Alexandre Dumas, escrevi uma história para você.
O Sonho realizado
O maior sonho de Alexandre Dumas era morar na praia após a aposentadoria. Aposentou-se, mas não do sonho, que continuou por muitos anos, e o mar, cada vez mais longe. Mas no dia de seu aniversário, o filho comprou um apartamento na praia e deu-lhe a chaves dizendo que era todo dele e poderia mudar-se para a praia no dia que quisesse. Não demorou nem uma semana, Alexandre veio para a praia de mala e cuia com sua esposa, que na verdade não queira deixar o local onde morou muito tempo e tinha muitas amigas, mas por fim ela se convenceu e veio com marido. Vida Nova, rotina nova. Alexandre levantava-se bem cedo e ia pra a praia, andava e andava observando aquela imensidão de água que não acabava mais. O mar terminava no infinito e unia-se ao céu e não dava para saber o que era mar e o que era céu. E ambos vinham a seus pés sem ele pedir. . Estava no paraíso. Estava feliz. Não se contentado em ficar somente perto de seu apartamento, pegava um ônibus que fazia a orla e, sentado na janela com vista para o mar, ia a outros locais, pois achava que o mar nunca era igual, e em cada pedaço de praia era diferente. Descia do ônibus e ficava num trecho qualquer observando e admirando o vai e vem das ondas. Em sua cabeça vinham pensamentos de Robson Crusoé, Moby Dic, Viagens ao fundo do mar, Ilha misteriosa de Julio Verne, e outras histórias como O Homem e o Mar de E Hemingway lidas no passado. Cada dia aportava em um pedaço de mar e cada dia um sonho diferente. No final da praia havia uns rochedos aonde as ondas vinham se quebrar. Um dia se arrebentando nas pedras com muita fúria, outro dia, os encobrindo como que desejando afogá-los, outro dia vinham bem mansinhas e beijavam os rochedos um a um com muito arinho e voltavam murmurando para mar, contando para outras ondas que acabavam de beijar aqueles rochedos brutos. Na volta, pegava o ônibus, assentava à janela do lado mar e voltava para casa. Mas como saber onde descer se era tudo muito igual? Fácil, escolheu um coqueiro diferente de outros e quando nele chegasse, puxava a campainha e descia e estava em casa para tomar o seu vinho predileto, almoçar com a esposa e escrever alguma coisa, Mas isso não durou muito tempo, os homens da administração chegaram em caminhões, com aquelas roupas com destaques fluorescentes, capacetes de fuzileiro naval americano da guerra da Coréia, com serras elétricas assassinas vieram serrando brutalmente todos os coqueiros que fossem diferentes dos escolhidos por eles. Queriam uma paisagem com apenas um tipo de coqueiro. O coqueiro escolhido e referência de Alexandre foi o primeiro a ser degolado, e o tronco esquartejado, colocado no caminhão e foi para o crematório. Noutro dia, Alexandre não achou o seu ponto de referência e passou reto, não sabia onde descer, mas na volta o motorista que o conhecia, com muita gentileza, parou o ônibus bem perto de sua casa. Alexandre agradeceu ao motorista e voltou para casa, zangado, e pela primeira vez tristonha, por acabarem com seu coqueiro que não era apenas um ponto de referência, mas um amigo com muita personalidade Mas nada poderia fazer a não ser chorar a cruel morte de seu coqueiro e amigo favorito.Abner
Grande surpresa, obrigado por essa bela história, acredito que não imaginada, mas calcada em sua própria experiência de vida que, aposentado, escolheu o mar para fazer parte de seus dias de merecido descanso. Eu não faria isso, gosto do mar, mas jamais abandonaria a terra que me acolheu, onde criei meus filhos, Guaratinguetá, encostada na Serra do Mar e voltada para o oeste onde o sol se põe nos costados exuberantes da Serra da Mantiqueira. Quando quero, chego ao Mar pela pitoresca estrada Cunha-Paraty, noventa quilômetros curtidos em belas paisagens a perder de vista. Gosto do mar, lá não bebo vinho, mas aprecio uma boa caipirinha, uma não, bis e tris.Alexandre Dumas
Caros colegas amigos, ontem li uma observação do colega Thozzi que todos estamos nos tornando cronistas...vou além...somos todos cronistas depois das eficazes aulas de português, alguns com o saudoso Padre Rodriguinho, e aulas de literatura internacional e nacional....para mim o estimado Padre Damião, que não dando dez para ninguém, deu--me essa nota por duas vezes, uma quando rememorei os dias de minha infância e outra por um trabalho de 100 páginas sobre Barbarismos Gramaticais! Amigos isso me deixa cada vez mais empolgado para mostrar a todos os nossos colegas, antigos e novos seminaristas, que nossa vida sempre teve, tem e terá bom jeito! Continuem! Um abraço! Antônio Ierárdi
Alexandre Dumas Pasin de Menezes, eu sabia e sei que essa história não tem nada a ver com você e seu traçado de vida, eu apenas quis fazer uma homenagem a você, com quem sinto muita afinidade e muita coisa em comum com nossas experiências e vivências, no confinamento consentido por nós, no seminário Santo Afonso. Na verdade, eu estou morando na praia, não foi por sonho nenhum, mas por que foi a melhor opção de vida que tive. Apenas escolhi. Lógico que o que escrevi é tudo o que vivencio e vi no mar, onde vivo. É o que eu faço.. O que escrevi, nem tudo é minha vivência, mas o que acontece por aqui e quem quer escrever uma história tem que observar o movimento em volta. Um grande abraço...Abner
Alexandre Dumas Pasin de Menezes, eu sabia e sei que essa história não tem nada a ver com você e seu traçado de vida, eu apenas quis fazer uma homenagem a você, com quem sinto muita afinidade e muita coisa em comum com nossas experiências e vivências, no confinamento consentido por nós, no seminário Santo Afonso. Na verdade, eu estou morando na praia, não foi por sonho nenhum, mas por que foi a melhor opção de vida que tive. Apenas escolhi. Lógico que o que escrevi é tudo o que vivencio e vi no mar, onde vivo. É o que eu faço.. O que escrevi, nem tudo é minha vivência, mas o que acontece por aqui e quem quer escrever uma história tem que observar o movimento em volta. Um grande abraço...Abner
De minha parte, tive um excelente professor de português, padre Pereira, não muito saudoso porque não gostava de mim, eu escrevia, naquela época, mais ou menos neste estilo, lógico que com menos experiência de vida. Minha caligrafia era horrível e ele não tinha paciência de decifrá-la. Eu percebia que as melhores notas eram dadas aos detentores das letras mais bonitas.Alexandre Dumas
Abner
Embarquei nessa viagem do Alexandre Dumas. Obrigada por nos presentear com essa linda crônica. Abraços Diva Maria Hernandes-Lili
Diva Maria Hernandes, agora preciso escrever a história de uma Bibliotecária que tinha a mania de adotar livros abandonados e procurar para eles um dono que cuidasse bem dele, fizesse bom uso.Abner
Kkkkk gostei do "mote" . Abraços
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