sexta-feira, 31 de março de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMUNHÃO - 1 -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Comunhão sob duas espécies é um privilégio? 
Com esse nome de “Comunhão sob duas espécies” entendemos a comunhão sob espécie de pão e de vinho. Na ceia Jesus distribuiu a comunhão sob duas espécies, mas simplesmente disse: “Fazei isso em memória de mim”. Até o século XII foi costume na Igreja essa prática e, apesar de continuar costume na Igreja Oriental, a prática de dar comunhão numa das espécies em algumas regiões não era reprovada. Os anacoretas, do século IX, levavam para o deserto a comunhão em forma de pão e, por falta de sacerdotes, eles se davam a comunhão. Em 1414, o Concílio de Constança condenou os hussistas que ensinavam a obrigatoriedade da comunhão sob duas espécies. A partir do Concílio de Trento se difunde o costume da comunhão sob forma de pão, isso motivado por questões práticas como a dificuldade de guardar e distribuir a comunhão etc. Não se pode apoiar em textos bíblicos para se convencer que devamos comungar sob duas espécies. O que interessa é que Jesus está presente, real, completo em cada uma das espécies e até mesmo em algumas comunidades nas missas. Aqui devemos analisar a prática, tempo e também a formação do povo, a compreensão das pessoas, o que significa para eles. Temos tantos problemas com pessoas que recebem a comunhão nas mãos e saem meio sem saber o que fazer com a hóstia. Comungar sob duas espécies não é privilégio e nem necessidade, uma vez que sempre estamos recebendo Jesus. Isso é o essencial. Se o indivíduo sabe ou se não sabe, se é digno ou não, ele está recebendo Jesus vivo e real. Sabemos que essas questões todas devem ser esclarecidas para que ninguém comungue de modo indigno ou sem saber o que faz ou porque faz. Há tanta gente que não devia comungar e não temos como agir diante desses casos, porque a pessoa tem o direito do bom nome diante da assembléia. Na maioria das vezes não podemos retirá-la da fila da comunhão, a não ser em caso extremo. Outra dificuldade está no como julgar a consciência de cada um ou o grau de conhecimento com que faz sua comunhão. Outro problema é o de quem comunga por devoção, quando a comunhão é compromisso de solidariedade. É muito fácil estender as mãos para receber a comunhão, mas é difícil estender as mãos para os irmãos. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. CARLOS FRIDOLINO SCHLEINKOFER CSsR

PE. CARLOS FRIDOLINO SCHLEINKOFER CSsR 
+31 de MARÇO 1974 
Bávaro, nascido a 01 de janeiro de 1887. Professou na C.Ss.R em 1908, sendo ordenado em 1914. Antes de vir para o Brasil, trabalhou na Alemanha como Missionário, Mestre de Noviços e Provincial. Em 1936 andou pela Itália e Suíça, fugitivo dos nazistas. Em 1937 conseguiu vir para o Brasil, trabalhando quase sempre como Confessor dos Noviços e Estudantes, ou na Basílica de Aparecida. Fundador e primeiro superior das Casas de Lages e Passo Fundo, trabalhou em Cachoeira do Sul e Porto Alegre. Era bem o tipo dos antigos redentoristas bávaros, militarmente rigoroso consigo mesmo, exemplo de recolhimento, de oração e pontualidade na vida comum. Era, porém, compreensivo, caridoso, e pronto para atender seus confrades. Desejando voltar para a Alemanha, em 1965 foi novamente adscrito á Província de Munique, onde ainda trabalhou, nos seus últimos anos, como Capelão de Religiosas, vindo a falecer a 31 de março de 1974.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
QUANDO CRIANÇA GOSTAVA DE ME CONFESSAR COM ELE. Naquela época os confessionários tinham o nome do sacerdote numa plaquinha. Todo dia atendia confissões. Hoje, para a gente se confessar, é preciso procurar muito, os padres não têm mais tempo, estão correndo atrás de outras coisas. Sebastian Baldi 
Temos, na Penha, uma rua bem próxima do centro que homenageia este padre. Seu assassinato se deu quatro anos depois da chegada dos padres redentoristas na paróquia .Morelli

ELES NOS PRECEDERAM - PE. JOÃO BATISTA SCHAUMBERGER CSsR

PE. JOÃO BATISTA SCHAUMBERGER CSsR
+31 de MARÇO 1909 
Um genuíno Redentorista, pela sua piedade, seu zelo incansável, e ardente devoção a Nossa Senhora. Natural de Schwandorf (Alemanha), nasceu a 13 de dezembro de 1849. Desde criança mostrou seu desejo de se tornar sacerdote; e foi no colégio que cursava em Metten, um dos melhores alunos, devido a sua inteligência e aplicação. Já na mocidade começou a despontar como grande poeta que seria mais tarde, tanto em alemão, como em latim. Suas melhores poesias foram dedicadas a Nossa Senhora, escritas com grande delicadeza e ternura. Terminados seus estudos superiores, foi ordenado sacerdote diocesano em Ratisbona, a 7 de junho de 1874. Até 1876 não quis assumir a direção de nenhuma paróquia, pois já sonhava com a C.Ss.R. Mas, devido a perseguição religiosa, teve de esperar até 1883 para iniciar o seu noviciado. No entanto não conseguiu terminá-lo devido a uma enfermidade grave em sua vista. Restabelecido, voltou ao noviciado em 1894, professando no ano seguinte. Por determinação dos Superiores veio para o Brasil em 1903, permanecendo em Aparecida. Apesar de doente, e com 54 anos, aprendeu facilmente o Português, e pôde facilmente lecionar latim no juvenato. Em dezembro de 1907 foi transferido para a casa da Penha. Sempre muito fraco de saúde, embora culto e muito preparado, raramente subiu ao púlpito, e seu trabalho era mais no confessionário. 85 Raramente saia de casa, impressionando sempre os seus confrades pela profunda piedade. No dia 31 de março (1909) dirigiu-se da Penha para a cidade (São Paulo) a fim de buscar os óculos que mandara consertar. Na volta, à altura do Tatuapé, desceu do bonde, para fazer um pouco de exercício, caminhando até a Penha. Naquele tempo era esse trecho um caminho quase deserto. Rezando o seu terço, passou em frente de um botequim, onde estava tomando suas doses um desordeiro famoso naquelas redondezas. Vendo passar o Padre, começou a lhe gritar palavrões e ofensas. Como o Padre não lhe desse atenção, montou a cavalo, e a relhadas, derrubouo junto a um poste da Ligth, desfechando-lhe dois tiros. Com isso achou que havia matado o Padre, e continuou a cavalo, com seus palavrões e blasfêmias. Olhou, porém, atrás, e viu que sua vítima estava tentando levantar-se. Voltou furioso, e deu-lhe ainda mais um tiro, acabando por matá-lo. Preso, o desordeiro declarou: — “Sou maçom, e dos graduados; ninguém vai me condenar”. — Mas foi condenado a trinta anos de prisão. O enterro do Pe. João, que todos reconheceram como um mártir, foi mais triunfal do que fúnebre. Sepultado na Penha, seus restos mortais estão hoje na “Capela dos Mortos” em nosso convento em Aparecida.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quinta-feira, 30 de março de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - A BÍBLIA-II!

