Hoje, 12/10/2019, dia das crianças e de Nossa Senhora Aparecida, meu pai, Augusto Criado, faria 100 anos de idade e gostaria de lhe prestar uma homenagem, recordando resumidamente sua trajetória.
Quando tinha mais ou menos dez anos, passaram por Itajoby/SP, onde morava, alguns missionários pregando missões e ele pediu a seu pai para ir com eles a fim de seguir sua vocação religiosa que sentia ter, pois queria ser um missionário como aqueles. Porém, seu pai não permitiu argumentando que precisava dele para ajudá-lo na manutenção da família, muito numerosa, como era de costume antigamente.
Quando a família mudou-se para S. Miguel Paulista, que na época se chamava Baquirivú, foi trabalhar na Cia. Nitro Química Brasileira, do Grupo Votorantim.
Ele, aos dezoito anos, com seu pai, Diogo, e mais dois amigos, fundaram em 1938 a Conferência de S. Vicente de Paulo em S. Miguel Paulista, dedicando-se ao asilo de velhinhos, cuidado por irmãs religiosas e, principalmente, ao encaminhamento de nordestinos que chegavam em grande número, pela Central do Brasil ou em caminhões, com crianças pequenas e quase sempre sem documentação alguma. Providenciavam toda documentação necessária (casamento, batizado, crisma, carteira de trabalho) e os encaminhava para a fábrica.
Tiveram sempre muito apoio do Pe. Aleixo Monteiro Mafra e da fábrica Nitro Química. Lá conheceu o seu melhor amigo, o irmão do Pe. Isidro, Sr. Irineu, ex-seminarista redentorista, que também ajudou muito nas ações sociais dos Vicentinos e, principalmente, na construção da atual basílica de S. Miguel Paulista.
Conheceu e se casou com Mafalda Zolla, que também trabalhava na fábrica e, desta união, nasceram três filhos: Luiz Augusto, Natanael e eu, José Carlos Criado. Os três, ao completarem o primário, foram encaminhados para o Seminário Redentorista de Santo Afonso em Aparecida do Norte, sendo que Luiz saiu ao completar o ginasial, Natanael no segundo ano do colegial, e eu, José Carlos, após completar o segundo ano de Filosofia no IRES.
Toda segunda feira, às 20:00, os Vicentinos se reuniam para compartilhar experiências, angariar fundos e planejar ajuda e visitas às casas das pessoas mais carentes. Assim que fomos crescendo, começamos também a participar das reuniões e acompanhar algumas visitas.
Promovia reuniões de família com seus irmãos, inicialmente todo o dia 01/01, no aniversário de seu pai e após sua partida, realizava cada ano em uma data e residência diferente. Distribuía folhetos de orações fazia belas preleções, encerrando com orações para, somente depois todos se confraternizarem em um almoço.
Tinha um conhecimento muito profundo da Bíblia, muito maior que eu, como seminarista. Em minha época de seminário, a leitura da Bíblia não era muito incentivada, devido a alguns receios de má interpretação. E, quando estava em casa com ele, ficava admirado do quanto sabia e de como aproveitava cada passagem, tanto do antigo como do novo testamento, para fazer suas palestras.
Quando ia me visitar em Recife, onde morei por 17 anos, fez amizade com um vigário no centro velho de Recife, onde ia diariamente e o vigário o deixava comentar a leitura da missa do dia.
Faleceu em 09/05/1998, vítima de câncer no pâncreas, antes de ver seu neto, Sérgio Brandão Criado, filho de Natanael, se ordenar presbítero em 2012, por Dom Francisco Biasin, em Volta Redonda-RJ.
José Carlos Criado
Parabéns aí no andar de cima Seu Augusto que tive o prazer de conhecer. Diva Maria Hernandes - Lili
Eu tive o prazer de visitar vocês em SÃO MIGUEL PAULISTA. Nélson Duarte
Nosso pai nasceu no dia de Nossa Senhora Aparecida há 100 anos atrás. Eu nasci no Natal 25/12/47. O José Carlos Criado, Carlinhos, também nasceu no Natal dois anos depois de mim em 25/12/49 e o Luiz Augusto Criado nasceu também no dia 25, mas de outubro. Dias abençoados. Que Deus tenha lhe dado a devida recompensa.Natanael de Jesus Criado
Nesse encontro fizemos uma brincadeira com "os Criados". Ficou o Criadão, o Criadinho e o Criado mudo. Coisas do Mané ....Diva Maria Hernandes-Lili
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