segunda-feira, 31 de maio de 2021

TRADIÇÕES QUE NOS MARCAM

    
    As características de cada povo, também as religiosas, entre outras trazem a marca de suas tradições. 
    Elas dão forma e colorido a seu relacionamento com Deus e a sua vivencia do Evangelho. 
     Festas de S. Pedro, S. João e Sto. Antônio, com suas fogueiras e seus fogos, comidas, cantos e orações, marcam nossa religiosidade com suas riquezas e limitações. 
    Podemos viver, em nossas famílias e comunidades, suas riquezas de fraternidade, partilha, encontro, alegria e louvores. 
    E há tantas possibilidades de aprofundar seu sentido, explicitar seus valores, e transformá-las em momento forte de nossa vivência de um evangelho encarnado na vida, neste nosso terra-a-terra.

“O MEU PRÉ - SEMINÁRIO DA PEDRINHA” (MINHAS MEMÓRIAS) CONTINUAÇÃO 3

PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO CSsR
3. Meus companheiros – Meus confrades 
Entre as maiores bênçãos que, nestes anos de Pré-Seminário, eu recebi lá na Pedrinha, enumero a graça de ter tido comigo a presença de bons confrades, bons e compreensivos, compreensivos e amigos. Primeiramente, lembro o Pe. Fernandes e o “Pe. Borginho”, como era conhecido. Junto com o Pe. Sônego, eles fizeram parte do grupo fundador do então Pré-Seminário da Pedrinha. 1º) O Pe. Fernandes deu grande parte de sua vida à formação. Alto, moreno, de fala mansa. Simples. Alegre. Brincalhão. Bondoso. Bom professor. Os “meninos da Pedrinha” (nossos seminaristas) gostavam das aulas dele, porque ele costumava ler, para eles, as “Histórias de Joaquim Bentinho”, livro de Cornélio Pires, escritor tieteense. Sofria de escrúpulos (inquietação de consciência) principalmente na Missa, ao pronunciar as palavras da consagração (em latim)... Porém, foi um sacerdote piedoso, “exatíssimo” e bom confrade para mim e para o Pré-Seminário daqueles velhos tempos. - Que descanse em paz! 2º) O Pe. Antônio Borges de Souza, o “Pe. Borginho”, era professor, confessor dos padres e dos seminaristas, o Diretor Espiritual do Pré- Seminário. Era o “santo missionário da casa”, que saía para Missões e trabalhos de evangelização. Era também “o Cura da Pedrinha”, como a gente dizia. Cuidava da Vila da Pedrinha, das capelas vizinhas e, em particular, da capela de São Lázaro que ele reformou, aumentou e aprimorou, lá no alto da Serra da Mantiqueira. Também era o Diretor da “Cruzadinha Eucarística Infantil” dos seminaristas. Foi um elemento de espiritualidade para nós, padres e alunos. 3º) Algum tempo depois, no triênio de 1957-1959, houve mudanças e transferências. Recebi como novos confrades, amigos, professores e eficientes colaboradores, o Pe. Archimedes Zulian e o Pe. Hilton Furlani. Antes, os três padres que residiam na Pedrinha pertenciam juridicamente à comunidade do Seminário de Santo Afonso, em Aparecida. A partir de 1957, foi criada e instalada a Comunidade Religiosa, da Pedrinha. Fui nomeado o seu primeiro Reitor (Superior). Era o Diretor do Pré-Seminário e o Superior da Comunidade. 4º) O Pe. Zulian era professor, Diretor Espiritual dos seminaristas e o responsável pelo Povo de Deus da Vila da Pedrinha. Outro “Cura” zeloso. Bom professor. Bom amigo para compartilhar os sofrimentos que eu enfrentava “quando não havia sol”, ou quando a falta de recursos, naqueles tempos, pesava bastante. Sem dúvida, foi o melhor cronista que a Pedrinha teve. Cronista exato, honesto, preciso. 5º) Quanto ao Pe. Furlani, quem não o conhece? Esse era o nosso “factótum”... Era pau para toda obra. Indispensável para a nossa vida na Pedrinha. Um homem simples, humilde. Capaz de trabalhar o dia inteiro, quando era preciso. Todas as semanas, pelo menos uma vez, ia às cidades de Guaratinguetá e Aparecida, para todas as necessidades: Santa Casa, médico, dentista, compras, visitas, consertos e outras coisas mais. E quantas vezes, voltava para a Pedrinha, noite adentro e naquelas estradas da roça! Era professor, construtor, mecânico, motorista, eletricista... “Um homem certo no lugar certo”. 6º) Outra bênção que o Senhor Deus me concedeu, naqueles anos difíceis e gloriosos do Pré-Seminário, foi a presença da família do Zosa, entre nós. Este nome é bastante conhecido também entre os que passaram um ou dois anos, pela Pedrinha. O nome dele é Josino Ribeiro da Silva, o “Zosa da Pedrinha”. Seu nome aparece algumas vezes nas crônicas da casa. Contudo, só Deus sabe o que ele e a sua família fizeram por nós, naqueles primeiros tempos saudosos do Pré- Seminário. O Zosa fazia parte da nossa família redentorista. Foi um grande herói. Dizer que ele foi “um empregado nosso” e “um bom empregado” é muito pouco. O Zosa era de pouco estudo. Porém, era um homem vivo, esperto, alegre, brincalhão, otimista, animado. Foi um amigo, irmão, servidor, lutador, trabalhador. Um cabloco que não tinha preguiça de trabalhar. Alma simples e derramada que se manifestava na cozinha, na roça, no jogo de baralho, na conversa com os padres e com os seminaristas. O Zosa, sua esposa Alzira e os filhos Ico, Expedito, Joãozinho, Neuza (falecida) e Ica, participavam de nossos sofrimentos e alegrias, de nossas lutas e esperanças. Eles marcaram os padres, os seminaristas e todos os que lá viviam...
SEGUE AMANHÃ

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. ANTONIO LINO RODRIGUES CSsR