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Ler a Bíblia faz bem a todos? 
Os erros de interpretação da Bíblia, os abusos nascidos da leitura desprevenida fizeram que a Bíblia não circulasse nas mãos do povo católico. Nem tudo é culpa da Igreja, basta lembrar também da dificuldade que havia em obter cópias da Bíblia, da falta de condições de divulgação. Hoje, com a imprensa, ficou fácil a multiplicação dos livros sagrados. Outra pergunta que surge: É uma leitura útil para todos? Se tomarmos pelo lado da inspiração, temos de dizer que é uma leitura necessária para a formação de todos. Por outro lado devemos reconhecer a dificuldade em descobrir a mensagem de alguns textos, pois eles dependem do contexto, das circunstâncias e do modo de linguagem da época em que foram escritos. Hoje, a Igreja recomenda a leitura da Bíblia, mesmo reconhecendo a dificuldade de compreensão e interpretação da mesma. Pensamos que o contato com os livros sagrados facilita o entendimento quando ouvirem alguma explicação. Hoje também há uma boa quantidade de cursos bíblicos e livros que nos ajudam a descobrir os valores e mensagens que a Bíblia traz. Perigos de erros e falsas interpretações sempre existiram, e geraram problemas e divisões na Igreja, mesmo assim não podemos ter receio de colocar a Bíblia nas mãos do povo e recomendar sua leitura. E pelas dificuldades que aparecem não podemos dizer que sua leitura seja prejudicial. Há fatos e narrações que levantam questões e provocam certa descrença, mas isso se resolve com um guia de leitura bíblica, que oriente sobre as figuras de linguagem, expressões próprias da época, contexto histórico-social-religioso em que foram escritos. Quem toma os livros do Antigo Testamento tem de saber que foram escritos para um povo específico, há muito tempo, e que foram formando e acompanhando a história desse povo e a revelação lenta e progressiva da mensagem de Deus. Quem toma os livros do Novo Testamento precisa lembrar-se que os primeiros escritos só aparecem por volta do ano 65 depois de Cristo. Tudo passou pela leitura que a Comunidade fez de Jesus após sua ressurreição, a lembrança que tiveram anos depois. Para uma correta leitura da Bíblia tem de ter um coração aberto, um desejo sincero de busca de Deus e uma procura cuidadosa como o garimpeiro tem cuidado na procura do diamante. A Palavra de Deus santifica, instrui e transforma, por isso sempre será útil. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - IRMÃO ESTANISLAU CSsR

(*)24 DE FEVEREIRO 1929
(+) 30 DE MARÇO 2023
Faleceu na quinta-feira (30/03/23), aos 94 anos de idade, o missionário redentorista Manoel Pereira dos Santos, conhecido como Ir. Estanislau, C.Ss.R. Acometido pelo Mal de Alzheimer e pela diabetes, ele estava recebendo todos os cuidados necessários na Comunidade Irmão Bento, em Potim (SP). Filho de José Pereira dos Santos e Margarida Olímpia de Miranda, ele nasceu em Aparecida (SP), no dia 24 de fevereiro de 1929. Além dele, seus pais tiveram outros oito filhos. O jovem Manoel escolheu seguir os passos de São Geraldo Majella, ao se tornar um Irmão Redentorista, em 1946. À época, assim como todos que escolhiam o mesmo caminho, precisou mudar de nome ao fazer a Profissão Religiosa. Foi então que escolheu ser chamado de Irmão Estanislau, de modo a reverenciar outros irmãos que passaram pela Província de São Paulo. Esta e outras curiosidades foram reveladas pelo Redentorista em sua última entrevista, na série “Tesouros Redentoristas”, que você pode assistir abaixo: Na oportunidade, ele também recordou que parte do seu trabalho foi dedicado à cozinha, com devoção a Santa Marta, a padroeira dos cozinheiros. O seu ofício mudou quando foi requisitado a cuidar do Pe. Alexandre Miné, C.Ss.R., que estava debilitado na época. Essa missão foi passada ao Ir. Estanislau por sua organização e dedicação nas cozinhas das casas redentoristas. A recém-inaugurada Comunidade Irmão Bento, em Potim (SP), foi a última morada do irmão missionário, antes do mesmo se juntar a Santa Marta, São Geraldo Majella e a Deus, na Eternidade. 
O velório do Ir. Estanislau realizado na Capela São José, na Comunidade Ir. Bento, em Potim (SP). 
A Missa de corpo presente realizada às 16h, no mesmo local e, em seguida, o sepultamento.

quarta-feira, 29 de março de 2023

PADRE LIBÁRDI- RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - A BÍBLIA-I !

