terça-feira, 30 de julho de 2019

COM MINHA MÃE ESTAREI

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Quantas vezes ouvi esse canto, quantas vezes o cantei, em momentos de despedida, ou quando precisava de esperança. Duas certezas me iluminavam e o fazem ainda agora. A vida passa, algum tempo estamos juntos, depois vem a separação. Seria triste se fosse para sempre. Mesmo, porém, com o brilho de alguma lágrima, sabemos que, mais do que separação, estamos vivendo apenas o momento em que alguém chega antes de nós à curva da estrada. 
Uma segunda certeza é que, entre outros e outras que amo, estará também à minha espera a mãe de Jesus. Que viveu momentos semelhantes e que, certamente, terá para mim palavras de consolo e acolhida. E será uma festa quando, a seu redor e de seu Jesus, estivermos todos reunidos para sempre, unidos como nunca fora possível antes. 
É bom poder repetir: com minha Mãe estarei, com todos os meus, com a multidão infinita dos filhos e filhas da misericórdia. O último trecho de estrada será mais fácil quando já se puder ver aberta a porta de casa.

domingo, 28 de julho de 2019

JUBILEU DOS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS

Todo sacerdócio é vocação que parte de Deus e chega no coração de um homem.Para se tornar um sacerdote é preciso fazer renúncias, abrir mão de muitas coisas essenciais na vida e desejar se tornar um outro Cristo na vida de tantos que precisam de conforto espiritual e conhecer a mensagem salvífica de Deus.
Hoje, 28, às 18h, no Altar de Aparecida, 11 padres redentoristas comemoram seu Jubileu Sacerdotal, recordando aquele dia em que receberam o ministério presbiteral pelas mãos de um bispo. Naquele dia, eles afirmaram diante da comunidade que sua vida agora era de Deus e para a Igreja. 
Veja abaixo quem são os missionários, e neste dia vamos erguer uma prece a Deus desejando sabedoria e força para que possam continuar sua caminhada de generosidade a Deus e aos irmãos, e amor à Congregação Redentorista. 

65 anos de Sacerdócio (1954)

Pe. Hilton Furlani
Pe. Francisco de Paula Mendes Peixoto

60 anos de Sacerdócio (1959)
Pe. Geraldo Camilo de Carvalho
Pe. Antonio Pinto da Silva

55 anos de Sacerdócio (1964)

Pe. Alberto Pasquoto

50 anos de Sacerdócio (1969)

Pe. José Moacyr Castilho Chagas
Pe. Rudolf Jacobus Croon

40 anos de Sacerdócio (1979)

Pe. Luiz Rogério Carrilho Cruz
Pe. Rubens Gomes de Carvalho
Pe. José Afonso Savassa

25 anos de Sacerdócio (1994)

Pe. Marcelo Conceição Araújo

UNESER = SEMPRE MANÉ

MANUEL HILDEGARDO DE ALMEIDA(MANÉ) 
(*) 28/07/1954
(+) 17/01/2015 
ANTIGO SEMINARISTA
No dia 17 de janeiro de 2015 seguiu desta vida este nosso estimado colega.
Neste mês de julho, em 28, estaria ele comemorando 65 anos de idade se ainda aqui estivesse.
O Mané, o que dizer sobre o Mané!!!!!
Sempre vi nele alguém apegado à sua obra! 
Qual foi sua obra?
Sem dúvida sua grande obra foi a UNESER. A entidade que viria reunir os antigos seminaristas redentoristas, cujo início aconteceu em um churrasco na casa do Bode, pai da Diva, nossa Lili, em Tietê, no ano de 1994. 
De lá até 2014 manteve sob sua responsabilidade e empenho a condução daquela associação que ajudara a fundar e, com o apoio sem limites do estimado Padre Libárdi CSsR(+), ainda que não dando muita atenção aos trâmites burocráticos, fez evoluir os projetos durante 20 anos de sua permanência, conduzindo 18 encontros oficiais em Aparecida-SP(ENESER) e ainda 8 Retiros na Pedrinha-SP.(Embora tenha discordado de que os encontros na Pedrinha fossem retiro e debatido essa questão com o Mané, hoje, em tributo ao reconhecimento que lhe tenho, aceito a nomenclatura do ilustre e perene presidente da UNESER a respeito!)
Assim, aproveito este momento para externar os fatos que presenciei e reconhecer que o Mané era determinadamente apegado à sua obra e essa obra, a UNESER, lhe deve muito!!!!!ANTONIO IERÁRDI NETO
Muito obrigado!
Que esteja em Deus.
Um abraço
João Loch
Só isso tinha o Mané ? Foi embora sem dizer adeus, mas está presente no meio de nós. Alegre, sorridente, amável e cordial como sempre. Grande Mané. Vamos fazê-lo patrono da Uneser. Quem não gosta da Uneser ! Até Você está lá para interceder por todos nós, como são os outros que nos precederam. Diácono Adilson


