domingo, 31 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! BATISMO - III

Pe. João A. Mac Dowell S.J. 
É verdade que as crianças que morrem sem batismo estão perdidas para sempre?
O batismo é normalmente necessário para a salvação. O próprio Jesus o afirma: "Se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5). Ele também ordenou a seus discípulos que batizassem todas as nações em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19). Deus ligou a salvação ao sacramento do batismo. Este rito é o sinal visível e eficaz da libertação do pecado e da incorporação no novo povo de Deus. Por ele nos tornamos membros do Corpo espiritual de Cristo, que é a Igreja.
Mas Jesus também deixou claro que o amor de Deus se estende a todas as pessoas, mesmo às que nunca receberam o anúncio do Evangelho e não puderam entrar na Igreja: "o vosso Pai que está nos céus - disse ele - não quer que se perca nem um só destes pequeninos" (Mt 18,14). Deus mesmo não está ligado aos sacramentos que instituíu. Ele pode agir por outras vias para comunicar a sua graça e salvar as suas criaturas. Por isso o batismo só é necessário para a salvação das pessoas que têm a possibilidade de o receber.
Quem sem própria culpa não foi batizado poderá ser salvo por Deus de outras maneiras. Não sabemos como ele desperta nas crianças que morrem sem batismo a fé e o amor, necessários para gozar da felicidade eterna na sua companhia. Mas, confiados na palavra de Jesus, temos certeza que ele quer a salvação de toda a família humana. Esperamos, por isso, que na sua misericórdia oferecerá também a estes inocentes a oportunidade de acolher o dom de seu amor.
Esta esperança na salvação das crianças mortas sem batismo não deve levar-nos a descuidar o batismo dos próprios filhos. Quando os pais são católicos, sempre que há suficiente garantia de que receberá uma educação cristã, a criança deve ser batizada quanto antes. Mas o batismo não deve também ser encarado supersticiosamente como um rito mágico, para livrar a criança de qualquer doença, desgraça ou perigo. Nem é por causa do medo de que morrendo sem batismo se percam para sempre, que os pais cristãos devem batizar os filhos. Mas porque creem que pelo batismo eles renascem para a vida nova de filhos de Deus. A sua fé que estimam e por isso desejam transmitir-lhes é o verdadeiro motivo de sua decisão de batizá-los. 
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.

http://www.redemptor.com.br(2009)

sábado, 30 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! DEUS - III

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
Deus quer tudo o que acontece?
Essa frase vive surpreendendo muita gente, principalmente nas horas de sofrimentos. Até na morte o conformismo vem através desse jargão que, de tanto falarem, faz parte do vocabulário consolador nos velórios: “Deus quis assim”.Não sei bem que Deus é esse que quer a morte, escolhe alguns para morrer deixando outros que precisavam morrer para desocupar um pouco esse mundo. Que Deus é esse que anda na cabeça do povo, que patrocina atrocidades e nos oferece uma vida cheia de percalços e sofrimentos?Aqui entra a grande ignorância, a preguiça ou incapacidade de pensar. Que muitos sejam incapazes até de pensar, podemos admitir, pois seu universo é tão reduzido e pequeno, fácil para aceitar qualquer explicação. Tudo o que o ultrapassa, se explica pela vontade de Deus, explicação tranqüilizadora e confortante em qualquer situação.O problema com aqueles que não querem procurar uma explicação mais completa ou preferem não pensar muito. É bom deixar como está: um Deus que é Pai, mas que distribui morte, sofrimento, auxílio para quem Ele quer, premiando a uns e castigando a outros. Uma teologia que nos deixa inseguros.Não é fácil perceber que cada um de nós, com seu modo de agir, causa problemas ao outro e essa ciranda negativa, principalmente do pecado, forma o negativo pano de fundo de destruição do plano de Deus, trazendo a morte, o sofrimento. Nós somos responsáveis pela morte e pela vida, pelo sofrimento e pela paz. Um sistema político-econômico a serviço da ganância e do egoísmo gera exclusões, privações, violência e destruição. A natureza tem seu limite e morremos quando acaba a nossa resistência para reter a vida.O pior problema nasce daqueles que querem manter o povo na ignorância, no medo e assim manter o comando. Uma teologia conservadora, uma teologia da prosperidade, do conformismo. São teologias falsas, anti-evangélicas. A Igreja já nos manteve no medo do inferno, da condenação, da morte terrível por muito tempo. Há lideranças que não largam o poder e vivem ameaçando uns coitados que não têm acesso a uma teologia mais arejada e mais evangélica. O povo foi domesticado para viver a dependência; vive com um nó cada vez mais sufocante e sem perspectivas de vida. Manter o povo nessa linha é fornecer a ele uma religião que não liberta.Ninguém tem o direito de escravizar o povo pela religião, através de movimentos, grupos e ensinamentos que ferem a dignidade da pessoa. Para todos os que querem manter-se na liderança através de ameaças, vale a advertência de Jesus: “Cuidado com o fermento dos fariseus”.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

