segunda-feira, 14 de setembro de 2020

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. JOSÉ SEBASTIÃO SCHWARTZMAIER CSsR

PE. JOSÉ SEBASTIÃO SCHWARTZMAIER CSsR
+14 de SETEMBRO 1975 
O patriarca da Província, que chegou aos 96 anos de idade. Natural da Baviera, nasceu a 28 de fevereiro de 1880, ingressando no Juvenato C.Ss.R. em 1894. Ordenado em 1907, trabalhou na Alemanha até 1911. Nunca se interessou em trabalhar no Brasil. Todas as vezes em que o Provincial lhe perguntou se gostaria de vir, sua resposta foi sempre a mesma: 
-“Não!” 
Finalmente o Provincial lhe disse: 
-E se eu o mandar? 
-“Irei por obediência” — disse ele. 
O Provincial mandou, e Pe. Sebastião veio. Chegou a Aparecida em 1911 e aí ficou até 1915 como coadjutor, passando depois a Superior. Em seus longos anos de Brasil, Pe. Sebastião foi Superior e Vigário da Penha, de Aparecida (em dois triênios) de Campinas (GO) e de Pinda. Em Goiás trabalhou durante muitos anos, e era esse seu campo predileto de atividades, principalmente como Missionário pelo sertão afora. Era um confrade que todos estimavam pela sua simplicidade em tudo. Calmo, alegre, até brincalhão, principalmente em seus últimos anos, ele soube desempenhar muito bem o seu papel de patriarca. De ótima saúde, nunca se queixava de dificuldades, incômodos ou privações. Enfrentou com alegria anos e anos de trabalho, percorrendo o sertão goiano, sempre no lombo de burro. Certa vez, numa viagem, perdeu seu burro de estimação. Ele e seu camarada ajudante procuraram a “condução” por toda parte; mas nada de encontrar. Desanimado, Pe. Sebastião acabou chegando a uma fazendola bem distante, e pediu um burro emprestado. O dono da fazenda saiu pelo pasto, pegou um burro, e lhe trouxe. Era o seu burro desgarrado que, finalmente, voltou ao dono. Entomólogo apaixonado, vivia à cata de cobras, aranhas, escorpiões et similia, que mandava para o Butantã. Uma lista sua aponta mais de 2.000 espécies de abelhas, formigas, mosquitos etc. que ele enviou a revistas especializadas, para a devida classificação, já que eram ainda desconhecidas. Picado certa vez por um escorpião, alguém lhe perguntou: 
— Arruinou? 
— Não disse ele — só que o escorpião morreu... 
Que a sua saúde era de ferro, ele o mostrou até aos 90 anos, não dispensando diariamente o seu fortificante predileto: um bom machado, com o qual rachava um metro de lenha que, depois, levava com muito carinho, para a cozinha. Mas depois dos noventa, o velho patriarca foi decaindo aos poucos. Enquanto pôde, continuou celebrando todos os dias, e rezando também o Ofício no seu patriarcal Breviário em latim. Foi com saudade que ele precisou abandonar o seu “elixir de machado”, passando o dia no quarto ou na capela. Somente caiu com o peso dos seus 96 anos, falecendo em Goiânia a 14 de setembro de 1975. Certamente pôde então apresentar ao Pai um ramalhete de 64 anos bem cheios, vividos no Brasil. E por obediência.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
Foi marcante a presença do redentorista alemão Pe. Sebastião Schwartzmaier em Goiás. Chegou aos 96 anos de idade. Nascido na Baviera, em 1880. Ordenado em 1907, trabalhou na Alemanha até 1911. Não lhe interessava trabalhar no Brasil. Veio por obediência. Ficou alguns anos nas comunidades de São Paulo, mas seu campo predileto de atividades foi Goiás, principalmente como missionário pelo sertão afora. Era um confrade que todos estimavam pela sua simplicidade em tudo. Entomólogo apaixonado, vivia à cata de cobras, aranhas, escorpiões ‘et similia’, que mandava para o Butantã, em SP. De ótima saúde, ele a mostrou até aos 90 anos, não dispensando diariamente o seu fortificante predileto: um bom machado, com o qual rachava um metro de lenha que, depois, levava com muito carinho, para a cozinha. Faleceu em Goiânia a 14 de setembro de 1975. Certamente, com 96 anos, apresentou ao Pai Eterno um ramalhete de 64 anos bem cheios, vividos no Brasil. E por obediência! Setembro/2017
Padre SebastIão, lembro-me dele, celebrou muitas vezes na basílica velha, ajudei missa e sei de sua história voltada às ciências naturais, era educado e tratava-me bem, os alemães eram assim, ele, particularmente, faz parte de minhas boas lembranças. Alexandre Dumas
Padre Sebastião era um mito para nós seminaristas. Eu me confessei com ele num dos retiros de que participou. Na confissão ele falou bem alto que eu iria para o inferno. Todos que estavam na vizinhança ouviram. Eu pensei, só podia ser comigo. Mas saí muito leve e reconfortado. Abençoado padre Sebastião - Abner

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