segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

DO COLEGIÃO PARA O SANTO AFONSO

SEMINÁRIO SANTO AFONSO
Estávamos no final do ano de 1951, a turma do Zômpero se despedia para o noviciado, o Colegião deveria ser desocupado, isto já estabelecido num trato entre a Cúria Arquidiocesana de São Paulo e a CSSR. Os seminaristas, divididos entre menores, médios e maiores, foram redimensionados, descartaram os menores e os médios, dividiram em duas turmas, aquela que deveria ficar no Colegião, denominados maiores, se encarregar da mudança e aquela, inútil, que deveria aguardar na Pedrinha o que poderia vir. Eu fui para lá, cama, comida, passeios, folguedos e espectativa do que poderia acontecer. Aqui, ficaram os mais fortes, deveriam se encarregar do transporte de todos móveis e tralhas de que nos servíamos no dia a dia, não era pouco e o trajeto era longo, foi tudo carregado no braço, não contando o trabalho de serventes de pedreiro que lhes era atribuído, desventurados colaboradores da mudança do Colegião para o novo Santo Afonso .
COLEGIÃO
Vejam só, eram jovens de quinze a dezesseis anos, imbuídos no propósito de preparar a casa nova para receber a comunidade já em fevereiro de 1952, começar as aulas, festejar São Braz e seguir em frente num ideal comum. Lá, na Pedrinha, chega a notícia, as coisas não deram certo, e ali deveríamos permanecer no aguardo da conclusão das providências necessárias a nossa nova acomodação Para nós menores foi uma festa, mais um mês de férias, sem compromissos, passeando e folgando. Disseram-me, posteriormente, aqueles que labutavam na conclusão dos serviços de mudança e instalação na nova casa, que, diariamente, era lhes servida, no jantar, uma cervejinha, aquela fabricada nos porões da Gráfica, pretinha, gelada e farta. Meninos de quinze e dezesseis anos abusavam dessa recompensa, mas se orgulhavam da colaboração dada a um mister tão compensador.
CASA DA PEDRINHA
Voltamos, afinal, para o seminário novo já em março em instalações precárias, pisos não terminados, banheiros provisórios, capela instalada em futuro dormitório, etc. Os ladrilhos foram fabricados ali onde seriam os futuros banheiros, ao pouco foram assentados nos corredores e dormitórios. Fato insólito, um dos encarregados da obra, Geraldo Palma, era meu padrinho de batismo, diariamente, pedia-lhe a bênção ao encontrá-lo nos corredores em obra. Padre Pieroni e Inocêncio eram os engenheiros, depois, delegou-se ao padre Izidro o término da capela com seus pormenores artísticos. Vivi, curti, vibrei a cada momento, a cada conquista alcançada em nossa nova casa, hoje majestosa, terminada, enriquecida e já não mais Seminário Santo Afonso e sim Pousada Santo Afonso, Desejo que a casa continue santa e seus ocupadores desfrutem de um ambiente de paz, de fé e de realização espiritual. Que traga e incentive a santidade, ideal de todos que ali tiveram a felicidade de viver. Alexandre Dumas 
Fico sempre admirado com os detalhes com você , Dumas, narra os acontecimentos. São tão vivos que parece que foram ontem . Acho que eu era meio alienado, pois me lembro muito pouco de detalhes, como você lembra, e muito menos lembro de nomes de fulano ou ciclano, Lembro apenas de alguns, e não consigo lembrar do nome e sobrenome. às vezes lembro apenas dos apelidos, Parabéns, Dumas, você é a história do seminário de Santo Afonso.Abner 
Amigo e colega Dumas! Quando entrei, em 1957, fui para a Pedrinha e lá encontramos um pé de boi....Padre Furlani, que nos incorporava em uma obra alimentada com a areia que trazia o caminhão basculante branco do "Seu"Geraldo e as pedras que íamos colher no saudoso ribeirão dos mandis,lambaris e, de vez em quando, uma traíra dorminhoca... Era trabalho, mas nunca deixava de ser festa.... Assim se foi concluindo a obra da piscina de água natural, onde às vezes encontrávamos uma cobrinha d'água. Quando em 1958 fui para o Santo Afonso, tudo estava concluído e sentíamos ainda o cheiro de casa nova.... As turmas, separadas no andar de cima, menores perto da clausura, médios perto da capela e maiores perto dos salões de estudos com escrivaninhas apropriadas para uma pequena biblioteca onde podíamos estudar sentados ou, levantando-se a escrivaninha, de pé! Lembro o silêncio obrigatório em todo momento nos dormitórios, banheiros e salões de estudo! Dumas, como manifestou-se o Abner, você nos remete a essas saudosas e salutares lembranças.... Obrigado, amigo! Ierárdi
A Memória do Dumas têm um valor histórico relevante e precisa ser preservada. Parabéns.José Vicente Naves 
Caro Vicente, tanto o Dumas como o Abner sabem que esta memória vem sendo preservada no blog dos seminaristas TÁVOLA REDONDA DOS SEMINÁRIOS - http://tavolaseminarios.blogspot.com/ Ierárdi
Aqui um registro histórico sob a ótica de um dos protagonistas dos acontecimentos: o Menino Alexandre Dumas de Menezes. Acredito que nas Crônicas da Província se encontrem outras informações. Porém, esta é a meu entender maravilhosa. Parabéns!José Morelli
Caro Morelli, como tive a oportunidade de mostrar, estamos pelo nosso blog dos seminaristas TÁVOLA REDONDA DOS SEMINÁRIOS, que mantemos há 12 anos, registrando as nossas memórias do Seminário Santo Afonso, Noviciado de Pindamonhangaba e Santa Teresinha de Tietê e, completo, o Dumas é o maior historiador!!!!Uno-me ao Vicente e a você: PARABÉNS DUMAS! Ierárdi
Ierárdi Neto , não tenho pretensão de ser historiador, eu simplesmente relembro fatos marcantes na minha trajetória no seminário, agradeço o apoio, isto me traz a satisfação de saber que existem pessoas que, como eu, até hoje, vibram pelos bons momentos ali passados.Alexandre Dumas
Tão carinhosas lembranças enchem nossos corações de gratidão e saudade. Nosso inesquecível DUMAS nos dá esta alegria santa, com suas deliciosas postagens , enriquecidas com detalhes preciosos daqueles tempos bem-aventurados. Deus seja louvado.João De Deus Rezende Costa

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