sexta-feira, 29 de maio de 2015

Até Você

Há vinte anos que os ex-seminaristas, anualmente, se encontram. São ex-alunos dos redentoristas. E a cada encontro acontecido existe a expectativa do próximo. Quantos são os que costumeiramente se fazem presentes e quantos são os que não comparecem por diversos motivos! É um encontro de gerações, dos mais novos com os mais antigos. Poderíamos afirmar que é um momento de matar saudades? É muito mais que isso. Trata-se de sentir o outro, saber do outro que com ele conviveu, o que está fazendo na vida. Saber da sua saúde, conhecer a sua família. É uma socialização de mentalidades, de conhecimentos, de avivamento das idéias alfonsianas, momento de graças. A cada fotografia que olhamos, nota-se a ausência de alguns. De alguns que vieram e não mais voltaram. Não gostaram do que viram e sentiram? Do que contemplaram? Talvez porque faleceram no decorrer dos tempos? Jarbas, um rapazote paranaense que residiu no Seminário Santo Afonso e depois no Santa Terezinha em Tietê,faleceu no início da década de setenta de meningite e lá foi sepultado. Era um bom menino que ouviu dos companheiros do céu dizer: até você? Depois dele, foram outros para o Reino Celestial, escutaram o mesmo vozerio: até você? Do meu curso têm alguns: José Maules da Rocha, Leuze Lucas da Silva e Edélcio Costa Lima. José Antonio Salgado, que era do mesmo curso deles, residia em Moreira Cesar e gostava de estar no coral da paróquia tocando teclado, faleceu em janeiro de dois mil e oito. Algumas vezes esteve participando dos ENESERs. Também ouviu seus companheiros cantarem: até você? Sempre estamos escutando nomes de alguns que deixam esta terra para se juntarem aqueles que estão no Reino dos Céus. Essa forma de convivência iniciou-se nos idos de noventa e cinco com Chico Mantuanelli, Manuel Hildergado e outros, incentivado pelo Pe. Libardi. Há quanto tempo Chico chegou ao outro lado do mundo e ouviu as vozes: até vocêêêê? Os tempos sem Mantuanelli já são anos passados. Talvez na mesma época do Padre Agenor, que quando cheguei ao Santo Afonso estava indo para o noviciado em Sacramento-MG. Era um menino de ouro, tanto que ouviu sussurrarem aos seus ouvidos: até você? Pugliesi, que chegou a vir algumas vezes ao nosso encontro e, atualmente dá um timbre mais grave às vozes celestes emitidas com vigor. Eles foram, aos poucos, engrossando o caldo daqueles que cantam. Foi o caso dos padres Matiazzi e Masserani, que abriram espaço para Torati e Carioca, bem como para Gilberto de Aparecida e José de Arimatheia de Lorena, que quando cursamos a faculdade de filosofia na UNISAL, era o secretário. Se aqui na terra encantaram, lá emitem sons ritmados a todos que chegam: até vocêêêêê...! Cantaram para o padre Libardi, que sempre esteve acompanhando a UNESER. Um ser que seduziu a muitos, de fé alegre e esclarecida, cujas idéias se amoldavam às misericórdias de Deus anunciadas por Santo Afonso. Que acolhia a todos de braços abertos. Homem de Deus que trabalhou na formação, nas missões, chegando a ser Superior Provincial. Foi missionário corajoso, e apaixonado por Nossa Senhora. Suas idéias ficaram impressas em alguns livros, nunca fugindo do que pensa o Magistério da Igreja. Ao chegar aos céus encontrou grande grupo de amigos, que com ele conviveu. Foi mais um para cantar: até vocêêêê? Tanto para si como aos outros que chegaram depois. Auxiliou o grupo a entoar o mesmo cântico para o Mané, aquele que em tempos de seminário foi amigo de todos, desde Tietê, no Seminário Santa Terezinha, até no SRSA, em Aparecida. E na UNESER era aquele que acolhia a todos e estava presente em todos os momentos, tanto no ENESER como no retiro das Pedrinhas. Todos eles deixaram marcas e saudades. Certamente se uniram, no Reino dos Céus, a todos aqueles que beberam da mesma água jorrada por Afonso, Geraldo Magella, Clemente, Neumann e tantos outros redentoristas que gozam da beatificação divina. Adilson José Cunha
Amigo e colega diácono Adilson. Que palavras! Que texto!Hoje preparando-nos para amanhã, dia de rememoração de 4 anos do passamento de nosso estimado confrade Padre Libárdi, essa sua dissertação vem muito a propósito, em momento azado, como diria algum poeta. Sinto demais a falta do Pe.Libárdi, bem como do Mané nos encontros da UNESER...aliás, sobre nosso Mané, apenas depois de sua morte percebi o seu enorme valor para essa entidade de antigos seminaristas.Deus os tenha, aqueles colegas que você menciona, Mané, Pe.Libárdi, Bicarato, Edélcio e tantos outros que deixaram seu registro nas confraternizações da UNESER...E continuamos, junto com os demais redentoristas, trazendo lembranças de suas passagens....Um forte abraço e muito obrigado!Antônio Ierárdi Neto
Faço minhas as palavras do Ierardi. Na Pedrinha conheci o P Libardi, o Mané e o Edélcio, todos eles tão queridos e admirados por todos - e por mim também, apesar do pouco convívio pessoal. Benedito Franco
que texto, falou profundo. obrigado, cunha.
estou aqui com o propósito de crescer em humanidade, crescer em caridade;
até o momento de dizer: cheguei, onde está a misericordia?
Carlos Felício
Gerente Administrativo
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