sábado, 30 de abril de 2022

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR

PE. LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR 
 21.08.1947 – 30.04.2022 
74 anos de vida – 54 anos de CSsR – 46 anos de Padre 
Pe. Luiz Carlos de Oliveira nasceu em Sacramento, MG, no dia 21 de agosto de 1947. Filho de José Batista de Oliveira e Alda Borges de Oliveira, que tiveram 8 filhos. Aos 11 anos entrou para o Seminário SS. Redentor, recém construído na sua cidade pelo missionário redentorista Pe. Antônio Borges de Souza, também sacramentano. Completou os estudos do ensino médio em Aparecida. Fez o Noviciado em Tietê, SP, onde fez a Profissão Religiosa no dia 02 de fevereiro de 1968. Em São Paulo, capital fez os estudos de Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote no dia 23 de agosto de 1975, em Sacramento-MG, por D. José Pedro da Costa, arcebispo administrador apostólico de Uberaba – MG. Depois de ordenado fez Pedagogia, na Fac. Ciências e Letras, em Itu-SP, Licenciatura (1975); Sagrada Liturgia, S. Anselmo, em Roma, mestrado (1985-1987); Teologia da Espiritualidade, no Teresianum, em Roma, mestrado (1997-1998). Pe. Luiz Carlos deu um testemunho edificante de serviço à Igreja, aos confrades e ao povo de Deus. Estava sempre disponível, por isso pode fazer o bem em vários lugares e de diversos modos, usando os dons recebidos, aos quais colaborou sempre com alegria e de bom humor, que era uma característica de sua vida. Foi formador e diretor dos futuros missionários redentoristas em nossos seminários; mestre dos noviços no Brasil e em Angola, na África, foi diretor do Colégio Maior em Roma. Junto aos formandos e aos confrades passou seu amor à Congregação do SS. Redentor repassando o missal redentorista e a vida de nossos confrades santos, beatos, mártires e servos de Deus. Como diretor do CERESP, Centro Redentorista de Espiritualidade, ajudou os confrades, leigos e leigas e religiosas a beberem e se aprofundarem da espiritualidade e carisma redentorista. Na pastoral junto do povo deu seu testemunho de amor, de alegria e simplicidade como vigário ou pároco em diversas cidades do estado de São Paulo: Garça, Tietê, São Paulo, São João da Boa Vista, Aparecida, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Seu testemunho de vida e zelo apostólico, sempre com simplicidade e alegria, expandiram-se também nos escritos que espalhou em livros, artigos, revistas, jornais, opúsculos, reflexões bíblicas, vida dos santos, homilias, ensinamentos catequéticos e pregações de retiros para leigos, religiosos e sacerdotes... foi o missionário sempre atento para evangelizar! Nos últimos anos atingiu mais público através da Rádio e TV Aparecida, Portal A12 e redes sociais, participando de vários programas e celebrações litúrgicas, onde ensinava e transmitia o evangelho de Jesus e as glórias de Maria de um modo simples, alegre e atraente. Deus seja louvado pela vida e pelo bem que o Pe. Luiz Carlos fez nesta terra, e que agora, junto com seus pais, familiares, confrades redentoristas e com seus conterrâneos Pe. Antônio Borges e o Servo de Deus Pe. Vítor Coelho de Almeida, goze da presença amorosa da Santíssima Trindade, de Maria, a Mãe do Belo Amor e dos anjos e santos. Que interceda por nós, por seus confrades que se encontram reunidos em Capítulo Geral para que a Missão redentorista seja continuação da Missão do Redentor a fim de que o mundo seja mais humano e fraterno! Obrigado, Pe. Luiz Carlos, pelo seu testemunho de doação de vida alegre e fiel! Pe. Luiz Carlos foi internado há 20 dias no Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá, onde permaneceu uma semana. No dia da Páscoa voltou para a comunidade do Santuário de Aparecida, onde residia. Depois de uma semana foi levado para São Paulo e internado no Hospital Paulistano, onde veio a falecer na madrugada deste sábado, dia 30 de abril de 2022, às 03h15. Tinha câncer no pâncreas. Seu corpo será velado, no sábado, na igreja-paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, no Jd. Paulistano, em São Paulo, onde Pe. Luiz Carlos foi pároco. No domingo, dia 1º de maio, será levado para Aparecida, onde será velado. No dia 02, 2ª feira, às 09h00, será a missa de corpo presente, com transmissão pela Rádio e TV Aparecida e Portal A12, presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, com presença do Superior Geral da CSsR, Pe. Michael Brehl e concelebrada pelos missionários redentoristas da A. L. e Caribe que estão no Capítulo Geral em Aparecida e por outros confrades, com presença dos familiares, amigos e fiéis. O sepultamento será após a missa no Cemitério Municipal Santa Rita em Aparecida. R.I.P. Bom Pai do céu, recebei de volta este vosso filho querido, Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Ele veio de vós e volta para vós! Obrigado, ó Pai, pela vida e pelo bem que ele fez na sua família, na família redentorista, na Igreja de Jesus e para o povo de Deus! Dai-lhe o descanso eterno e que junto de vós, ó Pai, interceda por nós para que sejamos seguidores de seu Filho Redentor e devotos da Mãe do Belo Amor, a fim de que pratiquemos o bem, de um modo alegre e fiel, como viveu o vosso querido filho, o missionário redentorista, Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Amém!

