quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CRISTO ESTÁ SEMPRE CHEGANDO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista 

As últimas semanas de todos os anos trazem-nos de volta o Advento, palavra antiga que significa “chegada”. A festa do Natal, com sua magia divina, ocupa toda a nossa atenção. Não podemos, porém, perder a oportunidade de viver mais intensamente um aspecto fundamental de nossa vida. Somos seres do desejo, sempre em falta, sempre esperando algo que nos venha completar e satisfazer de todo. Estamos sempre a espera de uma vida definitiva, e enquanto ela não chega esperamos sempre uma renovação nesta vida do dia a dia. Sabemos que esse nosso desejo fundamental, essa nossa espera perpétua só podem ter resposta em Cristo. Vivamos, então, intensamente o Advento, agucemos nosso desejo de Deus, nossa fome e sede do pão, da luz, da água, do vinho novo que só Jesus nos pode dar. Bom Natal para nós.

ELES NOS PRECEDERAM - PE. BENEDITO JOÃO DIAS CSsR

PE. BENEDITO JOÃO DIAS CSsR 
+29 de NOVEMBRO 1946 
Era de Campinas (GO) onde nasceu a 17 outubro de 1915. Veio para o Juvenato de Aparecida em janeiro de 1927, professando em 1934, indo, depois, iniciar seus estudos superiores na Argentina. Em janeiro de 1937 regressou, continuando a estudar no recém-inaugurado Seminário Maior de Tietê. Era 1938 (18 de dezembro), foi ordenado sacerdote, e nomeado professor do Juvenato em Aparecida. Inteligente, alegre e espirituoso, Pe. Dias foi sempre um ótimo confrade. Teria sido um grande missionário, com a simplicidade e espírito de fé que o caracterizavam. Sabia ler e estudar, com um faro bastante aguçado para escolher seus livros. Dotes literários não lhe faltavam: fantasia desenvolvida, linguagem fluente e até elegante. Mas foram outros os planos de Deus a seu respeito. Sempre muito magro, já nos primeiros anos, como professor no Juvenato, contraiu a tuberculose; e, quando ele o notou, seu estado já não era dos melhores. Foi, por isso, internado em Campos do Jordão, para um tratamento sério. Mas a enfermidade já havia avançado demais. Passou alguns anos no sanatório mas não resistiu, falecendo aos 31 anos, no dia 29 de novembro de 1946. Embora abatido, vendo sua vida chegar ao fim tão cedo, Pe. Dias soube aceitar com resignação a vontade de Deus. Meses antes da sua morte, agradecendo aos confrades os parabéns e orações pelo seu onomástico, ele escreveu: “Meus caros, a mão do Senhor me tocou. Sonhei com um túmulo glorioso, em pleno campo de batalha pelo Reino de Deus. Agora só peço a Deus que suscite em vocês todos aquele espírito que animou nosso Pai Santo Afonso... no trabalho e na salvação das almas. Só me resta dizer-lhes o que outrora dizia Jerônimo ao Bispo Agostinho: ... basta-me um cantinho no deserto, para terminar os meus dias, e fazer penitência dos meus pecados. Firmes, pois meus amigos, na melhor parte que vocês escolheram, sem olhar para o século e seus falsos profetas!”
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

terça-feira, 28 de novembro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. LUCAS (BERNARDO ARNOLD) CSsR

