sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

DOMINE, DOMINE, QUARE ME RELIQUISTE, QUID FECI TIBI, AUT IN QUO CONTRISTAVI-TE, RESPONDE MIHI !

DOMINE, DOMINE, QUARE ME RELIQUISTE, QUID FECI TIBI, AUT IN QUO CONTRISTAVI-TE, RESPONDE MIHI ! Esse latinório, não sei se está corrreto, mas poderei retificá-lo. Corria o ano de 1991, trabalhava na agência 306 do Banco do Brasil, Guaratinguetá. Exercia o cargo de Assistente de Supervisão, depois denominado Gerente de Expediente. Criou-se o Cesec, órgão que se encarregaria da Compensação Regional e Processamento de dados de nossas agências do Vale do Paraíba, Sul de Minas e Litoral Norte, com média de 200 funcionários, fui nomeado Supervisor, posteriormente denominado Gerente de Área. O Cesec foi instalado nos limites de Guará-Aparecida, era um prédio que se voltava para as várzeas do Paraíba e a Serra da Mantiqueira, de lá visualizávamos o Gomeral e os Campos. Tínhamos a ala norte e a ala sul, ligadas por um imenso corredor, lembrando o Colegião e o Santo Afonso, repetindo meu passado. Trabalhei, inicialmente de madrugada, enfrentei noites frias e vi o sol raiar mostrando a Serra, coberta, às vezes , de névoa, mas ostentando sempre a sua majestade. Posteriormente fui promovido a Chefe Adjunto, agora denominado Gerente Geral Adjunto. Pois bem, quando de minha posse, foi-me destinado um grupo de trinta funcionários que iriam enfrentar comigo as madrugadas de serviço. Apresentados, cada um, verifiquei que vinte deles provinham do Rio de Janeiro, excedentes de concurso anterior, os outros vinham da agência de Guará e adjacências. Enfrentamos madrugadas, formamos um grupo solidário, fui fiador, padrinho de casamento e conselheiro daqueles jovens, eu já era o Senhor Alexandre . Às vezes, saindo às cinco, íamos para a padaria tomar uma cervejinha pós expediente, os frequentadores que iam comprar pão tinham-nos como boêmios. Voltemos a nossa frase latina "Domine, Domine..." Naquelas madrugadas frias e de serviço intenso, sentado a minha mesa, num ambiente que nunca sonhei estar, três horas da manhã, eu pronunciava em latim uma frase que depois traduzia para meus subordinados:- "Senhor, Senhor, porque me abandonaste ? O que Te fiz ? Em que Te contrariei " Responde-me ! Alexandre Dumas
Parabéns pelo latim perfeito. Como latinistas, sofremos de solidão, pois não temos com quem partilhar nossos conhecimentos. Não mais existem latinistas. Será que lá no Vaticano ainda tem alguns ? Até mesmo os atuais advogados, quando ocorre no texto alguma expressão latina, eles leem como se fosse inglês. A expressão "sine die" foi pronunciada assim por um jurista = Saine daie. (Inacreditável, mas é pura verdade) João De Deus Rezende Costa
As Nossas Vidas são construídas de histórias, muito bom.José Vicente Naves


Meu amigo Dumas, como sempre, remete-me aos nossos tempos de SRSA..Como faço DE COSTUME, e não tendo a excelente memória que você possui, pesquisei e concluí:  Seu desabafo latino está totalmente correto: 
ANTIFONA DE IMPROPÉRIOS : 
Popule meus, quid feci tibi?
aut in quo contristavi te?

Responde mihi.
Quia eduxi te de terra Aegypti:
parasti Crucem Salvatori tuo.
O meu povo, o que eu fiz para ti?

Ou em que tenho eu te molestado?

Responde-Me!

Eu te tirei do Egito;
Preparei a cruz do
GIOVANNI PALESTRINA Antônio Ierárdi

Ierardi, você me esclareceu, sabia que todo o texto pertencia às cerimônias da semana santa. Na verdade "Domine, Domine, quare me reliquiste " faz parte das lamentações de Jesus no Jardim das Oliveiras, julgava que o restante era continuação de seu desabafo. Na verdade, sem me lembrar bem, juntei num só, dois contextos diferentes e você me diz portador de excelente memória.Alexandre Dumas
A princípio também imaginei o Horto das Oliveiras e as Lamentações de Cristo!!!Antônio Ierárdi
Engraçado como viramos todos cronistas! Antônio João Thozzi

Isso é muito bom! Salutar, partindo das recordações e memórias do que um dia no SEMINÁRIO SANTO AFONSO, os Sacerdotes Redentoristas nos ensinaram! Thozzi, prossiga com o seu CONVERSANDO! Dumas, continue nos trazendo essas lindas recordações! Antônio Ierárdi

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