sábado, 27 de julho de 2019

ELES VIVERAM CONOSCO -PADRE NAZARETH MAGALHÃES CSsR


PE. NAZARETH MAGALHÃES, CSsR
1925 - 2016

Origens  
Nasceu em Pratápolis (MG) a 29 de agosto de 1925, filho de Horácio Carlos de Magalhães e Maria Conceição Magalhães, como 12º de uma família de 15 irmãos. Lá mesmo em Pratápolis foi batizado e lá viveu até entrar no seminário.
A Vocação
Entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, no dia 31 de maio de 1939, onde concluiu seus estudos em dezembro de 1945. Durante o ano de 1946, fez o Noviciado em Pindamonhangaba SP, onde professou na Congregação a 02 de fevereiro de 1947.
Os estudos de Filosofia e Teologia foram realizados no Seminário Maior Santa Teresinha, em Tietê. Durante três anos esteve fazendo estágio fora do Seminário e isso provocou um atraso em sua Ordenação Sacerdotal. Seus companheiros de curso foram ordenados a 27 de dezembro de 1951. Pe. Magalhães foi ordenado Sacerdote a 27 de dezembro de 1954, em Tietê, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba. Celebrou a primeira missa em Passos (MG) no dia 01 de janeiro de 1955.
Atividades pastorais
Padre Magalhães começou seu apostolado como Vigário Paroquial em 1955, na Paróquia da Imaculada Conceição, em Campinas (GO) onde ficou até 1956. Depois, de 1957 a 1959, trabalhou na Igreja de Santa Cruz, em Araraquara (SP). Foi ainda professor no Seminário Santo Afonso, em Aparecida (1960-1967) e Diretor do Seminário do Santíssimo Redentor, em Sacramento (MG) a partir deste ano. Em 1971 começou a trabalhar como Vigário Paroquial na Paróquia de Sacramento. Por um breve tempo, entre 1979 e 1981, esteve também nas Missões Populares, morando nas casas missionárias da Província.
Em 1980, quando morava em Tietê (SP) ofereceu-se para trabalhar em Angola, na África para onde partiu no dia 04 de janeiro de 1982. Foi adscrito temporariamente na Vice-Província de Luanda, morando em Huambo, no interior do país. Em 1989, foi nomeado Pároco de nossa Paróquia da Sagrada Família, em Luanda, por três anos.
Durante os anos que passou em Angola sofreu muito por causa  da guerra civil e por causa disso Pe. Magalhães voltou ao Brasil de férias em 1992, por alguns anos não pode mais voltar àquele país.
Cessada a guerra interna, Pe. Magalhães retornou para Angola, em 1995, indo morar em Huambo e depois em Menongue. Voltando ao Brasil, em 1999, foi morar por pouco tempo na Comunidade do Jardim Paulistano, depois no Santuário, em Aparecida. Em 2009, transferiu-se para o Seminário Santo Afonso trabalhando no atendimento e aconselhamento de pessoas e como capelão na Santa Casa de Misericórdia.
Padre Magalhães foi um confrade de profunda espiritualidade e austeridade de vida. Sabia aproveitar o tempo na oração, nas leituras e estudos. Tinha especial carisma para o atendimento das pessoas, através do aconselhamento espiritual. Tendo grande apreço pelo hábito religioso; não deixou de usar a batina redentorista um dia sequer.
Caridoso, sempre preocupado com o bem dos confrades, disposto a ajudá-los, relacionava-se bem com todos, sabia na hora certa contar alguma anedota para divertir a comunidade.
Depois de mais de dois meses hospitalizado em Guaratinguetá, veio a falecer no dia 27 de julho de 2016, contando 90 anos de idade, 69 anos de consagração religiosa e 62 anos de vida sacerdotal.

CONGREGAÇÃO DO SANTÍSSIMO REDENTOR
Pe. Inácio Medeiros
Secretaria Provincial
pe.inacio@gmail.com