EDITORA SANTUÁRIO

sexta-feira, 29 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BATISMO-II

Pe. João A. Mac Dowell S.J. 
Se o batismo é tão importante, porque a Igreja se nega a batizar uma criança, quando seus pais e padrinhos não são praticantes ou não freqüentam o curso de preparação?
O batismo está sempre ligado à fé. "Crê no Senhor e serás salvo, tu e a tua casa", declara Paulo ao seu carcereiro em Filipos. "E logo ele recebeu o batismo com todos os seus" (At 16,31.33). Sem a fé do próprio candidato ou, no caso de crianças, dos que as apresentam e se responsabilizam por sua educação cristã, a Igreja não pode conferir o batismo. De fato, o batismo é precedido sempre pela profissão de fé: o batizando ou seus pais e padrinhos respondem três vezes "creio".
Mas crer em Jesus Cristo significa estar convencido de que seu caminho é verdadeiro e querer segui-lo. É preciso, portanto, saber quem ele é o que ele nos propõe no Evangelho. É preciso também estar disposto a participar da Igreja, a comunidade onde o Evangelho é anunciado e acolhido com fé. Esta é a razão das promessas do batismo. Se elas não são levadas a sério o efeito do batismo fica prejudicado. Deus planta a semente da fé no coração da criança. Mas se ninguém rega, ninguém cultiva, a planta morre sem dar fruto.
O batismo é o início dum caminho: o caminho pelo qual se chega à vida eterna seguindo Jesus Cristo e observando os seus mandamentos. Mas a criança batizada ainda não pode andar sozinha; ela precisa ser conduzida pela mão de quem já está no mesmo caminho da vida cristã. O batismo é a porta da Igreja. Não adianta abrir a porta, se o batizado não fica dentro, não pisa mais na igreja. Ele precisa crescer num ambiente de fé, para absorver espontaneamente o Espírito de Jesus.
Por isso, a Igreja exige que os responsáveis pela educação da criança estejam conscientes dos seus deveres para com Deus e a comunidade e decididos a cumpri-los. Quem já tem estas atitudes, não precisaria fazer a preparação. Mas muitas vezes os pais querem batizar os filhos só por costume, sem nenhum compromisso nem compreensão do seu valor. O curso de preparação serve então para evitar que o batizado se transforme numa mera cerimônia exterior, sem sentido: uma mentira. 
É verdade que a criança não tem culpa se seus pais não cumprem as condições exigidas pela Igreja. Mas negar-lhe o batismo nesse caso não é nenhuma injustiça, nem castigo. Ela não ganharia nada sendo batizada assim. Sem o apoio devido, a fé não pode vingar. Por isso, nesse caso, é melhor que, quando crescer, peça livremente o batismo, depois de ter compreendido seu sentido e exigências. Se morrer antes, não está fatalmente condenada, como pensam alguns. A bondade de Deus encontra outros modos de salvar os seus filhos.
DO LIVRO
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.

http://www.redemptor.com.br(2009)

quinta-feira, 28 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! DEUS - II

PADRE HÉLIO DE PESSATO
LIBÁRDI CSsR+
Usar o nome de Deus é certo ou errado?
Na lista elaborada dos mandamentos aparece a recomendação de não se usar o nome de Deus em vão. Se por um lado devemos invocar Jesus, o Pai, o Espírito Santo, por outro lado também não se pode aprovar o exagero e o abuso com o nome de Deus.Rezamos, invocamos o nome de Jesus nas dificuldades e nos problemas, nas orações espontâneas, em momentos especiais, certos de podermos contar com a força da presença de Deus em meio aos conflitos e confiados na misericórdia do Pai que não nos abandona.O que é lamentável são os abusos que começam com expressões como: Jesus tem poder, Jesus cura, em nome de Jesus — usadas sem critério e em qualquer situação.Sabemos que há pessoas portadoras de desequilíbrios, deficiências mentais, descontroles afetivos e emocionais, pessoas histéricas que produzem fenômenos, esquisitices, desmaios, espumações com saliva, mudança de voz e outras cenas deploráveis. Em cima delas vai uma legião de curandeiros, que receberam por conta própria o poder de Deus para resolver esses casos “em nome de Jesus”. Há cenas ridículas que depõem contra o sagrado.Como podemos falar de católicos, freqüentadores de grupos de vivência religiosa, que ficam enchendo a cabeça das pessoas dizendo que elas estão com espírito, mau olhado, macumba, e precisam libertar-se e se libertar até de pecados que seus pais cometeram?Essas pessoas não são católicas, porque essa não é a doutrina da Igreja. Em segundo lugar, quem procura isso deve sofrer muito, porque abandonou a fé, a capacidade de refletir e se deixou confundir por pessoas sem conhecimento ou autoridade para isso.O que impressiona é que essas pessoas assumem o pretenso dom de Deus, tornam-se “curadores”, tiradores de demônio, intercessores, sem que ninguém lhes tenha dado esse ministério. E parece que o povo gosta dessa confusão.Acho isso tudo uma desavergonhada e sacrílega manipulação do nome de Deus. Ser Igreja é uma realidade bem diferente disso, é uma participação discreta, equilibrada, uma comunhão santificadora e transformadora. Não tem nada de sensacionalismo escandaloso que favorece a promoção pessoal dos que querem aparecer como escolhidos de Deus. Para todos esses, lembramos a Palavra: “Não pronuncieis o nome de Deus em vão”.Está na hora de os católicos aprenderem a discernir, o que é esquisito não vem de Deus. Deixem esse povo fazer seus “milagres”, procurem algo mais sólido e seguro mantendo a firmeza da fé.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

EDITORA SANTUÁRIO

UNESER=SEMPRE MANÉ

MANUEL HILDEGARDO DE ALMEIDA(MANÉ) 
(*) 28/07/1954
(+) 17/01/2015 
ANTIGO SEMINARISTA
No dia 17 de janeiro de 2015 seguiu desta vida este nosso estimado colega.
Neste mês de julho, em 28, estaria ele comemorando 62 anos de idade se ainda aqui estivesse.
O Mané, o que dizer sobre o Mané!!!!!
Sempre vi nele alguém apegado à sua obra! 
Qual foi sua obra?
Sem dúvida sua grande obra foi a UNESER. A entidade que viria reunir os antigos seminaristas redentoristas, cujo início aconteceu em um churrasco na casa do Bode, pai da Diva, nossa Lili, em Tietê, no ano de 1994. 
De lá até 2014 manteve sob sua responsabilidade e empenho a condução daquela associação que ajudara a fundar e, com o apoio sem limites do estimado Padre Libárdi CSsR(+), ainda que não dando muita atenção aos trâmites burocráticos, fez evoluir os projetos durante 20 anos de sua permanência, conduzindo 18 encontros oficiais em Aparecida-SP(ENESER) e ainda 8 Retiros na Pedrinha-SP.(Embora tenha discordado de que os encontros na Pedrinha fossem retiro e debatido essa questão com o Mané, hoje, em tributo ao reconhecimento que lhe tenho, aceito a nomenclatura do ilustre e perene presidente da UNESER a respeito!)
Assim, aproveito este momento para externar os fatos que presenciei e reconhecer que o Mané era determinadamente apegado à sua obra e essa obra, a UNESER, lhe deve muito!!!!!ANTONIO IERÁRDI NETO
Muito obrigado!
Que esteja em Deus.
Um abraço