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR A 
Missa é obrigatória aos domingos e dias santos? 
Nossa formação religiosa às vezes não se preocupa com a formação da consciência, mas nos fornece fórmulas determinando a moralidade de nossas ações. Falta critério para discernimento. Ficamos com uma série de normas e leis que sempre nos obrigam, porque assim está escrito. Jesus advertiu: “a letra mata, o espírito é que vivifica”. Assim acontece com o mandamento da Igreja que nos obriga à missa nos domingos e dias santos. Acabamos num legalismo impressionante a ponto de não comungarmos se perdermos uma missa; isso sem nos perguntarmos o motivo. Um mandamento que a Igreja pode mudar e que obriga a todos, quando não se tem condição de acolher a todos. Imagine se todos resolvessem vir à missa! Não questiono o mandamento, questiono a falta de esclarecimento. O primeiro mandamento da Lei de Deus é o amor a Deus, que vai aparecendo em todos os nossos atos. Todas as explicitações devem ajudar-nos a caminhar nesse amor, por isso aparecem as normas que indicam, sinalizam o caminho. Assim temos de entender o convite para a “missa de preceito”. É uma convocação da comunidade para o grande momento da salvação que é a Eucaristia, o grande momento da fraternidade. Quem não entende isso, pouco estará ligando para pecado ou não pecado, para obrigação ou não obrigação. As nossas igrejas continuam com um parco número de fiéis e nós continuamos falando do mesmo modo em plena época de uma “nova evangelização”. Não estaria na hora de deixarmos de insistir nessa tal obrigação e mostrarmos o momento da Eucaristia como um encontro feliz em que sua presença se faz necessária? Mostrar, como faz o Concílio Vaticano II, que a missa é o ponto alto da vida cristã, fonte de toda essa vida, sem o receio de nossas igrejas se esvaziarem. Poderíamos perder em quantidade, mas ganharíamos em qualidade. Quem vem à missa deve vir porque está consciente do que acontece no altar. Vê a missa como um momento privilegiado da graça, momento salvador de Deus, momento de fraternidade assumida e redentora, momento de sua família. Quando não sabe o que faz, também não peca. Quando está impedido de participar, não pode estar presente, também não peca. Além da ignorância, são muitas as causas que podem impedir a participação na missa: doenças, velhices, viagens, visitas etc. O erro, o pecado, acontece quando a pessoa pode vir e não quer, significando com isso seu pouco caso e até desprezo pelas coisas de Deus. Quanta gente vai à missa desinteressada, para cumprir preceito, e reclama até quando o padre faz algumas digressões ou alonga um pouco a celebração. Que sentido faz essa presença! Igreja não é um supermercado da fé. Certas são aquelas pessoas que participam, são alegres e dedicadas a sua comunidade e sabem que reunidas fazem acontecer o grande momento da graça salvadora. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

terça-feira, 28 de março de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - ESPORTES -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
O que pensar dos esportes perigosos? 
O esporte sempre foi um meio de se construir um corpo sadio, adestrando a pessoa, educando-a e funcionando como distensor psíquico. É inegável o benefício do esporte para quem o pratica e para quem o assiste. Temos de estimular a prática do esporte, procurando mostrar a riqueza que possui e o bem que faz. São atividades altamente educativas em seu todo. O esporte robustece o físico, educa sentimentos, recoloca em equilíbrio as energias físicas e psíquicas, favorece o sistema respiratório e dá espaço para desabafar as tensões do dia-a-dia. Abrindo os jornais hoje, vemos as distorções provocadas pela ganância em todas as modalidades esportivas. Em primeiro lugar, o comércio que se estabelece em cada área. A seguir, vemos as manipulações da pessoa, provocando distorções e aberrações. As pessoas passam a ser mercadorias, das quais se aferem lucros exorbitantes, com prejuízo das competições e das próprias pessoas que participam diretamente. Acredito que hoje pouco interessa ao desportista o benefício físico e psíquico do esporte. Interessa o quanto vai ganhar em dinheiro. Bem poucos desportistas podem ser apresentados à nossa juventude como exemplos a serem seguidos. E coitados de nós que ficamos atrás de uma TV para sentir o prazer de ver um bom espetáculo. O desrespeito é verdadeiramente acintoso. Em segundo lugar, temos de lamentar os esportes perigosos, que colocam em risco a vida e a integridade da pessoa. Embora gerem lucros enormes, nada os justifica. São esportes desconcertantes, que despertam no público a procura da violência, das sensações perigosas, escondendo por baixo fortunas que correm em negociatas. Vejam as corridas automobilísticas e de motos. Veja também o pugilismo. Como podemos chamar de esporte uma atividade que é medida pela pancadaria, que sempre provoca lesões com conseqüências para a vida? O que vemos de educativo nesses esportes, cujo preço é o risco de vida a que se expõem as pessoas? Temos de censurar esses pretensos esportes e qualificá-los imorais. Não educam, ao contrário, deformam a mente, criam no coração das crianças e dos jovens o senso da violência e alimentam em adultos, já desequilibrados, a sensação no mal feito e no perigoso. Quantas tragédias já nasceram dessas atividades desumanas, em troca de dinheiro e de alguns anos de fama. Nada justifica o sacrifício de vidas humanas, a não ser o risco para salvar outras vidas. Está na hora de desligarmos a nossa TV e não patrocinarmos mais esses atentados contra a vida e a dignidade humana. Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. http://www.redemptor.com.br EDITORA SANTUÁRIO PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI O que pensar dos esportes perigosos? O esporte sempre foi um meio de se construir um corpo sadio, adestrando a pessoa, educando-a e funcionando como distensor psíquico. É inegável o benefício do esporte para quem o pratica e para quem o assiste. Temos de estimular a prática do esporte, procurando mostrar a riqueza que possui e o bem que faz. São atividades altamente educativas em seu todo. O esporte robustece o físico, educa sentimentos, recoloca em equilíbrio as energias físicas e psíquicas, favorece o sistema respiratório e dá espaço para desabafar as tensões do dia-a-dia. Abrindo os jornais hoje, vemos as distorções provocadas pela ganância em todas as modalidades esportivas. Em primeiro lugar, o comércio que se estabelece em cada área. A seguir, vemos as manipulações da pessoa, provocando distorções e aberrações. As pessoas passam a ser mercadorias, das quais se aferem lucros exorbitantes, com prejuízo das competições e das próprias pessoas que participam diretamente. Acredito que hoje pouco interessa ao desportista o benefício físico e psíquico do esporte. Interessa o quanto vai ganhar em dinheiro. Bem poucos desportistas podem ser apresentados à nossa juventude como exemplos a serem seguidos. E coitados de nós que ficamos atrás de uma TV para sentir o prazer de ver um bom espetáculo. O desrespeito é verdadeiramente acintoso. Em segundo lugar, temos de lamentar os esportes perigosos, que colocam em risco a vida e a integridade da pessoa. Embora gerem lucros enormes, nada os justifica. São esportes desconcertantes, que despertam no público a procura da violência, das sensações perigosas, escondendo por baixo fortunas que correm em negociatas. Vejam as corridas automobilísticas e de motos. Veja também o pugilismo. Como podemos chamar de esporte uma atividade que é medida pela pancadaria, que sempre provoca lesões com conseqüências para a vida? O que vemos de educativo nesses esportes, cujo preço é o risco de vida a que se expõem as pessoas? Temos de censurar esses pretensos esportes e qualificá-los imorais. Não educam, ao contrário, deformam a mente, criam no coração das crianças e dos jovens o senso da violência e alimentam em adultos, já desequilibrados, a sensação no mal feito e no perigoso. Quantas tragédias já nasceram dessas atividades desumanas, em troca de dinheiro e de alguns anos de fama. Nada justifica o sacrifício de vidas humanas, a não ser o risco para salvar outras vidas. Está na hora de desligarmos a nossa TV e não patrocinarmos mais esses atentados contra a vida e a dignidade humana. Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - Pe. Mauro José Matiazzi, CSSR

