sábado, 29 de maio de 2021

“O MEU PRÉ - SEMINÁRIO DA PEDRINHA” (MINHAS MEMÓRIAS)

Pe. José Oscar Brandão C.Ss.R. 
1. Era uma vez 
Como tudo no mundo, o Pré-Seminário da Pedrinha teve um começo. Ele viveu 12 anos e tem diversas histórias para contar. Sua caminhada foi feita com a vida de muitos sacerdotes, professores, alunos, funcionários e ex-alunos redentoristas. Eu vou contar algumas das minhas memórias. Quem conta muito bem o começo do meu Pré-Seminário é o Pe. Maurílio Fernandes de Castro, falecido em 1995, com 75 anos. - Lembra-se dele? Conhecido como “Padre Fernandes”, com sua letra inconfundível e caligrafia impecável, ele tem estas primeiras palavras históricas sobre o nascimento do Pré-Seminário: “ Ano por ano vai crescendo o nosso Juvenato de Aparecida, como prova evidente de que o Senhor quer enviar operários à sua messe. O novo prédio de Aparecida, construido para abrigar 250 seminaristas, já não comporta mais o número, que atinge atualmente: 277. Tinha que haver uma válvula para solucionar o problema da falta de espaço. Este motivo e mais outro ainda da dificuldade de ter em uma casa sob o mesmo horário juvenistas de 20 anos e crianças de 9 ou 10 anos, levou o Padre Diretor do Juvenato, Pe. José Ribolla, a tentar num último esforço arranjar um Pré-Juvenato. Não tendo outro lugar indicado, foi escolhido a casa da Pedrinha, ao pé da Mantiqueira. Esta resolução chegou ao termo final no dia 1º de fevereiro de 1954. Para dirigir o novo Juvenato foi escolhido o Pe. Guilherme Sônego, que já exercia por três anos o cargo de Prefeito do Juvenato de Aparecida. Para auxiliá-lo foram mandados os Padres Antônio Borges de Souza e Maurílo Fernandes de Castro...” O primeiro Diretor foi o Pe. Guilherme Sônego. Era da minha turma de 16 padres, ordenados em fins de 1949 ou na metade do Ano Santo. Morreu em 1969, depois de ter sido Diretor nos Seminários de Aparecida (SP), de Passo Fundo (RS) e de Goiânia (GO). O segundo Diretor do Pré-Seminário da Pedrinha fui eu. Ali eu vivi com meus confrades auxiliares e com os seminaristas, até 1961, quando fui transferido para Aparecida e como Diretor do Seminário de Santo Afonso. Em junho de 1955, houve uma grande reviravolta na Província de São Paulo, entre os redentoristas. O Provincial foi nomeado bispo (Dom Antônio de Macedo), o Diretor do Seminário de Santo Afonso (Pe. José Ribolla) foi escolhido como Provincial, e o Pe. Guilherme Sônego, que era o Diretor da Pedrinha, veio como Diretor do Seminário de Santo Afonso, em Aparecida,. Naqueles tempos, tudo ficava em segredo, nada transpirava, e as nomeações eram assinadas pelo Padre Geral dos redentoristas, em Roma. Na Pedrinha, estupefatos e curiosos, uns choravam a perda do Pe. Sônego, enquanto outros perguntavam quem seria o sucessor dele... Fui eu. Fui “recambiado” pelo Provincial, Pe. Ribolla, pois na ocasião estava “exilado” em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, inocentemente. Cheguei à Pedrinha no dia 28 de julho de 1955. Até hoje, eu me lembro. Tinha apenas 5 anos de padre e 29 anos de idade. Não tive preparação nenhuma para ser professor, ou educador, ou Diretor... Era um sacerdote novo, jovem, não muito corajoso, mas muito obediente, e capaz de tudo enfrentar quando mandado pelos meus Superiores. Com alegria, com humildade, eu me deixei levar pela intuição, pela pouca experiência que possuía até então, e me deixei levar sobretudo pelo Espírito Santo de Deus que nós chamávamos de “Santa Obediência”. Era a marca da Espiritualidade Redentorista da nossa geração: “A obediência faz milagres”. - Você acredita?
SEGUE AMANHÃ

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