João Loch



quarta-feira, 27 de julho de 2016

NOTA DE FALECIMENTO - ELES VIVERAM CONOSCO -PADRE NAZARETH MAGALHÃES CSsR

Nota de falecimento

Confrades, amigos, religiosos(as), estudantes e leigos associados à missão.
Comunicamos o falecimento do Pe. Nazareth Magalhães, CSsR ocorrido há pouco no Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá, onde estava hospitalizado a mais de dois meses.
Ele estava com 90 anos de idade, completaria 91 anos em agosto, 69 anos de consagração religiosa e 62 anos de vida sacerdotal.
Em anexo colocamos a sua biografia.
Posteriormente avisaremos o horário da Missa de Corpo Presente e sepultamento. 
RIP


CONGREGAÇÃO DO SANTÍSSIMO REDENTOR
Pe. Inácio Medeiros
Secretaria Provincial
pe.inacio@gmail.com

Tel. 11 4890-2980



PE. NAZARETH MAGALHÃES, CSsR
1925 - 2016

Origens  
Nasceu em Pratápolis (MG) a 29 de agosto de 1925, filho de Horácio Carlos de Magalhães e Maria Conceição Magalhães, como 12º de uma família de 15 irmãos. Lá mesmo em Pratápolis foi batizado e lá viveu até entrar no seminário.

A Vocação
Entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, no dia 31 de maio de 1939, onde concluiu seus estudos em dezembro de 1945. Durante o ano de 1946, fez o Noviciado em Pindamonhangaba SP, onde professou na Congregação a 02 de fevereiro de 1947.
Os estudos de Filosofia e Teologia foram realizados no Seminário Maior Santa Teresinha, em Tietê. Durante três anos esteve fazendo estágio fora do Seminário e isso provocou um atraso em sua Ordenação Sacerdotal. Seus companheiros de curso foram ordenados a 27 de dezembro de 1951. Pe. Magalhães foi ordenado Sacerdote a 27 de dezembro de 1954, em Tietê, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba. Celebrou a primeira missa em Passos (MG) no dia 01 de janeiro de 1955.

Atividades pastorais
Padre Magalhães começou seu apostolado como Vigário Paroquial em 1955, na Paróquia da Imaculada Conceição, em Campinas (GO) onde ficou até 1956. Depois, de 1957 a 1959, trabalhou na Igreja de Santa Cruz, em Araraquara (SP). Foi ainda professor no Seminário Santo Afonso, em Aparecida (1960-1967) e Diretor do Seminário do Santíssimo Redentor, em Sacramento (MG) a partir deste ano. Em 1971 começou a trabalhar como Vigário Paroquial na Paróquia de Sacramento. Por um breve tempo, entre 1979 e 1981, esteve também nas Missões Populares, morando nas casas missionárias da Província.
Em 1980, quando morava em Tietê (SP) ofereceu-se para trabalhar em Angola, na África para onde partiu no dia 04 de janeiro de 1982. Foi adscrito temporariamente na Vice-Província de Luanda, morando em Huambo, no interior do país. Em 1989, foi nomeado Pároco de nossa Paróquia da Sagrada Família, em Luanda, por três anos.
Durante os anos que passou em Angola sofreu muito por causa  da guerra civil e por causa disso Pe. Magalhães voltou ao Brasil de férias em 1992, por alguns anos não pode mais voltar àquele país.
Cessada a guerra interna, Pe. Magalhães retornou para Angola, em 1995, indo morar em Huambo e depois em Menongue. Voltando ao Brasil, em 1999, foi morar por pouco tempo na Comunidade do Jardim Paulistano, depois no Santuário, em Aparecida. Em 2009, transferiu-se para o Seminário Santo Afonso trabalhando no atendimento e aconselhamento de pessoas e como capelão na Santa Casa de Misericórdia.
Padre Magalhães foi um confrade de profunda espiritualidade e austeridade de vida. Sabia aproveitar o tempo na oração, nas leituras e estudos. Tinha especial carisma para o atendimento das pessoas, através do aconselhamento espiritual. Tendo grande apreço pelo hábito religioso; não deixou de usar a batina redentorista um dia sequer.
Caridoso, sempre preocupado com o bem dos confrades, disposto a ajudá-los, relacionava-se bem com todos, sabia na hora certa contar alguma anedota para divertir a comunidade.
Depois de mais de dois meses hospitalizado em Guaratinguetá, veio a falecer no dia 27 de julho de 2016, contando 90 anos de idade, 69 anos de consagração religiosa e 62 anos de vida sacerdotal.

Pe. Inácio Medeiros, C.Ss.R.