Pe. Mauro José Matiazzi, CSSR 
+28 de MARÇO 2012 
Nasceu a 26.06.1949, em Mineiros do Tietê, SP. Seus pais: Albertino Matiazzi e Teresinha Claro Matiazzi. A 11 de fevereiro de 1972, entrou para o Seminário de Santo Afonso, em Aparecida, onde concluiu o Colegial, que já tinha começado em São Carlos, SP. Estudou Filosofia, de 1973 a 1975 na Faculdade Salesiana de Lorena SP, residindo no Instituto São Clemente, em Aparecida. Em 1976 frequentou o Noviciado no Jardim Paulistano, São Paulo SP. 
Compromissos Religiosos: 02.02.1977, na Basílica de Aparecida. O Curso de Teologia foi realizado de 1977 a 1980, no Instituto Teológico São Paulo – ITESP – Ipiranga. 
Profissão Perpetua: 21.02.1981 em Aparecida SP. 
A Ordenação Diaconal foi ministrada a 08.03.1981 por Dom Frei Daniel Tomasella OFMCap, em Garça, SP. E a Ordenação Sacerdotal, a 16.05.1981, na Igreja de Santo Antônio do Prado, na cidade de São Carlos SP, por Dom Constantino Amstalden, Bispo de São Carlos, SP. Depois da ordenação, residiu nas seguintes comunidades: 
1981 – Vigário Paroquial na Paróquia São Pedro em Garça, SP 
1984 – Santuário de Aparecida, pastoral com os romeiros. 
1988 – São João da Boa Vista: Equipe das Missões Populares. 
1999 – Tietê: Equipe das Missões Populares 
2005 – Estudos Teológicos no Instituto Superior de Pastoral (ISPAL), em Belo Horizonte, MG Em dezembro de 2005, foi nomeado Reitor do Santuário de Aparecida e Superior da Comunidade Redentorista. 
2009 – Araraquara: Equipe das Missões Populares. 
2011 – Tietê: Equipe das Missões Populares. 
2012 – Tietê: Igreja Santa Teresinha e auxiliar de Mestre. Acometido por problemas cardíacos, foi internado no Hospital Paulistano, em São Paulo, a 23 de março de 2012. Seu estado clínico foi piorando, depois de sofrer dois enfartos. Veio a falecer às 12h30, dia 28 de março de 2012. Descanse em paz! 
Pe. José Bertanha, C.Ss.R. 
Arquivista provincial 2012
Matiazzi 
é totalmente despojado de riquezas e bens terrenos. Sofre com a dor dos outros, tem um coração inocente como de uma criança, sendo incapaz de prejudicar alguém. Foi perseguido por causa de Jesus (quem não se lembra do tal catecismo?), ama as pessoas com uma simplicidade encantadora. Dedica-se à missão de sacerdote com o coração de Jesus acolhendo, escutando, aceitando a todos. Sua felicidade consiste em amar o povo de Deus. Ama a Palavra de Deus e a ela se dedica dia e noite, como a gente pode ver. Não tem moleza no serviço. É um homem de Deus. Tem defeitos e dificuldades, mas estas não fazem mais que salientar o quanto é bom o nosso Padre Matiazzi. Padre Luiz Carlos de Oliveira
MINHA NOTA- 
O exemplo de interesse, desapego e humildade! No ano 2008, no encontro dos antigos seminaristas redentoristas em Aparecida-SP, o ENESER XIII, estava buscando matéria para página que havia montado no ORKUT em objetivo da campanha do processo de beatificação e canonização do Servo de Deus Padre Vitor Coelho de Almeida, missionário redentorista. Na sexta-feira à noite, em conversa com o Padre Matiazzi, então reitor do Santuário Basílica Nacional de Aparecida, ele informou-me sobre entrar em contato com o Padre Júlio  CSsR, no Potim, que era, nesta época, o vice-postulador da causa. Agradeci muito pela informação. No sábado, pela manhã, qual não foi minha agradável surpresa quando vejo em minha frente o Padre Matiazzi, superior maior na basílica nacional de Aparecida-SP, com dois pacotes contendo 200 informativos sobre o processo e vida do Padre Vítor Coelho CSsR. Ficou isso gravado em mim por 2 bons e grandes motivos:
1º O interesse enorme daquele padre para o desenvolvimento da Causa do confrade.
2º Ele não pediu para qualquer pessoa trazer os pacotes...Ele mesmo o fez com muito carinho.
Requiescat, Pater Matiazzi CSsR.

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE EDUARDO MORIARTY CSsR

PADRE EDUARDO MORIARTY CSsR +28/03/2015
E
MADRE FELICY BRAGA+15/11/2014
Com muito pesar soube do falecimento do querido Padre Eduardo Moriarty, à tarde do dia 28 de março DE 2015, dia em que comemoramos os 500 anos do nascimento de uma grande fundadora Santa Teresa de Jesus. Padre Eduardo fundou junto com Madre Felicy Braga a congregação das Mensageiras do Amor Divino, falecida em 15 de novembro de 2014 e agora os dois estão no céu intercedendo por nós.
Adeus querido Padre, obrigado por sua vida, por ter gasto seus dias pelos remidos de Cristo! 
José Alcides Marton
Padre Eduardo foi meu professor de inglês, era da província do Mato Grosso, veio para o Colegião em função dos seminaristas daquela província que ali estudavam e precisavam se habituar com aquela língua, pois, depois do noviciado, iam para os Estados Unidos. Nas férias, ele gostava de ir para Campo Grande, onde participava de trabalhos junto a seus confrades. Certa ocasião, ele foi para a casa das Pedrinhas em cima de nosso caminhão, a estrada era de terra e muito cheia de buracos. Quando lá chegou, perguntamos-lhe em inglês, isso era obrigatório em nossos diálogos, se era a primeira vez que visitava aquele lugar e ele, com certo grau de ironia, respondeu-nos que , seguramente, era a última. Alexandre Dumas