PE. ANTONIO LINO RODRIGUES CSsR
+31 DE MAIO 2011
Nasceu em São Paulo, capital, no Bairro da Penha, a 26.09.1927. Eram seus pais: Joaquim Augusto Rodrigues e Carlota dos Anjos Fernandes. Entrou para o Seminário Santo .Afonso, em Aparecida, a 08.08.1938, onde terminou seus estudos em dezembro de 1945. Fez o Noviciado em Pindamonhangaba durante o ano de 1946, onde se consagrou a Deus pelos votos religiosos na Congregação a 02.02.1947. Os estudos de Filosofia e Teologia se realizaram no Seminário Santa Teresinha, em Tietê SP, onde fez a Profissão Perpétua a 02.02.1950. Foi Ordenado Sacerdote, em Tietê SP, a 27.12.1951, por D. José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba SP. Em 1953 iniciou seu Apostolado como Vigário Cooperador em Aparecida. Em 1954 foi transferido como Vigário Cooperador, na Paróquia do Divino Pai Eterno, em Trindade GO. No segundo semestre de 1954, foi designado a trabalhar na Paróquia da Imaculada Conceição, em Campinas, Goiânia GO. Em 1958, voltou para a Paróquia da Penha, em São Paulo. No primeiro semestre de 1962, em Pindamonhangaba, fez o IIº Noviciado, preparando-se para as Missões Populares. De 1962 até 1996, dedicou-se à Pastoral das Missões Populares, residindo sucessivamente em nossas comunidades de São João da Boa Vista SP (1962 a 1971); em Campinas GO (1971 a 1972). De 1973 a 1978, voltou a morar em Aparecida, trabalhando na pastoral dos Romeiros na Basílica. Depois prosseguiu sua jornada missionária, residindo em Sacramento MG (1979 e 1980); em Tietê SP (1981 a 1984); Araraquara SP (1985 a 1987); em São João da Boa Vista SP (1988 a 1993); em Tietê SP (1994 a 1996). Em 1996 deixou o trabalho Missionário direto e passou para um trabalho avulso de substituição em Paróquias, de pregação de novenas, tríduos, etc. Em 2008, foi residir no Convento do Santuário, em Aparecida, para tratamento de saúde. Em seus últimos dias, esteve entre a vida e a morte, em conseqüência de uma queda que lhe ocasionou um coágulo no cérebro. Internado no Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá, veio falecer no dia 31 de maio, às 23h30. Descanse em paz!
Pe. José Bertanha, C.Ss.R. 
Arquivista Provincial
Olá Ierardi! Esse meu conterrâneo, foi o único padre que, em toda minha vida, me disse que Deus estava muito contente comigo. Isso me tocou profundamente. Acredito que precisava ouvir aquilo naquele momento. Eu era adolescente e ele me disse após uma confissão que fiz com ele. Morelli

domingo, 30 de maio de 2021

“O MEU PRÉ - SEMINÁRIO DA PEDRINHA” (MINHAS MEMÓRIAS) CONTINUAÇÃO 2

PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO CSsR
2. O berço do Pré-Seminário Era na Pedrinha. 
Uma vila. Um lugarejo. Um arraial humilde naqueles tempos, com algumas poucas casas agrupadas em torno da igreja (igrejinha) de N. Sra. da Piedade, e freqüentado pelos primeiros redentoristas já em 1896. Pertence ao município de Guaratinguetá (SP), distante de Aparecida uns 20 quilômetros. Bem aos pés da imponente Serra da Mantiqueira. Um pouco retirada do bairro, fica a nossa casa adquirida pela Congregação em 1913, uma casa grande e espaçosa, uma casa que tem uma grande História, sobretudo porque ali funcionou o Pré-Seminário de Santo Afonso, desde 1955. A antiga sede da fazenda comprada foi destruída, mais tarde. No lugar dela construíram outra melhor e mais apropriada para casa de férias. E foi nesta casa que começou o Pré-Seminário de Santo Afonso, da Pedrinha, em 1954. Com o crescente número de vocações, em 1956 foi colocada uma grande laje, um segundo andar sobre a casa que já existia e que é a atual casa que existe lá, até os nossos dias. Assim reformada e aumentada, podia com certa facilidade abrigar cerca de 90 alunos mais ou menos. Recordo que, no ano de 1959, por exemplo, nós tivemos um ano recorde: os seminaristas, no “Santo Afonso” em Aparecida, eram 210 e na Pedrinha no Pré-Seminário, eram 98 seminaristas! Uma nota importante. A reforma do prédio (em 1956) ficou por conta do corajoso Pe. Humberto Jorge Rafaele Pieroni. Sua habilidade construtora era conhecida e acatada na época, uma época em que tudo era mais difícil e sem maiores recursos financeiros. A ordem era economizar! O Pe. Pieroni mesmo dirigia e trabalhava com os pedreiros e seminaristas. Esta reforma não trouxe um conforto total, mas nos ofereceu um prédio melhor, uma capela espaçosa, um ambiente familiar mais gostoso, mais aconchegante e bem diferente do Seminário de Santo Afonso, em Aparecida onde viviam às vezes quase 200 jovens, divididos em “menores”, “médios” e “maiores”. Desde 1955, mesmo na casa antes de ser reformada, funcionavam a Admissão e uma parte da 1ª Série Ginasial. Durante o ano letivo, a casa servia para o nosso Pré-Seminário e, nas férias, servia para casa de campo, pois ainda não era permitido passar as férias na casa dos pais. Em 1955, o Pré-Seminário começou com 54 alunos, os “fundadores” e os “pioneiros” da Pedrinha. Destes, hoje 6 são sacerdotes: Pe. Ney Barreto, Pe. Márcio Fabri dos Anjos, Pe. Elpídio T. Dal Bó, Pe. Ronoaldo Pelaquim, Pe. Rodolfo Croon e Pe. Carlos Felício da Silveira.