Arquivista Provincial
Algo que me fascinava no Pe. Magalhães, era a sua prontidão. Não tinha hora para ir ao hospital Frei Galvão dar o sacramento da Unção dos Enfermos. Não tinha hora para ir à Casa do Sol Nascente, para atender os aidéticos em fase terminal. Não tinha hora para atender uma confissão. Não tinha hora para fazer um atendimento e reconciliar muitos casais. Não tinha hora para dormir, nem hora para descansar. Foram tantas as vezes que saia de sua salinha de atendimento e já ia direto para a capela, rezar sua oração pessoal e logo em seguida rezar com a comunidade religiosa. Para isso ele tinha hora. Tinha hora para viver em comunidade, para estar com a comunidade e para atender à todos os que dele esperavam uma bênção, um aconselhamento e uma confissão. Aquela luz de sua salinha que as madrugadas presenciou acesas, hoje se apagam perpetuamente. E na salinha que Jesus o preparou, ela será e permanecerá acesa por toda a eternidade. Obrigado pelos puxões de orelhas e pelos chocolates, e pelas vezes que nos deixava entrar escondidos na clausura para comer chocolates e tomar guaraná. Tenho a certeza que será a luz que nunca se apagará na salinha que muitos de nós chamamos de coração.Jorge Oliveira(Facebook)
Faleceu na tarde de hoje, aos 90 anos,o nosso confrade Pe. Nazaret Magalhães. Ele morava no Seminário Santo, Afonso em Aparecida e estava há mais de dois meses hospitalizado. Sua vida de santidade é inquestionável. Homem de convivência agradável, missionário de grandes experiências de missão, com grandioso senso de justiça e fidelíssimo à Igreja e à sua vocação Redentorista. Voltou hoje para o Coração do Pai, de onde rezará sorrindo por todos nós. Abaixo,um dos momentos de agradável convivência em que ele sempre fazia a diferença em nossa Comunidade Redentorista. José Torres (facebook)
https://www.facebook.com/torresminho/videos/10206916412535148/
Quando ele retornou de Angola, foi nosso exímio Professor de Latim! De suas aulas, ainda lembro bem da "Regular primae latinitatis precípua" e da "Paraphrasis poetica primae philosophiae" Inesquecível pessoa, querida pessoa que marcou positivamente a nossa juventude! Deus o receba em seu Reino! Padre Júlio Rodrigues (Facebook)
"A gratidão é o único tesouro dos humildes", por isso não posso deixar de manifestar o sentimento de saudade e tristeza que hoje tocou o coração ao saber do falecimento deste grande Missionário Redentorista Padre Magalhães. Nos anos 2005 e 2006 foi nosso professor de latim no Seminário Redentorista Santo Afonso em Aparecida - SP. Obrigado Pai por nos doar sacerdotes segundo o teu coração. "In Paradisum deducant te Angeli; in tuo adventu suscipiant te Martyres, et perducant te in civitatem sanctam Jerusalem Chorus Angelorum te suscipiat, et cum Lazaro quondam paupere, aeternam habeas requiem " Que os Anjos te conduzam ao Paraíso; que os Mártires te acolham à tua chegada, e te introduzam na cidade santa de Jerusalém. O Coro de Anjos te receba, e com Lázaro, outrora pobre, tenhas um descanso eterno. Fábio Heliodoro (Facebook)
"Primeiro o útil, depois o necessário e, se der tempo, o agradável" era o que nos dizia o Padre Magalhães em suas aulas de latim no meu tempo de colegial no Seminário Redentorista Santo Afonso. Ele sempre vinha depressa pelos longos corredores. Com o tronco inclinado para frente e olhos atentos por onde andava. O único da velha guarda que nunca tirava a batina preta. Entrava na sala de aula (chamava-se sala da física, o que fora num tempo mais passado ainda). De sua bolsa, também preta, tirava seu material, os exercícios corrigidos P-L e L-P (as traduções entre português e latim), um relógio tipo despertador, que botava sobre a mesa, para anunciar o final da aula e, o mais esperado por nós, uma maçã. Suculenta maçã, tipo argentina. A vermelha maçã era para premiar um de nós ao final da aula... de modo que no decorrer do semestre todos fossem contemplados. Entre as declinações do latim, ele nos contava trechos de sua vida, de quando plantaram eucaliptos no morro do cruzeiro em Aparecida e que cada uma das mudas "seria uma alma a ser salva". Para chamar nossa atenção era apenas um assovio seguido de "zé olha para a pedra" e apontava para a lousa... E tudo era de uma riqueza tão simples. Enfim, o que ficou? "Brasilia terra est" -o Brasil é um país- pequenas frases? Anedotas? Ouso dizer, o latim era só uma desculpa para que aprendêssemos a ser um grande homem, como era este eterno missionário. É isso. Foram 90 anos de vida muito bem gasta a favor da redenção. Que sua missão permaneça viva! Cristiano Souza (Facebook)
Pe. Magalhães - Professor de Latim. Quem não se lembra daquela aula: Scudeler. Scudeleris, Scudeletur, Scudelemur, Scudelemini, Scudelentur. Acho que era assim o tempo do verbo. Eu posso ter esquecido, mas o Scudeler, tenho certeza, nunca esqueceu.Olavo Caramori Borges(Facebook)
O sonho do Pe.Magalhães sempre foi o Seminário Menor Santo Afonso em Aparecida-SP....ali ele viveu a maior parte de sua vida....ali ele esperou que o SRSA viesse novamente tornar-se um seminário para pré-jovens e jovens, os chamados juvenistas, ali ele deu aulas de latim e religião, ali ele foi o orientador de jovens, ali ele foi o confessor, ali ele percorria com sua desgastada mas inseparável batina os místicos corredores e hoje, 28 de julho de 2016, o dia seguinte de sua morte, seu corpo está presente na saudosa e tradicional capela do Seminário Menor Santo Afonso onde ele pretendeu fazer sua despedida daqui desta terra. Requiescat in pace, Padre Nazareth Magalhães, sempre missionário redentorista! Antônio Ierárdi Neto (SRSA 1957/1962)
Lembram-se da "poeira medicinal de Minas Gerais? Padre Magalhães não perdia a chance de enaltecê-la.José Morelli
Caro Dr.Morelli, estou curioso com essa "poeira medicinal de Minas Gerais"...pode esclarecer um pouquinho para meu conhecimento.....????Antônio Ierárdi Ierárdi.
Era uma forma do Padre Magalhães rebater às brincadeiras que os paulistas, principalmente, faziam relacionadas à poeira das estradas em Minas. Talvez algum dia descobrirão que perdemos muito com tanto asfalto nas estradas. José Morelli 
Obrigado!Entendi bem! De fato o Pe.Magalhães dizia muita verdade com espiritualidade....Em todos os momentos que convivi ou estive com ele percebi uma pessoa inquieta com a vontade de ajudar a todas as pessoas...Sei que alguns, inclusive nossos colegas, não entenderam isso muito bem e guardaram até rancor por procedimentos dele às vezes severos e rigorosos....mas ele foi um perfeito orientador.....Ele faz muita falta para os vocacionados de hoje!!!!