Secretaria CSSR

secretariasp@cssr.com.br

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR NO CÉU

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA 
*21 DE AGOSTO DE 1947 
+30 DE ABRIL DE 2022 
Seguindo nossa proposta de apresentar a vocês mais sobre a vocação redentorista, convidamos o Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R, para dar seu testemunho vocacional.
O missionário redentorista desempenhou diversos trabalhos na Congregação. Foi pároco, trabalhou na formação de seminaristas, foi mestre de noviços, trabalhou no Santuário Nacional, entre outros. Atualmente, Pe. Luiz Carlos é secretário provincial e continua ajudando na paróquia e acompanhando a formação dos seminaristas. 
1- Com quantos anos teve o primeiro contato com os redentoristas e aonde? 
Não sei quando comecei a pensar sobre ser padre. Morávamos na roça, no município de Sacramento – MG. Tanto os familiares de meu pai, como de minha mãe viviam por ali. Todos os anos o pároco, Pe. Ivo Soares, vinha para a festa do padroeiro. Meu pai dizia que eu disse que queria ser padre. Ele mostrou-me para o padre dizendo isso. Minha avó dizia que eu disse a ela: Vó, um dia eu vou confessar a senhora. Quando ela estava para morrer eu já era estudante redentorista, eu lhe dei a comunhão e ela, então, disse: posso morrer porque o Luiz já me confessou.
Em 1958 um irmão Claretiano, que fazia as assinaturas da Revista Ave Maria, passou em casa e acertou minha entrada para o Seminário Claretiano de Rio Claro, no ano seguinte. Nesse meio tempo, apareceu o Pe. Antônio Borges fundando um seminário redentorista em Sacramento. A família decidiu colocar-me nesse seminário que estava ali perto e não tão longe. Deram-me a vocação redentorista. Não gostei na hora, mas eu tinha 11 anos. Cursava o 3º ano primário. 
2- Passou por algum tipo de acompanhamento vocacional? 
O acompanhamento foi somente acertar a entrada para o seminário no ano seguinte. Começamos com 15 alunos. O Padre Antônio dizia que eram os 15 mistérios do rosário. Dos 15, só eu fiquei. Eu era o 4º doloroso, Jesus carrega a cruz o caminho do Calvário. Depois eu continuei carregando. O acompanhamento era a vida da família que era religiosa. 
3- Com quantos anos entrou para a congregação como seminarista? E quanto tempo ficou na formação? 
Entrei com 11 anos. Era o normal do tempo. Entrei dia 26 de fevereiro de 1959. Fiz a profissão religiosa dia 02.02.68, e terminei os estudos no final de 74. Fui ordenado padre em 23 de agosto de 1975.
4- Como você percebeu que tinha vocação para a vida missionária? 
No começo a vocação era para ser padre. Eu havia visto uns missionários redentoristas que passaram lá perto de minha casa. Lembro-me do Pe. Henrique e do Pe. Domingos, eram redentoristas holandeses da Província do Rio de Janeiro. Mas isso não teve ligação com o fato de entrar para o seminário. Eu ainda era pequeno. 
5- Como aconteceu seu chamado? 
A consciência de uma vocação missionária se deu no correr da formação quando a gente ficava conhecendo a vida redentorista. Nunca pensei em sair. Sempre gostei de tudo. Passei momentos difíceis. Mas foi tudo muito sereno. 
6- Em sua opinião, quais são os principais desafios para se aceitar o chamado à vida religiosa? 
A vida religiosa não é um desafio, é um dom alegre e que preenche o coração. O desafio fundamental é o querer ser religioso redentorista. Isto é, querer ser o que se propõe. A vida religiosa não é um desafio, é um dom alegre e que preenche o coração. 
7- O que mais te encanta na vida missionária? 
O que me encanta é o povo. Meu compromisso é com o povo e me sinto feliz quando posso atendê-lo bem. É muito divertido viver com o povo como povo. Deus sempre me deu o jeito de ficar feliz com o povo. Uso meus dons e faço o que posso por ele. Gosto muito da vida comunitária e da espiritualidade da Congregação!
Padre Luiz Carlos de Oliveira(+), mais que um colega, mais que um amigo, mais que confrade, é meu irmão. Foi meu colega no SRSA nos anos 1958/1962. Desde 2012 tenho revisado seus textos semanais:homilias e artigos. Em conjunto criamos um blog - REFLETINDO A PALAVRA - 
https://refletindo-textos-homilias.blogspot.com/ 
- que substituiu o outro blog ainda em exercício - 
do WORDPRESS - 
https://padreluizcarlos.wordpress.com/. 
Nesses dois blogs temos a oportunidade de ver todos os textos das homilias e artigos desde 2001. Ele nos deixou... por uma rápida e insidiosa doença o levou em pouco mais de 1 mês. Que posso dizer mais???? Ele deixa farto material para evangelização cumprindo a vocação missionária que um dia surgiu e em 1959 ele, no caminho do Padre Antônio Borges, inaugurou o seminário de Sacramento, vindo logo após para o Santo Afonso em Aparecida-SP. Conte sempre com minhas orações, padre amigo, assim como conto com sua bênção perene! UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU! -Antônio Ierárdi Neto
Não tinha como deixar de assistir às exéquias do padre Luiz Carlos, ele perseverou, teve as homenagens merecidas, seus confrades cantaram o Salve Regina e depois o Com Minha Mãe Estarei. Assisti a todo cerimonial, procurei no meu passado uma batina que me foi destinada, vesti-a e me integrei ao grupo redentorista entregando a Deus o corpo de nosso irmão. Alexandre Dumas 
Dumas, Padre Luiz Carlos, mais que um colega, mais que um amigo, mais que um confrade.... é nosso irmão como você disse com muita propriedade!!!! Ele deixou mais de 2.000 textos de homilias e artigos desde 2001. O último, Homilia do Domingo de Ramos, é de número 2.164! Podemos ver quando quisermos nos blogs REFLETINDO A PALAVRA - 
Recém ordenado, Padre Luiz Carlos chegou em Tietê, no Seminário Santa Teresinha. Muito jovem, sorriso aberto, alegre até nos dias feios, com muita facilidade Padre Luiz Carlos conquistou todos. Revelou-se um grande formador nos passos de Santo Afonso. Suas brincadeiras e leveza aproximavam-nos para grandes ensinamentos. Os meninos daquela casa e eu, como professora , chegávamos para desfrutar o privilégio de companhia tão leve. Momentos felizes nos uniram para que eu passasse a admirá-lo numa amizade fraterna. A vida seguiu, Padre Luiz Carlos cada vez mais dedicou-se aos estudos e à Congregação. Seguiu sua vocação e aprimorou-se na intimidade com Jesus. Nos últimos anos, em total sintonia com a UNESER, Padre Luiz Carlos enviava-nos seus textos, postados por Edivaldo Bortolleto, semanalmente. Grandes ensinamentos ali. Brilhante, Padre Luiz Carlos já deixa saudade, um vazio em nossos corações. Siga em paz , querido Padre Luiz Carlos. Há muitos no céu, de braços abertos para recebê-lo.Prof.Mali Moura - https://www.uneser.org.br/
Conheci o Padre Luiz Carlos de Oliveira numa palestra que ministrei na Vila Santo Afonso (Casa da Pedrinha). Lugar de beleza ímpar, propício para estudos, oração, descanso e convivência, localizada na cidade de Guaratinguetá (SP). A palestra seria sobre os fundamentos teológicos do sacramento do perdão (também conhecido como Sacramento da reconciliação ou penitência). Quase uma pretensão de minha parte, afinal o que um teólogo “acadêmico” poderia acrescentar a 27 padres redentoristas que trabalham há anos no santuário, atendendo e ouvindo centenas de confissões entre os peregrinos que visitam a casa da mãe semanalmente? Não nego que me sentia constrangido. E assim comecei a minha fala, fazendo uso de um trocadilho, confessando a todos o meu constrangimento e deixando claro que não era eu que deveria estra falando, mas deveria sim, ouvi-los a todos e aprender com a sua experiência. Um dos presentes era o Padre Luiz Carlos. Sentado numa das últimas poltronas do amplo e lindo salão, condescendia-me com sua atenção e vez ou outra me interpelava com alguma e sempre pertinente pergunta ou comentário. O pequeno espaço de tempo do almoço nos permitiu mais conversas particulares e sua simpatia e acolhimento me serviu em muito pra me sentir mais em casa. Mais tarde, meses talvez, fui convidado a um programa de televisão da tv Aparecida, sob a batuta do padre Ulysses e para minha surpresa o Padre Luiz Carlos dividiria o palco comigo. Mais uma vez nesta oportunidade pude perceber sua lucidez e como colocava seu conhecimento teológico a serviço de sua missão e ação pastoral. Aliás, uma característica clara do carisma Redentorista. Não é tarefa fácil unir certos temas teológicos e expô-los de maneira clara e simples. Naquele dia, o coloquei na minha serie de pessoas que admirava. Por uma triste coincidência, soube de sua morte exatamente no dia em que novamente estava em Aparecida para gravar algumas participações em outros programas da tv Aparecida. E justamente o tema que eu falaria nesse programa seria “acolhida”. Algo que experimentei pessoalmente naquele dia por este padre que, como bom discípulo de Jesus, mais que definir palavras as definia na prática e nos exemplos de ações. Mineiro do município de Sacramento (MG), Pe. Luiz Carlos desempenhou diversas atividades na Congregação: foi pároco, trabalhou na formação de seminaristas, foi mestre de noviços, trabalhou no Santuário Nacional e foi secretário provincial. Também escreveu diversos artigos, homilias e reflexões dominicais para o A12 (www.a12.com). Foi, como tantos outros padres dessa abençoada congregação, missionário comprometido com o povo, um homem que um dia, ouvindo o chamado de Jesus “Vem e segue-me, pregue o evangelho e anuncie o Reino de Deus”, fez dessas palavras a sua vida! Padre Luiz Carlos de Oliveira foi autor de vários livros. Alguns deles permito-me elencar abaixo: Santidade Redentorista, foi organizado pelo Pe. Luiz Carlos, apresenta uma biografia resumida de cada um dos santos, beatos, veneráveis e servos de Deus que pertenceram à Congregação Redentorista na qual fazia parte. Essa contribuição se destina a seminaristas, religiosos que de alguma maneira vivem e compartilham a espiritualidade Redentorista e aos leigos que possam conhecer um pouco mais da congregação fundada por Santo Afonso Maria de Ligório. Experimentar o Amor de Jesus Cristo. Uma reflexão sobre a Espiritualidade Redentorista a partir da intuição e do carisma concedido à Igreja através da Família Redentorista. Nessa perspectiva, o autor examina o cristocentrismo em Santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos Redentoristas. Essa reflexão nos proporciona entender melhor o fundamento do carisma de ser “Viva Memória e Continuação de Jesus Cristo Redentor” e deste modo conhecer mais o Cristo que Santo Afonso conhecia entendendo mais profundamente a espiritualidade redentorista que tantos frutos deu para a Igreja.Prof.Sergio A.Ribaric - https://www.uneser.org.br/
Ainda em tempo. Dom Carlinhos estava lá, um palhaço maior, o maior cômico de minha época, foi professor do Luiz Carlos. Estava em uma cadeira de rodas, cabelos brancos, meu contemporâneo, meu conterrâneo, meu vizinho da Rua da Estação. Quando foi para o noviciado, deixou-me uma mensagem :- " Avante, aparecidense, te espero no estudantado. Alexandre Dumas Pasin de Menezes
Dumas, permita-me completar.... a Homilia realizada pelo Padre Anísio Tavares foi ótima.... Ele trouxe a real ideia sobre a personalidade do Padre Luiz Carlos...Segundo ele, e aí incluo Dom Carlinhos, a Província fica em falta por não criar a faculdade do humor...ambos, Dom Carlinhos e Pe.Luiz Carlos seriam mestres! Sobre o Pe.Luiz Carlos...incluía sempre nos seus textos uma pitada de humor:"-Isso é para o povo melhor entender e participar!" dizia ele. Quando via Dom Brandes, brincava! Quando em seguida via a senhora da faxina, brincava também. Um pensamento salutar do Pe.Anísio: "O Redentor disse, eu o dei a vocês e hoje o levo de volta!" Isso nos emociona sempre e traz-nos bons exemplos! Para finalizar, ele dizia que o Concílio Vaticano II desconstruíra muita coisa que ainda não se recuperou!!!Era o nosso tempo!!!!E o tempo de agora! Antônio Ierárdi Neto
Padre Luiz Carlos de Oliveira CSsR, fazia piada até onde não se podia conversar. Chacoalhou a Roseira, nos escritos, falas e atitudes. No Céu vai levar boas risadas e dizer que tem uma fila pra subir. Mas, santos! “Eu era um dos 10 contos do Rosário, dizia Padre Antônio Borges de Souza, C.Ss.R., na primeira turma do Seminário Santíssimo Redentor em Sacramento-MG, ali na Rua Rosa da Mata. Certamente minha mãe e avó rezaram muito , pois o único que ficou padre, eu que estava indo para outra Congregação religiosa e “fui laçado” e convencido”. Disse também: “vocês da UNESER precisam levantar a bunda da cadeira e agir imediatamente , pois receberam formação condizente para agregar todos os ex-religiosos e ex-seminaristas, garantindo a eles , a capacitação permanente de catequese mesmo e me coloco à disposição para ajudar vocês a dialogarem com a Congregação Redentorista para garantirem o espaço de leigos que trazem a mística de Santo Afonso “. Muito bem, dessas falas, Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R., falecido dia 30 de abril de 2022, aqui o testemunho da caminhada vocacional sua e o chamado a viver a fé e espiritualidade a partir da mística redentorista aos que passaram por formações seminarísticas sermos testemunhas do Redentor onde estivermos. Entristecidos com a morte desse religioso, amigo, estudioso de liturgia, referência positiva na Igreja Católica, exigia de todos e dizia: “vá estudar e deixe de pensar e falar besteira sobre a fé que professa”. A UNESER agradece seu apoio quando esteve no retiro no Pico do Jaraguá em São Paulo SP, ali sinalizando o caminho na mística redentorista . Agradece, também, sua presença nos encontros, seu estímulo na criação e ajuda para o livro “Histórias e Memórias do Seminário Santíssimo Redentor em Sacramento-MG, Olhares dos que ali passaram” e por fim , nos revelou seu sonho de ver reaberto aquele seminário e os Redentoristas assumirem novamente a paróquia local quando o Venerável Padre Vitor Coelho de Almeida, C.Ss.R. ficar santo. Não deu tempo de ver esse sonho, mas provocou e deixou legados onde quem ouviu os testemunhos de familiares e amigos, também representantes da UNESER, na missa das exéquias na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em São Paulo, SP, entenderam que Padre Luiz mostrou o caminho e agora cabe-nos compreender “seus puxões de orelhas” e na terra sermos melhores. Deus seja louvado e no Céu, ore por nós. Prof. Vicente de Paula Alves. Missionário Leigo da UNESER.- https://www.uneser.org.br/