segunda-feira, 27 de março de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - DEUS-V -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Existe agora uma sede de Deus? No mundo antigo, tudo o que havia de mais importante estava relacionado com a religião. Na modernidade tenta-se deixar de lado a transcendência e se quer ficar apenas com as coisas temporais. É a tentativa de se esquecer de Deus; o que importa é o que acontece aqui e agora. Não se põe Deus no meio. Um fenômeno da secularização. Parece que Deus está morto. Tudo o que se tem de fazer é se livrar das exigências da religião, da ética da religião... Os que não chegam a tanto querem o assunto religião bem restrito aos limites da sacristia. A humanidade pode resolver seus problemas, sem aceitar os valores da religião. Os meios de comunicação se encarregaram de divulgar valores novos e de entulhar a cabeça do povo com essas idéias. Hoje falar de Deus entra muito na esfera do particular. Mas não se destroem facilmente valores que estão enraigados no coração das pessoas. A marca da presença de Deus está em cada um, de forma indestrutível. Esse esquema da morte de Deus não deu certo e hoje o povo se volta à procura do sagrado, do divino. Por todos os lados surgem templos, movimentos, seitas, ondas místicas de interesse religioso, programas de rádio e TV. Não se prendem a critérios, mas a procura é muito grande. Por isso mesmo, muitas vezes não se chega a nada. A humanidade tem sede de Deus, e quanto mais se tenta afastá-la de Deus, mais ela busca. Santo Agostinho dizia que nosso coração está inquieto até que descanse em Deus. Quanto mais o homem se refugia dentro de si mesmo, mais sente necessidade de Deus. A solidão mostra esse caminho. Mas não existe nada que leve o homem até Deus como a experiência da dor. Quando se esgotam os recursos humanos, só resta um caminho: admitir aquilo que a gente sempre fugiu. Em nenhuma época a procura de Deus é tão intensa como nos dias atuais. Uma procura desarticulada, porque não se sabe bem onde procurar nem que Deus procurar. A insatisfação cresce, e cresce também a sede de Deus. Agora fazemos a pergunta: É culpa só da modernidade esse pseudo-esquecimento de Deus? Não seria o nosso modo de mostrar Deus, nossos conceitos sobre Ele, essa teologia da recompensa e castigo, essa falta de coragem de se ter uma nova linguagem religiosa, os motivos de chegarmos onde chegamos? Como é diferente o Evangelho quando diz: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti e aquele a quem revelaste...” (Jo 17). Mas continuamos a dizer às crianças que o céu é lá em cima... 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE DANIEL TAMASSIA CSsR

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PADRE DANIEL TAMASSIA CSsR 
*10 DE JULHO 1935 
+27DE MARÇO 2019 
É considerado o missionário das pequenas comunidades. Ele junto com o padre Carlinhos (hoje, Dom José Carlos de Oliveira, bispo emérito de Rubiataba) criou a novena Natal em Família, que se tornou uma grande campanha evangelizadora nacional. Padre Daniel nasceu em Piracaia (SP), em 10 de julho de 1935. A vida religiosa teve início no Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), Foi ordenado padre na igreja de Santa Terezinha, em Tietê (SP), em janeiro de 1961. Como missionário trabalhou em duas paróquias na capital paulista, e depois foi transferido para o Santuário Nacional de Aparecida onde passou os primeiros anos de padre. Tempos depois, foi trabalhar nas Missões Populares, residindo em Araraquara (SP). Quando foi transferido para Goiás, para trabalhar na equipe de Missões Populares, passou por Goiás, Pará e Distrito Federal, e nesse período desenvolveu a novena de Natal. Diante do crescimento da campanha, assumiu um compromisso ainda maior: a restauração e animação da Campanha da Fraternidade da CNBB. O convite veio de Dom Ivo Lorsheider.A Campanha passou a seguir os moldes do Natal em Família, e passou a ter maior aceitação nas comunidades de todo o país. Em Brasília, também colaborou nas Pontifícias Obras Missionárias, a convite de Dom Luciano Mendes de Almeida. Após este período, padre Daniel afastou-se dos trabalhos redentoristas, indo residir em Natal (RN), onde dedicou-se ao atendimento diário de confissões na Catedral Metropolitana. Em 2012, voltou para Goiás, passando a residir na paróquia de Trindade, e nos últimos anos de sua vida vivia entre cuidados médicos e visitas de amigos que cultivou nos tempos de sua intensa atividade missionária. A missa de corpo presente foi realizada hoje (27), às 16h, na igreja Matriz de Trindade.
https://www.a12.com/
Grande Daniel, só nós sabemos quantas confidências, quantas informações, quantas dúvidas compartilhamos em nossa trajetória. Você foi fiel, perseverou, venceu, foi herói, prestou contas ao Senhor, excedeu no saldo positivo. Eu, igualmente, estou fazendo minha poupança, espero apresentar saldo quando a hora chegar. Sei que você foi polêmico, gênio forte. Tivemos o prazer de viver uma realidade comum, foi bela a companhia. Por caminhos diversos, na perenidade, havemos de nos encontrar um dia.Dumas
Lindo depoimento, sincero, e cheio de lembranças boas vividas juntos. Muito bom!Abner
Meu conterrâneo de Piracaia. Tive oportunidade de visitá -lo em Trindade GO. José Pinheiro
Meu colega de sala. João de Deus Rezende Costa
Segundo me consta, ele foi o grande idealizador e promotor da novena do Natal. J.Morelli
José Morelli, foi sim. José Pinheiro

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE TADEU PAWLK CSsR

PADRE TADEU PAWLK CSsR
+27 DE MARÇO 2019
Veio da Polônia para o Brasil, em 1976. Em todos esses anos, foi um incansável missionário. Ele integrou o grupo dos primeiros missionários redentoristas poloneses que vieram para o Brasil a partir da década de 70. Atuou na cidade de Bom Jesus da Lapa (BA), onde ficou muito conhecido pelo suporte dado às famílias vítimas da grande enchente no ano de 1979. Trabalhou na pregação das Santas Missões e em outras frentes apostólicas da Vice Província da Bahia. Foi fundador de muitas comunidades, associações, grupos e movimentos de base. Faleceu em Salvador (BA), enquanto dormia, em seu quarto na Comunidade Santo Afonso, vítima de infarto. Seu corpo foi transladado para Bom Jesus da Lapa, onde ocorreu velório e missa de corpo presente.  enterro realizado em 28/19, às 16h. 