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BATISMO-I

Pe. João A. Mac Dowell S.J. 
Um crente me disse que o nosso batismo não vale porque não se entra na água, como Jesus no rio Jordão. Que devo responder?
Jesus mandou os seus discípulos batizarem todos os que aceitam com fé a sua mensagem de salvação. Mas não determinou em concreto como se deve batizar. Por isso, é possível realizar o batismo de várias maneiras, contanto que se mantenha o que é essencial no rito instituído por Jesus, quer dizer: lavar a pessoa com água para significar a purificação dos seus pecados. De fato, falando do batismo, Paulo diz aos Coríntios: "fostes lavados, fostes santificados e justificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e mediante o Espírito de nosso Deus" (I 6,11; cfr. At 22,16). E na carta aos Efésios diz que Cristo santificou a Igreja "purificando-a com o banho de água" (5,25). Expressões semelhantes são usadas em outras partes do Novo Testamento (At 22,16; Tit 5,5; Heb 10,22).
É verdade que no tempo de Jesus e dos apóstolos quem era batizado normalmente entrava na água, como fazem hoje algus grupos evangélicos. A própria palavra "batizar", em grego significa "mergulhar", "imergir". Mas tudo indica que o batismo consistia propriamente em derramar água sobre a cabeça da pessoa que estava dentro dum rio ou tanque pouco profundo. Por exemplo, o livro dos Atos dos Apóstolos, ao contar o batismo do eunuco da corte da rainha da Etiópia,diz que Filipe entrou com ele na água e o batizou (8,38).
Este sistema foi o mais comum durante muito tempo. Quando os cristãos começaram a construir suas próprias igrejas, edificaram também ao lado delas um batistério, i.e. uma sala com uma espécie de piscina rasa no meio, onde a pessoa descia para ser batizada pelo celebrante, que ficava fora. Mas, em casos especiais, por exemplo no batismo de crianças ou pessoas doentes, bastava derramar um pouco de água sobre elas, ou até aspergi-las, isto é, respingá-las com água.
Pouco a pouco foi prevalecendo na maior parte da Igreja, por razões práticas, o batismo por infusão, i.e. derramando água na cabeça de quem vai ser batizado, sem imersão. É outra maneira de tomar banho. Neste caso não é mais necessária a piscina no batistério. Ela foi substituída por uma grande bacia ou pia batismal. Mas, ainda hoje, a Igreja admite também o batismo por imersão. Ele é praticado normalmente pelos católicos de rito oriental: o celebrante mergulha três vezes a criança na pia batismal.
Portanto, não podemos criticar nossos irmãos separados quando batizam as pessoas dentro d água. É a maneira mais antiga e ainda hoje válida de batizar. Mas eles estão errados quando criticam o nosso batismo. O rito católico também está de acordo com a ordem dada por Jesus, que deu à Igreja o poder de determinar os pormenores da cerimônia batismal.

João A. Mac Dowell S.J.

PADRE NAZARETH MAGALHÃES - NOSSAS PRECES

PADRE NAZARETH MAGALHÃES – Seminário e Casa de Hospedagem – Aparecida SP
Desde o mês de maio o Padre Magalhães está internado em situação preocupante no hospital. 
Recebi no dia 30 daquele mês a seguinte informação: 
“Quanto à saúde do Padre. Quando lhe disse que estava internado e o achava fraco, eu tinha ouvido que ele voltaria para casa. Não voltou. Há 15 dias está no hospital para exames. Teve dores muito fortes nas costas. Depois veio infecção urinária. Agora está podendo sair da cama com ajuda, e deve fazer terapia, pois não consegue parar em pé. As pernas ficaram muito fracas. Vamos ver como reage.”
Foi passado, em 26/07, este boletim médico sobre o Padre Magalhães: 
"Hoje de manhã piorou a sua respiração. com isso foi preciso entubá-lo.” 
Segundo o médico, o seu quadro de saúde é meio crítico. Devido às várias complicações: infecção do pulmão, infecção urinária, insuficiência renal e insuficiência respiratória. Está inconsciente. A única coisa é entregar nas mãos de Deus. Rezemos!" Padre Chicão
Recentemente esta outra informação: 
"Cada hora dão uma informação diferente do Pe. Magalhães. Antes era dor nas costas. Agora estão achando que a dor é resultado dos rins e estão com receio de ele ter que fazer hemodiálise. Está no Hospital ainda."
Assim, em nossas orações, vamos incluir as intenções em favor desse sacerdote, missionário redentorista. Que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro interceda firmemente por ele! Antônio Ierárdi

ELES NOS PRECEDERAM - PE. JOSÉ BENEDICTO DA SILVA CSsR

PE. JOSÉ BENEDICTO DA SILVA CSsR
+27 de JULHO 1945 
Com os Padres Oscar Chagas, Orlando Morais e José Lopes, Pe. Silva formou a primeira turma de padres brasileiros da nossa Província. A respeito dele um cronista escreveu o que todos já diziam: “Um Israelita autêntico, sem uma sombra de maldade”. ( Jo 1, 47 ). Pe. Silva nasceu em São Luiz do Paraitinga, a 1º de novembro de 1886, e seus pais, muito pobres, eram caboclos da roça. Desde criança vivia pensando em ser padre. Tanto insistiu que, um dia, sua mãe resolveu tentar o que lhe parecia impossível. Pôs o filho num jacá e, a cavalo, foi a Aparecida saber se os padres aceitavam o seu garoto. Ao entrar na cidade (narrava o Pe. Silva) ficou tão amedrontado que, quase chorando, tratou de se “afundar” no jacá, e não quis mais olhar para fora... Mirabilis Deus! O garoto foi aceito no Colégio Santo Afonso. Embora fosse um caipirinha tímido, de inteligência mais pobre do que remediada, à custa de esforço e aplicação deu conta dos estudos e chegou ao noviciado em 1906. Professando em 1908, foi cursar Filosofia e Teologia na Alemanha. Ao voltar, trabalhou sempre como missionário, ou como professor. Nas missões era muito estimado pela simplicidade no seu modo de tratar com o povo. Sempre atrás das expressões e piadas caipiras, não deixava de contar também as suas. Pregava com clareza e naturalidade, podendo ser compreendido facilmente por todos. Como religioso era exato, e por vezes, escrupuloso na observância regu199 lar. Edificava os juvenistas com sua piedade simples e sincera, mostrando-se entusiasmado quando lhes falava da vocação e da vida redentorista. Ótimo confrade, era de uma prosa agradável e alegre, interessante para todos. Estava ele em Pinheiro Marcado (RS) como professor do Juvenato, quando começou a declinar a sua saúde: rigores do clima, aliados a uma grande saudade de São Paulo, onde crescera e trabalhara sempre. Adoecendo gravemente, precisou ser levado para o hospital de Boa Esperança. De nada valeram os cuidados médicos, e a 27 de junho de 1945, ele trocou esta vida por outra infinitamente melhor.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