Quando entramos para o seminário, a proximidade da figura do padre em nosso dia a dia era para nós, pequenas e obedientes pessoinhas, um misto de dupla autoridade . A figura austera e distante, uma referência ímpar que desde pequenos no seio de nossas famílias, aprendemos a ouvir quietos, não contrapor e seguir regiamente suas palavras. No seminário, a convivência diária dentro dos rígidos horários pré-determinados e na descontração das atividades diversas, à essa figura idolatrada, somou-se àquele que também agora seria para todos nós, como um Pai, que também estava ali para cuidar de cada um nos preparando para assumirmos com esmero e determinação esta nova opção de vida escolhida, nos conduzindo para a cada dia amadurecer e esclarecer nosso caminhos. Por Tietê passaram pelo Seminário Menor padres formadores que deixaram em cada um de nós marcas profundas e positivas em nossa formação religiosa, humana e pessoal. Souberam também plantar em cada coração o carisma afonsiano que vive em cada um dos ex-seminaristas redentoristas. Cada um deles, com personalidades e características específicas, enriqueceram nossa formação. Jamais se permitiram uma convivência distante com seus formandos que dificultasse o relacionamento. Com paciência e determinação exerciam sua vocação de formadores com maestria. Padre Marcos Mooser, um alemão sisudo, de poucas palavras, mas sempre receptivo. Padre Libardi, de fácil convivência, um italiano de sangue quente envolto em um coração que a todos abraçava com responsabilidade e carinho para com seus meninos. Padre Escudeiro, o homem para todas as soluções práticas do dia a dia. Padre Paschotte, sempre o mediador que gostava da convivência calma e objetiva. Padre Frasson, comedido no falar e ouvi-lo era ser sábio pois suas palavras eram de importância vital. Padre Brandolize, o homem do sorriso fácil e permanente que falava no seu ouvido como se cada sílaba tinha para você importância que não deveria ser desconsiderada. Tantos passaram e eu estou apenas atendo-me aos de minha convivência pessoal. É também justo citar outros formadores de outras casas de formação cuja convivência sabida também foi e é de igual importância e relevância para todos aqueles que estiveram sob a influência formadora desses homens de Deus. Como não lembrar do Padre Silva, Padre Pelaquim, Padre Négri, Padre Pacheco, Padre Vanin, Padre Scudeler e, se voltarmos mais no tempo, a lista se agiganta e nossas lembranças se avolumam. 
Essa semana, porém, a tristeza tomou conta de todos nós, ex-seminaristas que em Tietê conviveram com o já saudoso Padre Luiz Carlos. Cada formador, como bem sabemos, tinha suas características pessoais distintas e a contribuição de cada um era fator preponderante cuja soma positiva e rica exerceu forte influência em nossa formação. É incontestável que a postura do Padre Luiz Carlos o distinguia de todos. Sem alarde, sem trazer para si atenção mais do que a devida, mas com humildade, com a conhecida calma “à la mineira”, com humor sadio e sempre presente, as vezes desconcertante que derrubava o mais sisudo espectador. Padre Luiz Carlos era de uma clareza de opinião, de uma assertividade ímpar. E podem considerar esta sua qualidade em toda sua extensão e significado. Sim, ele se expunha, se expressava de maneira direta, clara, honesta e sempre apropriado ao ambiente, sem violar direitos alheios. Suas “tiradas” sagazes na verdade, eram conceitos próprios jogados em uma seara por ele mesmo cultivada que, descontraidamente ele bem direcionava para onde queria, com graça, leveza e sabedor de seus objetivos. Só assim para entender um ser que, enquanto um homem que vivia com descontração por onde passava, era o mesmo que com dedicação e inteligência aguçada produziu obras fantásticas e reconhecidas, reflexões que viajaram levando aos quatros cantos a história da CSSR, o pensar mais apurado da religiosidade e da espiritualidade. Um exegeta que não se permitiu esconder-se atrás de um manto egocêntrico que maculasse seu berço humilde e puro. Penso que Padre Luiz Carlos se alimentava de sua sempre sadia, rica e descontraída convivência com todos que o circundavam, para então construir suas reflexões, suas profundas homílias tendo sempre o afeto humano como foco de seus temas. Se triste estamos agradecidos também devemos estar, pelo privilégio a nós concedido pela convivência terrena com este ser iluminado. Mineiro sacramentado, Padre virtuoso, homem de fé inabalável, mente sã, de fácil e alegre convivência, mas antes de tudo, sempre um companheiro que com maestria e bondade lhe “roubava” um sorriso seja em que circunstância fosse, pois seu espírito atento e perspicaz, não deixava nada no vazio. Só existe uma palavra em nosso alfabeto que resume este ser que por ora nos deixou: Padre Luiz Carlos, um amigo RIP (Requiescat in Pace). Prof. Antônio Galvão dos Santos Ivo. Coordenador do ERESER TIETÊ.-https://www.uneser.org.br/um-amigo-por-antonio-galvao/
FALECEU O LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA, CSSR Parece mais uma brincadeira dele: a notícia, o Pe. Luiz Carlos faleceu na madrugada de 30 de abril de 2022. Seu jeito brincalhão permanecerá na lembrança, e já me dei ao trabalho de checar que não estou sozinho nessa, mas vi outras pessoas afirmarem inúmeras coisas. Era humano, alegre, atencioso, cuidador, detalhista, observador, dedicado. Um tipo de gente especial, ímpar. Algumas características dele eu as guardo com saudades. Vi o Pe. Luiz Carlos de Oliveira, pela primeira vez, na Basílica Nova de Aparecida, quando eu ainda era um menino romeiro, lá na capela de preparação para as confissões, na década de 1970. Ele era padre novo, jovem de tudo, mas chamou a minha atenção o seu jeito, cara de criança, ao dirigir-se aos romeiros: alegre, educado, atencioso. Demonstrava ser um homem manso, humilde, e estava ali bem próximo das pessoas para ajudar, para acolher a todos, para ensinar alguma coisa que ele sabia. O Pe. Luiz Carlos transmitia algo diferente. Eu achei isso naquela ocasião. Durante a minha formação no seminário, e depois, sendo sacerdote, pude conhecer, conviver, aprender e trabalhar com o Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Através das suas brincadeiras, piadas, além das risadas que provocava, ele me ensinou muito. Falou muitas coisas sérias por meio de brincadeiras. Sua inteligência, cultura, sensibilidade e ternura faziam a gente se sentir à vontade na convivência com ele. Suas aulas, cursos, retiros, homilias; seus escritos acerca da Espiritualidade Redentorista, tudo muito profundo e esclarecedor que guardarei no coração. Demonstrava amor e admiração pelas 'coisas' Redentoristas. Além de transmitir o que sabia, incentivava a todos a estudar e conhecer Santo Afonso e tudo o que está relacionado à Congregação Redentorista. Recordo-me do lançamento do livro SEGUIR O REDENTOR, um dos oradores, seu amigo Antônio Bicarato (já falecido) categorizou: "Escrever, publicar um livro, é somente para aqueles que têm algo para contar, para partilhar. O Pe. Luiz Carlos faz parte desse rol, tem muito a nos dizer, tem muito a nos ensinar, tem muita riqueza para partilhar conosco". Ele não estereotipava a figura do padre nem do professor severo, mas a do amigo que está ali presente a transmitir confiança, proximidade e alegria. Quando o Pe. Luiz Carlos trabalhava na Paróquia São Pedro, em Garça, SP, e foi à Pedrinha para pregar o retiro semestral para os seminaristas do Santo Afonso, foi uma riqueza para nós aquela experiência, repleta de criatividade, de conteúdos pastorais e conhecimento da Espiritualidade Redentorista. Pudemos em outras ocasiões ainda aproveitar da sua sabedoria, pelos cursos sobre liturgia, sobre a Congregação Redentorista, a Espiritualidade etc. Mas, a característica dele era o bom humor com que apresentava os conteúdos. Com certeza, muitos obstáculos foram superados, e até escrúpulos foram vencidos, porque o Pe. Luiz Carlos, através do humor, transmitia leveza às pessoas e foi um instrumento da misericórdia, da mansidão, da alegria de Jesus Redentor. A dedicação à missão, a consciência do continuar a Jesus Cristo Redentor, moveu o coração do Pe. Luiz Carlos de Oliveira para assumir várias tarefas na Congregação Redentorista. Formador, Mestre no Noviciado, Missionário em Angola, em época de guerra naquele país, diretor dos estudantes da Congregação em Roma, especialização nos estudos, membro do Governo Provincial de São Paulo. Exerceu atividades burocráticas e pastorais, mas o bom humor foi permanente e característico em seu modo de ser. A admiração que cultivava pelo seu pai, o Sr. Batista, que residia em Sacramento, MG, como também o carinho manifestado aos membros da sua família de sangue, não foi menos percebido em relação aos Redentoristas e à Igreja, Povo de Deus. Pe. Luiz Carlos de Oliveira, um presente que temos recebido e hoje cabe-nos a difícil tarefa de entregar como oferta agradável a Deus, a sua vida, a sua pessoa tão cheia de graça que nos fez muitas vezes rir. Com ironia, dizemos que estamos alegres, porque nos despedimos de você, Luiz Carlos. Vai com Deus!Padre Luís Rodrigues Batista 
Que importante testemunho, caro Padre Luís Rodrigues Batista! Importante porque vem de alguém que conviveu com o Padre Luiz Carlos, acompanhando seus passos como superior maior, provincial dos redentoristas em São Paulo! Padre Luiz Carlos esteve comigo no Seminário Santo Afonso, em Aparecida-SP. Ele estava dois anos atrás em 1962, tendo acabado de chegar do Pré-Seminário de Sacramento, onde, pelas mãos do nosso estimado e saudoso Padre Borges, foi aquele garoto de 11 anos, primeiro a inaugurar a Casa recém construída que abria as portas para os vocacionados da Congregação Redentorista naquela cidade. Meu contato com ele era por meio de e-mail, por onde conversávamos sobre os acontecimentos na Congregação... Mantive-me, dessa forma, participante dessa Casa, que um dia me recebeu, e assim tive a oportunidade de seguir na missão, ainda que egresso do SRSA. Caro padre Luís Batista, como mencionei quando do passamento, o Padre Luiz Carlos, sobre amigo, sobre colega, sobre confrade, era meu irmão! E trago agora um pensamento em que deposito muita fé: UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU!Antônio Ierárdi Neto
Ontem, logo cedo, o Galvão, amigo sempre presente, me ligou às oito horas : ” Você já está sabendo?” O que? “O padre Luiz Carlos morreu esta madrugada!” Eu já sabia da doença dele! Da gravidade da doença! Não sabia da velocidade com que Deus lhe pouparia sofrimentos! Foguinho e eu acertamos visitá-lo segunda feira, dia 2, no hospital! Liguei incontinente para o Foguinho: ” Irmão, segunda não vamos ao hospital !” ” Por que?” “Padre Luiz Carlos morreu!” Serenamente, sem perder o bom humor. Ele sabia do galardão que lhe estava preparado, pra que sofrer! Fiquei me lembrando de quando nos encontramos: 1961 , ele recém chegado de Sacramento, eu vindo da Pedrinha! Ele dedicadissimo aos estudos, eu fazendo pro gasto! Ficamos amigos para sempre! Ao longo dos últimos 60 anos fomos nos encontrando. Não acompanhei sua vida sacerdotal. Eu, certo de que não tinha vocação, deixei o seminário! Ele ficou firme e forte! Era um gozador da minha desafinação inata: Nunca, cantando, distingui dó de ré…ele ria… Não me doía, eu sabia que não tinha esse dom! Um dia, em Aparecida, uma senhora, amiga do seminário, completou 50 anos de casamento: padre Zompero tomou alguns de nós e fomos rezar o terço com ela ! Ao final ela apresentou nos uma terrina de “bolinhos de chuva “…Ele hipnotizado repetiu várias vezes ” Bolinho “… Pronto, pra irrita-lo,apelidei-o Luiz Carlos Bolinho! Mas o apelido não colou! Há 4 anos, retiro anual da UNESER convidamo-lo para ser o pregador! Aceitou de pronto! O retiro aconteceu na Casa das Irmãs Japonesas, no Jaraguá em São Paulo. Pediu me carona. Fui buscá-lo na casa de uma irmã, na Lapa. A irmã reclamou : Ele fala palavrão! Ele rindo… A Marisa quis sentar no banco traseiro, oferecendo-lhe o lugar da frente: Cheio de humor retrucou que estaria mais confortável no banco de trás! Foi um retiro inesquecível! Ele mostrou-se amigo constante e incentivador da UNESER. Deu nos um conselho: “Além dos ex-seminaristas, procurem os ex-padres, eles têm muito a ajudar!”. Agora, Luiz Carlos, Padre Luiz Carlos, levou seu bom humor aos céus, eles que o recebam com ” Bolinhos de Chuva ” muitos bolinhos! Prof. Antonio Thozzi. Escritor e enólogo. 