domingo, 26 de março de 2023

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - DEUS-IV - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Usar o nome de Deus é certo ou errado? 
Na lista elaborada dos mandamentos aparece a recomendação de não se usar o nome de Deus em vão. Se por um lado devemos invocar Jesus, o Pai, o Espírito Santo, por outro lado também não se pode aprovar o exagero e o abuso com o nome de Deus. Rezamos, invocamos o nome de Jesus nas dificuldades e nos problemas, nas orações espontâneas, em momentos especiais, certos de podermos contar com a força da presença de Deus em meio aos conflitos e confiados na misericórdia do Pai que não nos abandona. O que é lamentável são os abusos que começam com expressões como: Jesus tem poder, Jesus cura, em nome de Jesus — usadas sem critério e em qualquer situação. Sabemos que há pessoas portadoras de desequilíbrios, deficiências mentais, descontroles afetivos e emocionais, pessoas histéricas que produzem fenômenos, esquisitices, desmaios, espumações com saliva, mudança de voz e outras cenas deploráveis. Em cima delas vai uma legião de curandeiros, que receberam por conta própria o poder de Deus para resolver esses casos “em nome de Jesus”. Há cenas ridículas que depõem contra o sagrado. Como podemos falar de católicos, freqüentadores de grupos de vivência religiosa, que ficam enchendo a cabeça das pessoas dizendo que elas estão com espírito, mau olhado, macumba, e precisam libertar-se e se libertar até de pecados que seus pais cometeram? Essas pessoas não são católicas, porque essa não é a doutrina da Igreja. Em segundo lugar, quem procura isso deve sofrer muito, porque abandonou a fé, a capacidade de refletir e se deixou confundir por pessoas sem conhecimento ou autoridade para isso. O que impressiona é que essas pessoas assumem o pretenso dom de Deus, tornam-se “curadores”, tiradores de demônio, intercessores, sem que ninguém lhes tenha dado esse ministério. E parece que o povo gosta dessa confusão. Acho isso tudo uma desavergonhada e sacrílega manipulação do nome de Deus. Ser Igreja é uma realidade bem diferente disso, é uma participação discreta, equilibrada, uma comunhão santificadora e transformadora. Não tem nada de sensacionalismo escandaloso que favorece a promoção pessoal dos que querem aparecer como escolhidos de Deus. Para todos esses, lembramos a Palavra: “Não pronuncieis o nome de Deus em vão”. Está na hora de os católicos aprenderem a discernir, o que é esquisito não vem de Deus. Deixem esse povo fazer seus “milagres”, procurem algo mais sólido e seguro mantendo a firmeza da fé. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

sábado, 25 de março de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! DEUS - III

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Deus quer tudo que acontece? 
Essa frase vive surpreendendo muita gente, principalmente nas horas de sofrimentos. Até na morte o conformismo vem através desse jargão que, de tanto falarem, faz parte do vocabulário consolador nos velórios: “Deus quis assim”.Não sei bem que Deus é esse que quer a morte, escolhe alguns para morrer deixando outros que precisavam morrer para desocupar um pouco esse mundo. Que Deus é esse que anda na cabeça do povo, que patrocina atrocidades e nos oferece uma vida cheia de percalços e sofrimentos?Aqui entra a grande ignorância, a preguiça ou incapacidade de pensar. Que muitos sejam incapazes até de pensar, podemos admitir, pois seu universo é tão reduzido e pequeno, fácil para aceitar qualquer explicação. Tudo o que o ultrapassa, se explica pela vontade de Deus, explicação tranqüilizadora e confortante em qualquer situação.O problema com aqueles que não querem procurar uma explicação mais completa ou preferem não pensar muito. É bom deixar como está: um Deus que é Pai, mas que distribui morte, sofrimento, auxílio para quem Ele quer, premiando a uns e castigando a outros. Uma teologia que nos deixa inseguros.Não é fácil perceber que cada um de nós, com seu modo de agir, causa problemas ao outro e essa ciranda negativa, principalmente do pecado, forma o negativo pano de fundo de destruição do plano de Deus, trazendo a morte, o sofrimento. Nós somos responsáveis pela morte e pela vida, pelo sofrimento e pela paz. Um sistema político-econômico a serviço da ganância e do egoísmo gera exclusões, privações, violência e destruição. A natureza tem seu limite e morremos quando acaba a nossa resistência para reter a vida.O pior problema nasce daqueles que querem manter o povo na ignorância, no medo e assim manter o comando. Uma teologia conservadora, uma teologia da prosperidade, do conformismo. São teologias falsas, anti-evangélicas. A Igreja já nos manteve no medo do inferno, da condenação, da morte terrível por muito tempo. Há lideranças que não largam o poder e vivem ameaçando uns coitados que não têm acesso a uma teologia mais arejada e mais evangélica. O povo foi domesticado para viver a dependência; vive com um nó cada vez mais sufocante e sem perspectivas de vida. Manter o povo nessa linha é fornecer a ele uma religião que não liberta.Ninguém tem o direito de escravizar o povo pela religião, através de movimentos, grupos e ensinamentos que ferem a dignidade da pessoa. Para todos os que querem manter-se na liderança através de ameaças, vale a advertência de Jesus: “Cuidado com o fermento dos fariseus”. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. IZIDRO DE OLIVEIRA SANTOS CSsR

PE. IZIDRO DE OLIVEIRA SANTOS CSsR
+25 de MARÇO 2011 
Nasceu a 31.10.1926, na Fazenda Santa Rita, em Riacho de Sant´Ana BA Seus pais : Januário Joaquim dos Santos e Ana Rita de Oliveira Seus pais mudaram-se para o norte de Minas Gerais e depois para o Estado de São Paulo, fixando-se finalmente no Bairro da Penha, em São Paulo SP. Entrou para o Seminário S. Afonso, em Aparecida, a 05.02.1939 Em 1945, fez o Noviciado em Pindamonhangaba, onde fez a Profissão Religiosa na CSSR, a 02.02.1946 O Seminário Maior foi feito no Seminário de S.Teresinha, em Tietê SP Aí fez a Profissão Perpétua na CSSR, a 02.02.1951. Foi Ordenado Sacerdote em Tietê, a 29.07.1951, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba SP Celebrou sua Primeira Missa Solene em Riacho de Sant’Ana BA, a 03.08.1951. Deixou o Estudantado, em janeiro de 1952, iniciando sua Vida Apostólica, como Professor no Seminário S.Afonso, em Aparecida: aulas de física, química, inglês. Aí ficou até 1963. Em 1964 trabalhou em nossa Igreja do Perpétuo Socorro, em São João da Boa Vista. Em 1965, no primeiro semestre, fez o 2º Noviciado, no Jardim Paulistano, em S.Paulo. O segundo semestre de 1965, passou-o no Seminário S.Afonso. Em 1966, foi Vigário Cooperador em Sacramento MG. Em 1967, foi transferido para Aparecida, no apostolado com os romeiros. Em 1968 e 1969 foi missionário, morando em São João da Boa Vista. No segundo semestre de 1969, foi para Madri, para estudos no Instituto de Pastoral, e depois em Roma. Voltou em dezembro de 1971, voltando a morar em S.João da Boa Vista. Em 1973 foi professor do ITESP, em São Paulo SP e missionário Em fevereiro de 1974 foi nomeado Superior da Comunidade do Convento de Aparecida e Reitor do Santuário Nacional, cargo que ocupou até dezembro de 1978. Em 1979 foi para o Jardim Paulistano. Nesse mesmo ano, a 18.03.1979, tomou posse como Pároco da Paróquia da Catedral de Juazeiro, na Bahia, dando assim uma ajuda a Dom José Rodrigues. A 08.02.1981 tomou posse como Pároco de Caiçara GO. A 31.07.1983 tomou posse como Pároco de Nova América GO, Diocese de Rubiataba, onde ficou até junho de 1987, passando a morar então em Goiânia Em 1992, cuidou da Paróquia de N.S.Aparecida, em Goiânia GO, até 10.02.1994. Depois junto com a leiga Nelcy realizou, enquanto a saúde permitiu, encontros de: «Dinâmica Grupal Cristã». Estava adscrito à Casa Provincial, em Goiânia. Em começos de 2002, transferiu-se junto com a Nelcy, para Porto Alegre RS. Em 2003, voltou para a Província de São Paulo e foi adscrito à Comunidade do Santuário, em Aparecida. Em abril de 2004, voltou novamente para Porto Alegre RS. Há um tempo teve um AVC. Foi bem cuidado. Veio a falecer dia 25 de março de 2011, Anunciação do Senhor 
Texto e foto recebidos do Padre Luiz Carlos de Oliveira CSsR 
Minha Nota: O padre Izidro foi meu professor de inglês. Lembro-me do livro MY ENGLISH TEACHTER....e do aplicado Mr.PIP e do solerte Mr.ZIP do Yazigi Method. Um fato interessante que me aconteceu com o padre Izidro, tão silencioso e discreto. Tinha eu um relógio de pulso da marca Omodox que recebera de presente da minha mãe. Vivia passando um paninho no vidro mostrador para deixá-lo sempre com jeito de novo. Surgiu, um dia, um pequenino risquinho...Logo quis fazer alguma coisa para trocar aquele vidro. Em conversa com o Padre Izidro ele simplesmente disse-me com tranquilidade que lhe era muito peculiar: 
-Você se prepara para o seu voto de pobreza e ainda fica preso nessa preocupação tão pequena? 
Foi a lição oportuna que aquele meu orientador me deu naquele momento! REQUIESCAT IN PACE, PADRE IZIDRO
Lembro-me que foi na época que dirigia o Santuário de Aparecida que algum maluco quebrou a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ele ficou muito chateado e saiu.
Estou certo?
Natanael

Bom dia, Natanael!
Pois é, também recordo que a imagem foi arremessada ao solo e despedaçada ainda na Basílica Matriz ( Velha).Mas não sabia deste fato do Padre Izidro.Ele esteve os últimos anos no sul, após um AVC, morando com sua irmã que cuidou dele até o final.Você desperta a curiosidade de pesquisa sobre isso...o que vou fazer.
Um forte abraço!
Ierárdi
ET-Evidentemente devem ter mais fontes, considerando o seu Irmão José Carlos e o filho sacerdote!!!!
Ierárdi, apenas me lembro que meu Pai, Augusto Criado, comentava pois seu irmão Sr. Ireno era muito amigo do meu pai em São Miguel Paulista.
Dizia que ele ficou muito aborrecido com o ocorrido e pediu para ir prá algum lugar longe.Se conseguir alguma informação vou lhe  passar. Abraços, Natanael

Natanael, descobri a razão justa do aborrecimento do nosso saudoso e estimado Padre Izidro!
Veja a seguir o artigo-memória do nosso colega Alexandre Dumas Pasin que conviveu com ele no velho Colegião!Um abraço!Ierárdi



CASA DE NOSSA SENHORA

“Jardins viçosos, ciprestes em alameda,fachada majestosa, janelões de vidro...portais se abrem a um convite amigo transpor umbrais da soberana casa...”
Corria ao ano de 1951. O diretor do colegião (1) era o Pe. José Ribola. Às 5 h da manhã daquele dia, dentro da rotina à qual já nos acostumáramos, bate a sineta convocando-nos às primeiras orações, meditação e missa. Todos já na capela,
Pe. Ribola, ansioso, se apressa em nos comunicar a boa nova: naquele dia chegaria uma visita muito importante e pedia-nos que a  recebêssemos como uma bênção e nos tornássemos seus guardiões pelo tempo necessário de sua permanência entre nós. Essa grata visita seria nada menos que a pequena imagem da Virgem Aparecida, a mesma encontrada e retirada das águas do rio Paraíba por três pescadores. E o “porquê” de tão ilustre visita? Tudo bem explicado: a imagem de barro, retirada das águas em duas partes, já não suportava as inúmeras colagens feitas ao longo de mais de duzentos anos desde seu achado. No seminário, tínhamos um padre novinho, recém-chegado de Tietê, com grande fama de artista, Padre Izidro, a quem caberia o reparo definitivo na imagem. Pois bem, o trabalho foi iniciado em ateliê montado na própria cela do Pe. Izidro e acompanhado, é claro, por curiosos devotos entre os quais me incluo. Era a oportunidade de tocar a Santinha e pedir-lhe a graça mais desejada: a perseverança na vocação.
Feito o serviço, era necessário um tempo para que o material usado secasse e se comprovasse eficiente. Então, a imagem foi levada para nossa capela e colocada à direita  do altar mor, em outro pequeno altar, já dedicado a Nsa. Senhora. No recreio um seminarista alarmista, talvez o Bianor, ensejou que à noite a imagem se transmudaria para seu nicho na basílica, repetindo o milagre acontecido nos primórdios de sua história (2), quando foi levada por várias vezes para a matriz de Guaratinguetá e nos dias seguintes reaparecia misteriosamente em seu tosco altar na capela do Morro dos Coqueiros.
Na madrugada daquela noite, acordei sobressaltado. O dormitório dos menores era no mesmo andar da capela. Um prenúncio de que testemunharia o milagre me fez levantar. Saí pelo largo corredor, cuja única luz, pequena e vermelha, encimava o enorme crucifixo à frente das  escadarias. O carrilhão da capela dos padres disparou seus badalos melodiosos anunciando preguiçosamente três horas. No fundo, a porta de vidros da capela refletia a chama tremulante da lamparina do sacrário. Temeroso, me acheguei, abri a porta e mirei o altar. Lá estava a imagem, quietinha, de mãos postas, satisfeita com o seu lar provisório. Provisório? Nem tanto, afinal de contas, lá fora, na fachada majestosa do nosso colegião, em cima do portal, as letras garrafais já anunciavam, desde sua construção e agora mais do que nunca, a inscrição “CASA DE NOSSA SENHORA”.
(O prédio hoje. Onde estava escrito 'Casa de Nossa Senhora', se escreve 'Seminário Bom Jesus')
Dois dias depois, acredito que um pouco tristonha, Ela nos deixou e voltou ao seu lar de trabalho. SALVE, REGINA! (3)
Alexandre Dumas Pasin de Menezes, nascido em Aparecida, seminarista entre 1949 e 1955.
Notas:
(1)     Prédio majestoso, todo em tijolo aparente, vermelho, construído no início do sec. XX, para ser seminário da arquidiocese de São Paulo, em parte descrito na quadrinha acima. Trazia os dizeres “Casa de Nossa Senhora”. Conhecido popularmente como colegião, por muitos anos abrigou o Seminário Redentorista Sto. Afonso, até 1952. Hoje, denominado Seminário Bom Jesus, funciona como seminário maior da arquidiocese de Aparecida.
(2)     lenda popular largamente difundida na região.
(3)     Tradução “Salve, Rainha!” ( o autor gosta muito de cantar em gregoriano esta bela e antiga oração mariana).