ELES VIVERAM CONOSCO - Pe. HÉLIO DE PESSATO LIBARDI CSsR

Pe. HÉLIO DE PESSATO LIBARDI CSsR
+30 DE MAIO DE 2011
               Nasceu a 09.04.1941, em Tietê SP. Seus pais: João Libardi e Hermínia de Pessato Libardi . Família numerosa: 13 filhos, dos quais dois são Religiosos. É o 8º filho do casal.Foi batizado em Saltinho e crismado em Laranjal Paulista. Entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, a 11.08.1952, onde terminou os estudos em 1959. Em 1960, fez o Noviciado em Pindamonhangaba e aí fez sua Profissão Religiosa na Congregação Redentorista, no dia 02.02.1961. Os estudos de Filosofia e Teologia foram feitos em Tietê e no Alfonsianum, em São Paulo, Capital. Fez a Profissão Perpétua na Congregação em Tietê, no dia: 02.02.1964.Foi Ordenado Sacerdote a 01.01.1967, em Tietê SP, na Igreja de S.Teresinha, por Dom José Melhado Campos, Bispo de Sorocaba SP.Começou sua vida apostólica em 1968, como professor e auxiliar do diretor do Seminário Menor de Santa Teresinha, em Tietê SP. Em dezembro de 1972, foi nomeado Diretor do Seminário, aí ficando até o fim de 1978, quando foi transferido para São João da Boa Vista, como missionário das Missões Populares.Foi Conselheiro Provincial, de 1982 a 1984. Por várias vezes foi membro do Capítulo Provincial. Trabalhou na preparação do Congresso Eucarístico Nacional de Aparecida, em 1985.No 2º semestre de 1987, foi fazer uma reciclagem pastoral em Roma, de onde voltou em julho de 1988. Continuou seu apostolado nas Missões Populares.No dia 08.06.1990 foi eleito Superior Provincial da Província Redentorista de São Paulo.No dia 17 de junho, tomou posse do cargo em solene Eucaristia, na Basílica Nova, em Aparecida.Terminado seu mandato, em 1997, foi transferido para Sacramento MG. m 1998, foi transferido para Araraquara, onde ficou, trabalhando nas Missões Populares.Grande missionário, é também escritor. Era muito procurado para aconselhamento e direção espiritual.Foi co-fundador da UNESER e diretor Espiritual por 15 anos. Internado por uma dissecação da aorta, foi submetido à cirurgia. Com problemas pela dificuldade de cicatrização, sofreu mais duas operações, vindo a falecer durante a operação, dia 30 de maio às 15 h, no hospital S. Lucas de Ribeirão Preto.
Pe. José Bertanha, C.Ss.R
Arquista Provincial
São Paulo, 30.05.2011

sábado, 29 de maio de 2021

“O MEU PRÉ - SEMINÁRIO DA PEDRINHA” (MINHAS MEMÓRIAS)

Pe. José Oscar Brandão C.Ss.R. 
1. Era uma vez 
Como tudo no mundo, o Pré-Seminário da Pedrinha teve um começo. Ele viveu 12 anos e tem diversas histórias para contar. Sua caminhada foi feita com a vida de muitos sacerdotes, professores, alunos, funcionários e ex-alunos redentoristas. Eu vou contar algumas das minhas memórias. Quem conta muito bem o começo do meu Pré-Seminário é o Pe. Maurílio Fernandes de Castro, falecido em 1995, com 75 anos. - Lembra-se dele? Conhecido como “Padre Fernandes”, com sua letra inconfundível e caligrafia impecável, ele tem estas primeiras palavras históricas sobre o nascimento do Pré-Seminário: “ Ano por ano vai crescendo o nosso Juvenato de Aparecida, como prova evidente de que o Senhor quer enviar operários à sua messe. O novo prédio de Aparecida, construido para abrigar 250 seminaristas, já não comporta mais o número, que atinge atualmente: 277. Tinha que haver uma válvula para solucionar o problema da falta de espaço. Este motivo e mais outro ainda da dificuldade de ter em uma casa sob o mesmo horário juvenistas de 20 anos e crianças de 9 ou 10 anos, levou o Padre Diretor do Juvenato, Pe. José Ribolla, a tentar num último esforço arranjar um Pré-Juvenato. Não tendo outro lugar indicado, foi escolhido a casa da Pedrinha, ao pé da Mantiqueira. Esta resolução chegou ao termo final no dia 1º de fevereiro de 1954. Para dirigir o novo Juvenato foi escolhido o Pe. Guilherme Sônego, que já exercia por três anos o cargo de Prefeito do Juvenato de Aparecida. Para auxiliá-lo foram mandados os Padres Antônio Borges de Souza e Maurílo Fernandes de Castro...” O primeiro Diretor foi o Pe. Guilherme Sônego. Era da minha turma de 16 padres, ordenados em fins de 1949 ou na metade do Ano Santo. Morreu em 1969, depois de ter sido Diretor nos Seminários de Aparecida (SP), de Passo Fundo (RS) e de Goiânia (GO). O segundo Diretor do Pré-Seminário da Pedrinha fui eu. Ali eu vivi com meus confrades auxiliares e com os seminaristas, até 1961, quando fui transferido para Aparecida e como Diretor do Seminário de Santo Afonso. Em junho de 1955, houve uma grande reviravolta na Província de São Paulo, entre os redentoristas. O Provincial foi nomeado bispo (Dom Antônio de Macedo), o Diretor do Seminário de Santo Afonso (Pe. José Ribolla) foi escolhido como Provincial, e o Pe. Guilherme Sônego, que era o Diretor da Pedrinha, veio como Diretor do Seminário de Santo Afonso, em Aparecida,. Naqueles tempos, tudo ficava em segredo, nada transpirava, e as nomeações eram assinadas pelo Padre Geral dos redentoristas, em Roma. Na Pedrinha, estupefatos e curiosos, uns choravam a perda do Pe. Sônego, enquanto outros perguntavam quem seria o sucessor dele... Fui eu. Fui “recambiado” pelo Provincial, Pe. Ribolla, pois na ocasião estava “exilado” em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, inocentemente. Cheguei à Pedrinha no dia 28 de julho de 1955. Até hoje, eu me lembro. Tinha apenas 5 anos de padre e 29 anos de idade. Não tive preparação nenhuma para ser professor, ou educador, ou Diretor... Era um sacerdote novo, jovem, não muito corajoso, mas muito obediente, e capaz de tudo enfrentar quando mandado pelos meus Superiores. Com alegria, com humildade, eu me deixei levar pela intuição, pela pouca experiência que possuía até então, e me deixei levar sobretudo pelo Espírito Santo de Deus que nós chamávamos de “Santa Obediência”. Era a marca da Espiritualidade Redentorista da nossa geração: “A obediência faz milagres”. - Você acredita?
SEGUE AMANHÃ