ELES NOS PRECEDERAM - PE. NESTOR TOMÁS DE SOUZA CSsR

PE. NESTOR TOMÁS DE SOUZA CSsR
+30 de ABRIL 1945 
Nasceu em Miracema - RJ a 29 de abril de 1891. Era coroinha da Matriz, quando os nossos pregaram as Missões na sua cidade. Entusiasmado, o garoto pediu aos missionários que o levassem para Aparecida; queria também estudar para Padre. Vivo, inteligente, foi sempre um dos melhores alunos do seu tempo. Iniciou o noviciado em 1909 e professou no ano seguinte. Seus estudos superiores ele os fez na Alemanha, suportando, as agruras da guerra mundial de 1914. Ordenado em 1915, voltou para o Brasil, sendo logo designado para professor no Juvenato. Mas, feito o segundo noviciado iniciou sua vida de missionário que durou uns trinta anos, em sucessivas Missões e Retiros, em cidades de São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Goiás. De temperamento colérico, Pe. Souza era exigente em matéria de ordem e disciplina em tudo. Sua firmeza, às vezes um tanto dura, principalmente com seus súditos, causou-lhes não poucos aborrecimentos como superior que foi em Araraquara e Cachoeira do Sul. Isso ele reconheceu e lamentou mais tarde, penitenciando- se das suas fraquezas. Se nas missões não se poupava, em casa era o homem do seu quarto, lendo, escrevendo, estudando sempre. Conhecia muito bem as bibliotecas de nossas casas, em matéria de livros e revistas. Seus sermões e conferências primavam pela clareza e conteúdo; em linguagem fácil, cheia de vida e colorido, prendiam os auditórios mais exigentes. Ótimo escritor, devido às suas atividades missionárias, pouco pôde realizar no apostolado da pena. Mesmo assim, ainda nos deixou a tradução de “Os Exercícios da Missão”, de Santo Afonso e, em manuscrito, um alentado trabalho sobre nossas fundações em Goiás, Araraquara, Pinda e Rio Grande do Sul, bem como doze cadernetas, com um Diário das suas missões. Durante a última missão que pregou, feriu com a unha uma espinha que lhe saíra no rosto. No momento pareceu-lhe coisa sem importância. Mas a espinha arruinou. Mesmo assim, ele não deu muita atenção ao caso, recorrendo, como remédio, a uma simples pomada. Afinal, instado pelo superior, foi ao médico que constatou tratar-se de séria infecção. Esta foi logo envenenando o sangue, e Pe. Souza, antes no vigor de suas forças, percebeu a gravidade do caso. Aceitou aquela situação de total imobilidade, em meio a dores horríveis. Com a coragem que sempre o caracterizou, e com uma calma admirável, esperou pela morte. E esta chegou, levando-o para a vida eterna, a 30 de abril de 1945.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 29 de abril de 2022