Tel. 11 4890-2980


Algo que me fascinava no Pe. Magalhães, era a sua prontidão. Não tinha hora para ir ao hospital Frei Galvão dar o sacramento da Unção dos Enfermos. Não tinha hora para ir à Casa do Sol Nascente, para atender os aidéticos em fase terminal. Não tinha hora para atender uma confissão. Não tinha hora para fazer um atendimento e reconciliar muitos casais. Não tinha hora para dormir, nem hora para descansar. Foram tantas as vezes que saia de sua salinha de atendimento e já ia direto para a capela, rezar sua oração pessoal e logo em seguida rezar com a comunidade religiosa. Para isso ele tinha hora. Tinha hora para viver em comunidade, para estar com a comunidade e para atender à todos os que dele esperavam uma bênção, um aconselhamento e uma confissão. Aquela luz de sua salinha que as madrugadas presenciou acesas, hoje se apagam perpetuamente. E na salinha que Jesus o preparou, ela será e permanecerá acesa por toda a eternidade. Obrigado pelos puxões de orelhas e pelos chocolates, e pelas vezes que nos deixava entrar escondidos na clausura para comer chocolates e tomar guaraná. Tenho a certeza que será a luz que nunca se apagará na salinha que muitos de nós chamamos de coração.Jorge Oliveira(Facebook)
Faleceu na tarde de hoje, aos 90 anos,o nosso confrade Pe. Nazaret Magalhães. Ele morava no Seminário Santo, Afonso em Aparecida e estava há mais de dois meses hospitalizado. Sua vida de santidade é inquestionável. Homem de convivência agradável, missionário de grandes experiências de missão, com grandioso senso de justiça e fidelíssimo à Igreja e à sua vocação Redentorista. Voltou hoje para o Coração do Pai, de onde rezará sorrindo por todos nós. Abaixo,um dos momentos de agradável convivência em que ele sempre fazia a diferença em nossa Comunidade Redentorista. José Torres (facebook)
https://www.facebook.com/torresminho/videos/10206916412535148/
Quando ele retornou de Angola, foi nosso exímio Professor de Latim! De suas aulas, ainda lembro bem da "Regular primae latinitatis precípua" e da "Paraphrasis poetica primae philosophiae" Inesquecível pessoa, querida pessoa que marcou positivamente a nossa juventude! Deus o receba em seu Reino! Padre Júlio Rodrigues (Facebook)
"A gratidão é o único tesouro dos humildes", por isso não posso deixar de manifestar o sentimento de saudade e tristeza que hoje tocou o coração ao saber do falecimento deste grande Missionário Redentorista Padre Magalhães. Nos anos 2005 e 2006 foi nosso professor de latim no Seminário Redentorista Santo Afonso em Aparecida - SP. Obrigado Pai por nos doar sacerdotes segundo o teu coração. "In Paradisum deducant te Angeli; in tuo adventu suscipiant te Martyres, et perducant te in civitatem sanctam Jerusalem Chorus Angelorum te suscipiat, et cum Lazaro quondam paupere, aeternam habeas requiem " Que os Anjos te conduzam ao Paraíso; que os Mártires te acolham à tua chegada, e te introduzam na cidade santa de Jerusalém. O Coro de Anjos te receba, e com Lázaro, outrora pobre, tenhas um descanso eterno. Fábio Heliodoro (Facebook)
"Primeiro o útil, depois o necessário e, se der tempo, o agradável" era o que nos dizia o Padre Magalhães em suas aulas de latim no meu tempo de colegial no Seminário Redentorista Santo Afonso. Ele sempre vinha depressa pelos longos corredores. Com o tronco inclinado para frente e olhos atentos por onde andava. O único da velha guarda que nunca tirava a batina preta. Entrava na sala de aula (chamava-se sala da física, o que fora num tempo mais passado ainda). De sua bolsa, também preta, tirava seu material, os exercícios corrigidos P-L e L-P (as traduções entre português e latim), um relógio tipo despertador, que botava sobre a mesa, para anunciar o final da aula e, o mais esperado por nós, uma maçã. Suculenta maçã, tipo argentina. A vermelha maçã era para premiar um de nós ao final da aula... de modo que no decorrer do semestre todos fossem contemplados. Entre as declinações do latim, ele nos contava trechos de sua vida, de quando plantaram eucaliptos no morro do cruzeiro em Aparecida e que cada uma das mudas "seria uma alma a ser salva". Para chamar nossa atenção era apenas um assovio seguido de "zé olha para a pedra" e apontava para a lousa... E tudo era de uma riqueza tão simples. Enfim, o que ficou? "Brasilia terra est" -o Brasil é um país- pequenas frases? Anedotas? Ouso dizer, o latim era só uma desculpa para que aprendêssemos a ser um grande homem, como era este eterno missionário. É isso. Foram 90 anos de vida muito bem gasta a favor da redenção. Que sua missão permaneça viva! Cristiano Souza (Facebook)
Pe. Magalhães - Professor de Latim. Quem não se lembra daquela aula: Scudeler. Scudeleris, Scudeletur, Scudelemur, Scudelemini, Scudelentur. Acho que era assim o tempo do verbo. Eu posso ter esquecido, mas o Scudeler, tenho certeza, nunca esqueceu.Olavo Caramori Borges(Facebook)
O sonho do Pe.Magalhães sempre foi o Seminário Menor Santo Afonso em Aparecida-SP....ali ele viveu a maior parte de sua vida....ali ele esperou que o SRSA viesse novamente tornar-se um seminário para pré-jovens e jovens, os chamados juvenistas, ali ele deu aulas de latim e religião, ali ele foi o orientador de jovens, ali ele foi o confessor, ali ele percorria com sua desgastada mas inseparável batina os místicos corredores e hoje, 28 de julho de 2016, o dia seguinte de sua morte, seu corpo está presente na saudosa e tradicional capela do Seminário Menor Santo Afonso onde ele pretendeu fazer sua despedida daqui desta terra. Requiescat in pace, Padre Nazareth Magalhães, sempre missionário redentorista! Antônio Ierárdi Neto (SRSA 1957/1962)
Lembram-se da "poeira medicinal de Minas Gerais? Padre Magalhães não perdia a chance de enaltecê-la.José Morelli
Caro Dr.Morelli, estou curioso com essa "poeira medicinal de Minas Gerais"...pode esclarecer um pouquinho para meu conhecimento.....????Antônio Ierárdi Ierárdi.
Era uma forma do Padre Magalhães rebater às brincadeiras que os paulistas, principalmente, faziam relacionadas à poeira das estradas em Minas. Talvez algum dia descobrirão que perdemos muito com tanto asfalto nas estradas. José Morelli 
Obrigado!Entendi bem! De fato o Pe.Magalhães dizia muita verdade com espiritualidade....Em todos os momentos que convivi ou estive com ele percebi uma pessoa inquieta com a vontade de ajudar a todas as pessoas...Sei que alguns, inclusive nossos colegas, não entenderam isso muito bem e guardaram até rancor por procedimentos dele às vezes severos e rigorosos....mas ele foi um perfeito orientador.....Ele faz muita falta para os vocacionados de hoje!!!! Ierardi
Após o funesto Vaticano II , sofreu muito, pois, foi um dos poucos que conseguia ver o desastre que se iniciava na vida religiosa e sacerdotal e a ruína que se abateria sobre a Igreja. Por ser muito escrupuloso, teve que engolir muito sapo... sofreu calado. Sebastian Baldi
Prefecti classis, quis abest? Nemo, pater! respondia o Décio Brites.Também era especialista em suas aulas de latim passar o filminho, juntando o polegar com o indicador à altura dos olhos deslizando os dedos para direita e esquerda enquanto dizia: FIXAR TODA ATENÇÃO POSSÍVEL NAQUILO QUE ESTÁ FAZENDO. Elberto Mello
Padre Magalhães. Ele que nos acompanhou em nosso passeio de sétimo ano. No último encontro ele lembrou tudo comigo. Uns dos padres que foi muito amigo. Abner
Ele me ensinou a importância de estudar Português e o domínio do vocabulário...
“Ó etíope, podes me informar qual a cidade mais propínqua?”...João Aparecido de Lima

