sábado, 29 de fevereiro de 2020

FOI IMPORTANTE PARA NÓS

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
flcastro22@gmail.com
Em 15 de março falecia em Viena, na Áustria, o Pe. Clemente Hofbauer, aos 69 anos. Ele é importante para os Missionários Redentoristas, porque foi graças a seu esforço teimoso que a Congregação saiu da Itália e espalhou-se pelo mundo todo. Não vou falar de suas virtudes. Lembro apenas que, primeiro na Polônia e depois na Áustria, ele procurou, com o apoio de seus coirmãos redentoristas, anunciar o Evangelho de um modo compreensível para seu tempo. Falou ao povo, a universitários, literatos e artistas, e também cuidou da educação de crianças e aprendizes. E, porque não aceitava limites, tudo fez para espalhar os missionários redentoristas pela Europa, depois pelas Américas. Podemos até dizer que pelo esforço de S. Clemente Hofbauer é que, desde 1894, eles estão aqui no Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

ELES VIVERAM CONOSCO - DOM ANTÔNIO FERREIRA DE MACEDO CSsR

DOM ANTÔNIO FERREIRA DE MACEDO CSsR
+28 de FEVEREIRO 1989 
Nasceu na Fazenda Natal, em Guaratinguetá, aos 21 de outubro de 1902.Teve 12 irmãos. Foi batizado em Aparecida, aos 04 de janeiro de 1903, ingressou no juvenato em Aparecida em 1916. De 1923 até 1928 estudou Filosofia e Teologia na Alemanha, tendo sido ordenado pelo Cardeal Faulhaber, em 1928. Entre os anos de 1931 e 1942 Dom Macedo trabalhou como missionário, passando então a ocupar cargos de reitor, nas casas de Tietê e São Paulo, de Cachoeira do Sul (RS) e novamente na Penha, em São Paulo. De 1948 a 1955 foi Superior Provincial. Em 1955 foi eleito Bispo Auxiliar de São Paulo por Pio XII. Ao ser criada a Arquidiocese de Aparecida, em 1958, Dom Macedo recebeu a incumbência de pô-la em andamento e passou a residir aqui como representante de seu administrador, o Cardeal Mota. Em 1964, quando Dom Carlos Carmelo Cardeal Mota veio para Aparecida, trouxe-o consigo, para ser seu auxiliar, tendo-o consigo até sua morte, em 1982. Ele foi elevado ao título de Arcebispo Auxiliar - Sedi datus. Participou de algumas sessões do Concílio Vaticano II. Dentre as obras que o destacaram, três aparecem com grande mérito: o prédio do Seminário Santo Afonso, a fundação da Rádio Aparecida e a construção da Basílica Nova. 63 Em 1950, tendo o Cardeal pedido o Colegião, onde estavam instalados os seminaristas menores redentoristas, O Pe. Macedo, então Superior Provincial, construiu, em meio a grandes dificuldades, o novo Seminário de Santo Afonso. Durante todo seu episcopado manteve uma bolsa de estudos para formação de um de nossos seminaristas. Em Aparecida, foi nomeado administrador do Santuário Novo e, apesar da luta incansável para ver erguida a nova igreja, não se descuidou de suas atividades pastorais. Uma delas foi a peregrinação que fez com a verdadeira imagem de Nossa Senhora Aparecida, com a qual visitou centenas municípios de vários Estados brasileiros. Com sua saúde definhando lentamente, consumido por uma artrite dolorosa, faleceu ao lado de seus confrades, pois voltara a residir no convento da comunidade do Santuário, aos 28 de fevereiro de 1989. “Talvez nem se imagine quanto esse homem de Deus fez por Aparecida e por esta Arquidiocese”, palavras de Dom Geraldo Penido, Arcebispo de Aparecida. (Arquivo Provincial)

CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

Nós, seminaristas redentoristas, participamos da sagração de Dom Macedo, quando entrou solenemente na basílica velha, o coro entoou o "ECCE SACERDOS MAGNUS", isto não me sai da lembrança, perdemos nosso provincial e ganhamos o José Ribolla, nosso diretor, nomeado seu substituto, a festa foi no Santo Afonso. Alexandre Dumas Pasin

ELES VIVERAM CONOSCO- DOM ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA

DOM ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA 
+28 DE FEVEREIRO 2017
“Só Deus é Deus!” Assim exclamava continuamente Dom Antonio Ribeiro de Oliveira. No dia 28 de fevereiro, partiu para a casa do Pai. Em junho de 2016, celebrando seus 90 anos no Santuário Basílica de Trindade, afirmou: “ Não vou me cansar de agradecer pelo meu ministério sacerdotal a serviço do povo cristão. Por isso, me dirijo ao coração de cada um pedindo que me ajude a agradecer o dom da vida, o meu sacerdócio e o meu episcopado para que, pela misericórdia do Pai Eterno, eu possa chegar ao caminho da salvação”. Na mesma ocasião dizia: “Chego aos 90 anos. Um susto! Mas também uma grande alegria. Alegria de ter vivido até uma idade não tão comum. Eu devo dizer que valeu a pena viver. Valeu a pena ser padre, de ser bispo, e depois de 40 anos de bispo, voltei a ser padre, para aquilo que mais gosto: ser padre! Idoso, sim, mas sou jovem para as coisas de Deus”! Arcebispo de Goiânia, de 1986 a 2002, Dom Antonio não só pregou “comunhão e participação”, mas viveu essa realidade no contato pessoal, nas visitas pastorais, nas reuniões, nas assembleias. A Arquidiocese e suas obras cresceram, não obstante a sua simplicidade e modéstia. Dom Antonio realizou uma grande obra sem muitas luzes e holofotes. Bem a seu jeito. Obrigado, Dom Antonio! Nos céus, intercede pelo seu querido povo que te ama!. 
NOSSO GUIA – MARÇO 2017

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE JOSÉ AFONSO SAVASSA CSsR.