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE JOSÉ MARIA PRADA CSsR

PADRE JOSÉ MARIA PRADA CSsR 
+29 DE ABRIL 1991 
O Pe. José Maria Prada era missionário redentorista da Província de S. Paulo. Ele nasceu em Portugal, em 1928 e foi ordenado em 1953. Trabalhou em Angola, África, até 1975, quando veio para o Brasil. Morou em Garça – SP, em Exu – PE e depois foi nomeado Pároco de Salgueiro – PE. Em Salgueiro, um dia, um senhor muito influente e rico na cidade o procurou, junto com a sua noiva, querendo se casar na Igreja. Ele dizia que morou com uma mulher em outra cidade distante dali, mas sem se casar na Igreja. Pe. Prada entrou em contato com a Paróquia daquela cidade e esta lhe mandou a certidão de casamento dele. O padre lhe mostrou e disse que não poderia fazer o casamento.  O homem, primeiro prometeu dar muito dinheiro para o padre se ele fizesse o casamento, mas este não quis. Então o homem ameaçou e disse que mataria o padre, se ele não fizesse o casamento. Pe. Prada foi inflexível, disse que morreria, mas não faria o casamento. Então o homem foi a sua casa, pegou um revólver, veio e deu cinco tiros no Pe. Prada, que morreu na hora. Eram onze horas do dia 29/04/1991. Na Missa de corpo presente, presidida pelo Sr. Bispo da Diocese, que é Petrolina, e concelebrada por todo o clero da diocese, estavam presentes uma enorme multidão. No enterro, levaram, em uma cruz, a camisa ensanguentada do Pe. Prada.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. LUÍS PESSI CSsR

PE. LUÍS PESSI CSsR
+ 28 de ABRIL 1984 
Nasceu a 20 de janeiro de 1908, em Jaguari - RS, filho de Giácomo Pess e Marcolina Della Pieve Pess. Estudou no Seminário de São Leopoldo - RS, de 1924 a 1929, entrando para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida-SP, a 04 de fevereiro de 1930. Recebeu o hábito redentorista em Aparecida, a 25 de abril de 1931, iniciando assim seu noviciado, que foi feito em Pindamonhangaba. Aí fez a profissão religiosa na C.Ss.R. a 26 de abril de 1932. O Seminário Maior foi feito na Argentina, em Manoel Ocampo e Villa Allende. Foi ordenado sacerdote em Jaguari - RS, a 06 de janeiro de 1937, por Dom Antônio Reis, Bispo de Santa Maria - RS. Após a ordenação sacerdotal continuou seus estudos no recém fundado Seminário de Santa Teresinha, em Tietê-SP. Deixou o Seminário Maior dia 20 de dezembro de 1937. Seu primeiro campo de apostolado foi na Penha, São Paulo, como missionário, onde ficou até junho de 1939, quando foi transferido para Cachoeira do Sul - RS. Morou também em São João da Boa Vista. Quase a vida toda foi missionário.P P No dia 25 de janeiro de 1956 realizou-se a instalação canônica da Vice-Província de Porto Alegre, sendo o Pe. Luiz Pessi o seu primeiro Vice-Provincial. A sede provincial ficava em Cachoeira do Sul. Foi Provincial de 1956 a 1961. Deixando o cargo, ficou superior da comunidade de Cachoeira do Sul. Pe. Pessi faleceu na mesma Cachoeira do Sul, no dia 28 de abril de 1984. (Arquivo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sábado, 23 de abril de 2022

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE IDEMAR COSTA CSsR

* 20/09/1964
+ 23/04/2021
Com pesar, a Arquidiocese de Goiânia comunica o falecimento do padre Idemar Costa, da Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás. Ele era colaborador da Paróquia do Divino Pai Eterno, em Trindade. O religioso estava internado há alguns dias em estado grave, em decorrência de complicações da covid-19. Padre Idemar tinha 56 anos de idade e 21 anos de sacerdócio. Nos últimos anos, dedicou-se ao atendimento dos romeiros do Divino Pai Eterno e também da Paróquia Santa Bárbara, em Santa Bárbara de Goiás. Destacou-se na animação bíblica da pastoral e da catequese. Às 13h, saíu o cortejo do Portal da Fé em direção à Igreja Matriz do Divino Pai Eterno e, em seguida, para o Cemitério Municipal de Trindade, onde o Pe. Idemar foi sepultado. Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno e que a luz perpétua o ilumine. Descanse em paz. Amém.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

ELES VIVERAM CONOSCO - Pe. Lauro José Masserani CSsR

Pe. Lauro José Masserani CSsR
+ 20 de abril 2008 
Nasceu a 11.04.1940, na Fazenda Santa Maria, no Bairro de São João, em Tietê SP. Seus pais: Donato Masserani e Santina Tomazela. Foi batizado a 19 de maio do mesmo ano na Matriz da Santíssima Trindade, em Tietê. A 16.02.1951, entrou para o Seminário Santo.Afonso, que funcionava no “Colegião”, em Aparecida, onde fez o Preparatório. O resto do curso ginasial e o colegial, no atual prédio do Seminário Santo Afonso Durante o ano de 1959 fez o Noviciado em Pindamonhangaba e se consagrou a Deus como Redentorista a 02.02 1960, em Aparecida. Realizou os estudos de Filosofia e Teologia no Seminário Maior Santa Teresinha, em Tietê SP (1960-1965). A Profissão Perpétua aconteceu em Tietê SP, a 02.02.1964 Recebeu a Ordem do Diaconato a 31.10.1965, em Tietê, ministrada por Dom Melhado Campos, bispo auxiliar de Sorocaba Foi ordenado presbítero a 27.12.1965, em Tietê, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba. Em fins de 1966, deixou o Seminário Maior, sendo transferido para o Seminário Santo.Afonso, como professor. Foi também Vice-Diretor. Aí ficou até o fim de 1971. No ano de 1972 entrou pra a equipe missionária, morando em Araraquara. Fez o 2º Noviciado, morando em S.João da Boa Vista, no 1º semestre de 1973. No 2º semestre foi transferido para Tietê, como missionário. Em 1976 foi novamente transferido para Araraquara, na equipe missionária No ano de 1977 e primeiro semestre de 1978, estudou Pastoral, em Medellin, na Colômbia, com especialização em Comunicações, no Instituto Pastoral do CELAM. Retornando da Colômbia, no segundo semestre de 1978; recomeçou suas atividades missionárias, residindo em Araraquara e Tietê. No 2º semestre de 1988 foi para a Bélgica para estudar no Instituto “Lumen Vitae”, de Bruxelas, onde fez o curso de Catequese e Análise Social. Retornando ao Brasil em 1990, reassumiu os trabalhos missionários, nas equipes missionárias de Tietê e Araraquara. A partir de 2003 esteve na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em São Paulo (região de Sapopemba), sendo o pároco e superior da comunidade. Na noite de 16 de abril de 2008, sofreu um infarto. Os procedimentos foram tomados a tempo. Depois de medicado, foi internado no Hospital Santa Bárbara, onde veio a falecer na madrugada de 20 de abril de 2008.
Conheci o PE. LAURO....nosso Mestre....Por ocasião de nossa formatura no SANTO AFONSO, editou um fascículo especial da revista NOVA META, que havíamos trabalhado por um tempo e nos brindou no ato da FORMATURA. DEUS O TENHA EM SUA LUZ. MEU MESTRE....BRIGAMOS MUITO NO SEMINÁRIO....não se dava bem comigo...me dizia que eu era desonesto por procurar no PE. SILVA, MEU CONFESSOR, para desabafar, e ...um dia o PE. SILVA, EM REUNIÃO OFICIAL COM OUTROS PADRES, disse...o seminarista tem razão em me procurar para desabafar a situação, ou ...EU NÃO SOU CONFIÁVEL? UMA CHALEIRA SE NÃO TIVER VAZÃO DO VAPOR EXPLODE. Porém, ao final , antes do noviciado nos acertamos, presenteou-me na formatura com um exemplar de uma revista que criamos, a NOVA META e que nunca mais foi editada....coisas de raiz..... Ao final em um dia, anos depois eu o ENCONTREI EM UM DOS METRÔS DE SAMPA, E ELE OLHAVA-ME FORTEMENTE E EU JÁ ESTAVA PARA PERGUNTAR O QUE AQUELE SENHOR DE BENGALAS QUERIA COMIGO. QUANDO ELE GENTILMENTE PERGUNTOU-ME... VOCÊ NÃO EH O NELSON DUARTE... SORRIU E TROCAMOS UM GOSTOSO ABRAÇO...NÃO ESPERAVA QUE FOSSE TAO CEDO.... MINHAS PRECES E MINHAS DESCULPAS SE ERREI. BEIJOS NO CORAÇÃO. VIVI INTENSAMENTE COM PADRE LAURO NO STO. AFONSO. BRIGAS, ENTENDIMENTOS, AO FINAL RECONCILIAÇÃO. NOBRE... MESTRE CONQUISTAMOS JUNTOS UM PREMIO INTERNACIONAL TEMA URUPES EM TAUBATÉ... MONTEIRO LOBATO. NO DIA DA FORMATURA ME PRESENTEOU COM UMA EDICAO ESPECIAL DA REVISTA NOVA META QUE COLETIVAMENTE HAVÍAMOS LANÇADO. APENAS ESPIRITO DE INOVAÇÃO CONTRA A RETRANCA ACIRRADA DE ALGUNS DO CLERO, E COM RAZÃO POIS ,PRETENSÃO....KKKKKKK ESTÁVAMOS DESCARTANDO A " CARTINHA"... EVIDENTE, DERROTADOS... KKKKK MAIS UM CAPÍTULO LEMBRADO COM SAUDADES. NOS VEMOS , MESTRE LAURO Nelson Duarte