IR. LUCAS (BERNARDO ARNOLD) CSsR
+28 de NOVEMBRO 1953 
A portaria do Convento de Aparecida o conheceu durante quase 30 anos. Era de Ittenhausen (Alemanha) nascido a 13 de agosto de 1871. Professou na C.Ss.R. em 1895, vindo para o Brasil em 1902. Foi logo designado cozinheiro em Aparecida, e desempenhando o mesmo ofício, esteve depois em Goiás, até 1912, ano em que veio para a Penha, como porteiro. Em 1926 foi para a portaria de Aparecida, onde trabalhou até a sua morte. Um “fora de série” — esse foi o nosso Irmão Lucas. Com invejável equilíbrio, era um homem sempre alegre, e profundamente recolhido. Em todo o seu modo de falar e agir, via-se o justo que vivia intensamente ex fide. Impressionava a todos pelo seu recolhimento e piedade, mormente quando na capela, onde costumava passar seus momentos livres. De uma simplicidade infantil, era a caridade em pessoa, não só para com os confrades, mas principalmente para os pobres que sempre o importunavam na portaria. Para todos, além de alguma esmola, tinha sempre uma palavra de consolo, de alegria e de animação. Nunca estava ocioso, porque não esperava que o trabalho se apresentasse; era ele quem o procurava onde pudesse estar. A alegria, a paz interior que sempre o distinguiram, já aparecem numa carta que escreveu em 1909, ao Provincial da Alemanha. Entre outras coisas ele diz nessa carta: “Onze anos atrás meu cavalo disparou morro abaixo com a carroça cheia; o eixo quebrou, e a carroça passou por cima de mim. Mas Deus seja louvado, tanto no sofrimento como na alegria. Deus seja mil vezes bendito pela ótima saúde que me deu, pois não sinto absolutamente nada com a mudança de clima. Até agora não me arrependi de ter atendido ao chamado de Deus, para vir trabalhar aqui no Brasil; pelo contrário, nem sei como agradecer”. E ele soube muito bem agradecer com sua vida de oração e trabalho, durante os cinqüenta anos que viveu entre nós. No fim da vida, percebendo que já não podia mais trabalhar como antes, aceitou a última doença com a mesma paz e tranqüilidade com que se sempre viveu. Quando a 28 de novembro de 1953 a irmã morte apresentou para levá-lo à presença do Pai, ele a recebeu com a segurança do servo bom e fiel, certo da recompensa final.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sábado, 25 de novembro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - REGINALDO SILVA – ANTIGO SEMINARISTA REDENTORISTA

REGINALDO SILVA ANTIGO SEMINARISTA REDENTORISTA
+ 25 Novembro 1962
No dia 25/11/62 tivemos uma grande tristeza! Morreu o seminarista aparecidense Reginaldo Silva, filho de Luís Oliveira Silva e Maria Mercedes Silva. Durante a semana santa ele tivera um ataque convulsivo. Foi mandado para a sua casa para tratamento. Após algum tempo, Dr. Sigaud deu um atestado declarando que podia voltar aos estudos. Segundo o doutor, era problema de vermes. Reginaldo era alegrinho, bom cantor, bom jogador de futebol, bem comportado. Em setembro de 62 seus pais foram avisados que ele não podia continuar no seminário em 63 por causa da sua dificuldade nos estudos, apesar de boas qualidades. Não foi logo para casa para não perder o ano. Ele mesmo foi preparado por mim para enfrentar essa dura realidade. Chorou muito. À noite de 24/11, após um filme no refeitório, sofreu outra convulsão. Socorrido, ele se recuperou. Foi dormir. Mas, já na cama, um colega notou que ele não estava bom. Chamou o Diretor, Pe. Negri, Pe. Vieira e o Pe. Zulian. Imediatamente eu e o Pe. Furlani pegamos a condução, que estava na Pedrinha para levar no dia seguinte o Pe. Vieira para Aparecida, e fomos atrás do doutor e dos pais do Reginaldo. Estava chovendo muito. Tivemos que parar um bom tempo na passagem de um córrego transbordante logo após o Fazendão. Rezamos um terço. A chuva parou. Arriscamos atravessar e conseguimos. Acordamos primeiro o doutor em Guaratinguetá. Depois fomos ao Bairro de Santa Teresinha, em Aparecida, buscar o Sr. Luís Oliveira. Nesse meio tempo, Reginaldo piorou. Pe. Furlani deu ao menino a unção dos enfermos. Pe. Francisco Vieira ficou ajudando, junto com alguns seminaristas. Ele faleceu serenamente às 0:10 do dia 25/11/62, disse-nos o Pe. Zulian. Ao chegar, ali pela uma hora o médico, constatou que havia morrido de edema pulmonar.
Veja a crônica escrita pelo juvenista Antônio Benedito Martins, colega de curso do falecido: “Georgino Ribeiro (Zoza) nosso cozinheiro, Pe. Vieira e outros amigos da Pedrinha ajudaram a preparar o corpo. Às 5 horas da manhã o corpo de Reginaldo já estava na capela do SRSA. O velório se estendeu até as 16 horas. Durante todo o dia muitos amigos da família desfilaram diante do caixão rezando e trazendo as condolências. Pe. José Oscar Brandão, Pe. José Rodrigues de Souza, os prefeitos e professores do SRSA prestaram total solidariedade. José Borges Ribeiro e outros amigos de Aparecida ajudaram demais, nos preparativos do funeral e dos papéis necessários.
Às 16 horas houve Missa de Corpo Presente (em latim) celebrada pelo Pe. Silvério Negri e assistida pelos padres, irmãos coadjutores e muitos parentes e amigos da família enlutada. Carregamos o féretro em procissão com todos os seminaristas do Pré e do SRSA.
Os pais do Reginaldo, no dia do enterro, mostraram muita conformidade, embora com muita dor. Entretanto, alguns dias depois, apareceram algumas críticas sobre o diagnóstico do Dr. Sigaud e sobre o modo como ele cuidou do caso, justamente por seu um médico muito respeitado em Guaratinguetá e em Aparecida.