NOME COMPLETO: Jose Afonso Savassa
NASCIMENTO: 05/03/1951, Tietê - SP
PAIS: Jose Savassa (in memoriam) e Leonilde Milani Savassa
PROFISSÃO TEMPORÁRIA: 01/03/1975
PROFISSÃO PERPÉTUA: 02/08/1978
ORDENAÇÃO DIACONAL: 05/08/1978
ORDENAÇÃO PRESBITERAL: 25/02/1979
BISPO ORDENANTE: D. Antonio Pedro Misiara (Bragança Paulista)
ESTUDOS REALIZADOS, A PARTIR DO II GRAU: (local e diploma)
FILOSOFIA – SÃO PAULO
TEOLOGIA – SÃO PAULO
ESPECIALIZAÇAO CATEQUESE – UPS - ROMA
COMUNIDADES ONDE VIVEU E CARGOS JÁ EXERCIDOS: (locais e períodos)
SEMINÁRIO SANTO AFONSO –1980-1981-
FORMAÇÃO TIETÊ – 1985-1986 –
REITOR IGREJA E SUPERIOR
ROMA – 1977-1999 – ROMA – ESTUDOS
ARARAQUARA=
2000-2008–REITOR E SUPERIOR;
2009– REITOR;
2011-REITOR E SUPERIOR 
Faleceu na tarde desta quinta-feira (27) o Pe. José Afonso Savassa,CSsR, aos 69 anos. O velório acontecerá no Seminário Santa Teresinha, em Tietê-SP, onde nasceu Padre Afonso foi Reitor da Igreja de Santa Cruz e Superior da Casa dos Redentoristas por 15 anos, no período de 2000 a 2015. A restauração da igreja foi a principal marca de sua gestão, além da realização de inúmeros eventos religiosos e sociais na comunidade. Padre Afonso fez muitos amigos, com seu jeito paterno e alegre de ser. Muito querido, gostava de convidar para um café e experimentar as famosas queijadinhas que ele mesmo preparava. A jornalista Célia Pires, muito amiga de Padre Afonso postou sua homenagem em sua rede social, neste momento triste. 
“Eu me lembro que fui a primeira jornalista que o entrevistou quando chegou. A frente da casa paroquial estava lotada de latinhas da campanha para reformar a igreja. Ele mandou tirar tudo. Mas não abandonou o barco da reforma. Com seus contatos, com a ajuda de fiéis a reforma foi feita e a igreja ficou um deslumbre. Perguntei a ele porque o destaque era para uma cruz que passou a ficar suspensa no ar. Ele me respondeu o óbvio. A igreja não era Igreja de Santa Cruz? Quantas vezes ele não foi meu orientador? Todas as suas orientações me fizeram alguém melhor. Me recordo que depois de uma internação na então Beneficência Portuguesa fui visitá-lo e reclamei que não me deixaram entrar. Ele riu muito. Para variar pedi que tirasse uma foto para eu guardar no meu álbum de abraços. Lógico, disse ele. No dia seguinte recebi na redação do jornal a visita de um outro padre que foi me chamar a atenção,pois não se brincava assim com um reitor da igreja. Depois que esse padre foi embora escrevi para o Padre Afonso perguntando a ele se tinha faltado com o respeito, com as minhas brincadeiras, com meu jeito cru e sem filtro. Ele me disse para não mudar meu jeito. Que preferia pessoas como eu àquelas falsas que fingem gentileza. E de quebra ainda me passou a receita de suas famosas queijadinhas”. 
Finaliza ela. Muitos amigos consternados com sua partida também lhe renderam homenagens, deixaremos aqui parte da postagem do Santuário Paróquia São Geraldo Majella – Frei Ignacio Larrañaga Acabou-se o combate. Para ele já não haverá lágrimas, nem pranto, nem sobressaltos. O sol brilhará para sempre em seu rosto é uma paz intangível assegurará definitivamente suas fronteiras. Senhor da vida e dono de nossos destinos, em tuas mãos depositamos, silenciosamente, este ser querido que foi embora.
https://rciararaquara.com.br/cidade/morre-padre-afonso-aos-69-anos/
Meus amigos de seminário, o saudoso Pe.Libárdi nos dizia: UMA VEZ REDENTORISTA, SEMPRE REDENTORISTA! 
Completo: UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU!
Descanse na paz do Senhor, padre amigo! ANTÔNIO IERÁRDI
Fomos colegas nos anos 60. Que Jesus e Maria o recebam.SEBASTIAN BALDI

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

MEMÓRIAS DE UM ANTIGO SEMINARISTA REDENTORISTA!