terça-feira, 26 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! DEUS - I

PADRE HÉLIO DE PESSATO
LIBÁRDI CSsR
Por que Deus não faz nada diante do mal?
As notícias do mal no mundo — mortes, violência — chegam sempre mais depressa e com mais freqüência até nós, a ponto de nos deixar acostumados com certa dose diária do malfeito. Podemos chamar isso de “cultura de morte”.Enquanto para alguns isso não passa de um noticiário diário, para outros é causa de crise que põe em jogo os valores fundamentais da vida. Daí surgem perguntas: “Por que Deus permite isso?”, “Que sentido tem viver?”Se olharmos para Deus como alguém que tem de resolver todos os problemas e interferir em tudo, nós admitimos que somos apenas uns bonecos nas mãos de Deus prontos para sermos manejados. Negamos a nós mesmos o grande dom da liberdade, da responsabilidade e negamos a nós o direito de organizarmos nossa vida. E o que é pior: mostramos que desconhecemos totalmente o modo de Deus agir e o respeito que ele tem para com a pessoa criada à sua imagem e semelhança.Deus não criou o sofrimento nem a morte. Ele é o Deus dos vivos. No momento em que tivemos em mãos o poder de decidir sobre nós e sobre o mundo, nessa hora começaram os problemas e as dificuldades, porque passamos a decidir tudo segundo nossos critérios individuais e egoístas. Assim fomos distanciando-nos do projeto inicial feito por Deus e fomos criando esse mundo e todas as espécies de maldades.Quem pode dizer que Deus criou a fome, o desemprego, a desigualdade e a exclusão social! Deus caminha em nossa história e respeita nossos passos, mas também não é obrigado a mudar as conseqüências daquilo que fazemos. Tudo na vida é muito semelhante a uma semente que, plantada, pode produzir muitos frutos segundo sua espécie. O que fazemos é idêntico à semente: produzir muitos resultados nem sempre agradáveis e nem sempre felizes.Nós criamos o mal, as diferenças e as desigualdades. Hoje o homem conseguiu decifrar o código genético penetrando no mais profundo do ser humano. O que ele poderá fazer daqui para frente? Mas tenha certeza que todo o desrespeito à natureza tem seu preço e às vezes um alto preço. A ganância pelo poder, pela riqueza, pelo prazer leva a própria pessoa a se destruir e a destruir os outros. Por isso, apesar de rezarmos e de pedirmos a Deus, vamos continuar tendo acidentes de carro com muitas mortes, acidentes nucleares com muito perigo de destruição da humanidade, transformando esse mundo em verdadeiro inferno só porque nós decidimos assim.A grande intervenção pacífica de Deus na história foi a Encarnação de Jesus, suficiente para acordar a humanidade e provocar uma reviravolta na história. Os homens não querem Jesus. Mas diz João: “a todos os que o receberam, Deus deu o poder de se tornarem filhos de Deus”. Esse é o caminho da não-violência, da cooperação com Deus, do homem inteligente e responsável. Ou mudamos ou morremos todos sob a violência que nós mesmos criamos.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. PEDRO (ATANÁSIO KULURAS)CSsR

IR. PEDRO (ATANÁSIO KULURAS)CSsR 
+26 de JULHO 1949 
Avis rara! um grego redentorista. Irmão Pedro nasceu em Galípoli, perto de Atenas, a 8 de dezembro de 1881. Filho de pai marinheiro, ele também conheceu a vida no mar, viajando meio mundo, como cozinheiro de navios em diversas Companhias. Embora batizado, e tendo feito a sua primeira comunhão, ele era grego cismático, e foi em 1900 (com 19 anos) que ele se converteu para o catolicismo. Esta sua decisão foi amargamente chorada pela sua mãe, cismática de profundas convicções religiosas. A 21 de junho de 1908 casou-se em Tergesti (Itália) com Da. Eufrásia Ermelanda; e a certidão de casamento o dá como “guarda noturno”. Não sabemos, porém, quando enviuvou. Aí pelo ano de 1901 vamos encontrá-lo em Constantinopla, trabalhando por uns meses para os Padres Assuncionistas franceses. Afinal, nosso Pedro Kuluras foi parar na Argentina, de onde veio para o Brasil, em 1922. Sempre como cozinheiro, trabalhou no Rio, Paquetá, Belo Horizonte, e, por fim, não sabemos como, veio para Aparecida, em 1926, resolvido a ingressar na C.Ss.R. Foi aceito como candidato a Irmão Leigo, fazendo seu noviciado e profissão em Pindamonhangaba. Trabalhou em Araraquara, Aparecida, Penha., Pinda, Cachoeira do Sul, e finalmente em Araraquara; já não era marinheiro, mas um bom viajante. Sempre dedicado a sua arte culinária, que dominava com perfeição, Irmão Pedro não deixava de ser um homem recolhido, e de vida interior. O convertido aparecia em todo o seu modo de pensar e agir. Se não estava trabalhando na cozinha, era na capela que ele se recolhia para rezar. Suas mortificações chamavam a atenção dos confrades, pelo rigor, e, às vezes, até pelo exagero. Seus últimos anos ele os viveu em Araraquara, trabalhando enquanto teve forças. A 26 de julho de 1949 fez sua última viagem, e essa para a eternidade.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

segunda-feira, 25 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! - DEVOÇÃO A MARIA