MASSERANI, COMO ERA CONHECIDO, CONVIVEU COMIGO POR CINCO ANOS, FUI SEU ZELADOR NA TURMA DOS MENORES. CERTA OCASIÃO, ENGALFINHOU-SE COM OUTRO SEMINARISTA E EU FUI CHAMADO PARA APARTAR A BRIGA, COMO EU TINHA O CORPO MAIS AVANTAJADO QUE OS DOIS, SEPAREI-OS E APLIQUEI UM SOPAPO EM CADA UM, COISAS DA ÉPOCA. ENCONTREI-O, QUARENTA ANOS DEPOIS, QUANDO ABRAÇAMO-NOS E PASSAMOS A RECORDAR NOSSO TEMPO, APROVEITOU PARA COBRAR-ME O ATO POR MIM JÁ ESQUECIDO, DEI MUITAS GARGALHADAS E CONVIDEI-O A RECLAMAR PARA O DANIEL E O GERVÁSIO (PADRES), QUE FORAM MEUS ZELADORES E ME ENSINARAM A APARTAR BRIGA DE GENTE PEQUENA. ALEXANDRE DUMAS PASIN
Padre Lauro Masserani foi o meu anjo da guarda quando entrei ao seminário. Foi muito meu amigo. Como já afirmei várias vezes, o Masserani, como era chamado , foi o meu anjo da guarda, quando entrei no seminário. O Anjo da Gurda era o garoto encarregado de mostrar os diversos compartimentos da casa, mostrar onde podia onde não podia conversar, estivesse em recreio ou não, como por exemplo os locais de banho e os WC como eram chamados, Espero que quando eu chegar no céu ele me receba e me diga, Abner, aqui você pode ir em todos os lugares, falar, rir e cantar, e pode até ir até o frigorifico da cozinha e pegar quantos chocolates Diamante Negro tiver , que ninguém vai falar nada. Abner
Eis um Padre “figura”. Tenho boas lembranças dele. Vozeirão e animado. Talvez seu estilo “executivo” tenha marcado meu estilo profissional.Pedro Luiz Dias
Convivi com ele ainda nos tempos de seminário!
Também tenho boas lembranças! Olhe! Este é o grande objetivo da Tavola Redonda dos Seminários: Manter perene nossa Memória! Ierárdi

terça-feira, 19 de abril de 2022

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. EDIVALDO ARILDO MOREIRA CSsR

PE. EDIVALDO ARILDO MOREIRA CSsR
+19 de ABRIL 2004 
Nasceu em Jacareí SP, no dia 16 de agosto de 1967. Eram seus pais: Nivaldo Arildo Moreira (+1994) e Vicentina Teixeira Moreira. (+2003). Entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, em 18.02.1991. Afez o Colegial, na Escola Paulina Cardoso. Em 1994, fez o Propedêutico, em Sacramento MG. A Filosofia foi feita em Campinas SP, de 1995 a 1997. Fez o Noviciado em Tietê SP, no ano de 1998, onde também fez a Profissão Religiosa na CSSR em 24.01.1999 Iniciou a teologia no ITESP, morando no Alfonsianum, em São Paulo, Ipiranga. Em 2000, foi transferido para a Comunidade de Diadema, onde ficou até terminar a teologia. Em 13.10.2002, na Capela do Seminário S.Afonso, em Aparecida, fez a Profissão Perpétua na CSSR. Em dezembro de 2002, foi transferido para a recém fundada Comunidade de Nossa Senhora da Esperança, em Sapopemba, São Paulo SP. Foi Ordenado Diácono, no dia 1º de fevereiro de 2003, por Dom Pedro Fré, Bispo emérito de Barretos, na Matriz da Imaculada Conceição, em Mauá SP. Foi Ordenado Sacerdote no dia 02.08.2003, na Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, Paróquia de Santa Cecília, em Jacareí SP, por Dom Pedro Fré. Bispo emérito de Barretos. Continuou trabalhando na Comunidade Nossa Senhora da Esperança, em São Paulo. No dia 1º de fevereiro de 2004, Pe. Edivaldo, de manhã, foi encontrado caído em casa. Estava em estado de coma. Foi levado ao Pronto Socorro mais perto, e na tarde desse mesmo dia foi transferido para o Hospital Osvaldo Cruz. Sempre na UTI, em estado de coma, ficou até o fim. No dia 03 de março, foi transferido para o Complexo Hospitalar Paulista. Faleceu na manhã do dia 19 de abril de 2004. Foi sepultado em Aparecida, nesse mesmo dia. Estava com 37 anos de idade, 05 anos de Vida Religiosa e 08 meses de Sacerdócio.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

domingo, 17 de abril de 2022

ELES NOS PRECEDERAM - IR. CARLOS (JOSÉ JUNGWRTH ) CSsR e PE. JOSEPH BRUCKMAYER CSsR

IR. CARLOS (JOSÉ JUNGWRTH ) CSsR
+17 de ABRIL 1937 
Este foi, em toda a extensão da palavra, “o bom Irmão Redentorista”. De família pobre, nasceu em Salzburg (Áustria) a 6 de julho de 1867. Órfão de pai já aos dois anos de idade, Irmão Carlos pensou, desde criança, em ser padre. Não pôde, porém, estudar, por falta de capacidade e pela pobreza da mãe que ele precisava ajudar. Aos 16 anos começou a aprender o ofício de alfaiate, até que, em 1884 resolveu ingressar na C.Ss.R. apesar da oposição dos parentes e amigos. Precisou pedir o dinheiro necessário para viajar até Gars, onde fez o seu noviciado, professando em 1893. Veio para o Brasil em 1895, e viveu em Aparecida até a sua morte. Embora de família pobre, e sem estudos, ele foi sempre o austríaco a alegre, de fino trato. e muito gosto artístico. Essas qualidades apareceram bem nos diversos ofícios que desempenhou. De extraordinária atividade, parecia ter o voto de não perder tempo. Como alfaiate, só Deus sabe quantas batinas e cimarras ele fez, quanta roupa reformou e remendou, com aquela sua inesgotável paciência. Além disso consertava toda a roupa da igreja, bordava paramentos e estandartes com perfeição, e ainda cuidava da capela que ele trazia sempre uma ordem e limpeza impecáveis. Enfermeiro dedicado e entendido, estava sempre ao lado dos doentes, não deixando faltar nada, confortando a todos com seu espírito de fé e conformidade. Naqueles anos, em que todos os bispos e padres que vinham a Aparecida se hospedavam no Convento, Irmão Carlos era o hospedeiro incansável na arrumação dos quartos, onde nada faltava, a começar pela limpeza. Alegre com todos, previa e providenciava tudo, para que os hospedes se sentissem, não apenas em casa, mas numa casa religiosa. E apesar de todos esses ofícios, ele ainda achava tempo para atender a portaria, onde era conhecida a sua paciência, sua atenção e delicadeza. Não foi sem motivo que, um dia, gracejando, D. Sebastião Leme o nomeou “monsenhor” enquanto D. Duarte Leopoldo a chamava de “cônego”. Uma duas suas últimas alegrias foi acompanhar a Imagem de Nossa Senhora em sua ida ao Rio. Pela primeira vez a Imagem saía do seu nicho, e o Irmão Carlos foi o seu guarda, durante todo o tempo em que esteve fora, não se afastando da Imagem, mesmo durante a noite, sempre atento a tudo e a todos. Foi em 1936, já perto dos 70 anos, que o nosso Irmão começou a adoecer para morrer. Embora sempre falando de voltar aos seus trabalhos, não conseguiu recobrar a saúde. Internado por algum tempo na Santa Casa, pediu que o levassem de volta para o convento. Seus últimos meses ele os viveu plenamente conformado, e rezando sempre. Faleceu a 17 de abril de 1937, às três horas da tarde. 
PE. JOSEPH BRUCKMAYER CSsR
+17 de ABRIL 1959 
Foi Provincial da Baviera de 1939 a 1944. Foi o último Provincial da “Província Mãe” com autoridade na Vice-Província de São Paulo. (Arquivo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sábado, 16 de abril de 2022

Júlio Machado Braga, batalhador incansável

Há um provérbio popular que diz que”Elogio, em boca própria é vitupério” Mas o apóstolo São Paulo também afirma que “A verdade também é humildade” Por isso, sinto-me à vontade para, hoje, falar alguma coisa sobre meu pai, para este jornal, principalmente, sendo a pedido de outrem. José Machado Braga, Zezé Braga, Oblato Redentorista 