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR

Conheci pessoalmente o Pe.Libárdi(+) em um encontro de ex-seminaristas realizado em julho de 2007, o ENESER 12...
Isso porque foi a minha primeira participação em encontros da UNESER...
De repente, no retiro de fevereiro de 2008, lá estava de volta o Pe.Libárdi com o Pe.Toninho, dois missionários de peso dando uma força espiritual naquele encontro...
No encontro de julho de 2008, o ENESER 13, novamente a presença do Pe.Libárdi e autor:
DEUS É AMOR, JUSTIÇA E PAZ,
MINHA FORÇA E ESPERANÇA!
DEUS É AMOR
MINHA LIBERTAÇÃO,
MINHA ALEGRIA
E MINHA SALVAÇÃO!
E o Pe.Libárdi repetia e repetia esse som , ora soltando a voz, ora murmurando......DEUS É AMOR, JUSTIÇA E PAZ......
No décimo quarto encontro, em julho de 2009, o ENESER XIV, estava lá o Pe.Libárdi. Com São Clemente e o Pe.Vinicius surgia o belo refrão: AGORA VAI...
Retiro de fevereiro de 2010, e o Pe.Libárdi veio com a assiduidade de sempre, pontual, o elo dos antigos seminaristas junto à congregação redentorista, paterno, diretor e confessor espiritual....e lá estava com ele o Pe.Edgar e o tema surpreendente de Jonas...
Encontro em julho de 2010, no ENESER XV....Padre Libárdi agora assumia o programa que, por um forum dos presentes, busca o melhor caminho para a jornada do cristão.... 
No encontro da Pedrinha, em fevereiro deste 2011, juntamente com os acordes harmônicos no violão do Padre Anchieta, seu novo pupilo nas missões, Padre Libárdi, no seu quartinho em frente ao refeitório, aguardava-nos a todos para nossos desabafos e a sua bênção reparadora...Ele me deu orientação importante que buscava há 14 anos....
Que interessante...uma relação tão ditosa, inspirada, UNESER e PADRE LIBÁRDI CSsr...
Que ainda falar?...Autor de tantos livros que evangelizam o povo de toda idade?...Missionário redentorista...o chefe de equipe dedicada?... O provincial da época de formação e início da UNESER?...
Que Santo Afonso, ao lado da padroeira a Virgem de Aparecida, continuem intercedendo a Deus pela continuidade de sua obra...e todos estamos imensamente agradecidos ....
REQUIESCAT , PADRE AMIGO(+30/05/2011)!

sexta-feira, 28 de maio de 2021

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO CSsR

PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO CSsR
*15 de agosto de 1926 
+28 de maio de 2021
Nasceu em Mogi Mirim, SP, em 15.8.1926. Seus pais: José Brandão e Maria Rahal Brandão. Entrou para o Seminário Santo Afonso, no dia 25.5.1937, onde terminou o Ensino Médio em dezembro de 1943. Fez o Noviciado em Pindamonhangaba durante o ano de 1944, onde fez a Profi ssão Religiosa na C.Ss.R., no dia 2.2.1945. Os estudos de Filosofi a e Teologia se realizaram em Tietê, SP, no Seminário Santa Teresinha, onde fez a Profissão Perpétua, no dia 2.2.1948. Foi Ordenado Sacerdote a 23.7.1950, em Tietê, SP, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba. Começou sua Vida Apostólica como professor e auxiliar do Diretor do Seminário Santo Afonso, em Aparecida SP. De 1953 a 1954, residiu em São Paulo participando de curso universitário. Enviado para a Bélgica, cursou no Lumen Vitae,preparando-se para a Pastoral Missionária. Retornando ao Brasil, fez parte da Equipe Missionária, residindo em São João da Boa Vista, SP. Em junho de 1976, foi transferido para a Comunidade das Comunicações, em Aparecida, para trabalhar na Editora Santuário. Em 1980, passou para a Comunidade da Basílica, no trabalho pastoral com os romeiros. Em 1981, iniciou seu apostolado na Rádio Aparecida, evangelizando e catequizando. Em 1988, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia de Aparecida, demonstrando muito amor e dedicação aos paroquianos, visitando doentes e consolando famílias enlutadas. Em 1997, foi transferido para Tietê, SP, auxiliando na pastoral da Igreja de Santa Teresinha. Em 2003, retornou para Aparecida, dedicando-se aos peregrinos do Santuário no atendimento das Confissões. Pe. Brandão foi um exemplo de vida missionária: formador dedicado, pregador zeloso, confrade alegre, educado e comunicativo, escritor de vários artigos em diversos periódicos, anunciador das glórias de Maria pela Rádio Aparecida, confessor paciente e orientador espiritual de muitas pessoas, incentivador das vocações pela oração e aconselhamento. No fim da vida, carregou com paciência e amor a cruz da idade avançada, da deficiência visual e auditiva e da doença do Alzheimer. Realizou em sua vida o projeto proposto nas Constituições Redentoristas, em que o missionário deve ser “forte na fé, alegre na esperança, fervoroso na caridade, inflamado no zelo, humilde e sempre dado à oração”. Residindo em Aparecida por muitos anos, em suas anotações deixou escrito: “Aqui ficarei até que Deus permita o contrário... Apesar de minhas falhas e pecados, estou muito contente de ser padre, redentorista, missionário de Nossa Senhora Aparecida. Quero morrer fiel à minha vocação cristã e redentorista. Assim seja!” No dia 28 de maio de 2021, Deus o chamou, da comunidade redentorista do Convento do Santuário de Aparecida, para viver eternamente na companhia do Pai amoroso, do Filho Redentor e do Espírito Santificador, com a Virgem Maria, São José, os santos, beatos e mártires redentoristas, que certamente fizeram um coro para o acolher cantando: “Vem servo bom e fiel!”. No dia 29/05/21, sábado, no altar central do Santuário, com transmissão pela Rádio e TV Aparecida, foi rezada missa de corpo presente em Ação de Graças pela vida do Pe. Brandão. Cerca de 60 confrades participaram para agradecer e se despedir do Pe. Brandão. O Santuário estava repleto de fi éis, que também agradeciam e clamavam: “Descanse em paz, Pe. Brandão!” Em seguida, o corpo foi levado ao Cemitério Municipal de Aparecida, onde o confrade aguarda o ditoso dia da Ressurreição. Com Deus para sempre, Pe. José Oscar Brandão, e do céu rogue por nós! 
Dados do Arquivo Provincial
Pe. Alberto Pasquoto, C.Ss.R. 