PADRE SILVÉRIO NEGRI CSsR+
Além de muito inteligente jogava muita bola. Infelizmente faleceu numa noite de grande tempestade, riacho transbordou e não conseguiu chegar à Santa Casa. Sebastian Baldi
Foi meu colega em Pedrinha e se minha memória ainda me ajuda , seu óbito deu-se em 1962, ano em chegamos em Aparecida . Permaneceu conosco pouco tempo , mas ficou em nossas lembranças . Que esteja em paz.  Vágner Gaspar


ELES VIVERAM CONOSCO - PE. JUVENAL MARTINS RATTO CSsR

PE. JUVENAL MARTINS RATTO CSsR 
+ 25 de NOVEMBRO 1982 
Era paulista de Mogí das Cruzes, onde nasceu a 13 de novembro de 1911. Aos doze anos ingressou no Seminário Santo Afonso, de Aparecida- SP. Em 1931 fez o seu noviciado em Pindamonhangaba, onde professou a 26 de abril do ano seguinte. Os estudos de Filosofia e Teologia ele os fez em Villa Allende (Argentina, sendo ordenado em Tietê a 24 de janeiro de 1937. Até 1941 trabalhou em Goiânia e Aparecida, como cooperador. Dedicou- se depois à vida missionária nos Estados de São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul, tendo pregado perto de 100 missões. Durante vários anos exerceu, com muita dedicação, o cargo de Procurador Provincial. De ótima saúde, Pe. Martins foi sempre um Redentorista de grande atividade. Como Procurador, atento e minucioso, nada esquecia, preocupado em tudo prever para o bem da Província. Como missionário não se poupava, e soube aproveitar bem de sua saúde e da força de sua voz nas pregações. Ótimo confrade, sempre alegre e disposto, tanto para o trabalho, como para as festas, passeios e recreações. Nos seus últimos anos pouco pôde trabalhar, devido à sua saúde que começou a cair quase de repente. Mesmo assim não descuidava suas notas e apontamentos. Basta lembrar que na sua ficha pessoal, do Arquivo Provincial, acrescentou ao formulário já de quatro páginas, outras quatro, anotando pormenores dos seus trabalhos de missionário e procurador.(*) Membro da comunidade de Sacramento-MG em 1982, embora não fosse homem de se preocupar muito com sua saúde, acabou convencendo-se da necessidade de um tratamento em São Paulo. Tudo foi feito para impedir que uma grave infecção continuasse a lhe minar as forças. Mas já era tarde. E no dia 25 de novembro ele faleceu repentinamente em nossa casa do Jardim Paulistano, em São Paulo. Estreou como primeiro redentorista sepultado no jazigo da Província, no Cemitério Getsêmani, em São Paulo. (Arquivo Provincial) 
(*)Pe. Juvenal Martins, por alguns anos dirigiu a Ed. Santuário e administrou o Hotel Recreio em Aparecida. (nota do editor)
CERESP

Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - ANTÔNIO BICARATO, OBLATO REDENTORISTA E ANTIGO SEMINARISTA

ANTÔNIO BICARATO, OBLATO REDENTORISTA 
E ANTIGO SEMINARISTA
+24 DE NOVEMBRO 2014
Morreu em 24/11/14, o Oblato Redentorista Antônio Bicarato, aos 74 anos. Seu Toninho, como era conhecido, trabalhava desde 2011 na sede da CNBB, em Brasília, inicialmente como auxiliar de administração e, em seguida, como revisor de textos. Em nota de pesar, o secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, destacou que "Toninho, oblato redentorista, dedicou sua vida e seus dons com generosa fidelidade à Igreja, na oração diária da Liturgia das Horas e do Rosário de Nossa Senhora, na dedicação aos mais pobres, na educação da família e na pronta disponibilidade para servir. Na CNBB, passaram por suas mãos boletins de notícias, documentos, comunicados e tantas importantes publicações que animaram e colaboraram com a ação evangelizadora da Igreja no Brasil". Toninho estava em tratamento contra um câncer no pâncreas, descoberto em outubro passado. O sepultamento ocorreu em São José dos Campos (SP). Viúvo, deixou cinco filhos e duas netas. Na Província de São Paulo, entre diversas colaborações, trabalhou na Editora Santuário.
29/01/2013
Chove a noite toda. “Acho que começou a estação das águas”, pensou. Até seria bom chover assim. Uma chuva mansa e criadeira. Chuva-mãe. Chuva-prenhe. É dessa chuva que nascem as flores e os pensamentos bons. É como se Deus lançasse um véu sobre a terra. Véu tipo véu mosquiteiro de berço. Véu que protege. Vou caminhando pelas ruas lavadas e as árvores como que agradecendo fazem tapetes amarelos, rosas, roxos, brancos…
Ah! como é preciso agradecer! Pelos tons da minha vida, pela rotina encantadora de Deus renascendo em mim e na natureza.”
O artigo acima é inspiração do nosso estimado Bicarato que nos deixou e foi viver na eternidade ao lado de sua sempre querida Benê!
Vejam a bela série de seus artigos, frutos de grande sensibilidade de alma pura!
Fique com Deus para sempre caro amigo e colega e receba nossas plenas orações para esse caminho que passou a trilhar!
DESCANSE EM PAZ! Antônio Ierárdi Neto
Uma das pessoas mais queridas que tinha no seminário. Ele me ensinou a desenhar e uso até hoje os seus ensinamentos e passo para frente. Ele plantou e deu frutos. Estou muito triste, minhas lágrimas tem um grande motivo. Perdemos um grande amigo, sem fanatismo, sem preconceito, e o ex que não deveria ser ex nunca. Mas na vontade de Deus, ninguém interfere. Ele está com sua esposa querida a Bene, ambos nos braços de Deus.Abner 
Fiquei sabendo as dezesseis horas e fui até o cemitério participei da missa de corpo presente celebrada pelo Pe Rogério das Neves (amigo particular do Bicarato) e concelebrada pelo Pe Ferdinando juntamente com o Diácono chanceler da Cúria Gerardo Paschoale. È mais um amigo que vai pra junto de Deus receber seu premio pois cumpriu sua missão com muito amor.José Hélio Reis 
Que pena pela perda da companhia dele; mas que bom, pois completou sua caminhada, e dignamente. Adeus.Antônio Cláudio Ferreira



Uma vez Redentorista sempre Redentorista, por ocasião de minha meu exame na filosofia o tema da redação foi: "Floresça onde Deus te colocou mesmo que seja sobre uma rocha". Muitos passaram pelo seminário mas quis Deus que florescessem em outros jardins. Abraços a todos. José Hélio dos Reis 
 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - VENERÁVEL PE. PELÁGIO SAUTER CSsR