Ierardi,
Procurei na Internet e localizei a matéria que fala sobre a destruição da imagem de Nossa Senhora Aparecida na Basílica de Aparecida, foi em maio de 1978 quando um maluco quebrou a imagem em 200 pedaços e foi recuperada por uma mulher. Neste período o Padre Izidro era reitor do santuário e responsável pela segurança da imagem. Eu tenho em algum lugar o "Ecos Mariano" com a matéria, mas não consigo localizar.
Sei que foi em maio de 1978, porque descobri pela internet, mas foi bastante difícil. Com a data talvez você consiga achar.Abraços,Natanael
Ierardi, esse fato por mim relatado diz mais respeito a minha história do que a história da imagem de Nossa Senhora, nem sei se algum seminarista de meu tempo se lembra disso, talvez o Pasquoto, Clayton, Gervásio, Geiger ou outros. Fato corriqueiro para uns, foi muito importante e emocionante para mim. O único que testemunhou ter lembrança disso foi o Bianor, mas já morreu. Anteriormente,  fui coroinha na basílica e, por muitas vezes, presenciei a retirada da imagem do nicho para trocar o manto, naquele tempo, já o retalhavam e colavam em santinhos, não sei se os  vendiam ou  distribuíam aos devotos, naquele tempo, ainda não existia a campanha dos devotos. Lembro-me também que, às vezes eles passavam uma fita adesiva na união do corpo e da cabeça da imagem, tudo muito superficial, por isso mesmo que foi necessária a colagem feita pelo Padre Izidro tempos depois Nada disso diz respeito à quebra criminosa da imagem, fato ocorrido bem depois e que muito chocou os redentoristas, principalmente o padre Vitor.Alexandre Dumas
Olá Ierardi! Num domingo, alguns meses atrás, assistindo ao programa do Faustão, ouvi uma publicidade que ele fez a respeito de um livro intitulado "Aparecida", uma biografia da santa que perdeu a cabeça... de autoria do jornalista Rodrigo Alvarez - Editora GloboLivros. Fiquei muito interessado em ler esse tal livro e acabei adquirindo um e o li avidamente. O estilo jornalistico do autor é o que mais me incomodou na leitura. O autor pesquisou a respeito da destruição da imagem e descreve longamente sobre ela. Segundo entendi, esse fato fez com que o Padre Izidro se tornasse, praticamente, o segundo principal personagem do livro, depois de Nossa Senhora sob o título de Aparecida. Acredito que a curiosidade do Natanael pode ser respondida através da leitura desse livro. Um forte abraço! Morelli

Segundo testemunho, em 1978, quando houve o desagradável fato do despedaçamento da imagem, coincidentemente Padre Izidro era reitor do Santuário....Por esse fato, ele ficou transtornado e não quis continuar por lá!!!! Ficou até o fim de 1978 e em 1979 foi transferido para o Jardim Paulistano.Ierárdi
Ierardi ... esta versão nunca ouvi dizer em nossas convivências de confrades redentoristas... saiu em um livro, mas pode ser questionada... escrevi isso, mas não tenho segurança sobre isso...o Pe. Rafael escreveu um artigo em Nosso Guia sobre o livro (não sobre o assunto)... por isso que eu disse "saiu um livro" - a "versão" eu me refiro é sobre o "transtornado" e "não quis continuar"... quanto ao livro, o Pe. Rafael disse que é muito bom e interessante... mas não quer ser um livro sobre acontecimentos em torno da religião... mas o autor entrou no assunto com muita felicidade... nadou bem... como literatura e como atrativo p leitura...Pe.Maurício Brandolize 
Colhi isso da informação do Natanael que mencionou seu pai, Sr.Augusto referindo-se ao que lhe dissera o próprio irmão do Pe.Izidro o Sr.Ireno, seu amigo,sobre o "aborrecimento" e "ir para um lugar longe"!!!Ierárdi 
Em tempo: o Morelli deve ter acompanhado o fato mais de perto na ocasião, ele morou em Aparecida... a opinião dele tem força! Penso que as informações podem ter fundamento... mas eu não nunca tinha ouvido esta versão... a não ser quando apareceu o livro..Pe.Maurício Brandolize 
Eu também não sabia...mas é muito bom termos a oportunidade de trazermos a história ainda que em retalhos...COMO É MARAVILHOSO ESTAR COM OS IRMÃOS(SALMO 132)Ierárdi
Ierardi, encontrei o recorte do Jornal "O Santuário de Aparecida" com o relato e as imagens do incidente com a imagem de Nossa Senhora Aparecida no tempo em que o Padre Izidro era reitor da Basílica de Aparecida. Esta edição é de 15 de maio de 1988, ou seja, dez anos após o ocorrido, mas acho que serve para suas ilustrações. São imagens fortes.
Abraços do amigo,Natanael