1-O começo! 
Era 1953...Órfão de pai há quatro anos, com nove anos de idade, uma irmã de dois anos menos e uma mãe que iria prosseguir na batalha da vida, agora sozinha, conduzida pela obrigação maternal de criar os dois filhos, dando-lhes o presente bem melhor que o passado, na perspectiva do futuro consistente sobre promissor . (....e ela conseguiu...) Em contato com sua chefe, na creche do Lanifício Fileppo, indústria de tecidos no bairro do Belém, em São Paulo-SP, encontrou um lugar para deixar-me em tempo integral, isto é, internado. Era o Orfanato ( depois: Instituto ) Cristóvão Colombo, que está no bairro do Ipiranga, à rua Dr. Mário Vicente.Uma casa de padres carlistas, ordem cujo patrono é São Carlos Borromeo, que abriga por internato órfãos, direcionando-os para o caminho da Verdade e Vida! Ali fiquei por quatro anos, continuando meus estudos do período primário e começando a aprender um pouco mais das coisas do Pai. Uma vez por semana, pegava o bonde em seu ponto inicial, em frente ao Instituto de Cegos Padre Chico, no Ipiranga, e ia até o seu final à Praça João Mendes, com destino à Igreja de Santo Antônio, na Praça do Patriarca, onde ajudava, durante o dia nas missas e outros serviços de sacristia como dar informações, vender velas, recolher o dinheiro deixado nas imagens e pedir às pessoas que não permanecessem nos degraus da entrada. Comecei a conhecer ali que a vida, ainda que, decorrendo de forma precária, pode ser vivida com muita alegria e dignidade. Esse modo de vida aliado à necessidade de liberar minha mãe para o trabalho trouxe-me até Aparecida-SP, ao Seminário Redentorista de Santo Afonso em 1957. Foi vocação? Entendo hoje que não. Mas a convivência nesta nova casa começou a germinar em mim o ideal missionário, no nascer de minha juventude: 
SER PADRE, MISSIONÁRIO, REDENTORISTA, SANTO! 
Em todos os meus movimentos estava sempre presente em forma falada ou escrita essa aspiração ( ainda agora ressoam essas palavras no timbre da voz do Pe. Brandão em meu consciente!). Que coisa bonita! A vocação religiosa redentorista começava surgir! Foi-me indicado um lugar para dormir e guardar minhas roupas e objetos...Mas isso era temporário.... 
2- Os dias na Pedrinha! 
Que lembranças tenho daqueles dias... Tinha vindo ao seminário para ficar internado, considerando que minha mãe precisava trabalhar após a morte de meu pai. Fui para o PRÉSSA, PRÉ-SEMINÁRIO SANTO AFONSO, na Pedrinha. A princípio, fiquei muito assustado por não ficar nos cômodos bem instalados do SSA, SEMINÁRIO SANTO AFONSO, em Aparecida. Temi por não conseguir acostumar-me viver num local tão isolado da cidade, meio frugal, zona campestre...Vi um campo de futebol com algumas árvores ao lado e piscina sem azulejos, com ilha de concreto no meio.... Dormitórios muito simples, poucos banheiros, refeitório escuro...Capela bem diferente.... Era a minha primeira impressão negativa, após ter conhecido o SSA. De repente surge o Pe.Brandão, sisudo, circunspecto e nos fez a primeira preleção...Era o primeiro e inesquecível diretor! Tudo designado, lugar na capela, no refeitório, no dormitório, no salão de estudos...comecei a ambientar-me... Fui tomando gosto...A simplicidade de vida começou a fazer parte de meus sentimentos e o entusiasmo por isso ia brotando... PADRE,MISSIONÁRIO,REDENTORISTA,SANTO!  
Era nosso ideal....Era nossa vocação.... 
Em seguida, conheci um padre que falava baixinho, óculos pendurados no nariz, cabelos meio encaracolados... era o confessor e orientador espiritual...o Pe. Antônio Borges.... 
De repente, surge um outro, um tanto discreto e até meio tímido, a princípio, seria o professor de matemática, o Pe.Fernandes.... 
Para completar, também de óculos, meio escuros, com as mangas da batina arregaçadas e olhar muito penetrante, era o Pe.Furlani, o ecônomo polivalente, era um “pé de boi”. 
Esta equipe de orientadores daria início à minha formação cristã e cultural, quando estava saindo do período de infância...Que sorte! Que “time”! Com certeza foi o início perfeito para quem estava começando a escolher o que ser na vida...
Surgia a vocação religiosa naquela congregação que prima pela disciplina, obediência, pobreza e objetivo na conquista das almas, pelas missões... Iniciamos nosso dia a dia, em meio ainda a retoques na construção e aos caminhões de areia do Sr.Geraldo, o basculante branco, que vinha ora de Aparecida, ora do Potim...Quantas vezes andamos naquela carroceria... 
E assim seguiu nossa vida campestre... No inverno era muito frio... Mas alguns tomavam banho às 5:30h da manhã na piscina e depois ficavam até de braços descobertos, porque a água parecia mais quente e adaptava nosso corpo à temperatura ambiente... Mas havia um ritual para conseguir-se essa façanha...Cinco minutos antes de soar o sino que nos despertava pela manhã naquela hora, debaixo dos cobertores, trocávamos a calça do pijama pelo calção de banho...Ao lado, dobrada e embrulhada na toalha, sobre nosso armário, ficava a roupa que iríamos nos vestir. Ao soar o sinal de despertar, levantávamos rapidamente, jogávamos na cama a camisa do pijama, pegávamos o “pacote” das roupas, correndo pelas escadas e por aquela descidinha da entrada, dirigíamo-nos até a piscina e sem parar um segundo, jogávamos ao lado as roupas embrulhadas e mergulhávamos na água. Se alguém parasse no meio do caminho, com certeza não teria coragem de pular na piscina. Às vezes deparávamos com uma cobrinha d’água, visto que era corrente de um regato que sobre isso, nos dava energia, supria nossa sede, mantinha a limpeza e era um dos principais “elementos” do “seu” Zosa... Lembram-se do Sr.Zosa? O homem do “mata-fome”(aquele pudim de pão nutritivo e pesado!) O nosso inesquecível cozinheiro...que, por tantas vezes, estava de pé às 3h da madrugada, preparando o nosso tutu de feijão para os passeios, aos Campos, Pedrona, Pilões e quando fazíamos a pé o trajeto de 15km até o SSA, em meio aquele eucaliptal que começava, mas demorava muito para acabar... Falando em “seu” Zosa, lembro-me de da.Alzira, sua esposa, que cuidava da faxina, ajudava na cozinha e era uma “expert” em ervas... Uma vez, ao mergulhar na piscina, tive um impacto da água direto na orelha e a água entrou no meu ouvido. Este começou a doer talvez porque estava se iniciando um processo de inflamação... Era uma dor muito chata... A da.Alzira pegou umas folhas de uma plantinha que tinha ao lado de sua casa, ferveu-as, fez um caldo, embebeu o caldo num algodão e disse: -Filho, vira a orelha!... Assustado, falei:
-Da.Alzira, se a dor que tenho é por causa da água que entrou, a senhora ainda vai colocar mais líquido no ouvido? 
-Fica quieto menino e faça o que estou mandando... 
Sem alternativa, obedeci e lá veio o caldo verde e quente... De repente, no ato, a dor sumiu... Sumiu e não voltou mais...Os famosos chás e caldos da Da.Alzira... Vinham os passeios pela serra.... Que passeios! Naquelas mochilas de caserna iam a comida e os respectivos utensílios... Em latas grandes redondas que foram de extrato de tomate era acondicionado o arroz e o tutu de feijão feitos pelas mãos sagradas do “seu”Zoza... Uma caixa grande de marmelada ou goiabada que seriam recortados e compunham a sobremesa. Era a mochila que ninguém gostava de levar: a caixa de madeira machucava as costas. Equipados com roupa de campanha e uma bela bota, saíamos estrada e picadas afora, logo depois da missa diária, mas ainda muito cedo, quase madrugada... Havia os Campos, que estão cerca de 2.000mt acima do mar, era um local dos mais altos da região. Andávamos um trecho em estrada e outro bom trecho em uma picada sinuosa que parecia nunca acabar e a paisagem ficava escondida por arbustos iguais, que nos davam a sensação de não sairmos do mesmo lugar. Sentíamos alívio quando ouvíamos os mais ligeiros gritarem 
-Chegamos! 
Alguns corajosos tomavam banho em águas daquele ribeirão cuja temperatura poderia ser de 6 ou 8 graus acima... Um pouco de descanso da jornada e , em seguida, formavam-se as turmas de 5 ou 6 juvenistas que iam fazer alguma aventura no local... Apenas aqueles que eram designados para a cozinha ficavam para preparar a refeição , que após abençoada pelo padre que nos liderava, era distribuída para a fila de jovens que pegavam os pratos de alumínio, os talheres e as canecas que serviam para receber a groselha geladinha, feita com água pura e cristalina do ribeirão. Um dia, nesse passeio, entrei na fila e fui pegando tudo o que havia: o arroz, o tutu, o ovo cozido, o pãozinho e a caneca de groselha..... 
-Ufa, peguei quase tudo! 
Assim dizendo e olhando para os demais, vi meu prato cheio escapar das mãos e emborcar no chão... Tinha de começar tudo de novo!(Ainda bem que não era necessário pagar!) A volta era sempre mais fácil...só descida! Na serra ainda havia os Pilões... Era um passeio que fazíamos apenas pela estrada, mas era mais longo... Até diziam que estava bem próximo da divisa de São Paulo e Minas Gerais. Soube que em um desses passeios, um grupo de juvenistas ficou interessado em chegar à divisa, como tinha orientado o Pe.Fernandes. Esse grupo seguiu em frente em busca de um regato que atravessava a estrada que, segundo o padre, dividia os estados. O grupo foi em frente e alguns quilômetros adiante, chegaram ao “famoso” regato. Em meio a essa turminha havia um mineirinho, que passou por outro lado do riacho e começou a inspirar e expirar ruidosamente o ar... Ele sentia-se bem em estar no seu estado, Minas Gerais... 
-Isto que é ar! Que ar puro! Melhor não existe! – e olhava ora o céu, ora o pessoal e batia levemente com as duas mãos socadas no seu peito...
Os demais admiravam a alegria do mineirinho! Entretanto, passou por ali um morador daquela região que, por certo, deixava a roça para o seu almoço ainda matinal. O grupo cumprimentou aquela pessoa e confirmou-lhe que eram os “fios” do padre... Ao ser perguntado sobre a divisa dos estados, ele balançou negativamente a cabeça e disse: 
-Óia, menino, a divisa ainda fica a uns 10km daqui...aqui ainda é Estado de São Paulo! 
E o mineirinho? Cadê? Tinha sumido já quando o campônio havia balançado negativamente a cabeça! 
E as tardes de domingo....Formavam-se grupos de 5 ou 6 que saíam para as famosas pescarias... Alguns iam pescar lambaris na sensibilidade do peixe no anzol ao deixar seguir a isca na correnteza. Outros iam debaixo de uma ponte e pescavam carás. Aqueles que não eram tão habilidosos com as varas, deixavam a isca repousar no fundo do ribeirão e conseguiam pegar os famosos mandis de ferrão afiado. Mas havia aqueles que pegavam um saco de estopa e davam “batidas” nas margens do rio, conseguindo cascudos e camarões de água doce...Muitas vezes comíamos ali mesmo os camarões ainda crus. Uma vez pegamos uma traíra(dentuça!) que estava “dormindo”...(Não é mentira de pescador!). Depois, tudo na mão do “seu” Zosa era frito para a degustação dos pescadores. Outra opção aos domingos era subir o Morro do Gigante que havia ao lado. (O gigante que estava deitado!) Entretanto, às 18h todos tinham que estar na capela, devidamente banhados e trocados para a bênção do Santíssimo, ao som do Tantum Ergo! Com a maravilha do mundo da internet hoje consigo ver mais completas as obras de Cornélio Pires. Sim, o autor das aventuras mirabolantes, destemperadas e grotescas de Joaquim Bentinho. Por que essa lembrança? Ah! O Pe.Fernandes.... Ele sentava-se numa das muretas do pátio interno, ficávamos sentados no chão em sua frente, ele abria um livrinho e lia:” ...JOAQUIM QUEIMA-CAMPO". É um caboclinho mirradinho, olhinhos vivos, barbica em três capões: dois de banda e um no queixo; bigodes podados a dente, desiguais e sarrentos; nariz de bodoque, aquilino, recurvo, fino, entre bochechinhas chupadas; dois dentões amarelos, os caninos, que só aparecem quando ri, quais velhos moirões de porteira abandonados; rosto em longo triângulo; cabeçudinho; cabelos emaranhados; orelhinhas cabanas, cada qual suportando o seu toco de cigarro, amarelentos e babados.De camisa, de algodão riscado, aberta ao peito, deixa ver pendurada no magro pescoço de cor de veias salientes, uma penca de "bentinhos", favas de Santo Inácio e patuás com rezas que servem para "fechar" o corpo e evitar mordedura de cobras.Baixinho, miudinho, desnalgado, perninhas finas e canelas luzidias, brilhantes ao reflexos do fogo, ao pé do qual nós reunimos todas as noites, o Joaquim Bentinho é um serelepe, espertinho e perereca... Observei que, como os outros roceiros, traz uma das pernas da calça arregaçada mais alta que a outra. Porque será? Depois de muito maturar, descobri que é para evitar que o enrodilhado de uma perna se esfregue no outro, ao ser mudado o passo, rustindo e estragando a roupa... Mas, vamos aos "causos"... Era o nosso programinha de TV, ao vivo, acompanhando as mímicas engraçadas do saudoso Pe.Fernandes, quando, com muito entusiasmo nos lia aqueles trechos interessantes do autor! Quantas vezes ele leu esse trecho e para quantas pessoas! O Pe.Brandão e os seus confrades de lá sempre temiam pela integridade física dos jovens... Um dia veio uma gripe contagiosa contraída na região e parece-me que esteve em diversas outras partes do país...Chamamos: Gripe Espanhola! Quase todos os colegas ficaram acamados... Como não fui dela acometido, passei a ajudar os poucos, que estavam sãos, a levar remédios, comida e água aos que ardiam em febre... Foram momentos de muita apreensão.... Mas graças ao bom Deus, tudo passou sem quaisquer resquícios negativos... Todos sararam...e aí caí sozinho de cama... Uma vantagem: Tive muitos colegas disponíveis para cuidar de mim! O Pe.Furlani, dirigindo a camionete..., ali vinha o nosso sustento...O Pe.Borges, a cavalo, ora dirigindo-se à vila de São Lázaro, para rezar a missa, ora mesmo na capelinha do bairro da Pedrinha, cuidando, para as pessoas de fora, dos assuntos de Deus. Foram momentos inesquecíveis e muito oportunos para nossa formação. Éramos do PRÉSSA e sonhávamos o SSA, em Aparecida, depois o noviciado em Pindamonhangaba e finalmente Tietê, o seminário maior. 