...ou...Etíope, qual a urbe mais propínqua ? Grande sacerdote, ajudou-nos muito a aprender latim e, de lambuja, o português. Após o funesto Vaticano II , viveu anos de angústia ao presenciar a vida religiosa ir para o vinagre. Foi muitas vezes ridicularizado por não querer se despir do Homem Novo e voltar a ser o Homem Velho, sem a sagrada batina, manto revelador da presença de Nosso Senhor Jesus Cristo na pessoa do Sacerdote e sinal visível da morte do religioso para a vida mundana. Sebastian Baldi
 Sebastian Baldi, me esqueci da urbe! Dos mais íntegros, consistentes e coerentes que conheci. Duro mas humorado. Bom mineiro!João Aparecido de Lima




ELES NOS PRECEDERAM - PE. JOSÉ BENEDICTO DA SILVA CSsR

PE. JOSÉ BENEDICTO DA SILVA CSsR
+27 de JULHO 1945 
Com os Padres Oscar Chagas, Orlando Morais e José Lopes, Pe. Silva formou a primeira turma de padres brasileiros da nossa Província. A respeito dele um cronista escreveu o que todos já diziam: “Um Israelita autêntico, sem uma sombra de maldade”. ( Jo 1, 47 ). Pe. Silva nasceu em São Luiz do Paraitinga, a 1º de novembro de 1886, e seus pais, muito pobres, eram caboclos da roça. Desde criança vivia pensando em ser padre. Tanto insistiu que, um dia, sua mãe resolveu tentar o que lhe parecia impossível. Pôs o filho num jacá e, a cavalo, foi a Aparecida saber se os padres aceitavam o seu garoto. Ao entrar na cidade (narrava o Pe. Silva) ficou tão amedrontado que, quase chorando, tratou de se “afundar” no jacá, e não quis mais olhar para fora... Mirabilis Deus! O garoto foi aceito no Colégio Santo Afonso. Embora fosse um caipirinha tímido, de inteligência mais pobre do que remediada, à custa de esforço e aplicação deu conta dos estudos e chegou ao noviciado em 1906. Professando em 1908, foi cursar Filosofia e Teologia na Alemanha. Ao voltar, trabalhou sempre como missionário, ou como professor. Nas missões era muito estimado pela simplicidade no seu modo de tratar com o povo. Sempre atrás das expressões e piadas caipiras, não deixava de contar também as suas. Pregava com clareza e naturalidade, podendo ser compreendido facilmente por todos. Como religioso era exato, e por vezes, escrupuloso na observância regu199 lar. Edificava os juvenistas com sua piedade simples e sincera, mostrando-se entusiasmado quando lhes falava da vocação e da vida redentorista. Ótimo confrade, era de uma prosa agradável e alegre, interessante para todos. Estava ele em Pinheiro Marcado (RS) como professor do Juvenato, quando começou a declinar a sua saúde: rigores do clima, aliados a uma grande saudade de São Paulo, onde crescera e trabalhara sempre. Adoecendo gravemente, precisou ser levado para o hospital de Boa Esperança. De nada valeram os cuidados médicos, e a 27 de junho de 1945, ele trocou esta vida por outra infinitamente melhor.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 26 de julho de 2019

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. PEDRO (ATANÁSIO KULURAS)CSsR

