Um dos problemas que logo lhe deu sérios aborrecimentos, foi a ordem da Província Mãe, decidindo a supressão da casa de Campininhas. Com sucessivas cartas ao Geral, Pe. Clemente conseguiu manter a fundação. Em 1913 fundou a Casa de Perdões, destinada ao Noviciado, supressa mais tarde, em 1920. Durante o seu triênio foi inaugurado o atual Convento de Aparecida, substituindo a antiga casa. Em 1915 deu-se também a inauguração da nova Casa da Penha. Sempre muito preocupado com o Juvenato, comprou a Fazenda Dona Gertrudes, na Pedrinha, para as férias dos juvenistas. Como Vigário que era de Aparecida, construiu um salão para os pobres, onde pudessem receber as esmolas dos romeiros. Fez ainda diversos melhoramentos na Igreja, incentivando também as Associações e o coro da Basílica. Após um triênio cheio de realizações, Pe. Clemente pediu para deixar o cargo, trabalhando ainda alguns anos na Penha e em Cachoeira do Sul. Em 1933 voltou para a Penha, onde muito realizou, encarregando-se do Catecismo, do Círculo Católico, Congregação Mariana, Comunidades Religiosas e Santuários. Seus últimos anos ele passou em Araraquara e em Pindamonhangaba. Idoso, e de saúde abalada, auxiliava ainda os confrades no que podia. Em Pinda teve um colapso que o deixou parcialmente paralisado. Foi logo levado para Aparecida, onde um tratamento rigoroso nada resolveu. Um médico de São Paulo, seu antigo aluno de Catecismo em Aparecida, prontificou-se a fazer tudo para lhe devolver a saúde. Internado, por isso, no Hospital Santa Catarina, apesar do tratamento, nada melhorou. Em sua última semana de vida, sempre assistido por um dos nossos, teve muitas vezes, momentos de agitação e delírio; mas quando calmo, era com muita conformidade que rezava, repetindo contínuas jaculatórias. Num dia em que estava sofrendo muito, o confrade que o assistia lhe disse: — “Pe. Clemente, ofereça tudo pelo nossos jovens, para que eles perseverem, e sejam bons redentoristas”. — Sim, seja tudo por eles”.- Respondeu o enfermo. No dia 24 de dezembro de 1941, às duas horas da madrugada ele expirou, iniciando o seu “natal” na eternidade.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - E O VERBO SE FEZ CARNE

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
É Natal!"
O Verbo se fez carne e veio morar no meio de nós. 
E contemplamos sua glória".(Jo 1,14) 
Deus se fez homem por nós! 
Em sinal de seu infinito amor pela humanidade, nasce Jesus Cristo.
A encarnação é um dos mistérios da redenção(Encarnação, Redenção, Eucaristia e Maria) que moldam a espiritualidade redentorista. 
Segundo Santo Afonso, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, a grande misericórdia de Deus por nós, manifestada em Jesus, exige nosso amor em retribuição.
"Porque desci do Céu não para fazer minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6,38). 
E não há inspiração maior do que essa para nos entregarmos também a Ele. 
A vocação sacerdotal e religiosa é uma forma de viver uma vida plena dedicada ao Nosso Senhor. 
Somos chamados a anunciar a Boa Nova aos mais pobres e humildes, doando nossas vidas ao serviço do Reino de Deus. 
"Porque os discípulos que acolhem a vontade do Mestre e nele creem, são convidados a testemunhar."(Jo 15,27) 
REVISTA DE APARECIDA - DEZEMBRO 2012

ELES VIVERAM CONOSCO - Dom Aloísio Leo Arlindo Lorscheider O. F. M

Dom Aloísio Leo Arlindo Lorscheider O. F. M. (Estrela8 de outubro de1924 — Porto Alegre23 de dezembro de 2007) foi um sacerdote frade franciscano e cardeal brasileiro, além de ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB.
Vida
Dom Frei Aloísio Lorscheider ou Cardeal Lorscheider, como ficou conhecido, nasceu a 8 de outubro de 1924, em Picada Geraldo, Estrela, no Rio Grande do Sul. O nome de seu pai era José Aloysio Lorscheider e o da mãe Verônica Gerhardt Lorscheider.
Fez o curso primário em Picada Winck, em Lajeado, em Palanque e Venâncio Aires. Ingressou em 1934, no Seminário dos padres franciscanos, em Taquari, onde fez os cursos Ginasial e Colegial.
Em 1942, fez o Noviciado e o primeiro ano de Filosofia no Convento São Boaventura, em Daltro Filho e Garibaldi. Em 1944, foi transferido para o Convento Santo Antônio, em DivinópolisMinas Gerais, onde terminou o curso de Filosofia e fez o curso de Teologia. Passou a adotar o nome religioso de Frei Aloísio, nome que conservou até o final de sua vida.
Sacerdócio
Foi ordenado sacerdote a 22 de agosto de 1948, em Divinópolis.
Como sacerdote, lecionou latim, alemão e matemática no Seminário Seráfico, em Taquari. No final do mesmo ano, foi enviado a Roma, ao Pontifício Ateneo Antoniano, para especializar-se em Teologia Dogmática. No mês de junho de 1952, defendeu sua tese doutoral, sendo promovido com nota máxima: summa cum laude.
Regressando de Roma, tornou a lecionar no Seminário Seráfico, emTaquari, até que, em 1953, foi nomeado professor de Teologia Dogmática no Convento Santo Antonio, em Divinópolis.
Durante 6 anos, lecionou Teologia e ocupou sucessivamente os cargos de Comissário Provincial da Ordem Franciscana Secular, Conselheiro Provincial e Mestre dos Estudantes de Teologia e dos Candidatos ao estado de Irmão Franciscano. Além de Teologia Dogmática, lecionou Liturgia, Espiritualidade e Ação Católica, e foi assistente do Círculo Operário Divinopolitano.
Em 1958, tomou parte no Congresso Mariológico Internacional, em Lourdes, França. No mesmo ano, foi chamado a Romapara lecionar Teologia Dogmática no Pontifício Ateneo Antoniano.
Em 1959, foi nomeado Visitador Geral para a Província Franciscana em Portugal. No mesmo ano, de volta da visita canônica, recebeu o encargo de Mestre dos Padres Franciscanos, estudantes nas várias Universidades de Roma.
Episcopado
No dia 3 de fevereiro de 1962, foi nomeado pelo Papa João XXIII, bispo da recém-criada Diocese de Santo Ângelo.1 No dia20 de maio de 1962, recebeu a ordenação episcopal na Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Adotou como lema de seu episcopado IN CRUCE SALUS ET VITA (Na Cruz, a Salvação e a Vida). No dia 12 de junho, tomou posse na Diocese e, por 11 anos, foi seu bispo diocesano.
Em novembro de 1963, foi eleito pela Assembleia do Concílio Vaticano II, membro das Comissões Conciliares, nomeadamente para a Secretaria de União dos Cristãos. Tomou parte como "padre conciliar" de todas as sessões doConcílio Vaticano II, de 1962 a 1965.
Pertenceu ao quadro dos dirigentes da CNBB, a partir de 1968, como Secretário Geral, e como Presidente duas vezes consecutivas de 1971 a 1975 e 1975 a 1978.
Em 1972, foi eleito primeiro Vice-Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano CELAM e reeleito em 1975. Em 1976, assumiu a presidência do mesmo organismo, em virtude da transferência do titular Dom Eduardo Peronio, Bispo de Mar del Plata, nomeado Cardeal, para a Prefeitura da Congregação dos Religiosos, com sede no Vaticano.
Foi eleito Vice-Presidente da Cáritas Internacional e reeleito em 1972, assumindo a Presidência em fevereiro de 1974, em razão do estado de saúde do Monsenhor Vath, o Presidente, falecido em 1976.
No dia 4 de abril de 1973, o papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Fortaleza. No dia 5 de agosto do mesmo ano, tomou posse naquela Arquidiocese.
Cardinalato
No dia 24 de abril de 1976Paulo VI nomeou-o Cardeal1 e em 24 de maio recebeu a investidura do Cardinalato, com o título de São Pedro in Montorio. Tomou parte nos dois conclaves em 1978, que elegeram os papas João Paulo I e João Paulo II. Foi o sétimo cardeal brasileiro.1
Em 1995, com problemas cardíacos, ele solicitou ao papa João Paulo 2º sua transferência para uma diocese menor. Foi atendido e transferido de Fortaleza para a Arquidiocese de Aparecida, tomando posse no dia 18 de agosto do mesmo ano.
Em maio de 1996, em Guadalajara, no México, participou do II Encontro de Presidentes da CED (Comissão Episcopal de Doutrina).
Em 1997 recebeu o Pálio das mãos do papa João Paulo II. No mesmo ano, fez parte do Sínodo dos Bispos para a América.
O túmulo de dom Aloísio.
Dedicou particular atenção ao clero, no qual procurou desenvolver um profundo sentido de comunhão eclesial e um singular impulso apostólico. A sua atividade junto aos organismos da Santa Sé foi intensa. Participou de todas as assembleias ordinárias do Sínodo dos Bispos, distinguindo-se nas suas intervenções devido à solidez da doutrina e à prudência pastoral. Sagrou dez bispos e ordenou inúmeros sacerdotes.
Em 2000, com 76 anos, anunciou sua renúncia, já que pelas regras da Igreja Católica era obrigado a renunciar ao cargo por ter passado dos 75 anos. Afirmou, na ocasião, que se fosse por vontade própria continuaria em Aparecida.
Em 28 de janeiro de 2004, recebeu a notícia da aceitação de sua renúncia e em 25 de março do mesmo ano entregou a arquidiocese para Dom Raymundo Damasceno Assis, tornando-se, assim, arcebispo emérito de Aparecida.
Em seguida, retornou para o Convento dos Franciscanos, em Porto Alegre, onde passou seus últimos dias. Faleceu às 5h30min, do dia 23 de dezembro de 2007, no Hospital São Francisco, em Porto Alegre, onde estava internado havia quase um mês.

MINHA NOTA - Andando certo dia pelos corredores que circulam por fora a Basílica Nova em Aparecida-SP, encontrei um padre redentorista, Padre Queiroz(+), meu colega de seminário, que estava ao lado de um balcão da CAMPANHA DOS DEVOTOS. Ele murmurou ao meu ouvido, apontando para aquele local de colaboração de romeiros : "Quando Dom Aloísio foi arcebispo aqui, isso não era permitido neste local. Só pode acontecer, após sua saída daqui!" Antônio Ierárdi Neto

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

PADRE GALVÃO - É MELHOR NÃO COMPLICAR!

PADRE RUBEM LEME GALVÃO(+)
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Não foi sem motivo que Santo Afonso, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, exigiu que seus missionários, ao tratarem com o povo, usassem sempre uma linguagem muito simples. 
Isso, para que as mensagens pudessem ser recebidas e compreendidas por todos, desde os mais sábios até os mais ignorantes. 
Aliás, o Divino Mestre, o grande missionário do Pai, já nos deu o exemplo. 
Basta ler as Escrituras para perceber isso. Seu modo de falar era sempre muito simples e acessível. 
Porém, quando algum de nossos, consciente ou inconscientemente foge a essa regra, paga imediatamente o preço. 
Assim, um dos nossos missionários ao agradecer uma refeição muito bem e carinhosamente preparada pelos seus hospedeiros, disse à dona da casa:
-"Minha senhora, muito obrigado, Deus lhe pague pela ótima refeição!" 
Até aí, tudo bem. 
Mas, sem querer ele estragou tudo quando, querendo ser muito gentil, acrescentou:
-"Mas a senhora não precisa se preocupar em preparar sempre uma comida tão requintada assim!" 
Tarde demais, o missionário percebeu o "fora" que dera quando a mulher, profundamente magoada respondeu:
-"Não, padre. Por amor de Deus! Eu jamais faria uma coisa dessa. Eu nunca teria a coragem de servir para um padre, principalmente para um missionário, uma comida requentada!..." 
Não adianta mesmo. 
O melhor é falar simples para não complicar as coisas. 
De acordo?!? 
REVISTA DE APARECIDA - JUNHO/2011