Li, certa feita, que, na idade média, alguns mosteiros restringiram o consumo de vinho, per capita, somente a um litro por dia, grande sacrifício imposto aos monges celibatários que encontravam nesse prazer o contraponto a suas tentações libidinosas, não intencionais, mas impossíveis de se controlar em sonhos que a natureza humana impunha aos seus impulsos sexuais.. No seminário, habituamo-nos a conviver com o fornecimento de uma cerveja fabricada nos porões da gráfica destinada às refeições de nossos padres professores e aqueles do convento, era farta, algumas vezes sobravam fundos de garrafas para estes sedentos de restos etílicos, meninos de 14 anos ou mais. Em alguma festa, exemplo da inauguração da capela, ela foi distribuída a todos, inclusive os menores. De uma forma ou outra, sempre tivemos acesso a um golinho desse malte alemão. Na pedrinha, quando, em passeios, enfrentávamos chuvas, era servida uma cachacinha amiga para evitar possíveis resfriados. Certa feita, em um aconselhamento necessário junto a meu espiritual, ele me ofereceu cigarro, um maço que foi consumido ao longo de nosso longo diálogo.Aliás, o cigarro foi liberado na mudança do Colegião para o Santo Afonso, alem da cerveja, pitava-se. Os Caltabiano, fabricantes de pinga, nossos vizinhos na Pedrinha, convidam-nos a beber garapa em suas propriedades. Servíamo-nos à vontade, trazíamos, em vazilhames, aquilo que sobrava. Alguns gaúchos sabiam fermentar esse líquido, isto era feito nos porões do seminário, bebíamos o produto e fartávamo-nos desse néctar. Faço referência ao mosteiro Maristela instituído em Tremembé, às margens do Rio Paraíba. monges franceses trabalhavam em plantações de vinhedos naquelas paragens. Cheguei a visitá-los com minha mãe, era um local bonito e convidativo à oração. As vocações esperadas não surgiram, retornaram à França, deixando, nas redondezas, dezenas de meninos, ou meninas, de olhos azuis. In vino veritas !Alexandre Dumas
UAU!Meu amigo! Estive um ano na Pedrinha, em 1957 e 5 anos no Santo Afonso, 1958/1962! Nunca ouvi falar nada sobre cervejas e cigarros...O vinho era apenas o das galhetas....Talvez porque tive diretores muito atentos e até rigorosos... Pe.Brandão , na Pedrinha em 1957 e no SRSA, Pe.Sônego,1958, Pe.Veira,1959/1961 e Pe.Brandão, 1962! Nunca fui da turma dos maiores...e fiquei apenas 1 ano na turma dos médios(1962)... Penso que devido a isso o Tampinha não acompanhou esses brindes discretos!!!!Ierardi
Ierardi, existem assuntos que talvez não devessem ser abordados, mas temos necessidade de desabafar.Às vezes, aumentamos, mas nunca inventamos.Alexandre Dumas
Entendo que isso é muito bom.....Afinal no meu tempo havia mais que duzentos seminaristas... todas as cadeiras daquele refeitório enorme eram ocupadas.... dessa forma, quanta vida e novidades percorriam aqueles corredores e horários de recreio.....Um outro fator interessante...ainda hoje desconheço muitos colegas do meu tempo, visto que havia a separação rigorosa de turmas. Ierárdi
Já, em meu tempo, houve necessidade de se criar o seminário da Pedrinha, pois o Santo Afonso não mais comportava tantas vocações. Foi uma época áurea, orgulhávamos de pertencer a essa plêiade de pretendentes ao sacerdócio.Alexandre Dumas
Bom tema! Veja hoje quantas famílias formadas na orientação religiosa e cultural dos Padres Redentoristas, nossos professores.... É uma pena que isso mudou muito pela visão equivocada que a formação era pouca dentre muitos e OS SEMINÁRIOS MENORES foram fechados!!!!Ierárdi
Também tomei cerveja, se não me engano, fabricada no Geraldinho, Potim. Porém servida em pequenas doses e poucas vezes. Geraldinato (esse corretor prega peças) Cheguei a tomar uma cerveja, acho que fabricada no Geraldinato, Potim. Cigarro, jamais!Antônio de Lima
Para mim isso está sendo novo, estive no seminário de 1955 a 1961 nunca vi nenhum seminarista bebendo cerveja ou outra bebida, e quem bebia eram os padres apenas no almoço. Uma vez em uma data muito especial, não me lembro qual, em nossas mesas serviram uma jarra de vinho para os meninos. Bebemos tudo e mais um pouco quando outros não bebiam. Depois do almoço a maioria saiu vomitando e foram diretos para o dormitório,muito mal e nunca mais se viu vinho em nossas mesas.Também nunca vi nenhum padre fumando. Acho que essas práticas existiam no seminário maior, e soube depois que alguns deles tinham em baixo da cama garrafões de pinga, Mas isso só ouvi falar.Abner
Pois é Abner...nosso período no SRSA quase corresponde...e também nossas observações. Ierárdi
Prevalece a realidade de cada um, vivemos tempos diferentes, visões que não se encontram, mas dá liberdade a todos de relembrarem tempos diferentes, mas identidades comuns. "Dies impendere pro redemptis".Alexandre Dumas
Nenhum comentário:
Postar um comentário