Sorocaba, terra do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, aclamado governador da então Província de São Paulo, em 1842, foi também o berço de outro ilustre cidadão que, mais tarde, muito ilustrou e engrandeceu o nome desta nobre e leal cidade de Aparecida, a Terra da Padroeira do Brasil. Chamava-se JÚLIO MACHADO BRAGA e nasceu no dia 1º de julho de 1892. Seus pais, Domingos Braga e Mathilde Machado Braga, de origem muito humilde, tiveram nove filhos, que criaram com muito amor e carinho e nos quais incutiram um grande amor para com Deus e uma educação religiosa muito sólida e profunda, que incluía também uma grande e filial devoção a Nossa Senhora. De sua infância, em Sorocaba, quase nada sabemos. De seus pais, recebeu, na alma e no coração, as sementes de sua religiosidade que, em respeito humano e sem esmorecimentos, fez brotar e florescer muitas virtudes durante a sua curta existência. Em 1907, a família BRAGA, deixando Sorocaba, chegou a Aparecida e aqui se fixou, transcorrendo, pois, neste ano da Graça de 2007, cem anos de sua chegada a Aparecida, marcando, com sua vida de virtudes e trabalhos nas mais diversas áreas religiosas e sociais, sua presença dentro da grande família aparecidense. Aos quinze anos de idade, papai entrou para o Seminário Santo Afonso, aqui em Aparecida, onde foi aluno estudioso, esforçado, de gênio alegre e bondoso, de tal sorte que, em pouco tempo, logo granjeou a estima dos mestres e formadores, os severos, mas piedosos padres alemães e a de todos os demais seminaristas. Além de se distinguir nos estudos, também se distinguiu nas apresentações teatrais, notadamente nas comédias, cujos papéis interpretava com humor e naturalidade. Terminado o Curso das Humanidades, como era chamado o que hoje é o ciclo dos primeiro e segundo graus, firme no propósito de ser, um dia, sacerdote e missionário redentorista, santo, recebeu o hábito religioso redentorista, como era de costume na época, e foi fazer seu noviciado, sob a direção do experiente padre Carlos Hildebrand, no Convento de Bom Jesus dos Perdões, cidade que hoje é mais conhecida, simplesmente, pelo nome de Perdões, São Paulo. Embora a cidade e a região fossem de clima excelente e muito salubre, a saúde de Julinho, como meu pai foi carinhosamente chamado e conhecido até o fim de sua vida, não era satisfatória e, como os cuidados recebidos não surtissem efeito, aconselhado pelos superiores, viu-se obrigado a abandonar a carreira eclesiástica e esperar nova oportunidade. “O Espírito estava pronto, mas a carne era fraca”. Sempre muito dedicado aos redentoristas, por algum tempo prestou-lhes serviços no Santuário de Nossa Senhora da Penha, em São Paulo. Regressando a Aparecida, por volta de 1914, manteve a convivência com os padres redentoristas. Durante cerca de dez anos, até a sua morte, Lecionou Latim e Português no Seminário Santo Afonso, sendo professor de muitos seminaristas que se tornaram ótimos missionários, contando-se entre os ainda vivos(*), Dom Pedro Fré, bispo emérito de Barretos(SP), Dom José Rodrigues de Souza, bispo emérito de Juazeiro(BA), padre José Oscar Brandão e alguns outros que ainda trabalham na vinha do Senhor. Dentre os vivos e atuantes, conta-se, ainda, o padre Luiz Inocêncio Pereira, que acaba de completar seus 93 anos de idade e 66 anos de santo sacerdócio. Aliás o padre Inocêncio, até hoje, ainda se orgulha de ter sido aluno de meu pai. Cada vez que se encontra comigo anuncia para todos os circunstantes: “Eu fui aluno do pai desse homem”.(**) No dia 6 de janeiro de 1934, Dia de Reis, recebeu de Roma, do Superior Geral da Congregação Redentorista, na época. Padre Ptritius Murray, o título de “Oblato Redentorista”, honraria essa que encheu sua alma e coração de grande e profunda alegria e de não menor gratidão à Congregação que ele tanto amava e à qual ele tanto sonhou pertencer: afinal, tornava-se membro da Família Redentorista, não como padre ou irmão leigo, mas como cidadão engajado e fiel aos seus ideais missionários, alfonsianos. Diploma esse, todo redigido em Latim, que a Família guarda com toda a veneração, gratidão e respeito. Foi o segundo oblato leigo da Congregação, na Província de São Paulo, sendo precedido apenas pelo ilustre senhor João Maria de Oliveira César, camareiro secreto de Sua Santidade o Papa Leão XIII, digno tesoureiro do Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, também muito amigo e benfeitor da Congregação Redentorista. Com o preparo intelectual e moral que meu pai recebera, fácil lhe foi ocupar lugar de destaque na imprensa local, colaborando no Jornal “Santuário de Aparecida”, do qual foi também gerente. Estimado na sociedade aparecidense, logo descobriu na humilde e modesta professora Marietta Vilela da Costa, também profundamente religiosa, católica praticante, a pessoa que poderia, como esposa, ser a mãe de seus filhos e formar com ele o consórcio perfeito de um lar cristão. Assim é que, diante do trono de Nossa Senhora Aparecida, no dia 27 de dezembro de 1919, casou-se com aquela virtuosa professora, com a qual ficou casado durante 19 anos e a qual lhe deu oito filhos. Estava formado mais um lar essencialmente cristão e a educação que os virtuosos pais deram aos filhos proporcionou a todos um crescimento e um amadurecimento profundamente cristãos e normais. Meu pai, preparado como era, batalhou incansavelmente pela emancipação política de Aparecida. Exclusivamente para isso, jornalista que era, fundou um jornal combativo, “A LIBERDADE”, no qual exercia todas as funções, desde a redação até a revisão e paginação, incluindo, ainda, a faxina da sala de trabalho. Durante quatro anos ele, sozinho, manteve o jornal, escreveu todas as matérias, alimentando na alma do povo o desejo cada vez maior da emancipação da cidade, do vizinho município de Guaratinguetá. A sua luta e seus suores não foram em vão: a sonhada e suspirada independência política de Aparecida aconteceu no dia 17 de dezembro de 1928 para grande regozijo de toda a população que, lembro-me muito bem, saiu às ruas cantando e comemorando a realização de um sonho há bastante tempo acalentado. É claro que essa emancipação política de Aparecida não se deu pelos esforços somente de meu pai, mas houve a conjugação de esforços de um punhado de homens e de mulheres, denodados batalhadores, que queriam o melhor para a cidade de Aparecida. Não foi o resultado dos esforços de qualquer outro, individualmente, mas de uma equipe de emancipadores. Meu pai foi um batalhador desde a primeira hora. Não esmoreceu um só momento, como outros também não esmoreceram. Lutou bravamente. Em 1929, tendo sido convidado, com insistência, para fundar um Colégio na cidade de Lins, São Paulo, para lá se transferiu com toda a família, isto é, com a esposa e com todos os filhos ainda pequenos. Fundou lá o Colégio São Luiz, o qual cresceu, prosperou e, pelo que sei, parece que se transformou em abalizada Faculdade. Lins não era, então, a cidade moderna e progressista que é hoje no Noroeste do Estado de São Paulo e, depois de algum tempo, meu pai compreendeu que o regresso a Aparecida se impunha, ainda mais que os amigos de cá reclamavam a sua presença, os antigos companheiros de lutas lhe acenavam com uma Coletoria Estadual. De mais a mais, o que mais pesou foi o transtorno que ocorreu na saúde dos filhos, dadas as asperezas do clima de lá. Voltou , assumiu a Coletoria, para o que não lhe faltavam competência e honestidade. Mas, também depois de algum tempo, por injunções políticas, essa coletoria passou para outras mãos. Nesse mesmo ano de 1929, seus amigos redentoristas, conhecendo a formação humanística de meu pai, convidaram-no para lecionar Português e Latim para as séries mais adiantadas do Seminário, que eram as que correspondem ao Ensino Médio. Deu aulas até 1938, ano de sua morte. Em 1932 foi nomeado prefeito da cidade pelo Governador de São Paulo, cargo esse que executou com grande dedicação e não menos esforços com probidade e zelo. Calçou muitas vias públicas, remodelou toda a antiga praça Nossa Senhora Aparecida e, se outras fossem as circunstâncias de seus dias de governo, maiores teriam sido, sem dúvida, as suas realizações. Basta dizer que naqueles tempos prefeitos não dispunham de carros do ano, de outras viaturas para os serviços dos diversos setores municipais e lembro-me muito bem de como eu “pegava carona” em algum cavalo que retornava às cocheiras da prefeitura, conduzido por um funcionário municipal. Em qualquer cargo que ocupasse, de prefeito, de coletor estadual, de jornalista ou de professor, a sua consciência jamais fê-lo dobrar-se ante exigências de políticos influentes. Em 1931, quando a verdadeira imagem de Nossa Senhora Aparecida foi levada triunfalmente à capital federal, que ainda era no Rio de Janeiro, para ser proclamada oficialmente pelo presidente da República, a “Rainha e Padroeira do Brasil”, coube também a meu pai, ao lado do comendador Salgado, do professor Chagas Pereira, do Sr.João Barbosa, do Sr.Benedito Barreto, a honrosa incumbência de ser um dos porta-estandartes da gloriosa e venerada imagem. Sempre preocupado também com o lado social da vida dos cidadãos, quando da fundação da Santa Casa de Misericórdia de Aparecida, prestou relevantes serviços a esse empreendimento e foi um ativo membro das primeira “mesa provedora” daquele hospital. De saúde sempre um tanto precária, seu estado agravou-se no segundo semestre de 1938, inclusive por efeito de circunstâncias políticas que não me agradam relembrar agora. Os cuidados e desvelos da família e os recursos da medicina não conseguiram deter o agravamento e a marcha acelerada da enfermidade. A hora de receber o prêmio de uma vida toda consagrada a Deus, à família e à prática do bem, havia chegado. Sempre assistido pelos seus amigos redentoristas, que lhe ministraram os últimos sacramentos, fechou tranquilamente os olhos para esta terra para contemplar Deus e a Virgem Maria no céu. Estava tão lúcido, tranquilo e sereno que ainda teve a preocupação de puxar um pouco para cima o lençol que o cobria para que o sacerdote que o assistia lhe ungisse os pés. Suas últimas palavras foram: “Isso me fará bem”! E partiu, sem agonia. Os carrilhões da Basílica Velha tocavam o Ângelus do meio-dia, do dia 24 de setembro, Dia de Nossa Senhora das Mercês. Era um sábado! Já se passaram 69 anos. As lágrimas derramadas à beira de seu túmulo caíram no esquecimento. Silêncio completo se fez sobre seu nome durante muito tempo. Lembro-me de que em uma das legislaturas municipais de alguns anos atrás, num dia de aniversário da Emancipação Política da cidade, os nobres senhores vereadores de então resolveram fazer uma homenagem aos emancipadores falecidos com uma romaria ao cemitério local. Mas nos seus andares pelo campo santo, não conseguiram descobrir o túmulo de meu pai e, assim, ele ficou sem as sentidas preces dos piedosos romeiros. 