PeJoão A. Mac Dowell S.J.
Se Maria já nasceu santa, não precisou lutar para ser fiel a Deus, nem serve de exemplo para nós?
É verdade que Maria foi cheia de graça desde o início de sua vida. Mas a graça de Deus não suprime a nossa liberdade. Depende de nós dizer "sim" ou "não" a Deus. Maria também poderia recusar o convite de Deus de colaborar no seu plano de salvar o mundo por meio de Jesus. Você se recorda da história do moço que perguntou a Jesus: "Bom Mestre, que devo fazer para conseguir a vida eterna?". Era uma pessoa que tinha recebido muitas graças de Deus. Tinha observado os mandamentos desde a sua adolescência. Por isso, Jesus olhou para ele com muito amor e disse: "Uma coisa te falta: vai, vende tudo quanto tens e dá aos pobres. Depois vem e segue-me". Mas o moço não teve coragem de deixar tudo para seguir Jesus. Recusou o convite e retirou-se triste.
Maria, porém, aceitou a proposta de Deus, respondendo ao seu mensageiro: "Eis aqui a serva do Senhor, que ele faça de mim, conforme a tua palavra". A grandeza de Maria está na sua fé. Ela abriu o seu coração para receber o dom de Deus. Não sabia como ia ser o seu futuro. Mas deixou tudo nas mãos de Deus, deixou que ele guiasse a sua vida. Acreditou que seu filho era o Messias, o Salvador, embora tudo continuasse igual ao redor dela. Não foi uma vida fácil. Trabalhou e lutou como qualquer mulher para criar o seu filho. Para protegê-lo do perigo, teve de deixar às pressas sua casa e seu país e ir morar no Egito. Durante 30 anos, Jesus viveu em Nazaré como os outros jovens do seu povo: era o filho do carpinteiro. E mesmo depois, quando começou a anunciar a chegada do Reino de Deus, as coisas não ficaram mais fáceis. Pelo contrário. Ele se tornou motivo de divisão: uns acreditaram nele, outros o combateram, até condená-lo à morte.
Maria foi aprendendo aos poucos o que Deus queria dela e de Jesus. O próprio evangelho diz que às vezes ela não compreendia o que estava acontecendo. Mas ia guardando tudo no seu coração e refletindo para ver qual era a vontade de Deus. Assim ela acompanhou o seu filho até o fim. Esta fidelidade custou-lhe muito sofrimento: uma espada atravessou a sua alma. Por isso, Maria é, para todos nós, o modelo da resposta ao chamado de Deus. Como diz Jesus: "A quem muito foi dado, muito será exigido". Maria recebeu muito de Deus, mas também soube dar a ele tudo o que tinha recebido. A verdadeira devoção a nossa Senhora consiste em imitar a sua atitude de fé e fidelidade a Deus, seguindo Jesus e o seu evangelho até o fim.
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br(2009)

EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. JOAQUIM (JORGE WÖLFL) CSsR e PE. OSVALDO ANTÔNIO ARRIGHI CSsR

IR. JOAQUIM (JORGE WÖLFL) CSsR
+25 de JULHO 1957 
“Rezador e trabalhador” — nisto se resume a sua vida. Assim escreveu o Cronista a respeito do nosso Irmão Joaquim. Nascido a 26 de abril de 1881, ele era um bávaro de acordo com o figurino. Piedoso, calmo, trabalhador incansável, e sempre de bom humor. Ainda garoto, aprendeu com seu pai o ofício de sapateiro. Em Setembro de 1905 professou na C.Ss.R. e em 1908 veio para o Brasil, permanecendo em Aparecida, como sapateiro, até 1915. De 1917 até a morte, ele trabalhou sempre como chacareiro, em Aparecida, Trindade e Campinas (GO). Dirigindo a chácara de Aparecida durante 26 anos, foi um exímio fabricante de vinhos. Era sempre com muito prazer que oferecia um bom copo dos seus produtos vinícolas aos confrades que o visitavam no seu centro de trabalho. Em Goiás teve a seus cuidados a nossa fazenda, com muitos camaradas, grandes plantações de arroz, feijão, milho e cana, bem como a criação de porcos, galinhas, vacas e abelhas. Em 1957 sofreu horrores, quando se viu atacado de câncer; e o que mais o martirizava era a sua inatividade. Com muita humildade recebia as visitas dos confrades, sempre pedindo perdão ao Provincial por não poder trabalhar mais. Consolava-se, porém, sabendo que estava trabalhando no campo do sofrimento, onde ninguém gosta de trabalhar. Reduzido a pele e ossos, faleceu a 25 de julho de 1957, suportando com edificante paciência o câncer que o foi consumindo aos poucos — diz o seu Necrológio. A vida do Irmão Joaquim é uma recordação de humildade, oração e trabalho, coroada com uma morte heróica.
PE. OSVALDO ANTÔNIO ARRIGHI CSsR
+25 de JULHO 1986 
Nasceu em Tambaú-SP a 24 de julho de 1920. Eram seus pais Colombo José Arrighi e Vitória Valezin. Tiveram 10 filhos e o Pe. Arrighi era o terceiro. Com 4 anos seus pais mudaram-se para Vargem Grande do Sul, onde cresceu. Em 8 de fevereiro de 1934 entrou para o Pré-Juvenato de Pindamonhangaba, passando no fim do mesmo ano para o Seminário de Santo Afonso de Aparecida. Professou na C.Ss.R. a 2 de fevereiro de 1942, em Pindamonhangaba. Fez seus estudos de filosofia e teologia em Tietê, de 1942 a 1947. Foi ordenado sacerdote a 6 de janeiro de 1947, em Tietê, por Dom José Carlos de Aguirre, bispo de Sorocaba-SP. Celebrou sua primeira missa solene a 12 de janeiro de 1947, em Vargem Grande do Sul. Trabalhou alguns anos como cooperador em nossas paróquias. Em 1951 fez o 2.º Noviciado em Pindamonhangaba. A maior parte de sua vida foi missionário. Trabalhou nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás. Em Garça-SP construiu uma igreja em formato de barco. Era músico, escritor, poeta. Possuía uma capacidade extraordinária de trabalho. Escreveu e musicou “Brasília - Melodrama do século XX” como homenagem pela construção da nova capital. Era bom confrade, embora... falasse bastante! Seus últimos anos passou em São João da Boa Vista, como cooperador em nossa igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Sua saúde já não estava boa: passava o dia praticamente no quarto. Sofria problemas mentais. No dia 27 de março de 1986 teve um derrame, caiu no quarto e fraturou o fêmur. A operação na perna correu bem, mas, devido ao derrame, ficou com o lado esquerdo paralisado. Não andou mais. A 13 de julho de 1986 teve um novo derrame e já não falou mais, embora ouvisse e entendesse tudo. No dia 25 de julho de 1986, um dia depois de completar 66 anos, às 22h50, voltou para o Pai e foi receber o prêmio eterno prometido aos servos fiéis. Estava com 66 anos de idade e 39 de sacerdócio. (Comunicado do Governo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

domingo, 24 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! Preciso ter devoções?