IR. PEDRO (ATANÁSIO KULURAS)CSsR 
+26 de JULHO 1949 
Avis rara! um grego redentorista. Irmão Pedro nasceu em Galípoli, perto de Atenas, a 8 de dezembro de 1881. Filho de pai marinheiro, ele também conheceu a vida no mar, viajando meio mundo, como cozinheiro de navios em diversas Companhias. Embora batizado, e tendo feito a sua primeira comunhão, ele era grego cismático, e foi em 1900 (com 19 anos) que ele se converteu para o catolicismo. Esta sua decisão foi amargamente chorada pela sua mãe, cismática de profundas convicções religiosas. A 21 de junho de 1908 casou-se em Tergesti (Itália) com Da. Eufrásia Ermelanda; e a certidão de casamento o dá como “guarda noturno”. Não sabemos, porém, quando enviuvou. Aí pelo ano de 1901 vamos encontrá-lo em Constantinopla, trabalhando por uns meses para os Padres Assuncionistas franceses. Afinal, nosso Pedro Kuluras foi parar na Argentina, de onde veio para o Brasil, em 1922. Sempre como cozinheiro, trabalhou no Rio, Paquetá, Belo Horizonte, e, por fim, não sabemos como, veio para Aparecida, em 1926, resolvido a ingressar na C.Ss.R. Foi aceito como candidato a Irmão Leigo, fazendo seu noviciado e profissão em Pindamonhangaba. Trabalhou em Araraquara, Aparecida, Penha., Pinda, Cachoeira do Sul, e finalmente em Araraquara; já não era marinheiro, mas um bom viajante. Sempre dedicado a sua arte culinária, que dominava com perfeição, Irmão Pedro não deixava de ser um homem recolhido, e de vida interior. O convertido aparecia em todo o seu modo de pensar e agir. Se não estava trabalhando na cozinha, era na capela que ele se recolhia para rezar. Suas mortificações chamavam a atenção dos confrades, pelo rigor, e, às vezes, até pelo exagero. Seus últimos anos ele os viveu em Araraquara, trabalhando enquanto teve forças. A 26 de julho de 1949 fez sua última viagem, e essa para a eternidade.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quinta-feira, 25 de julho de 2019

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. JOAQUIM (JORGE WÖLFL) CSsR e PE. OSVALDO ANTÔNIO ARRIGHI CSsR

IR. JOAQUIM (JORGE WÖLFL) CSsR
+25 de JULHO 1957 
“Rezador e trabalhador” — nisto se resume a sua vida. Assim escreveu o Cronista a respeito do nosso Irmão Joaquim. Nascido a 26 de abril de 1881, ele era um bávaro de acordo com o figurino. Piedoso, calmo, trabalhador incansável, e sempre de bom humor. Ainda garoto, aprendeu com seu pai o ofício de sapateiro. Em Setembro de 1905 professou na C.Ss.R. e em 1908 veio para o Brasil, permanecendo em Aparecida, como sapateiro, até 1915. De 1917 até a morte, ele trabalhou sempre como chacareiro, em Aparecida, Trindade e Campinas (GO). Dirigindo a chácara de Aparecida durante 26 anos, foi um exímio fabricante de vinhos. Era sempre com muito prazer que oferecia um bom copo dos seus produtos vinícolas aos confrades que o visitavam no seu centro de trabalho. Em Goiás teve a seus cuidados a nossa fazenda, com muitos camaradas, grandes plantações de arroz, feijão, milho e cana, bem como a criação de porcos, galinhas, vacas e abelhas. Em 1957 sofreu horrores, quando se viu atacado de câncer; e o que mais o martirizava era a sua inatividade. Com muita humildade recebia as visitas dos confrades, sempre pedindo perdão ao Provincial por não poder trabalhar mais. Consolava-se, porém, sabendo que estava trabalhando no campo do sofrimento, onde ninguém gosta de trabalhar. Reduzido a pele e ossos, faleceu a 25 de julho de 1957, suportando com edificante paciência o câncer que o foi consumindo aos poucos — diz o seu Necrológio. A vida do Irmão Joaquim é uma recordação de humildade, oração e trabalho, coroada com uma morte heróica.
PE. OSVALDO ANTÔNIO ARRIGHI CSsR
+25 de JULHO 1986 
Nasceu em Tambaú-SP a 24 de julho de 1920. Eram seus pais Colombo José Arrighi e Vitória Valezin. Tiveram 10 filhos e o Pe. Arrighi era o terceiro. Com 4 anos seus pais mudaram-se para Vargem Grande do Sul, onde cresceu. Em 8 de fevereiro de 1934 entrou para o Pré-Juvenato de Pindamonhangaba, passando no fim do mesmo ano para o Seminário de Santo Afonso de Aparecida. Professou na C.Ss.R. a 2 de fevereiro de 1942, em Pindamonhangaba. Fez seus estudos de filosofia e teologia em Tietê, de 1942 a 1947. Foi ordenado sacerdote a 6 de janeiro de 1947, em Tietê, por Dom José Carlos de Aguirre, bispo de Sorocaba-SP. Celebrou sua primeira missa solene a 12 de janeiro de 1947, em Vargem Grande do Sul. Trabalhou alguns anos como cooperador em nossas paróquias. Em 1951 fez o 2.º Noviciado em Pindamonhangaba. A maior parte de sua vida foi missionário. Trabalhou nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás. Em Garça-SP construiu uma igreja em formato de barco. Era músico, escritor, poeta. Possuía uma capacidade extraordinária de trabalho. Escreveu e musicou “Brasília - Melodrama do século XX” como homenagem pela construção da nova capital. Era bom confrade, embora... falasse bastante! Seus últimos anos passou em São João da Boa Vista, como cooperador em nossa igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Sua saúde já não estava boa: passava o dia praticamente no quarto. Sofria problemas mentais. No dia 27 de março de 1986 teve um derrame, caiu no quarto e fraturou o fêmur. A operação na perna correu bem, mas, devido ao derrame, ficou com o lado esquerdo paralisado. Não andou mais. A 13 de julho de 1986 teve um novo derrame e já não falou mais, embora ouvisse e entendesse tudo. No dia 25 de julho de 1986, um dia depois de completar 66 anos, às 22h50, voltou para o Pai e foi receber o prêmio eterno prometido aos servos fiéis. Estava com 66 anos de idade e 39 de sacerdócio. (Comunicado do Governo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quarta-feira, 24 de julho de 2019

SERVO DE DEUS-PADRE VITOR COELHO DE ALMEIDA

O PROCESSO DA CAUSA DE SANTIFICAÇÃO DO 
SERVO DE DEUS PADRE VITOR COELHO DE ALMEIDA  
POSTULADOR:
PADRE ANTÔNIO MARAZZO
REDENTORISTA
POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
NOVO VICE-POSTULADOR:
PADRE ANÍSIO TAVARES
REDENTORISTA
11 ANOS CONSAGRADO
7 ANOS SACERDOTE
E ADJUNTO:
PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Segue abaixo o artigo publicado no jornal O ESTADO DO TRIÂNGULO em 17/09/2006
CAUSA DO PADRE VITOR COELHO DE ALMEIDA CSsR. 
SERVO DE DEUS! 
Uma missa, presidida pelo bispo diocesano, Dom Raimundo Damasceno, de Aparecida, e concelebrada por vários sacerdotes, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, dia 30 de agosto, marcou o encerramento do processo diocesano de beatificação do sacramentano, Pe. Victor Coelho de Almeida, falecido no dia 21 de julho de 1987. Nessa fase do processo, que foi aberto no dia 3 de outubro de 1998, a Igreja ouviu todos os relatos de testemunhas sobre a vida de Pe. Victor, que está enterrado no Memorial Redentorista, em Aparecida, localizado na praça da Basílica velha. O túmulo de Pe. Victor é visitado por milhares de peregrinos, gente que vem de todo o Brasil pedir e interceder graças, principalmente, de Minas Gerais, Espírito Santo Paraná e Santa Catariana. Segundo o missionário redentorista, Pe. Luiz Carlos de Oliveira, o processo, juridicamente, está pronto para ser enviado a Roma, onde será analisado por teólogos para reconhecer ou não se Pe. Victor tem as virtudes em alto grau para ser beatificado, o primeiro passo para ser considerado Santo da Igreja. “Não é uma tramitação rápida, porque há milhares de pessoas virtuosas esperando por essa conclusão”, disse Pe. Luiz Carlos, ressaltando, entretanto que milagres ocorridos através de sua intercessão podem acelerar o processo. “Pelo menos um milagre já foi descrito por uma senhora que foi curada de uma necrose de osso, mas ainda não foi confirmado, cientificamente”, disse mais o sacerdote, lembrando que, depois de Frei Galvão, Pe. Victor pode ser o segundo santo brasileiro. Lembrou também o missionário que Sacramento deve dar mais importância a esse fato. “Acho que é hora de a cidade se mobilizar mais e se unir em torno dessa possibilidade, tanto as autoridades religiosas como civis, mas principalmente o povo, através de suas orações, de suas lembranças e invocações a Pe. Victor”, disse Pe. Luiz Carlos, salientando um aspecto que deve ser considerado pelo governo municipal. “Seria interessante que representantes do executivo e legislativo visitassem Nova Trento (SC), onde nasceu Me. Paulina, beatificada recentemente, para sentir como a cidade se estruturou e se transformou após sua beatificação. O fluxo de turistas aumentou vertiginosamente, o comércio foi ativado, a igreja se preparou, o povo se mobilizou, provocou, construiu-se museu, resgatou-se sua casa. Enfim, concluiu Pe. Luiz, é importante saber que, antes de ser um redentorista, Pe. Victor é um sacramentano”. Do jornal O ESTADO DO TRIÂNGULO em 17/09/2006.
Oração pela Beatificação 
Deus, Pai de bondade e misericórdia, que concedestes ao Padre Vítor Coelho o dom de anunciar a Palavra da Salvação com piedade e unção, concedei-me a graça de seguir o seu exemplo de fé e confiança na misericórdia de Deus e na intercessão de Maria, sua Mãe, para obter minha conversão pessoal. Peço, ó Trindade Santa, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, a beatificação do vosso servo fiel, Pe. Vítor Coelho, para vossa maior honra e glória.​ Peço-vos ainda, com profunda fé e confiança, que me concedais, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida e de seu servo, Pe. Vítor Coelho, a graça particular de que tanto preciso (mencionar a graça desejada). Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém. Rezar três Glórias ao Pai e uma Ave-Maria.​​
Postado por AntônioSP às 7:47 AM
Vejam também a homilia do Padre Luiz Carlos:

segunda-feira, 22 de julho de 2019

ELES VIVERAM CONOSCO - PE.ANTÔNIO RICIERI BARIANI CSsR


Padre Antonio Ricieri Bariani
+22 DE JULHO DE 2019
“Para mim a época em que passei pregando as Santas Missões Populares foi o tempo mais empolgante, mais envolvente e que me deixou muita saudade”
Padre Antonio Ricieri Bariani morreu nesta segunda-feira, 22 de julho-2019, aos 102 anos, e era considerado o missionário redentorista mais velho do Brasil. Padre Bariani nasceu no dia 24 de dezembro de 1916, em um povoado chamado Guaxima, que fica em Conquista (MG).Completamente lúcido, lançou um livro de poesias. Ele conta desde sua infância, estudos, como se tornou padre redentorista, seus tempos de missionário e muito mais.
Família e infância
“Nasci em 24 de dezembro de 1916, em Guaxima, Município de Conquista, no Triângulo mineiro. Meu pai era italiano, Joseph Fioravante Bariani e minha mãe brasileira, Maria da Loka. Éramos 10 irmãos, hoje só eu estou vivo. Fui batizado no mesmo dia em que nasci. Ainda pequeno, minha família se mudou para Igarapava (SP). Ali fiz meus primeiros estudos. Depois fui estudar em Ribeirão Preto, onde cursei Escola de Comércio por três anos. Vim para Goiás em 1939. Trabalhava numa serraria com a minha família. Em 1939 eu frequentei, à noite, aulas no Liceu de Goiás”.
Igreja e fé
“Sempre fui da Igreja. Quando era pequenino eu ia à missa levado pela mão de minha mãe, e foi nas missas que eu aprendi o gosto pelas coisas de Deus. Mais tarde, já rapaz, eu pertenci à Congregação Mariana, lá em São Paulo ainda. E me fizeram diversos convites para ser padre. Falavam que faltavam padres, que estava faltando missionário. Lembro que, quando eu era coroinha, na sacristia da Catedral de Ribeirão Preto, perguntei ao padre José, um Estigmatino: “E eu presto para ser padre? Mas eu posso ser um?”. Ele apontou o dedo pra mim e falou: “Se você quiser, você presta, você pode!” E eu respondi: “Eu vou querer! Eu quero!”
No Seminário
“Até chegar ir para o Seminário foi um processo longo. Quando morava no Estado de São Paulo quis entrar para um seminário mas não foi possível. Então aconteceu que, vindo para Goiás, conheci os Redentoristas e senti que minha vocação tinha se firmado e resolvi segui-la. Conversei com o Padre Fernando Albertini, de quem tenho muita saudade. Naquela época os redentoristas de Goiás não tinham Seminário aqui. Eram unidos com São Paulo. O superior de São Paulo, padre Geraldo Pires de Souza veio fazer uma visita a Goiás. Padre Albertini, de moto, foi depressa para a serraria onde meu pai, eu e meus irmãos trabalhávamos e foi logo dizendo: “Olha, eu falei com o superior e ele quer falar com você”. Fui falar com o Padre Geraldo Pires de Souza e nós acertamos minha ida para Aparecida (SP). Depois fiz o Noviciado em Pindamonhangaba (SP), e os estudos de Filosofia e Teologia em Tietê (SP).”
 Ordenação
“Minha ordenação sacerdotal aconteceu no dia 06 de janeiro de 1949, junto com meu companheiro padre Leodônio Marques, já falecido. Aconteceu na Igreja São João Bosco, dos padres Salesianos, em Goiânia. Tenho a glória de ser o primeiro padre a ser ordenado em Goiânia. E cantei a primeira missa solene no dia 09, na Matriz de Campinas, Paróquia Nossa Senhora da Conceição, ainda na igreja antiga que, infelizmente, foi demolida. Sobre a ordenação eu digo que é um momento muito forte e marcante com a infusão do Espírito Santo...
Trabalhos
“Meus primeiros anos de sacerdócio foram em Araraquara (SP) e Aparecida (SP). Depois vim para Goiás, morando em Trindade, Brasília, e na Prelazia de Rubiataba, trabalhando com Dom Juvenal Roriz. Houve um período de dois anos que fui professor no Seminário São José, no atual Setor São José. O menino Ney Barreto, hoje padre Ney, era um dos meus alunos. Mas o tempo mais forte e marcante para mim foram os muitos anos que pertenci à equipe missionária, pregando as Santas Missões Populares. Nossa equipe pregou Missões em Goiás e em muitas cidades de outros estados brasileiros. Estivemos no Paraná (Curitiba, Londrina), em Santa Catarina (Joinvile), em muitas cidades da Bahia, do Piauí, Maranhão, Pará, Tocantins. Por isso eu digo que a época das Santas Missões, para mim, foi o tempo mais empolgante, mais envolvente e que deixou muita saudade”.
Desobrigas