Em 1957 lá estava ele esperando-me de braços abertos na bucólica casa da Pedrinha e, em meio a tantas dificuldades, que apenas conheci há muito pouco tempo, ele comandou discretamente a equipe de formadores e os alunos que, como me ocorre, eram mais de 90. Em 1962 foi meu diretor em Aparecida-SP, Seminário Santo Afonso, e acompanhou-me na minha despedida. Ficou perene na minha alma e mente o que ele nos dizia todos os dias: 
"Vocês aqui estão para tornarem-se PADRES, MISSIONÁRIOS, REDENTORISTAS, SANTOS!" Ele cumpriu todas as etapas, devemos reconhecer!Sou hoje imensamente grato ao Padre Brandão ad aeternum, pretendo que tenha a proteção divina e juntamente com todos os redentoristas na eternidade, desfrute a felicidade perene da vida eterna. Tenho sempre me manifestado, e com relação ao Padre Brandão, o faço agora de maneira especial: 
UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU!
Antônio Ierardi Neto(Tampinha)
Foi colega de turma de meu pai no Seminário. Eu e dois irmãos fizemos a Primeira Comunhão com ele, na capela do Seminário Santo Afonso no início dos anos 60. Que seu corpo descanse em paz e seu espírito resplandeça na luz perpétua, nos iluminando na caminhada para seguirmos com tolerância, paciência, compassividade e respeito aos muitos diversos dons que o Espírito anima!Hélio Maddalena Jr.
Ah, esse foi um grande missionário, formador, programas de rádio, paróquias. Humano entendeu sua vocação. Fez igual São Paulo, cumpriu e viveu sua fé. Um aprendizado!Vicente de Paula Alves
Às vezes, acrescentava: CORINTHIANOS!!! kkkk Em suas palestras também gostava de falar de sua terra natal, Mogi Mirim, da qual se orgulhava muito. José Carlos Criado
Ficará para sempre na minha memória afetiva porque foi ele quem me recebeu na portaria do Seminário Santo Afonso, de Aparecida, em janeiro de 1963.João Aparecido de Oliveira 

PADRE LIBÁRDI - SAUDADES!!!!

SAUDADES
Eis o que o coração sente
hoje é um dia de amor
um dia bem diferente
de saudades e não de dor.
Mudamos nosso cotidiano

na verdade é alegria
apesar de fazer um ano
parece que faz um dia.
Hoje o dia surgiu sorridente
um brilho no coração
e livre de toda corrente
vivemos com muita emoção.
Começando puxando na memória
assistimos a entrevista de fé
que marcou a história
desde que surgiu o homem de Nazaré.
Nada, nada se acabou
tudo o que aqui fizemos
diz que o sonho não acabou
como irmãos aqui vivemos.
Lembranças, poetas, poesias
letras , músicas, canções
nos trouxeram a utopia
que marcou os corações.
Procissão, cemitério, oração
vida, paciência, doação,
felicidade, vida e união
aqui somos irmãos.
Libardi, saudade a cada momento
é encontro, não tormento
a Eucaristia é aqui pensamento
como velho amigo, nos fazemos instrumento.
Pe. Pereira C.Ss.R

quinta-feira, 27 de maio de 2021

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. CARLOS HOLLÄNDER CSsR

PE. CARLOS HOLLÄNDER CSsR
+27 de MAIO 1951 
Natural de Godramstein (Alemanha) nasceu a 15 de fevereiro de 1903. A 13 de setembro de 1927 fez sua profissão na C.Ss.R. sendo ordenado a 3 de fevereiro de 1929. Veio para o Brasil em 1934, iniciando seu apostolado como coadjutor na Penha. Logo depois foi para Aparecida, como prefeito do Juvenato, voltando em 1937 para a Penha. Em 1942 foi nomeado Superior de Araraquara, até 1946. Passou depois a trabalhar como coadjutor em Aparecida, indo em 1950 para Campinas (GO). Aqui ficou até maio de 1951, quando veio para São Paulo, onde faleceu aos 48 anos de idade. Pe. Carlos foi sempre ótimo confrade, alegre, caridoso, e disposto para qualquer trabalho. De uma atividade quase elétrica, não parava um momento sequer, como se adivinhasse que não iria viver muito. Foi em 1950 quando, em Goiás, começou a emagrecer rapidamente, experimentando uma acentuada fraqueza. Com suspeita de câncer, veio tratar-se no Hospital Santa Catarina, em São Paulo. Os exames confirmaram: câncer na espinha generalizado. Para o enfermo o sacrifício não podia ser maior, vendo sua vida terminar tão cedo. Aceitou, porém, a vontade de Deus com impressionante paciência, edificando as Irmãs e os confrades pela serenidade com que soube enfrentar a última prova. Poucos dias antes de morrer ele revelou, frisando que não estava dormindo, mas bem acordado, quando viu o Pe. Gaspar Stanggassinger que lhe disse: Deus não quer que você se restabeleça, mas que venha logo ficar conosco. Realmente, a 27 de maio de 1951, foi ele “transferido” para a eterna comunidade dos Anjos e dos Santos.
CERESP

Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quarta-feira, 26 de maio de 2021

ELES VIVERAM CONOSCO-PE.ALEXANDRE MONTEIRO CÉSAR MINÉ CSsR

PE.ALEXANDRE MONTEIRO CÉSAR MINÉ CSsR
+26 de MAIO 1981 
Era de Taubaté - SP, onde nasceu a 25 de agosto de 1904. Em 1916 ingressou no Juvenato de Aparecida, professando a 11 de maio de 1923. Nesse mesmo ano foi para a Baviera (Alemanha) onde fez os estudos superiores, ordenando-se, com dispensa de idade, a 29 de julho de 1928. Voltando para o Brasil, permaneceu na Penha, como cooperador; indo, em 1931 para Campininhas - GO onde trabalhou até 1945, como missionário. Passou então a dirigir a Paróquia de Trindade, lecionando também Moral no Seminário Diocesano, até 1955. Foi por esse tempo que começaram a aparecer os primeiros sintomas da doença que, após 26 anos, o iria levar à morte. Com certa dificuldade para movimentar os braços, voz enfraquecida e aparência de cansaço, em 1956 veio para a Comunidade de São João da Boa Vista. Queria trabalhar, prontificando-se a visitar alguma capela rural, ou a ajudar na igreja. Mas, aos poucos, foi se convencendo de que não tinha mais condições. A doença se agravou, com escrúpulos, alucinações, mania de perseguição que não o deixavam dormir. E os exames acabaram revelando que se tratava de “Mal de Parkinson”. Incurável, a enfermidade foi tolhendo ao pobre enfermo os movimentos dos braços, das pernas, e até mesmo da cabeça. Por felicidade teve sempre a seu lado um confrade extremamente dedicado e paciente, o Irmão Estanislau, que o acompanhava sempre, ajudando-o em tudo. Apesar de praticamente imobilizado em seus últimos anos, Pe. Miné se mostrava alegre com os confrades, e não se queixava de nada. E, o que era edificante: Fazia questão de, sempre que possível, participar dos exercícios comuns, embora apoiando- se com dificuldade no seu “anjo da guarda” o irmão enfermeiro. Em julho de 1978 pôde ainda celebrar seus 50 anos de sacerdócio, concelebrando na Basílica de Aparecida com seus colegas de curso: Dom Macedo, padres Daniel Marti e Artur Bonotti. Missionário zeloso, de voz clara e ótima dicção, bom cavaleiro e exímio atirador em seus tempos de Goiás, ele foi para a Província, um modelo de paciência e conformidade. A 26 de maio (1981) na Casa do Potim, entregou tranqüilamente sua vida terrena ao Pai, para receber a recompensa eterna. (Arquivo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

terça-feira, 25 de maio de 2021

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. GERALDO PIRES DE SOUZA CSsR