3-O SRSA-Seminário Redentorista Santo Afonso 
É a casa para formação dos missionários redentoristas, aos pés da Padroeira da cidade, Nossa Senhora Aparecida. Lá cheguei para ficar por mais cinco anos, completando ainda três anos de ginásio (primeiro grau), considerando que tinha cumprido meu primeiro ano na casa da Pedrinha, e mais três anos de um misto de Clássico/Científico (segundo grau). Ali os estudos eram intensos e havia muito rigor no ensino das matérias. Aulas diárias de português e latim. Aprendizado de línguas como o francês, inglês e até o grego! A matemática englobava a aritmética, a álgebra, geometria e trigonometria. Além disso tudo a física e a química com suas fórmulas e experimentos... O Padre Rodrigues, José Rodrigues de Souza, era o professor de português. Baixinho e magrinho, de cabelo penteado como típico argentino. Mas escrevia no espaço total do quadro negro, ainda que necessitasse ficar nas pontas dos pés e depois sair com resíduos de giz na ponta do nariz. Sua letra era muito bonita. Era exigente e gostava de corrigir com caneta de tinta bem vermelha, chamando a atenção para os erros. Às vezes havia mais vermelho do que azul, após a correção da lição de casa. Ele ajudou o Professor Napoleão Mendes de Almeida a fazer a GRAMÁTICA METÓDICA DA LÍNGUA PORTUGUESA. O Padre Azevedo, além de ser o meu confessor espiritual, era o professor de Latim. Muito consciente e preciso na matéria, com base no manual ARS LATINA, passava-nos o conhecimento da língua morta que estava presente em todas as celebrações religiosas e nos breviários de orações diárias que eram cumpridas por todos os padres religiosos. A matemática ficava por conta do Padre Cherubini, que tinha muita afinidade no mundo da física e química. Era um brilhante professor...um cientista! O Padre Isidro, por meio do MY ENGLISH TEACHER e do YASIGI METHOD, ministrava-nos o conhecimento da língua inglesa e o francês ficava por conta do Padre Vitor Hugo. O Padre Peixoto mostrava-nos os caminhos das plantas pela Botânica. Os conhecimentos de História Geral eram transmitidos pelo Padre Carlos Silva. Aqui uma lembrança especial: o Padre Silva ficou pelo menos três meses ensinando sobre Napoleão Bonaparte, de quem era um fã decidido! Conta-se ainda que o Pe. Silva desenvolvia particularmente estudos sobre fenômenos científicos, como a “transmissão de pensamentos”. Dizem, após ter saído do seminário maior em Tietê, já sagrado sacerdote, tinha ainda de continuar estudos sobre a História da Igreja e Teologia ainda por cinco anos, ao mesmo tempo que desempenhava suas funções sacerdotais. No final de cada ano, eram enviadas, pelos teólogos do seminário maior de Tietê, as questões no sentido de fazer a complementação dos estudos. Em uma dessas ocasiões na conversa de recreio, o Pe. Silva falou a um confrade que conseguiria saber por antecipação, isto é sem qualquer informação da equipe examinadora e antes mesmo do conhecimento do Padre Penteado, então reitor do SRSA, quais seriam as questões definidas em Tietê, apenas precisava saber o momento em que estariam sendo elaboradas. O confrade duvidou e, com a devida anuência do Pe. Silva, falou com o padre reitor sobre aquele assunto. O Pe. Penteado, quando tinha as questões em mãos, chamou o Pe. Silva e solicitou-lhe que informasse seu conteúdo. O Pe. Silva, sem qualquer conhecimento prévio da prova, mencionou ao Pe. Penteado as 5 perguntas ficando apenas uma inversão entre a 4ª e a 5ª. Ao consultar os examinadores de Tietê, o Pe.Reitor soube que foi cogitado o cancelamento da 4ª questão, mas isso não foi efetivado e o que antes era o item 4 passou a ser 5 e vice-versa. Conclusão: o Pe. Silva havia acertado inclusive a ordem inicial das perguntas. (Em 2008, ao participar do XIII ENESER, tive a confirmação direta do Pe. Silva desse fato!) Época de campanha eleitoral, 1.962.... Em cena, os candidatos ao governo paulista:Jânio da Silva Quadros, José Bonifácio Coutinho Nogueira, Dr. Adhemar de Barros. Os candidatos visitavam os padres para pedir apoio.... Em geral, foram recebidos com muita cortesia e até pompa..... O Sr. Jânio atrasou sua chegada, como de costume, em 2 horas....mas foi muito bem recebido e falou muito da sua reconquista ao poder..... O Sr. José Bonifácio, candidato de coligação grande, PR-PDC-UDN-PTB e PRP, com o apoio direto do então governador Carvalho Pinto, que se colocara contra o seu criador, o Sr. Jânio Quadros, tinha a simpatia do clero e andava sempre ao lado do então governador. Mas o Dr. Adhemar de Barros foi recebido friamente. Lembro-me muito bem que apenas um dos padres, o Pe. Carlos Silva, via no Dr. Adhemar o político consistente que daria mais tranqüilidade ao país, após a irresponsável renúncia do Presidente Janio Quadros... Ninguém queria gravar o discurso do Dr.Adhemar. Fui ao Pe. Carlos Silva, pedi que arranjasse um gravador e, com muito orgulho, gravei as palavras daquele grande estadista, segurando ao seu lado, bem pertinho, o microfone e aí ouvi algo muito interessante naquela campanha. O Dr. Adhemar começou sua preleção dizendo que sua campanha era uma campanha de revolta....Ele queria segurar o "demônio" pelos chifres, referindo-se ao candidato oposto Sr. Jânio Quadros. Explicou que tinha oferecido ao Professor Carvalho Pinto apoio ao seu candidato Sr. José Bonifácio, que ainda considerava imberbe, uma “tenra criança” que teria muitas dificuldades para enfrentar a grande fera(Sr. Jânio). Mas o Prof.Carvalho Pinto não aceitou o apoio do Dr. Adhemar. Assim, ele partiu para uma campanha isolada, sem apoios, contra tudo e todos, inclusive não recebendo o beneplácito da igreja católica. Venceu, segurou os chifres do "demônio" e mostrou o "beabá" da política ao inexperiente Prof.Carvalho Pinto, que se tornara governador apenas graças ao eleitorado robusto do Sr. Jânio Quadros.... Foi o meu primeiro voto....comecei muito bem....Sempre orientado pelo Pe. Silva que munia as exposições periódicas com as notícias sobre o Dr. Adhemar. Nossos horários compreendiam as missas diárias e orações, estudos com aulas em tempo integral nas segundas, quartas e sextas e em meio período nas terças e quintas. Tínhamos nossos momentos de lazer com jogos de futebol ou vôlei nas tardes de terças, quintas e sábados e nos domingos fazíamos algum passeio ora na Fazendinha, ora no Potim ou mesmo na visita ao novo santuário que começava surgir. Num desses passeios à Fazendinha que ficava em Aparecida, do outro lado da via Dutra, lembro-me que voltava pela estradinha de terra na companhia de mais ou menos 20 colegas.... De repente ouvimos um grito estridente do caseiro da fazenda: -OLHA A VACA BRABA! Olhamos para trás e realmente vimos uma vaca pretinha, de cabeça abaixada e chifres em riste, dirigindo-se arfante e bufante à nossa direção. No mesmo momento, todos saíram da estrada, passando pela cerca de arame. Quando o caseiro domou aquela rês e nos devolveu a tranqüilidade, tentamos voltar à estrada pelo mesmo local de onde tínhamos atravessado. Mas como? A cerca era alta e o espaço entre os arames farpados era bem menor do que nossos corpos. Ficou-nos uma dúvida para qual até hoje não consegui explicação: -Como saímos da estrada por aquela cerca alta e de arames farpados, colocados muito próximos uns dos outros, deixando pouco espaço para nossos corpos? E, mais intrigante, como não tivemos um único arranhão naquela hora de desespero? Dizem que foi nosso instinto de conservação..... Mas ainda sobre esses passeios, o Pe.Neri contou-nos uma historinha muito interessante. Tratava-se de um colega de sua época de nome Lancelote. Em uma ocasião, quando saíram a passeio, o menino teve vontade de ir ao banheiro. Mas eles estavam no meio do mato e ali só havia moitas. O Lancelote foi para trás de uma moita para poder fazer sua necessidade. De repente surge uma vaca que começou a comer as folhas próximas da moita e da própria moita. O Lancelote, não sabendo do que se tratava, ouvindo barulho muito próximo e percebendo movimento, levantou a mão, gritando: - HEI! TEM GENTE! Às tardes de domingo jogávamos futebol. A turma dos menores, no seu campinho que ficava entre o muro da rua e o campão dos maiores. Num patamar superior, à esquerda do campo dos maiores, estava o campo médio da turma dos médios. Era tudo muito proporcional. Algumas vezes nosso time dos maiores, que contavam com bons jogadores principalmente do Amazonas e de Goiás, jogavam com algum time de fora. Até um time reserva da cidade de Aparecida veio uma vez e, como não poderia ser diferente, sob o comando do famoso titular Charles, venceu nossos colegas. Quando festejávamos a festa de Santo Afonso, foi organizada um jogo de futebol entre padres, inclusive os do santuário, e os nossos seminaristas maiores. Os seminaristas venceram. Entretanto, foi muito marcante o momento de que nunca vou me esquecer. O Pe.Vitor Coelho de Almeida, que estava presente entre a torcida, de repente pediu para entrar no jogo. Arregaçou as mangas, prendeu as pontas da batina no cinto do rosário e foi para a área participar de um escanteio a favor do time dos padres....Adivinhem.... Ele fez o gol de cabeça....deu um pique feliz e saiu de campo realizado....afinal seus pulmões não aguentavam muito..... 
A VOCAÇÃO SACERDOTAL 
Foram 6 anos no seminário. Tive um confessor no seminário, o falecido Padre Azevedo Tofuli, meu professor de Latim, que mensalmente, por um contato direto, ouvia-me em colóquio e pelos seus conselhos orientava-me em meu caminho ao sacerdócio. Esse franco contato levou-nos à conclusão um dia de que minha verdadeira vocação seria a formação de uma família ao invés de um compromisso pelos votos religiosos. Foi pelo seu conselho que saí do seminário e formei minha família , constituída e realizada, que já trouxe ao mundo três filhos e quatro netos. Era o caminho que devia ser seguido! 
Antônio Ierardi Neto
Ierardi, a história é a mesma..só mudam data e o nome. ...eu entrei em 1959...Lembro-em bem da visita dos políticos, do Pe Victor jogando bola com a gente e tudo mais. Excelente. (já disse alguém: recordar é viver) Eu vivi todos estes fatos, porém acredito que nesta época 1962 começava nos menores. A única diferença foi o professor de latim que era o Pe. Magalhães e a presença do Pe. Zômpero. Realmente, para mim o Pe. Silva foi um diferencial em suas aulas de história. Conseguia formar os grupos que se dividam em fãs dos grandes "generais" da história os fãs de Atila, Rei dos Hunus (eu), Aníbal, Alexandré, o Grande, Genjiscan e tantos outros... Além das maravilhosas aulas sobre o Egito.Ivanir Vicári