(*) Como este artigo foi publicado em 2007, Dom Pedro Fré CSsR já é falecido desde 3 de abril de 2014 e Dom José Rodrigues de Souza CSsR já é falecido desde 9 de setembro de 2012. 
(**) Padre Luiz Inocêncio Pereira CSsR já é falecido desde 10 de janeiro de 2009 

ALEXANDRE DUMAS PASIN
NOTA: Esse texto foi publicado num jornal de Aparecida em 15 de julho de 2007 . Foi-me encaminhado pelo Alexandre Dumas para divulgar. Assim, como mantenho neste blog a publicação da biografia dos SEMPRE redentoristas, sacerdotes, irmãos religiosos e antigos seminaristas, que nos precederam ou que viveram conosco, vamos lembrar a todos os interessados, a cada dia 24 de setembro, a vida desse antigo seminarista que, egresso por motivo de saúde do Seminário Santo Afonso, sempre esteve ao lado da Congregação e de Nossa Senhora Aparecida até o seu passamento. Esse texto, pois, será publicado novamente no dia de sua morte, 24 de setembro e rememorado em todos os anos que nos for possível fazer.

ANTÔNIO IERÁRDI NETO
Ótimo, Ierardi, fiquei satisfeito, de agora em diante, a vida e trajetória sempre ligada à Congregação Redentorista do ex-seminarista Júlio Machado Braga ficará registrada e será divulgada dentro de nossa comunidade da Uneser. É bom lembrar que, em reunião Eneser de julho de 2007, propus e foi aceito por unanimidade que Júlio Braga fosse proclamado Patrono de nossa entidade. Foi aceito de direito, mas não de fato, nem sei se consta em ata, lamentável Alexandre Dumas
Bem que seria muito oportuno a UNESER dar o título de PATRONO ao Júlio Braga, isso porque é o grande exemplo do antigo seminarista que, por motivo de saúde, teve de se desligar do seminário, constituiu família, que manteve sempre cristã/católica, teve filhos e nunca se desligou da Congregação Redentorista. É o que se pode hoje apresentar aos Redentoristas, mostrando que os egressos do seminário hoje mantêm o verdadeiro padrão doutrinário da Igreja, como aprenderam em sua época, formando famílias de respeito. Antônio Ierárdi
Quando isso entrou em pauta? Não vi. Fato consumado ? É assunto da próxima reunião em Julho ? Penso que é tanto de direito quanto de fato. Nada em contrário. Adilson Jose Cunha
Pois é Adilson, boa oportunidade sua presença para ajudar na reunião a consumação positiva desse fato....Como mencionei agora ao Dumas...Júlio Machado Braga é o grande exemplo do antigo seminarista, egresso, que formou família cristã/católica e tornou-se oblato da Congregação...Vamos em frente!!!! Antônio Ierárdi
Adilson, na Eneser de julho de 2007, levei essa matéria ora publicada pelo Ierardi à assembleia e propus que Júlio Braga fosse proclamado nosso Patrono. Você sabe como é que era o Mané, ele colocou a matéria em votação, ninguém se opôs, foi aceita minha proposta, mas talvez nem conste na ata, se é que ela existe.Quero lembrar que Júlio Braga é pai da Irmã Felici, fundadora com o Padre Eduardo Moriart da Congregação das Mensageiras do Amor Divino, ordem esta coadjutora nas missões redentoristas. Alexandre Dumas
Nota:Vejam no dia 28 de março neste blog.


Está havendo uma confusão de nomes sobre os Bragas: os dois eram oblatos? Tanto o pai quanto o filho? É preciso rever essa situação. Penso que a atual diretoria não tem conhecimento do fato. Como o Paulinho foi daquela e agora é desta, ainda está em tempo de colocar isso em pauta no próximo Eneser. Adilson José Cunha
Os dois foram oblatos. Dos filhos homens de Júlio, somente Guido Braga ainda é vivo, é professor aposentado, foi secretário da cultura em Aparecida. Na comemoração dos cem anos da chegada dos redentoristas, Guido representou o padre Gebardo, artista que é, vestiu a batina, colocou o barrete, muniu-se de um breviário antigo e subiu a Rua Oliveira Braga rumo à basílica velha, personagem perfeito, convenceu. Alexandre Dumas
E a profa. Ritinha? Adilson Jose Cunha

Eu não sei o nome das filhas, acredito que ainda existam duas vivas. Eu conheci muito a Dona Marieta, viúva do Júlio Braga, dava aula no bairro de Santa Rita numa escola municipal. Acredito que a maioria de seus filhos tenham sido professores. Alexandre Dumas Pasin de Menezes
 A profa. Ritinha Braga é irmã do prof. Zezé Braga, que morou na imediações da Rodoviária de Aparecida. Por muito tempo fez leituras na basílica velha na missa das 18 hs. Atualmente não tem aparecida por estar incapacitada. Foi professora primária da minha esposa,no Comendador Salgado. Adilson Jose Cunha
O assunto volta à pauta, nada foi levado à discussão em reuniões da Uneser. Sendo eu o propositor e testemunha vivo da proclamação de Júlio Braga patrono de nossa entidade, unilateralmente, a partir de agora, vou tratá-lo com tal até que alguma assembleia legitimamente constituída ouse destituí-lo dessa honraria. Alexandre Dumas
Meu amigo Dumas, conversei por telefone com o Thozzi e ele mencionou que o pessoal da UNESER deliberou a existência de apenas um patrono(?).  Estavam cogitando o Padre Libárdi ou o Mané. Olhe, embora não participe dos eventos da UNESER, esclareço aqui que uma das razões é justamente o que ocorre com o pessoal administrativo... Essa sua sugestão, considerando apoio estrito e comprovado do Prof.Júlio Braga aos redentoristas e na situação de egresso do seminário redentorista é importante, digo ainda, brilhante.... entretanto falta muita vontade para por a mente em ação e dar a todos aqueles que de alguma forma sobressaíram,  acrescentaria ainda os padres que nos orientaram, como o Pe.Brandão, por exemplo, louvor e eterna gratidão. Sempre idealizei a criação de fóruns para o plenário apreciar boas sugestões nos encontros ao invés de ocupar o tempo apenas com trocas de gentilezas e abraços. Fui por isso até considerado "tranqueira".... Assim lamentavelmente podemos perceber que a admissão de certas iniciativas é "complicada" e pode até "agredir"(?), portanto não deve acontecer! Uma observação final, se um dia resolverem adotar essa minha ideia, volto aos encontros e fico à disposição para colocá-la em prática! Antônio Ierárdi
Ierardi, nossa trajetória é dinâmica Júlio Braga nos precedeu, legou-nos um exemplo de vida, ex-seminarista, oblato, cidadão. Se lhe negarmos a condição de patrono, Aparecida o tem entre os ilustres, não lhe faltarão homenagens merecidas. A Uneser, ora a Uneser, encontrará e subsistirá com as forças do Mané e Li bardi, não criará horizontes, acredito que tenha um tempo contado, lamento. Alexandre Dumas