PE. GERALDO PIRES DE SOUZA CSsR
+25 de MAIO 1969 
Um confrade ao qual nossa Província muito ficou devendo, como missionário, superior, formador, e dono da pena mais fecunda que a província até hoje conheceu. Era de Guaratinguetá, onde nasceu a 22 de maio de 1895. Ingressou no Juvenato (Aparecida) em 1904, professando em 1911. Estudou, depois na Alemanha, e após a sua ordenação em São Paulo (1917) foi designado professor, e mais tarde, Prefeito do Juvenato. Em 1926 iniciou sua vida de missionário, distinguindo-se como exímio pregador de Retiros. No triênio 1947-1950 foi Vice e depois Provincial.P 1 P Deixando o cargo foi ainda Superior de São João da Boa Vista, casa que fundou,P 2 P e depois, mestre do segundo noviciado até 1964. Alegre, às vezes brincalhão, Pe. Pires sabia tratar com os mais simples e ignorantes, devido a sua bondade e compreensão. Mas era fino, delicado e vivo, quando devia tratar com autoridades ou pessoas mais graduadas. Como fundador, e, mais tarde, superior de São João da Boa Vista, soube desde o inicio, ganhar a amizade e simpatia do povo para a nossa obra. Como missionário não era orador de arrebatar multidões; era mais conferencista, falando às inteligências numa linguagem fluente, colorida e atraente. Como pregador de Retiros, principalmente para a juventude, era simples e claro na exposição dos temas, sem nunca abandonar a elegância e delicadeza do seu estilo. Bom observador, sabia colorir suas pregações e conferências com exemplos e comparações originais. Foi sempre um apaixonado pelos livros, e vivia vasculhando bibliotecas, lendo ou escrevendo por toda a parte. É de se admirar que em meio a toda a sua atividade como missionário, Superior e Formador, encontrasse tempo para escrever tanto como escreveu. Além de diversas traduções, mais de 13 obras originais, artigos para a “REB”, inúmeros programas para o rádio, diversos trabalhos para o segundo noviciado, contos e traduções para os Ecos Marianos. Um trabalho imenso que somente um grande zelo redentorista pôde realizar. Em sua ficha pessoal ele anotou: “Honra que reivindico (si tamen licet): com o falecido Pe. Nestor de Souza, escrevi o primeiro número do Almanaque de Nossa Senhora, depois mudado para Ecos Marianos. Isso no ano de 1926, em Cachoeira do Sul”. — Cheios, certamente, e bem aproveitados para as almas foram os 74 anos vividos pelo nosso Pe. Pires. Em 1968 ele ainda estava em São João da Boa Vista como simples auxiliar da Casa. Mas, por motivo de saúde, foi transferido para a casa do Potim. Durante muitos anos ele já vinha sofrendo de uma anormalidade na espinha. Não foi pequeno o seu martírio, embora continuasse trabalhando em seus escritos, ou como mestre do segundo noviciado. Nos últimos meses agravou-se o seu estado, com distúrbios cardíacos e circulatórios. Para tratamento foi internado na Santa Casa de Aparecida. Embora prevendo a morte, não se deixou impressionar: continuou, como sempre, calmo e até de bom humor. Mas a 25 de maio de 1969 sua vida chegou ao fim. Um colapso o deixou inconsciente por algumas horas. Foi quando a morte chegou, para levá-lo sem um gemido sequer. Antes de morrer quis ainda anotar um pedido ao Provincial: “Doar os restos de minha espinha doente a um ortopedista católico, para ele mostrar a seus clientes a anormalidade da espinha enferma.” 
P 1 P - Pe. Pires foi Vice Provincial de 1939 a 1944 e Superior Provincial de 1944 a 1947. Foi o primeiro brasileiro a ocupar esses cargos. (nota do editor) 
P 2 P - Pe. Pires foi também prefeito dos estudantes, em Tietê, por quase dois anos. Embora idoso, ainda soube conviver com nossos jovens. ( nota do editor)
CERESP-Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
Padre Pires era provincial em 1946 quando foi lançada a pedra fundamental da nova basílica, esteve presente e aparece em uma das fotografias que ilustram meu artigo sobre o evento, cheguei a ajudar missa celebrada por ele na basílica velha, eu tinha então 9 anos de idade. Alexandre Dumas
Quando o mundo vivia o flagelo da Segunda Guerra Mundial, o Governo Geral tornou a sede dos Missionários Redentoristas em São Paulo, a primeira província redentorista brasileira. Com esse fato, surgia a figura do primeiro superior provincial brasileiro que teria sobre si a responsabilidade de administrar de forma autônoma a representação de uma congregação religiosa em um país de grandes proporções e em meio a grandes dificuldades. Quem assumiu essa missão foi o padre Geraldo Pires de Souza e é sobre ele que queremos lembrar um pouco mais nesta publicação. Conheça mais sobre esse missionário alegre, bondoso e dono de uma inteligência que sabia dialogar com os simples e cultos logo abaixo da imagem. Quem chega ao Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), encontra um auditório que homenageia o nome do padre Geraldo. É um espaço moderno que serve para os encontros dos missionários da província e de outras unidades em eventos de grande importância. Uma homenagem sutil para perpetuar a história e o papel relevante que esse missionário teve no desenvolvimento da nova província redentorista. A missão recebida pelo padre Geraldo aconteceu naturalmente porque ele já era o vice provincial de São Paulo. Padre Victor Hugo Lapenta ao relembrar o dia em que padre Geraldo comunicou a novidade para os confrades em 28 de outubro de 1944, durante as comemorações dos 50 anos de fundação da vice província, ele destaca que o superior a fez em tons emocionados, demonstrando ali o seu entusiasmo diante do novo desafio. Um gesto simbólico do padre Geraldo foi colocar o telegrama com a notícia da província alemã aos pés da imagem original de Nossa Senhora Aparecida que ainda ficava no altar da Basílica Velha, para que no momento oportuno fosse retirado e lido em frente de todos 
Ontem e hoje na Província Redentorista de São Paulo 
15 de outubro de 1944: nasce a Província Redentorista de São Paulo Províncias Redentoristas do Rio, Bahia e São Paulo unidas até 2022 Sobre si, padre Geraldo tomou a responsabilidade de conduzir os 64 padres, 37 irmãos, 60 clérigos, 20 noviços e 200 seminaristas menores que integravam a província. Um agradecimento foi feito aos missionários alemães que trouxeram consigo o dinamismo missionário herdado de Santo Afonso para essas terras. A história conta ainda mais fatos da vida de Padre Geraldo. Tido como um homem alegre e até brincalhão, ele possuía uma inteligência capaz de fazê-lo falar na linguagem de cultos, mas também do povo simples, sem muita instrução. Assim descrevem as crônicas históricas que preservam de forma muito viva a memória dos Missionários Redentoristas: “Como missionário não era orador de arrebatar multidões; era mais conferencista, falando às inteligências numa linguagem fluente, colorida e atraente. Como pregador de retiros, principalmente para a juventude, era simples e claro na exposição dos temas, sem nunca abandonar a elegância e delicadeza do seu estilo. Bom observador, sabia colorir suas pregações e conferências com exemplos e comparações originais”. 
Capelão na Revolução 
Padre Geraldo esteve nos campos de batalha durante a Revolução Constitucionalista de 1932 atuando como capelão militar. Seu capacete hoje está no Museu Nossa Senhora Aparecida. O missionário também foi um determinado escritor. Deixou muitas publicações escritas, entre elas, uma que ele recorda em suas anotações pessoais como uma grande conquista, a de ter escrito junto com o padre Nestor de Souza, o primeiro número do Almanaque de Nossa Senhora, em 1926. Depois de viver 74 anos, bem aproveitados, ele faleceu em 25 de maio de 1969, em Aparecida. Um gesto final curioso e generoso que ele deixou por escrito ao seu superior: “Doar os restos de minha espinha doente a um ortopedista católico, para ele mostrar a seus clientes a anormalidade da espinha enferma”.