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. WALDEMAR GALAZKA, CSsR

PE. WALDEMAR GALAZKA, CSsR 
*10.06.1954 - +26.02.1986 
Pe.Waldemar chegou ao Brasil em abril de 1983. Trabalhou no Santuário de Bom Jesus da Lapa e nas comunidades da paróquia. Pouco antes de ser transferido da Lapa para Una, construiu um salão para reuniões e catequese, ao lado da capela Santa Luzia. No final de 1985, a nossa Missão da Bahia assumiu um novo campo de trabalho pastoral no Sul da Bahia, na diocese de Itabuna. No dia 2 de fevereiro de 1986, o Pe. Waldemar foi empossado como pároco de Uma, pelo então bispo diocesano de Itabuna, D.Paulo. No final da missa de posse, Pe. Waldemar disse: "Sinto-me como se fosse ordenado sacerdote de novo". Após a posse, trabalhou apenas três semanas. No dia 26 de fevereiro de 1986, morreu de parada cardíaca nas ondas do Atlântico. Suas últimas palavras foram: "Ó Jesus, misericórdia, ó Jesus, misericórdia". Pe.Waldemar foi uma pessoa inquieta: sempre estava correndo, sempre procurando alguma coisa. Precisava de alguém com quem pudesse se abrir, quem quisesse escutá-lo e entendê-lo. Às vezes, nas altas horas da noite, batia na porta do quarto dos confrades: "Não durma, abra a porta para conversarmos um pouco..." Com frequência repetia: "Tenho muito medo de morrer fora da Congregação". Sentindo as dificuldades concretas que precisava enfrentar, temia pela sua perseverança. Foi inicialmente sepultado ao lado da igreja paroquial de Uma, depois os restos mortais foram transferidos para Bom Jesus da Lapa, pois foi lá onde foi iniciado o trabalho missionário Redentorista na Bahia. Pe. Waldemar morreu jovem, com apenas 30 anos e é o primeiro missionário redentorista polonês sepultado na Bahia.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. AGOSTINHO JORGE POLSTER CSsR