“Quando morei em Trindade, nos anos de 1951/52, eu viajava de caminhão ou jardineirinhas até Aurilândia ou até Moitu, e de lá ia, à cavalo, rodando uns 15 dias fazendo desobrigas pelas fazendas, pelos povoados até as margens do Rio Caiapó. O povo tem necessidade dos sacramentos, da santa missa, da confissão, da comunhão, da catequese. Mas quem mora longe não tem como receber... então o padre vai até ele. Porque o povo tem a obrigação de confessar e receber a comunhão ao menos uma vez por ano... Então o padre vai lá para desobrigar o povo. Atende o povo... faz a catequese.. confessa... E aí o povo participa da santa missa, da comunhão... e são realizados os batizados e os casamentos. Eu fui o último padre que fez esse trabalho de desobrigas lá nos sertões daqueles tempos”.
“Falo com muita satisfação e com muita alegria da convivência com o Servo de Deus padre Pelágio Sauter. Convivi com o padre Pelágio vários anos na casa missionária de Trindade. Eu me confessava com ele, ele também se confessava comigo. Era uma maravilha a convivência com os padres antigos. Padre Pelágio era o confrade mais velho, o mais antigo de Goiás e que conhecia todo mundo. Alemão, mas conhecia os costumes de Goiás. E naquele tempo nós fazíamos três meditações por dia, e de joelhos na capela. Padre Pelágio junto, sempre junto com a comunidade. Depois, Padre Pelágio passou a ir, nas quartas-feiras, para Campinas, onde atendia o povo na Igreja Matriz, Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição”.
Trindade II
“Trabalhei nas periferias de Goiânia e Trindade, residindo no Parque Buriti e Setor Maysa III, durante vinte e seis anos. Quando cheguei para fazer parte da equipe, não havia mais espaço no casebre pequenino onde já se alojam três confrades, em três cômodos que serviam de quarto, sala de recepção/refeição e cozinha. Então morei sete anos na sacristia da Igreja Nossa Senhora da Guia, e fiquei 13 anos no apartamentinho que foi construído pra mim entre a igreja e a nova casa que hoje é a secretaria da paróquia. Depois fui para o Maysa III. O carisma da Congregação é missionário, e fiquei na região Trindade II, nesses vinte e seis anos, como missionário. Se eu pudesse voltar para as missões eu voltaria! Oh, Santas Missões Populares! Quem não esteve nas Santas Missões, não participou bastante tempo das Missões, não viveu as Missões, não sabe o que é... o que são as Santas Missões! Santo Afonso tinha muita razão em pregar Missões”.
Para quem passou por duas Guerras Mundiais, vivenciou grandes transformações na sociedade brasileira e pode ver sua província redentorista crescer e ganhar repercussão nacional com o Santuário do Divino Pai Eterno, padre Bariani sempre tinha muita história para contar.
Padre Bariani conheceu a Congregação do Santíssimo Redentor em Trindade (GO), e sentindo que sua vocação era ser um missionário de Santo Afonso foi ordenado no dia 6 de janeiro de 1949, na Igreja São João Bosco, em Goiânia, o que o identifica como o primeiro padre ordenado na capital de Goiás. O missionário chegou a viver o início de seu ministério em Araraquara e em Aparecida, no Estado de São Paulo.
Padre Bariani foi um dos desbravadores da fé em terras goianas, sendo um dos colonizadores de Campininhas das Flores, que é hoje o bairro de Campinas, em Goiânia. Ele também contribuiu pessoalmente para o desenvolvimento de Trindade. Ao longo de décadas acompanhando, de perto, a devoção ao Divino Pai Eterno, o sacerdote viu a Romaria de Trindade tomar as proporções que tem hoje e foi um dos responsáveis diretos pelo início da disseminação dessa fé.
Integrou a equipe das Santas Missões Populares, pregando em comunidades de Goiás, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Piauí, Maranhão, Pará e Tocantins. Por muitos anos, residiu na periferia de Goiânia, atendendo as comunidades da região missionária “Trindade 2”, hoje paróquia Nossa Senhora da Guia, bem como celebrando a missa na Capela Nossa Senhora das Graças, no centro da capital.
Província de Goiás
Pioneiro no mundo das comunicações montou o serviço de alto-falante e som e foi responsável também por levar, pela primeira vez, o cinema à Capital da Fé de Goiás, por meio de uma máquina portátil. Além disso, trabalhou ainda pela consolidação da Vila São José Bento Cottolengo, uma das maiores obras sociais da Região Centro-Oeste.
Ele residia atualmente no Convento Santíssima Trindade, junto à igreja Matriz de Trindade. Na última romaria, padre Bariani acompanhou toda a novena das nove da manhã na igreja Matriz. Celebrava a eucaristia diariamente e dedicava-se à literatura, tendo publicado recentemente um livro de memórias: “Meus 100 anos com Jesus Menino”.