Padre Gabriel Hofstede CSsR
*09 de abril 1933
+01 de agosto 2019
Morre padre Gabriel Hofstede, redentorista que viveu para defender os pobres
Morreu em 01/08/19, dia de Santo Afonso, em Garanhuns (PE), o padre Gabriel Hofstede, missionário da Vice-Província de Recife. Vindo da Holanda, viveu mais de 60 anos dedicando-se aos pobres e anunciando a Copiosa Redenção.
Padre Gabriel foi criado missionário em um período de grandes transformações no Brasil. Amigo de Dom Helder e outras personalidades dessa mesma época, foi, junto com eles, artífice da paz e da justiça.
Reprodução.
Ele viveu sua vida no Brasil e quis morrer aqui entre aqueles que compartilharam sua trajetória.
Padre Gabriel Hofstede nasceu no dia 09 de abril de 1933, na Holanda. Chegou ao Brasil como jovem seminarista em 1955, para estudar Teologia em Juiz de Fora (MG), e ser ordenado sacerdote, no dia 02 de fevereiro de 1959. Depois retornou à Europa para estudar Teologia Moral, em Roma, de 1962 a 1965, período em que ocorria o Concílio Vaticano II.
Dessa época, ele lembrava a emoção ao ver a longa fila de bispos do mundo todo, que entravam na Basílica de São Pedro. Para padre Gabriel, o Concílio Vaticano II “deu uma palavra para todos que creem em Cristo”.
O missionário, que já tinha suas raízes fincadas em terras brasileiras, retornou ao Brasil em 1965 e trabalhou em Campina Grande e Monteiro, na Paraíba, e depois em Afogados da Ingazeira, Recife e Garanhuns, em Pernambuco. Por vários anos, exerceu a função de superior vice-provincial. Percorreu um longo itinerário de vida, servindo a Deus na pessoa dos irmãos mais pobres. Amigo de todos, sempre com um sorriso acolhedor, deu testemunho da alegria do Evangelho.
Da relação com Dom Helder Câmara, padre Gabriel recorda a intimidade que possuía com ele, ao ser sempre chamado de “meu provincial”.
“Por conta dos contatos frequentes entre mim e dom Helder, este se dirigia a mim como ‘meu provincial’. Quando eu lhe pedia alguma coisa, ele sempre respondia: ‘você não pede, você manda, afinal você é meu provincial’”, citava.
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Padre Gabriel sempre tinha uma palavra esclarecedora e acolhedora.
A luta de Padre Gabriel em benefício dos pobres ganhava um rosto bastante expressivo na celebração do Grito do Excluídos. Sobre este movimento, ele escreve sobre a importância de sempre fazer caridade, mas que ela, em si, não promove as mudanças necessárias:
“Devemos apoiar e estimular as políticas públicas, que criam condições melhores de vida para todos. Lutemos para que as riquezas desta terra sejam desfrutadas por todos os brasileiros, e que tenha fim essa desigualdade social”.
Estas memórias do padre Gabriel estão em seu livro "Histórias que eu conto aos 80", que traz 80 contos, alguns engraçados, outros tristes e muitos que mostram a riqueza que foi seu ministério entre nós.
Padre Gabriel, já enfermo com problemas cardíacos, foi até a Holanda, mas desejou retornar para viver seus últimos dias junto daqueles com quem ele viveu toda a sua vida missionária.
Nesse momento, a Palavra de Jesus nos conforta e consola: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crer em mim ainda que tenha morrido, viverá”. (Jo 11,25-26)
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