Às vezes, me acordo muito cedo, permaneço na cama aguardando a chegada do jornal, fico relembrando coisas do passado. Hoje, me veio à memória um ex-colega de seminário, o Dutra, nem seu nome inteiro consigo lembrar. Era de uma ou duas turmas abaixo da minha, de estatura alta, alcançou-me nos maiores e convivemos por três anos. Eu saí no final de 1955, ele continuou, fez o noviciado e talvez tenha terminado a filosofia. Quando saiu, veio para Aparecida trabalhar na gráfica, lá permaneceu e se aposentou, vindo morar em Guará. Não sei quem o levou para a gráfica, talvez o Bicarato que lá exercia cargo de administração. Outros dois ex-seminaristas também foram admitidos na editora, o Paulinho e o Paixão. O Dutra publicava artigos no jornal O Santuário, tinha ótima redação e conhecia muito da doutrina e filosofia cristãs. Depois de aposentado, veio morar em nosso município. Para complementar seus ganhos, passou a fazer pizza caseira e vender para uma grande freguesia. Passei a frequentar sua casa, lá fui muitas vezes para comprar pizza. Sua esposa preparava a massa e demorava, mais ou menos, meia hora para a entrega. Aproveitávamos para beber uma cerveja e botar o papo em dia, passei a conhecer seus filhos, principalmente o Marcelo, que gostava de nossa conversa e se afeiçoou a mim. Pois bem, nas minhas conjecturas de hoje, relembrei do Dutra, que já morreu, e também do Marcelo que não vejo há anos. O jornal chegou, dei uma lida, tomei banho e me dirigi à padaria , de máscara, é claro. Lá chegando e aguardando a permissão de entrada, a mocinha me alertou que aguardasse a saída de uma pessoa, quando me seria permitida a entrada. Terrível coincidência, quem sai de lá e me abre um grande sorriso ? O Marcelo, só não nos abraçamos por causa dessa maldita pandemia. A coincidência terminou por aí ? Não, queridos. Chegando em casa e organizando o café, me propus a comer um pedaço de pízza que sobrou de ontem, tinha gostado muito. A Lucy também gostou da pizza e lembrou que a Sandra minha filha é que tinha encomendado lá naquela mulher da Vila Alves. Não acreditei, era a viúva do Dutra. Tentei uma explicação, só uma, a recordação de meu amigo só veio de madrugada depois que já tinha digerido a pizza, ele continua trabalhando por lá.Alexandre Dumas
O nome completo não seria José Gaspar Dutra ? Fomos muito amigos, quando ele estava na Editora, junto com o Padre Vieira.João de Deus Rezende Costa
Estou mais pela informação do Paulinho Santos, José Victor Dutra. Alexandre Dumas.
O nome é José Victor Dutra. A viúva mora na Vila Alves.Paulinho Santos Pinto
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