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
Há certas práticas que são necessárias para se manter a fé sempre viva e para expressar a comunhão com a comunidade, mas há práticas que são opcionais. Na vida cada um escolhe seu modo de caminhar para Deus e de trabalhar seu interior. Muitas pessoas nos ensinam caminhos que elas já percorreram e que podem realmente facilitar o crescimento espiritual. No final de tudo a decisão é de cada um.Essas práticas entram no rol das devoções. Devoção a um santo nos leva a conhecer sua vida, seu trabalho, sua espiritualidade e tentar imitar suas virtudes, não é só um ato de piedade. Existem devoções que são atos de piedade, assim como as orações que rezamos diariamente, a prática de acender velas aos santos, a recitação do terço, a devoção às primeiras sextas etc.Somos aconselhados a fazer aquelas práticas que nos ajudam a manter e aumentar a fé. Não somos obrigados às práticas piedosas que também nos ajudam, mas dependem de uma escolha pessoal. Fico sempre pensando na precariedade de certas devoções iniciadas por conselho de alguma visão. Se nós fizéssemos tanta propaganda da missa aos domingos como se faz das primeiras sextas, teríamos muito mais gente na comunidade. Devíamos valorizar as missas dos domingos, mas o que fazer com quem acredita em ser salvo sem fazer muito esforço?Ficamos penalizados de ver pessoas correndo de um lado para outro para aproveitar todas as oportunidades de se salvar através de promessas fáceis. E mais penalizados ao ver que alguns levam quase metade do dia lendo um volume de rezas que recheiam seu devocionário na cabeceira de sua cama.Muito mais estranha é a necessidade que alguns sentem de passar e repassar todas as imagens de uma igreja, como sinal de sua fé. Tudo isso revela uma ingenuidade da fé de quem se amarra facilmente a fórmulas e números para arrancar de Deus a salvação que é totalmente gratuita e não depende desses gestos.Ninguém está criticando uma devoção, estamos comentando o exagero e a falsa idéia de que cumprindo uma série de dias com tais ou tais práticas já se está salvo. Estamos orientando para que as pessoas tenham suas devoções, mas que não sejam ingênuas amarrando-se a elas como uma tábua de salvação, e nem vivam cheias de escrúpulos por não terem conseguido cumprir a ordem do dia que era a recitação de uma centena de orações.Jesus falou mesmo: “Quando orardes não multipliqueis as palavras...”. Acho que nos faz falta ter aprendido a rezar com as mãos, repartindo nosso pão e nosso amor com os necessitados.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R

EDITORA SANTUÁRIO

sábado, 23 de julho de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - DEUS-V

Pe.João A. Mac Dowell S.J.
É verdade que diante de uma desgraça o cristão deve resignar-se, porque é a vontade de Deus?
De jeito nenhum. É uma idéia errada, infelizmente muito difundida, pensar que tudo acontece pela vontade de Deus. Deus não quer o pecado, não quer nenhum mal. Muitas coisas acontecem por causa da má vontade dos homens. A miséria e sofrimento humano são fruto muitas vezes da ignorância, do egoismo, ódio e opressão. Se dirijo um carro a 150 km. por hora e causo várias mortes num acidente, é claro que isso é contra a vontade de Deus.
Outras desgraças, como um terremoto, uma inundação, uma epidemia, têm causas naturais. Não é Deus que manda estas calamidades para nos provar ou castigar. Elas acontecem de acordo com as leis da natureza, num mundo que não saíu completamente acabado das mãos do Criador. O universo está ainda a caminho da perfeição final para a qual Deus o destinou.
O que Deus quer é o bem das suas criaturas: que todos cheguem à plenitude da vida e felicidade. A sua vontade é que combatamos desde já as causas do sofrimento humano, a doença, a fome, a guerra. Não foi o que fez Jesus, curando tantos enfermos? Não foi o que ele nos ensinou, condenando a injustiça e a violência, e exortando-nos a visitar os prisioneiros e dar de comer aos que têm fome?
Quando rezamos "seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu", não nos estamos resignando com tudo o que há de triste na terra. Ao contrário, manifestamos o desejo de que todo mundo faça sempre o bem, obedecendo à vontade de Deus, como já acontece no céu. Ele não quer que nos resignemos com a situação atual numa atitude fatalista. Mas nos convida a promover com todas as forças um mundo melhor.
Mas, quando não é possível impedir o mal ou aliviar a dor, a vontade de Deus é que encaremos esta situação com fé e esperança, sabendo que só existe uma coisa absolutamente negativa, pecar contra Deus e contra o próximo. Quem crê, não desespera ante os sofrimentos inevitáveis da vida, porque confia na libertação final.
Mesmo na doença, na pobreza e perseguição ou diante da morte, uma pessoa pode sentir-se em paz. Até o pecado, se eu me arrependo, pode ser ocasião de crescer na humildade, na compreensão dos outros, no desejo de ajudá-los a evitar os males que ele me trouxe.
Fica claro, portanto, que o mal não acontece pela vontade de Deus. A sua vontade é que nos amemos uns aos outros, ajudando-nos a superar as deficiências da natureza e as conseqüências da maldade humana, a tirar o bem do próprio mal.
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br(2009)

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