sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - PE OSCAR JACOB KRINDGES, CSSR

* Porto Alegre 06.07.1916
+ Passo Fundo  26.09.2011 
Nenhum dos 10 filhos do casal Jacob Krindges e Maria Hortência Krindges lhes foi tão querido como o 4º, o nosso Pe. Oscar. Nasceu a 06.07.1916, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Recebeu o Batismo aos 10 de julho do mesmo ano, em Porto Alegre. Nessa cidade cursou os estudos primários. Aos 27.02.1929 começou o seminário menor no antigo e recém-fundado Clementinum, em Cachoeira do Sul. Dentre os que começaram os estudos no Clementinum, foi o primeiro a ser ordenado padre.  Ele chama a si mesmo ”o primeiro fruto do seminário redentorista gaúcho”. Terminou os estudos secundários em Aparecida SP, aos 20.12.1934. Começou o noviciado em Pindamonhangaba SP aos 02.02.1935. Após intensa preparação, levada a sério, emitiu a primeira profissão religiosa em Tietê SP, aos 19.07.1936, cidade em que já tinha começado o estudo de filosofia no dia 03 de março do mesmo ano. Ainda em Tietê iniciou a teologia em 1938. A emissão da profissão perpétua, aos 09.02.1940, foi a porta de entrada para o diaconato (17.11.1940), conferido por D. José Carlos de Aguirre,  Bispo de Sorocaba. O mesmo prelado lhe conferiu, a 21.12.1940, o sacerdócio, também em Tietê.
Após a ordenação, foi professor no seminário Santo Afonso, em Aparecida SP, até 1942. De 1943 a 1945 derramou suor e preocupação como vigário paroquial na Penha, paróquia da capital paulista.
Em 1945, em Aparecia SP fez o ‘segundo noviciado’ como preparação para a atividade missionária, indo em seguida a Campinas e  Trindade GO,  como missionário e pároco de Palmeiras de Goiás.
Igualmente dedicou-se às missões populares de 1953 a 1955, quando residiu em S. João da Boa Vista SP. As missões populares o ocuparam de 1955 - 1957 em Cachoeira do Sul RS. Nesta cidade, além de reitor da comunidade religiosa redentorista, foi o 1º  pároco da nova paróquia Santo Antônio, da qual tomou posse a 01.01.1958. Voltou às missões populares, agora residindo em Lages SC a partir de 1960.
Como professor no Seminário Instituto Menino Deus em Passo Fundo foi estimado por suas aulas de história e de ciências naturais; foi  reitor da comunidade religiosa a partir de 1964. Montou o Museu do Seminário, pedindo e se interessando por imagens, pedras, antiguidades e animais. Por seu interesse em tudo isso, popularizou-se-lhe o apelido de “Pirata”, pois “salvou” muitas preciosidades para o museu.
Em 1972 foi um dos pioneiros da nova frente missionária que a Província de Porto Alegre teve de assumir na Prelazia – hoje Diocese – e Rubiataba GO, onde, como pároco de Crixás, construiu, entre outras coisas, a matriz local. Doente, cansado, pediu para voltar ao Sul, pois sentia “necessidade da comunidade”.
Residindo novamente em Passo Fundo, já em 1977, pediu para voltar a Goiás, porque
“eu não suporto essa vida de professor... sonho poder trabalhar no meio do povo simples e amigo como em Crixás”. Mas, a determinação do médico que não desejava que ele ficasse num lugar tão retirado de recursos, o fez continuar o tratamento da saúde no Sul. Em 1981 trabalhou na paróquia de Ibiaçá RS, onde terminou, como pároco, a construção do santuário de N. Sra. Consoladora, com torre e tudo o mais a que tem direito um lugar de romarias. Com a entrega dessa paróquia, pela congregação, à diocese de Vacaria (25.02.1984), Pe Oscar  voltou  residir em Passo Fundo. Ali, cuidou do museu, embelezou o seminário.
Em 1987 foi um dos fundadores da casa redentorista de Lontras, diocese de Rio do Sul SC, onde, como vigário paroquial, deixou rastros de amizade, esparramou a alegria na  visita às casas de família, catequizou jovens e  crianças e seus dotes de oratória eram bem apreciados.
Desde  1989 viveu em Passo Fundo, no Instituto Menino Deus, onde cuidava do acervo histórico da Província de Porto Alegre e do museu, cuidava do visual ecológico do terreno adjacente, se deliciava com as orquídeas, bromélias e pássaros, pesquisava a história da Congregação no Sul do Brasil. Cada ano, porém, durante os meses de inverno migrava para o norte do Brasil, especialmente à Bahia, diocese de Juazeiro, onde exercia bom trabalho pastoral nas desobrigas daquelas imensas Paróquias.
Homem de hábitos simples, fala fluente, gostava de enfeitar as conversas com piadas e brincadeiras. Enérgico na defesa de suas idéias, também sabia dialogar. Gostava de viver entre os jovens, já que sua jovialidade era contagiante. Apesar da idade provecta, relacionava-se bem com a juventude. Houve momentos de bom entrosamento; a diferença de idade, contudo, trazia seus conflitos, levados na esportiva por ambos os lados.
Amou a congregação redentorista, à qual serviu como superior nas comunidades,  conselheiro provincial e demais cargos comunitários. Procurou encarnar na vida o espírito de Sto Afonso, o fundador. A Constituição 20 da CSSR serve para um bom retrato falado do confrade: forte na fé, firme na esperança, sempre dado à oração, disponível para  urgências pastorais..... A Província de Porto Alegre lhe deve muito pelas benemerências em trabalhos de resgate da memória histórica.
A coerência é uma das dimensões da fidelidade em viver, sem rupturas, e acordo com o que se crê. A fidelidade deve passar pela prova mais exigente: a prova da duração. Tudo isso transparecia nele por ocasião dos 60 anos de sacerdócio (12.12.2000) e nos 75 anos de  vida religiosa (10.07.2011). Foram datas de duração suficiente para provar a fidelidade. Louvemos ao Senhor.
Faleceu a 26 de setembro de 2011, as 13,00 h, durante a comemoração do Bem-aventurado Gaspar Stanggassinger, enquanto estava internado na UTI em hospital de Passo Fundo, atacado de pneumonia. Contava 95 anos de idade. Paz e alegria ao servo fiel. 
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Pe Euclides
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