PE. AGOSTINHO JORGE POLSTER CSsR
+25 de FEVEREIRO 1958 
Era de Krappenhofen, na Baviera. Nasceu a 18 de março de 1890, e com 13 anos ingressou no Juvenato C.Ss.R. professando em 1911. Devido à uma extração de um dente (mal feita) precisou ser operado na cabeça. Mais tarde teve de repetir a operação, com a advertência do médico: outra operação será impossível. Mas, com muita oração, pôde ele restabelecer-se e continuar os estudos. Chamado para o exército, na guerra de 1914, ficou livre, devido justamente a essa operação, cuja cicatriz (que sempre conservou) o impedia de usar capacete. Em 1916 foi ordenado, trabalhando uns três anos na Alemanha, vindo em 1920 para o Brasil. Diretor e professor do Juvenato, Superior em Cachoeira do Sul, Pe. Agostinho foi também, durante anos, ótimo missionário. Aprendeu, e muito bem, o Português, sendo suas pregações muito apreciadas pelo conteúdo e clareza. De veia poética, e muito versado em literatura clássica, era com facilidade que, de acordo com a ocasião, citava versos de Horácio, Ovídio e Homero. Perito no latim e grego, eram estas suas matérias prediletas como professor. Foi sempre um ótimo confrade, pela sua calma e espírito de caridade. Sabia enriquecer uma conversa com observações interessantes, e com suas risadas, que sempre chegavam quando os outros já tinham deixado de rir. De constituição forte, não se poupava trabalho; e, em tudo, era um homem de profundo espírito de fé. — Já por volta de 1955 a esclerose cerebral começou a manifestar-se, obrigando-o a uma total inatividade na Casa da Penha. Agravando-se a moléstia, foi ele internado no Hospital, durante um ano e meio. Depois foi levado para o convento, pois eram freqüentes seus gritos nervosos, incomodando os doentes. Nos momentos lúcidos, porém, ficava muito agradecido, quando algum confrade rezava com ele, preparando-o para a morte. Nos últimos meses ficou reduzido a uma criança inconsciente. No dia 25 de fevereiro de 1958 Deus o chamou para o descanso eterno, após trinta e poucos anos de intenso apostolado.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
Numa história contada pelo padre Morgado, ele dizia que o padre Agostinho era diretor do seminário em seu tempo. Estando todos na casa da Pedrinha, chegou a notícia de sua substituição e transferência para outro setor da comunidade redentorista. Incontinente, arrumou as malas e se preparou para voltar ao seminário em Aparecida e tomar seu destino. Os seminaristas o acompanharam até o morro da Carmelita e desceram até um ribeirão situado mais abaixo, ele atravessou o ribeirão, postou-se em frente a todos e "BOM QUE ERA, CHOROU". O ribeirão passou a ser denominado, a partir desse fato, por "RIBEIRÃO DAS LÁGRIMAS". Quando por ali passávamos, sabíamos que estávamos chegando, eu não conhecia a história, fiquei muito feliz quando tomei conhecimento da toponímia. Alexandre Dumas Pasin

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. JOÃO EVANGELISTA BETTING CSsR

PE. JOÃO EVANGELISTA BETTING CSsR
+21 de FEVEREIRO 1986 
Padre João nasceu em Denkingen (Alemanha), em dezembro de 1906, professou no dia 17 de maio de 1926 e foi ordenado sacerdote em 07 de julho de 1931, vindo para o Brasil em 1936. Foi o último dos alemães que veio para cá. Já veio como professor do recém fundado Seminário de Tietê, onde ministrou aulas durante vinte e oito anos. Durante todo esse tempo foi a figura central do corpo docente. Lecionou quase todas as matérias, mas, principalmente Sagrada Escritura, que era o seu forte. Dedicou muitas e muitas horas a cuidar da biblioteca da Província. Era confessor e diretor espiritual de grande número de nossos estudantes. Era conhecidíssimo em Tietê, onde passou a maior parte de sua vida, no Brasil. Muito procurado como confessor, diretor espiritual e também como benzedor, ficando afamado com suas bênçãos. Era um místico e foi um professor ”sui generis”. Escrevia sobre curiosidades e notícias científicas nas publicações internas da Província e em revistas dedicadas à espiritualidade. É de sua autoria o livro “Teologia das Realidades Celestes, manual de ascética e mística”, editado pela Província. Quando o Seminário Maior foi transferido para a Raposo Tavares, em São Paulo, o Padre João foi junto. Foi aí que começaram a manifestar-se os primeiros sintomas do mal de Parkinson, do qual veio a falecer. Foi operado na Alemanha, em 1969, com quase nenhum resultado. Os médicos, vendo o pouco que haviam conseguido, recomendaram que voltasse logo para o Brasil. Ele dizia que queria morrer em sua segunda pátria. Em fins de 1972 foi transferido para o Jardim Paulistano, de onde, alguns anos depois, passou para a casa de benfeitores da Congregação: Dona Elizinha e Narciso Sutiro, sobrinhos do Padre Sotilo. Ela era sua penitente. Diante das alucinações de perseguições e de envenenamento que o padre sofria, perguntaram-lhe se queria ir para a casa dela, o que ele aceitou. O casal, seus filhos e Dona Ia, trataram do Padre João com todo carinho possível e cuidado, até a morte. A doença ia caminhando sempre mais. Vivia quase só sentado numa poltrona. Foi se encurvando cada vez mais, à maneira de Santo Afonso, e, por fim, não falava mais a não ser por sinais. Sem se queixar, ficou privado até do que mais gostava na vida, seus estudos e seus livros. Mas, enquanto foi possível, era um estudioso dedicado e homem de muita oração. Celebrou missa enquanto pôde, em seu quarto. Faleceu na tarde de 21 de fevereiro de 1986. Foi sepultado em Tietê. É venerado pelo povo da região como um santo. (Pe. Víctor Hugo)

CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

ELES NOS PRECEDERAM - IR. ENGELMAR (JOSÉ NEUHIERL) CSsR

IR. ENGELMAR (JOSÉ NEUHIERL) CSsR
+19 de FEVEREIRO 1909 
Era o caçula de uma turma de dezessete irmãos. Nasceu a 8 de janeiro de 1865, numa família rica e muito religiosa. Piedoso e sério desde criança, tornou-se, na mocidade, um modelo para seus colegas, como membro de diversas associações religiosas. E foi por esse tempo que decidiu sua vocação. Após a leitura de um livro sobre a vida consagrada, disse um dia à sua irmã: “Sabe o que resolvi? Pensei muito se deveria me casar, mas agora já decidi: vou para um convento”. — Essa resolução não foi surpresa para seus colegas que sempre o admiraram, como exemplo de recolhimento e mortificação. Todos sabiam que, por esse tempo, ele já se acostumara a dormir sobre duas tábua nuas, na maior pobreza. Tomando o habito redentorista em 1898, fez seus votos a 8 de setembro do ano seguinte; e a profissão perpétua verificou-se em 1902. Nesse mesmo ano conseguiu licença para vir trabalhar no Brasil, aqui chegando em novembro. Durante algum tempo esteve em Aparecida, sendo transferido depois para a Penha, onde trabalhou como cozinheiro e porteiro. Desses anos restam-nos cinco cartas por ele escritas a uma de suas irmãs, nas quais assina sempre: Engelmar, servo dos servos do Altíssimo, missionário de Deus, pobre dos bens deste mundo. A 26 de outubro de 1908, tendo sofrido uma violenta hemoptise, anunciou aos confrades que iria morrer logo. Realmente, meses depois, a 19 de fevereiro do ano seguinte, a morte o levou. Completamente es57 gotado, em seus últimos dias não chegava a pronunciar sequer uma palavra. Mas, à véspera de sua morte, num supremo esforço, conseguiu sentar-se na cama, e disse ao Superior: “Padre, a sua benção”... Foram suas ultimas palavras.. Admirado e muito querido por todos que com ele tratavam na portaria ou na igreja, o humilde Irmão Engelmar teve um enterro dos mais concorridos. E o Sr. André Bonotti se cansou de fazer cópias de uma fotografia do Irmão e distribuí-las a pessoas interessadas, já que o veneravam como santo. E os confrades que o conheceram, lembravam edificados a figura escolhida daquele Religioso que não perdia tempo, que, na capela, estava sempre de joelhos, caridoso com todos, mortificado, a ponto de nunca se recostar a um banco ou cadeira nas horas do recreio. Um santo confrade era o que todos diziam.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