sábado, 22 de maio de 2021

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. ANTÔNIO BIBIANO DE SIQUEIRA CSsR

PE. ANTÔNIO BIBIANO DE SIQUEIRA CSsR
+22 de MAIO 1991 
Era mineiro de Lambari, em Minas Gerais. Nasceu a 9 de outubro de 1910. Entrou para o então "Colégio Santo Afonso" (hoje Hotel Recreio) a 10 de agosto de 1922. "O Mineiro" - foi esse o seu apelido durante todo o tempo de Seminário Menor - era inteligente, vivo, brincalhão, e ... cavador que sempre saía ganhando. Durante os anos de estudo, foi um dos melhores do curso. Iniciou seu Noviciado em Aparecida, continuando-o depois em Pindamonhangaba, cuja casa ainda estava em construo. Professou a 26 de abril de 1930, indo fazer seus estudos superiores na Alemanha (Província Mãe) já que ainda não tínhamos o nosso Seminário Maior. A 5 de maio de 1935 foi ordenado, voltando para o Brasil em janeiro de 1936. Seus timos meses de estudos, ele os fez em Tietê cujo Seminário estava ainda em construo. Em maio de 1936, iniciou a sua vida apostólica. Para começar, foi nomeado professor do nosso Seminário Menor de Aparecida, passando depois a lecionar no nosso Seminário de Pinheiro Marcado, no Rio Grande do Sul. De lá voltou, indo para Campinas de Goiás como Cooperador; e em 1941 fez o seu segundo Noviciado em Aparecida, para iniciar a sua vida que foi sempre missionária. Durante os quase cinqüenta anos seguintes (1941 - 1991) Pe. Siqueira foi sempre o Missionário da ativa. Tinha verdadeiro carisma para tratar com o povo: seu porte, sua voz, seu desembaraço e disposição, tudo o convidava para a atividade das Missões. Daí porque não se tenha dedicado à pregação de Retiros e semelhantes. Trabalhar fechado em casa não era para ele; motivo pelo qual os superiores logo perceberam que ele não era homem para ocupar cargos na Província. Foi Superior apenas duas vezes: em Porto Alegre e em Tietê e, mesmo assim, sempre que possível não dispensava uma saída para alguma missão. Sem dúvida, um dos maiores Missionários que a Província conheceu, após as figuras de um Pe. Pelágio, Pe. Afonso, ou Pe. Conrado. Sem exagero: Se admitirmos uma média de 8 a 10 missões por ano, em quase 50 anos... que o digam os "Livros das Missões" de nossas Casas.P 1 P
Nos últimos anos, não podendo mais trabalhar diretamente nas missões, continuou ocupado com Novenas, Tríduos paroquiais, e principalmente com as famosas Novenas Missionárias. E, durante esses anos já estava usando marca-passo. Em 1988 foi transferido para Aparecida, onde celebrou o Jubileu Áureo de sua Ordenação; e em 1960 ainda celebrou os 60 anos de sua Profissão religiosa. Embora sempre cuidadoso da própria saúde, a princípios de 1981 foi surpreendido por um câncer nos rins. Operação. Tratamentos pareciam acender a esperança do doente. Mas tudo foi inútil. Internado no Hospital Frei Galvão de Guaratinguetá, Pe. Siqueira viu chegar a morte que o levou para a Casa do Pai, na tarde do dia 22 de maio de 1991. Foi sepultado em Aparecida, no dia seguinte. RI.P. (Pe. Isac Lorena) 
P 1 P Pe. Siqueira liderou por muitos anos as equipes missionárias da Província. Era organizado e se dedicava com muito amor às missões, esperando sempre e cobrando dos companheiros o mesmo zelo missionário. Tinha brilhantes dotes oratórios e encantava os auditórios, tanto nos sermões, como nas conferências e até nos avisos ao povo. A voz muito clara e metálica modulava as palavras numa pronúncia interiorana cheia de graça e de vibração. Sabia como ninguém manipular e empolgar as multidões. Concentrações nas praças, procissões e passeatas eram magníficas quando contavam com o toque do "Siqueirão". Outro nome pelo qual era conhecido e do qual gostava muito foi "Dom Camilo". Ganhou-o pela semelhança com a figura do ator que nas comédias cinematográficas desempenhava o papel do cura italiano que vivia às turras com o Pepone, o prefeito comunista da aldeia. (Vejam a seguir!)(nota do editor)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

PADRE SIQUEIRA, O “DOM CAMILO”!