VENERÁVEL PE. PELÁGIO SAUTER CSsR
+23 de NOVEMBRO 1961 
“Canonizado” pelo povo goiano como o “apostolo de Goiás”, Pe. Pelágio nasceu na Alemanha a 9 de setembro de 1878. Tinha 15 irmãos, dos quais um, de nome Gaspar, também se fez redentorista. Professou em 1902, sendo ordenado em 1907; e em 1909 chegou ao Brasil. Sua vida foi então, quase toda em Goiás, onde trabalhou como missionário, vigário, distinguindo-se sempre por uma extraordinária dedicação aos pobres e doentes. Sua simplicidade no trato com todos, sua piedade sincera, aliada a uma grande caridade para com os necessitados, foram a causa da veneração com que era procurado e acolhido em toda parte, nos 49 anos que trabalhou em terras goianas. Como missionário foi realmente incansável, tendo percorrido quase todo o Estado de Goiás, sempre no lombo...da sua condução. Como Vigário de Trindade, deu grande impulso ao movimento religioso do Santuário; mas se ele se tornou tão popular e querido por todos, foi devido à dedicação com que atendia os mais pobres e sofredores. De grandes distâncias vinham os caboclos a procura de uma palavra sua, sempre acompanhada de uma benção que ninguém dispensava, como forte e até miraculosa. Na comunidade ele era o confrade que todos estimavam, principalmente quanto a idade já avançada o prendia mais em casa. Alegre e disposto, sabia animar os recreios ou uma prosa com velhas histórias, marcadas de saudade, das suas andanças pelo sertão goiano. Nos seus últimos cinco anos, seu apostolado foi sempre com os doentes que o solicitavam, atribuindo à sua bênção curas extraordinárias. Indo, certo dia, visitar um pobre, apanhou muita chuva pelo caminho, sobrevindo-lhe depois um resfriado muito forte. Com as forças já combalidas, esse foi apenas o início de outras complicações que o levariam à Santa Casa de Goiânia. Após uma semana de sofrimento, sempre rezando e assistido .pelos confrades, faleceu a 23 de novembro de 1961, levando para eternidade mais de 50 anos vividos para a gloria de Deus e bem das almas. Por ocasião da sua morte, houve em todo o Estado, luto oficial de três dias, e ponto facultativo em Goiana, no dia do seu enterro. Este foi acompanhado por umas trinta mil pessoas, todos querendo tocar seu corpo com objetos de devoção ou com flores. Com muito jeito, alguém chegou a lhe cortar um pedaço da batina — como preciosa relíquia.
NOTA:Desde 1997 está introduzido em Goiânia seu processo canônico de beatificação, cujo vice-postulador da causa é nosso estimado Padre Clóvis de Jesus Bovo, missionário redentorista, que mantém um portal diário em honra deste servo de Deus. No dia 7 do mês de novembro de 2014, o Papa Francisco reconhece pela Santa Sé o processo desde então deste Servo de Deus que passa ser VENERÁVEL. Parabéns, Padre Clóvis pela sua incansável luta. Em breve tempo veremos beato nosso venerável Pe.Pelágio e, principalmente Goiás que o consagrou seu APÓSTOLO, o terá logo logo em seus altares como SANTO!(Ierárdi)
Dia 7 de novembro de 2014 o Papa Francisco, assinou o decreto proclamando as virtudes heroicas do servo de Deus, Padre Pelágio Sauter, recebendo o título de Venerável. Este título é o resultado da fase mais importante, mais trabalhosa e mais exigente de uma causa de canonização. É como o alicerce de uma construção. Em cima dele vão se erguendo os outros andares: beato, santo, intercessor, modelo de virtudes, glorificado na terra e no céu. O milagre exigido pela Igreja é apenas para confirmar o que foi dito sobre suas virtudes. Esse título abre caminho para se continuar as pesquisas sobre sua vida. Qualquer profissão ou carreira neste mundo exige uma porção de etapas ou degraus da escada que leva até a formatura! Coisa semelhante acontece quando se quer canonizar alguém. Cabe-nos agora conhecer melhor este modelo de santidade que a Igreja nos propõe para ser imitado. Ao invocá-lo ou ao falar dele, acrescentemos sempre seu novo título de Venerável.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - Pe. Orlando Gambi CSsR

Pe. Orlando Gambi CSsR
22 de novembro de 2005
Pe. Orlando nasceu em Machado, MG, no dia 17 de maio de 1925, filho de Celso Gambi e Assunta Bartolomeu Gambi. 
Admitido ao Seminário Santo Afonso em 1937, aí concluiu o curso em dezembro de 1944. Durante o ano de 1945, fez o Noviciado em Pindamonhangaba, onde fez a Profissão Religiosa na CSSR, a 02.02.1946. Foi Ordenado Sacerdote, na Igreja Matriz de Tietê SP, a 27.12.1950, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba SP. 
Celebrou sua Primeira Missa Solene, em Machado MG, a 07.01.1951. Deixou o Seminário Maior, em janeiro de 1952,
Iniciou seu ministério no Santuário de N. Sra. Aparecida. Depois de dois anos lecionando no Seminário Sto. Afonso, no primeiro semestre de 1957 fez, em São João da Boa Vista, o IIº Noviciado, preparando-se para as Missões Populares. Depois de sete anos, de 1963 a 1965, dedicou-se a uma pastoral de vanguarda entre o operariado nas fábricas de S. Paulo. Em Roma e Lovaina fez um curso de Sociologia Pastoral.
Voltando ao Brasil, em 1967, iniciou seus trabalhos na Rádio Aparecida, cuja direção geral assumiu de 1970 a 1981. Sua atuação foi marcante na história da emissora: terminou a construção da nova sede, promoveu grande renovação técnica, conseguiu novas freqüências e aumentos de potência. De 1982 a 1987 dirigiu a Comunidade Redentorista e a Paróquia de N. Sra. do Perpétuo Socorro, em S. Paulo, SP. Desde então residiu em Aparecida, SP.
Poeta e músico, autor de muitas composições. Pregador, radialista e escritor de atividade incansável. Deixou muitas obras publicadas e sempre colaborou com revistas e jornais. Muitos de seus textos poéticos foram divulgados em CDs e na Internet, que lhe abriu um novo campo em seus últimos anos.
De personalidade rica, emotiva e entusiasta, conquistou inúmeros e fiéis amigos e admiradores. Na vida comunitária foi sempre uma presença marcante.
Sua saúde, nem sempre muito firme, debilitou-se nos últimos dois anos. Depois de longo calvário em consultórios e hospitais, encerrou sua peregrinação às 7,30h de 22 de novembro de 2005, aos oitenta anos de vida. Viva na Paz do seu Senhor.
OBRAS DO PE. ORLANDO GAMBI
Editora Salesiana:
De coração aberto 
Oração na simplicidade
Shalon:
Conversando sem segredos
Editora Santuário:
Como eu dizia, Senhor 
Criança 
Fique de bem com a vida 
Gosto que me falem amor 
Meu Natal para quem amo 
O Natal que te quero 
Paz e bem 
Porque somos amigos 
Quero dizer a Deus que... 
Um viva ao amor 
Ver a vida com amor 
Vida de Monsenhor Filippo 
Vida de Santa Teresinha 
Vida do Padre Luis Guanella
Vida do Pe. Gaspar Stanggassinger