Amigo Ierárdi! Obrigado pela belíssima história do Ir. Engelmar. Para ser sincero, não o conhecia. E olha que já posso me incluir no time dos veteranos da Província de São Paulo. Quando criança, morando em Ermelino, vez por outra íamos à Penha, o que para nós já significava "ir à cidade". E ir à Penha obrigatoriamente significava ir ao Santuário de N. Sra. da Penha. Mas não me lembro de ter ouvido qualquer menção ao nome dele. Santos homens os redentoristas alemães que trouxeram a Congregação para o Brasil! E o Ir. Engelmar é um deles. Grande abraço. A. Bicarato(+). 
Caro amigo Bicarato(+)! Aqueles que nos precederam e que conviveram conosco são as verdadeiras pérolas da Congregação Redentorista. É o oportuno modelo de vida que nos serve de exemplo para o caminho de Deus. Afinal estivemos por alguns anos no Santo Afonso, alguns ainda foram mais longe, Pinda, Tietê. e recebemos as melhores orientações diretamente de sacerdotes redentoristas, nossos inesquecíveis mestres de vida religiosa e cultural. Assim, dou-me a missão de trazer aos nossos colegas interessados essa sinopse de vida santa no dia em que o correspondente religioso foi chamado. Conforta-me muito quando as pessoas sentem-se bem informadas com isso! Um grande abraço! Ierárdi
Ierardi! Mais uma vez, aqui estou eu. Gostaria de acrescentar mais um comentário. Dos redentoristas que viveram aqui na Penha, costumo encaminhar seus e'mails para o Memorial Penha de França, que é uma instituição que disponibiliza informações históricas a quem se interesse pelo que se refere ao bairro. Para o Memorial, na pessoa do Francisco Folco, encaminhei a seguinte observação a respeito do Irmão Engelmar: Neste necrológio é citada a pessoa do Sr. André Bonotti. Lembro-me vagamente desses santinhos que ele distribuía divulgando a santidade de um religioso redentorista. Não me lembrava que se tratava deste irmão que havia pertencido à comunidade dos padres da Penha. É possível que tenha algum desses santinhos junto aos guardados de minha mãe (94 anos). Morelli
Amigo Morelli! Que bom que venha por aqui! Como disse ao Bicarato(+), isso muito me conforta! Fico ainda mais feliz quando vejo que essas mensagens estão sendo repassadas a outros destinos e Memorial! A rede nos faculta isso e vamos aproveitar sempre esse ensejo para divulgar aquilo que conhecemos de melhor! Se por acaso encontrar o santinho, faça um escâner e me encaminhe para que possa mandar a outros colegas. Por ora, agradeço pela sua estimável presença! Um forte abraço! Ierárdi

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. ALEXANDRE MORAIS CSsR

PE. ALEXANDRE MORAIS CSsR
+18 de FEVEREIRO 1972 
Sobrinho do nosso Pe. Orlando Morais e, como o tio, acanhado e tímido. Era goiano, filho de fazendeiros do município de Silvânia, e nasceu a 13 de julho de 1909. Estudou no Juvenato (Aparecida) e professou em abril de 1931, indo, depois, fazer seus estudos superiores na Áustria e Alemanha. Ordenado a 3 de maio de 1936, voltou para o Brasil, iniciando seu apostolado em Aparecida. Trabalhou, depois em todas as Casas da Província, como missionário, professor em Tietê, superior e vigário na Penha, bem como no Jardim Paulistano por duas vezes. Dada a sua simplicidade, Pe. Morais foi sempre um confrade que todos estimavam. Soube ganhar a amizade dos seus paroquianos, justamente devido ao seu modo de ser: humilde, simples e despretensioso. Ótima inteligência, falava e escrevia com facilidade; mas foi homem mais do trabalho do que dos estudos. Como Vigário no Jardim Paulistano, esmerou-se na decoração da igreja, e soube ganhar o interesse dos paroquianos para as obras de assistência da Paróquia. Passou seus últimos dias em Campinas (GO) sempre dedicado em atender os trabalhos na igreja. A 18 de fevereiro de 1972 celebrou a Missa de 60 anos de casamento de seus tios, com planos de vir, logo depois, passar uns dias de férias em São Paulo. Após o almoço da festa com a família, sentiu os primeiros alarmes do enfarte que o deveriam levar. Mas ele não os entendeu. E antes de ir repousar um pouco, ainda na casa de seus tios, foi ao banheiro. Logo ao entrar, porém, teve um enfarte do miocárdio. Sua queda foi ouvida, e os familiares correram para o socorrer. Mas ele já tinha ido para as suas férias eternas. Qua hora non putatis...

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Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Décimo Sexto Retiro- Uneser

Nos anos oitenta, a Editora Salesiana publicou um livro do Padre Mario Bonatti intitulado : 
“ A Vida tem a Cor Que Você Pinta.” 
Não resta a menor dúvida que a vida, em sua fase adulta para a senil, é reflexo da adolescência –juvenil. Buscamos vivê-la intensamente neste período de pós- aposentado. Quantos são os grupos sociais dos quais fazemos parte! Todos com suas finalidades e seus objetivos. Há vinte e cinco anos que estamos agrupados com o intuito de reviver e reavivar o ideal que um dia nos propusemos: estudar uma vocação que pudesse nos inserir no mundo espiritual. Em seus primeiros tempos, juntamente com os fundadores do grupo, discutíamos a sigla. Chegamos a nos concentrar numa casa, em a qual, nos idos tempos, foi seminário menor dos redentoristas. Atualmente bela casa, conhecida por todos como Vila Santo Afonso, incrustada na Serra da Mantiqueira, em Guaratinguetá. Depois de muita discussão chegou-se à conclusão: 
UNESER (União Nacional dos Ex-seminaristas Redentoristas) 
Houve quem discordasse, pois, queriam: antigos alunos dos redentoristas. Decidiu-se também, que além do encontro anual no mês de julho, houvesse um retiro, motivo pelo qual os meses não coincidem. Neste ano de dois mil e vinte, realizou-se o décimo sexto retiro. Quantos assuntos foram trazidos à tona em todos esses anos passados! E quantos ex-alunos participaram! Sempre assunto versando sobre a vida da Congregação Redentorista. A UNESER possui diretor espiritual, que direciona os pensamentos e faz a ponte com a Unidade São Paulo, ou seja, com a Província ,cuja sede, até agora, está na capital paulista. Eis o grande motivo do padre José Marques-CSSR estar entre os congregados. Para o retiro deste ano pensou-se sobre o redentorista: padre Eugênio Antônio Bisinoto-CSSR , sacramentano, residente na Comunidade de Araraquara. Trouxe visão nova a respeito dos ensinamentos de Santo Afonso, o fundador da Congregação do Santíssimo Redentor. Sabemos que toda a doutrina espiritual de Afonso está em seu livro: “A Prática do Amor a Jesus Cristo”. Pensamento maduro pessoal do santo, padroeiro dos confessores. Uma descrição da alma e do caminho da pessoa do autor. Afonso deixa sacramentado que tem preferência por Santa Tereza d’Dávila e São Francisco de Sales. Ele ataca os jansenistas, grupo inserido na igreja(,) que pregavam um Deus severo, que a maioria das pessoas iam para o inferno. Por isso, o nosso santo fala na Copiosa Redenção e chamou o povo para aproximar-se de Deus, sem medo. Chama as pessoas a participar da Eucaristia frequentemente, até então proibida pelos heréticos jansênios, quais estavam distanciando o povo de Jesus Eucarístico. Atacou e consolou, pois, estavam tomando conta da Igreja naqueles tempos. Jansenismo foi uma heresia combatida por Afonso, que liderados por bispos e padres, afetavam o laicato sem instrução teológica. Dizia Santo Afonso: 
-“Nada mais nocivo para as almas e para a Igreja do que um erro disfarçado com perfeição evangélica”. 
Outras práticas da espiritualidade do santo doutor da Igreja são elencadas: 
- Visitas diárias ao Santíssimo Sacramento. 
-Participar da missa todos os dias. 
-Pedir perdão dos pecados, como agradecer as graças e benefícios recebidos. 
-Meditar frequentemente e responder à Palavra de Deus. 
-Rezar a Nossa Senhora, a mãe abençoada e, para isso, publica as “Glórias de Maria”. 
-Orar constantemente, quando citou Mt.7,7:”Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto”. 
-Mortificar-se, disciplinando os sentidos com jejuns, abstinência e controle das palavras. 
-Esforçar-se constantemente para dominar a praga do egocentrismo. 
-Escreveu dois livros quanto aos três grandes sinais: a manjedoura, a cruz e o tabernáculo. 
-Ensinou que “Deus quer que todos se tornem santos”, cada um em sua ocupação.
-Anunciou o Evangelho e explicou a espiritualidade católica, de maneira que as pessoas simples pudessem entender. 
- O santo patrono dos confessores e dos moralistas tem ajudado os religiosos no ministério da confissão. 
- O doutor da oração e, amante de Nossa Senhora, afirmou que : “quem reza se salva e quem não reza se condena”. Adilson José Cunha
Boa tarde, parabéns Diácono Cunha pelo depoimento do XVI Retiro UNESER. José Vicente Naves
Belíssimo texto, Diácono! Lembrando a surpresa do pregador com a presença das esposas e filhos, que ele bem soube administrar com "uma casa redentorista "!Thozzi

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. ANTÔNIO QUEIROZ DOS SANTOS CSsR

PE. ANTÔNIO QUEIROZ DOS SANTOS CSsR
*01 de Novembro de 1940 
+15 de Fevereiro de 2016 
Pe. Antônio Queiroz nasceu a 01 de novembro de 1940, em Frutal (MG), no Triângulo Mineiro, filho de João Lau de Queiroz e Ana Esméria de Queiroz. Ele é o segundo de uma família de seis irmãos. Foi batizado em Frutal, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no dia 24 de dezembro de 1940. A crisma ele recebeu quando já estava no seminário, em Aparecida, no ano de 1964. Entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, no dia 28 de janeiro de 1959. Fez o Noviciado em Pindamonhangaba durante o ano de 1965. Aí professou na Congregação aos 02 de fevereiro de 1966. Iniciou os estudos de Filosofia primeiro no Seminário Santa Teresinha, em Tietê (SP), no ano de 1966, completando no Alfonsianum, em São Paulo SP, na Rodovia Raposo Tavares, onde também cursou a Teologia. Sua Profissão Perpétua foi celebrada no Alfonsianum, a 25 de julho de 1971. Sua ordenação diaconal aconteceu aos 19 de dezembro de 1971, no Jardim Paulistano, pela imposição das mãos de Dom Juvenal Roriz, Bispo da Prelazia de Rubiataba/Mozarlândia (GO). Foi ordenado sacerdote, em Frutal (MG), aos 27 de agosto de 1972, por Dom José Pedro Costa, Administrador Apostólico da Arquidiocese de Uberaba MG. Iniciou sua vida apostólica em janeiro de 1973, como Vigário Paroquial na Paróquia de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, no Jardim Paulistano, São Paulo (SP). De 1974 a julho de 1976, assumiu o ofício de Vigário Paroquial, na Paróquia de São Pedro, em Garça (SP). De agosto de 1976 a dezembro de 1979, morou em São João da Boa Vista, como membro da Equipe Missionária. De 1980 a 1982, passou a residir no Seminário Santo Afonso, como responsável pelo Secretariado Vocacional da Província. Em 1983, foi transferido novamente para São João da Boa Vista como auxiliar do Mestre de Noviços. Em 1985, voltou ao Seminário Santo Afonso, em Aparecida, novamente como responsável do Secretariado Vocacional. Em abril de 1991, foi transferido, a seu pedido, para a periferia de São Paulo, para a Cidade Tiradentes, onde permaneceu apenas alguns meses. Pediu então para trabalhar na Diocese de Bom Jesus da Lapa BA, na cidade de Correntina, aí chegando em agosto de 1991. Depois desta experiência missionária voltou à Província em 1993, morando no Jardim Paulistano até que em 1994, passou para a nossa Vice-Província de Recife PE, morando na comunidade Nossa Senhora Aparecida na UR-5 Ibura. Foi um dos fundadores desta comunidade na periferia de Recife onde trabalhou na Pastoral e na formação do Pré-Noviciado. Em 1995, voltou para a Província, residindo em Aparecida, na Comunidade do Santuário, trabalhando na Pastoral dos romeiros. Em 2006, foi transferido para São João da Boa Vista, trabalhando na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E em 2009, retornou para Aparecida, integrando novamente a Comunidade do Santuário Nacional até o fim de sua vida. Pe. Queiroz trabalhou muito com a juventude, especialmente em São João da Boa Vista e em Aparecida, criando um movimento chamado Encontrinhos nas Escolas. Desta experiência publicou dois livros. Em seus programas na Rádio Aparecida, especialmente na apresentação da Consagração a Nossa Senhora, no horário das 15 horas e também em suas homilias contava muitas histori-nhas e o povo apreciava muito isso. Durante vários anos teve um site próprio na internet onde publicou muitas dessas histórias que ele recolhia em todos os lugares. Depois fez este mesmo serviço no Portal A12 onde suas historinhas ainda estão à disposição dos internautas. Teve também um blog na internet chamado Liturgia Diária Comentada onde apresentava reflexões sobre a liturgia do dia. No dia 02 de fevereiro de 2016 celebrou os 50 anos de sua consagração religiosa. Nos últimos anos sua saúde veio piorando, agravada, sobretudo, por problemas cardíacos. Foi internado diversas vezes e na última seu quadro se agravou cada vez mais, vindo a falecer às 21h30 do dia 15 de fevereiro de 2016, sendo sepultado em aparecida, após missa celebrada às 16h00 no Santuário Nacional.  Pe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R. Secretário e Arquivista provincial
Descanse na paz paz do Senhor!
Pe. Queiroz, você tornou-se grande missionário redentorista, Sentiremos sua ausência nesta terra. Suas orientações nos caminhos da fé, em especial, através do seu testemunho de vida, do ministério sacerdotal, também por meio das ondas do Rádio, da TV , da internet, e do Santuário Mariano, será sentido profundamente por todos nós. Seu trabalho na Pastoral Vocacional Redentorista foi de suma importância a nossa juventude. Foi maravilhoso trabalhar contigo neste setor. Deus o acolha na eternidade, pois, semeou muitas sementes de amor, de fé, de esperança e redenção neste mundo. Em especial a minha pessoa, você foi sinal de bênçãos, pois pude aprender muito contigo. Trabalharmos juntos nas diversas atividades missionárias, sobretudo, a pastoral vocacional e tantas outras do Santuário Nacional de N.Senhora Aparecida. você foi e sempre será tesouro de inesgotável valor.. Obrigado! Você chamou e colocou muitas pessoas nos caminhos e seguimento do Redentor. - Deus o acolha na eternidade. Saudades eternas. Gratidão eterna!Ir.Manoel Aparecido dos Santos

Padre Antônio Queiroz, o que dizer? Fiquei consternado com esta notícia. Isso nos acontece quando pensamos aqui onde vivemos, embora ele já cumpriu sua missão e agora desfruta da eternidade. Conheci o Pe.Queiroz no primeiro ano em que estive no SRSA. Ele chegou como um seminarista "temporão", junto com  o Pe.Jadir. Não tive contato com ele, pois ele estava já na turma dos maiores e eu na dos médios(Não era permitido qualquer contato entre turmas!). Mas em visita ao Santuário de Aparecida, encontrei-o em um dos corredores da basílica.  
-Tampinha, disse-me ele com um forte abraço, que bom revê-lo!
Foi meu ultimo contato com esse grande amigo e colega de seminário. Deus o tem agora! Antônio Ierárdi Neto
Conheci Pe. Queiroz quando de sua ordenação Sacerdotal lá em Frutal. Na época eu era seminarista em Sacramento e nosso grupo foi à ordenação onde cantamos na cerimônia, sob a regência do Pe. Alberto Pasquotto. Aprendi a gostar do Pe. Queiroz e sempre que o encontrava ele demonstrava sua alegria e simpatia.Sebastião Paim
Foi um grande missionário... Tive a graça de trabalhar com ele, sobretudo na Pastoral Vocacional e também no Santuário Nacional de Aparecida. Irmão Manoel Aparecido