PADRE SIQUEIRA
Neste 22 de maio, rememoramos o dia final neste mundo do PADRE SIQUEIRAo redentorista que teve o apelido de DOM CAMILO, por ter a mesma aparência do ator FERNANDEL que viveu nas telas do cinema o papel do solerte pároco em constante pugna com o Prefeito Sr.Peppone da Aldeia de Reggio, na Itália.
Ao repassar os artigos publicados no Site Zenit, surgiu-me a história, relatada pela articulista Elizabeth Lev, sobre o livro de contos de Giovannino Guareschi que nos traz as peripécias dos dois rivais, um, católico e outro, comunista em uma região onde todos participavam de tudo... Lembrei-me ainda que esse livro era "deglutido" no silêncio das refeições que fazíamos no seminário.... Aproveitem e relembrem...

SUPERANDO AS DIFERENÇAS
O mundo de Don Camillo, de Giovannino Guareschi
ROMA, quinta-feira, 6 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O poeta romano Horácio registrou em sua lírica o tempo mágico do “otium”, um período de pacífica ociosidade e descanso que permite o fortalecimento espiritual para o dia-a-dia. Pretendo usar este tempo de tranquilidade para a leitura, e, nestas férias de verão europeu, eu felizmente abri o primeiro livro que despertou minha paixão pela Itália.Por Elizabeth Lev
ATOR FERNANDEL
“Don Camillo e o seu pequeno mundo”, escrito pelo italiano Giovannino Guareschi, oferece uma refrescante perspectiva da política, religião e amizade em uma idade em que estes três campos parecem irreconciliáveis. As histórias de Guareschi, escritas quando as paixões eram fortes e as barreiras eram mais altas do que hoje, refletem a forma como o direito somado à esperança, à humanidade e ao humor pode vencer qualquer ideologia.
Guareschi nasceu na região italiana da Emilia Romagna, no início do século XX. Sua vida atravessou as duas Guerras Mundiais, assim como a ascensão do comunismo e do fascismo. Foi um provocador. Suas críticas ao governo Mussolini lhe renderam o ingresso forçado no exército italiano e três anos em uma prisão polonesa.
Retornou ao norte da Itália justamente no ápice dos embates entre os comunistas e os democrata-cristãos pelo controle da Itália. As tensões eram fortes entre as duas partes, os democrata-cristãos afirmando que os filhos dos comunistas tinha sido apropriados pelo Estado, enquanto os extremistas da esquerda atacavam os sacerdotes e proprietários de terra, seus maiores inimigos de classe.
Nesse clima volátil, Guareschi lançou suas sátiras tanto ao primeiro grupo quanto ao segundo, expondo os pontos fracos de ambos lados. Com isso, ajudou a diminuir as tensões entre as violentas oposições. As obras de Guareschi foram vitais para a derrota do Partido Comunista na histórica eleição de 1948. Essas histórias se tornaram extremamente populares e beneficiaram ensinamentos como os do Papa João XXIII, cujo tom pastoral refletia uma presença paternal amorosa em um mundo repleto de ódio.
As mais famosas histórias de Guareschi foram as de Don Camillo, um pároco na pequena aldeia de Reggio, em Emilia Romagna, e seu rival Peppone, o prefeito comunista da cidade. Este contraste é o ambiente de confrontos políticos e calorosos momentos de cumplicidade guiados pelo Cristo crucificado que do altar serve de moderador de consciência para Don Camillo e o tolo Peppone.
DOM CAMILO E O PREFEITO PEPPONE
Don Camillo e Peppone formam a profunda fronteira do movimento da resistência italiana durante a Segunda Guerra. Peppone representa os "partigiani", enquanto Don Camillo encarna o capelão. O ódio pós-guerra contra os fascistas (Mussolini foi de Emilia Romagna) empurraram a região para um triângulo comunista entre Parma, Bolonha e Ferrara. Don Camillo e Peppone chocam-se constantemente, em confrontos que às vezes escapam do verbal para o físico. Mas apesar das suas diferenças, quando confrontados com questões fundamentais como a vida e a morte, o verdadeiro e o falso, eles acabam ficando do mesmo lado.
Giovannino Guareschi
Don Camillo é frequentemente tentado pelo orgulho de permitir que a política possa ultrapassar o seu dever com as almas, mas, felizmente, Cristo está sempre lá para chamá-lo de volta ao caminho certo. Em um memorável episódio, Don Camillo tenta justificar o seu comportamento pecaminoso, usando uma inteligente retórica familiar com muitos políticos. Cristo o repreende dizendo: "Estas são as sutilezas dos sofistas... sem você perceber o diabo ganhou vida em ti e mistura suas palavras com as dele". Um breve período de jejum restaura a saúde espiritual de Don Camillo.
Minha história favorita está próxima do final do livro. No Natal que se aproxima, os comunistas estão-se tornando mais intolerantes com Don Camillo, que acaba de escapar de um atentado a bala. A frágil fronteira respeitosa entre ambos lados parece estar prestes a ruir. Na véspera de Natal, um oprimido Peppone, sem saber para onde se dirigir, acaba por se encaminhar à casa de Don Camillo. Os dois homens sentam-se em lados opostos da mesa, as fortes mãos ocupadas ternamente com as figuras do presépio. Esta simples mas eficaz atividade lentamente cura as feridas entre os dois homens e pacifica os caminhos na pequena aldeia do rio Pó, trazendo esperança a todos aqueles que seguem o Príncipe da Paz.

Bons tempos das leituras de Dom Camilo às turras com o prefeito comunista Peppone... Olavo Caramori Borges
No silêncio das nossas refeições no Santo Afonso, acompanhávamos as histórias de GIOVANNINO GUARESCHI e as peripécias de Dom Camilo e o político Peppone....Atente que essas histórias mostram o debate entre Igreja e Comunistas....hoje eles estão de braços dados!!!! Ierárdi
Aquelas leituras era boas, eu gostava. Uma vez eu fui escalado para a leitura, mas o melhor é que a gente comia depois e sempre sobrava um pouco daquela cerveja que o padre tomava na refeição dele, Quando foi a minha vez de leitor, eu mudava palavras do texto para que o pessoal risse. Eu trocava "jubiloso" por "furiosos" que dava um sentido diferente na história e o pessoal ria muito,. Então eu ia mudando até que o Padre que presidia a refeição tocava o sininho e falava "É melhor você parar com essa leitura, toda errada" Eu descia do púlpito e esperava até que o almoço terminasse para eu almoçar. lembranças boas.Abner