terça-feira, 22 de outubro de 2024

ELES VIVERAM CONOSCO- Padre Roberto Alves Escudeiro CSsR

 Padre Roberto Alves Escudeiro CSsR 

†22 de outubro/2007 
No dia 15 de maio de 1929, em Santo Amaro, na Grande São Paulo, nasceu o menino Roberto, filho de Cláudio Alves Escudeiro e Noêmia Borba. Logo que teve o desenvolvimento necessário começou a trabalhar na marcenaria do pai, tornando-se um profissional de qualidade. Mais tarde, como seminarista e mesmo como sacerdote, soube empregar sua competência em inúmeros trabalhos. Bom marceneiro e entalhador, tinha notável facilidade também para criar ferramentas e descobrir novos processos de atuação. Ele ingressou no Seminário Redentorista Santo Afonso em fevereiro de 1943, quando contava treze anos de idade. Terminados os estudos dessa etapa de formação, passou para o Noviciado em Pindamonhangaba, em 1º. de fevereiro de 1950. No dia 2 de fevereiro de 1951 fez sua consagração religiosa. Estudou Filosofia, Teologia e matérias afins no Seminário Santa Teresinha em Tietê. Foi ordenado presbítero por Dom José Carlos de Aguirre, bispo de Sorocaba, na igreja anexa ao seminário, no dia 25 de janeiro de 1956. Suas atividades pastorais desenvolveram-se primeiro como cooperador nos Santuários da Penha na cidade de São Paulo e em Aparecida e também em Araraquara. Passou em seguida para as atividades de magistério nos Seminários Menores de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, de Sacramento, no Triângulo Mineiro, de Aparecida e Tietê, em São Paulo. Depois de 12 anos como professor, foi designado para as atividades pastorais nas paróquias de Araguapaz e Cruzelândia, ambas na Diocese de Rubiataba em Goiás. Integrou aí outros 12 anos de vida, retornando em 1994 para a Província de São Paulo. Colaborou no atendimento aos romeiros de Aparecida até 1998, ano em que foi transferido para a comunidade do Seminário São Geraldo, no Potim. Lá continuava com a missão de colaborar com a equipe do Santuário Nacional de Aparecida. Nas horas vagas entretinha-se na marcenaria do Seminário ou viajava para o Mato Grosso do Sul para atividades pastorais e descanso. Celebrou o jubileu áureo de Vida Consagrada em 2001 e de sacerdócio em 2006. De temperamento calmo e pacífico, usou sempre sua privilegiada inteligência mais para as atividades práticas. Teve sempre ao seu redor um acúmulo de peças e de objetos que adquiria no comércio de bens de segunda mão, prevendo constantemente a hipótese de poder utilizá-los em algum projeto. Em dezembro de 2006 sofreu no Hospital Paulistano uma intervenção cirúrgica no cérebro. Medicamentos e radioterapias não conseguiram evitar a difusão do tumor maligno e das sequelas da perda progressiva dos movimentos e da consciência. Os cuidados possíveis e as atenções necessárias ele os recebeu nas Comunidades do Potim e do Santuário em Aparecida. Com 78 anos de idade, dia 22 de outubro de 2007 por volta das 19,00 horas cessou sua caminhada terrena. Foi sepultado na tarde do dia seguinte, depois da missa concelebrada pelos confrades no Santuário Nacional.
Boa tarde a todos. Diretor espiritual de minha turma em Tietê. Convivi com ele nos anos de 1970 a 1972. Grande homem, grande padre, grande amigo e conselheiro. Muito inteligente. Sempre pronto para ajudar. Saudades eternas. ​Ubaldo
Já contei uma historinha sobre o Escudeiro em outro segmento onde existe referência a ele. Quero tentar repeti-la aqui neste quadro preparado em sua homenagem. Entrei no Colegião em 1949 e lá o encontrei na sétima série, junto com o Cabral, Orlando Furlani, Aranha, Shimit e outros. Obrigaram-me a escolher um instrumento musical a que me dedicar já nos primeiros dias de seminário. Em minha casa, existia um violino, propriedade de meu irmão Orlando que tinha aulas com seu amigo e contemporâneo maestro Barreto. Existiam opções como harmônio, piano, bandolim, violão e violino. Optei pelo último, quem foi meu primeiro professor ? Escudeiro ensinou-me os primeiros acordes, as notas que correspondiam às cordas daquele instrumento :- "SOL - RÉ - LÁ - MI " Assinalamos, com um pequeno corte, a posição do "DÓ" . Entregou-me o violino dizendo que fora feito pelo seu pai, exímio marceneiro, e era de minha responsabilidade conservá-lo enquanto permanecesse no seminário. Ao longo de sete anos, o instrumento ficou comigo, padre Barbosa, meu primo, ensinou-me alguma coisa mais, aprendi a tocar Ave Marias, Reverie e outras músicas religiosas da Harpa de Sião. Em cerimônia acontecida na inauguração da capela, em 1954, Escudeiro, estudante de teologia, esteve lá com todos confrades de Tietê. Pediu-me o violino e entregou-o ao pai do Artur Pisani, ali presente. Naquele dia memorável, tive o prazer de ouvir melodias clássicas produzidas através daquele instrumento que só era usado para acordes desafinados. Guardei-o com mais carinho, conscientizado de sua capacidade de produzir sons mais harmônicos que aqueles acontecidos no meu dia a dia. Pois bem, passados muitos anos, encontrei-me com o Escudeiro em uma Eneser, referi-me ao instrumento, dizendo-me fiel guardião até minha saída do seminário. Ele lamentou dizendo que nunca mais o vira. Que pena ! Termino minha referência a esse meu colega, por pouco tempo, em nossa vida monástica no "Colegião", lembrando sua ligação à língua grega da qual fora posteriormente professor no seminário. Recitava eu a primeira estrofe da Eneida :- "Andra Poi Enepe Musa, Politropon Ros Mala Pola" Ele sorria marotamente e se deliciava em continuar aqueles versos, em grego, por um tempo que sua prodigiosa memória permitia relembrar o delicioso poema.Alexandre Dumas
Meu amigo, mais esta importante lembrança vai registrada neste nosso blog TÁVOLA REDONDA DOS SEMINÁRIOS - Vale ainda o registro do violino....lembre-se que um dia publiquei uma de minhas fotos no SRSA com um violino que minha saudosa mãe adquirira para mim com muito sacrifício...e você imaginou que aquele seria o violino que era presente de seu irmão Orlando...Evidentemente houve uma pequena confusão que foi posteriormente elucidada entre nós....Ierárdi

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