TRADUÇÕES
Editora Santuário:
Do alemão:

José, escolhido de Deus
Maria, mãe querida

Do italiano:

A caminho com Jesus
Eles vivem na paz 
Via sacra dos idosos

Padre Gambi foi meu professor, a última vez que eu o vi foi em uma missa por ele celebrada numa comemoração de minha família. Na hora da saudação, ele sugeriu que trocássemos as palavras tradicionais por "Irmão, eu te amo", aproveitei o ensejo e dirigi-me ao meu irmão, ao meu lado, proferi as palavras e, nesse dia, reatamos relações um tanto estremecidas em nosso relacionamento.Alexandre Dumas Pasin

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. JOSÉ (USCHOLD) CSsR

IR. JOSÉ (USCHOLD) CSsR 
+20 de NOVEMBRO 1975 
Bávaro, nascido a 6 de maio de 1894. Ingressou na C.Ss.R. em 1912, professando em 1919. Trabalhou na Alemanha até 1931, ano em que veio para o Brasil. — Embora bom cozinheiro, Irmão José trabalhou em quase todas as Casas da Província de São Paulo e de Porto Alegre como marceneiro. A seu respeito escreveu o Provincial da Alemanha ao nosso Vice- Provincial: “Igual a ele dificilmente o Sr. poderá encontrar um outro. Firme na vocação, cuidadoso, econômico, prático, e trabalha por três; cedendo-o nós perdemos muito”. A Província de São Paulo lucrou muito. Incansável no trabalho, Irmão José sabia usar e aproveitar tudo, desde madeiras até ao último prego ou parafuso. Piedoso sem alarde; inteligente e observador, sabia caracterizar fatos ou pessoas com duas palavras, ou com alguma comparação original. Não era homem de falar muito; preferia ouvir e observar. Avaro do seu tempo, estava sempre ocupado. Na fundação do Seminário em Tietê, sem ajudante, fez todos os armários, estantes, carteiras, mesas, guarda-roupas, prateleiras para a biblioteca, enfim, tudo o que era do seu ofício. Em São João da Boa Vista deixou também a marca do seu trabalho, tomando para si o mais pesado, e deixando para o Irmão Simão já idoso, o mais leve e fácil na execução do forro da igreja. Nas suas observações, feitas em um Português todo seu, aparecia bem o marceneiro de plaina afiada, pronta para desempenar. Algumas foram destacadas: “Este de padres antigos, este de breviário debaixo do braço; este de padres modernos, este de máquina de retrato. — Este de padres antigos, este de muita meditação, este de padres modernos, este de muita televisão”. — Nos dias de festa em Pinheiro Marcado: ”Este de dia de três arroz: arroz de sopa, este de arroz de arroz, e este de arroz de doce”. — Na conferência aos irmãos, o padre encarregado lia um trecho em francês (!) e o traduzia para seus ouvintes. — Irmão José lhe disse: “Este de conferência este de grandes porq’ria; este de livro francês este de muito ofende alemão...” idoso, e com a saúde já abalada, está ele em Goiânia, ajudando nos trabalhos da Casa. Nunca se queixava sequer de um incômodo, e se teve alguma doença ninguém o soube, pois nada dizia a respeito. Com 81 anos, faleceu a 20 de novembro de 1975.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR