Quatro ou cinco di-as depois, de novo olhei para o outro lado da rua, e todo o ouro alegre desaparecera, sobravam apenas saudades na calçada.
Saudades na calçada, o que ainda sobra, quando penso em tantas pessoas amadas que aí já não estão.
Há uma tristeza que vem de mansinho, e só se vai quando lembro e fecho os olhos, e elas ali estão numa saudade que não dói, porque é esperança, certeza que não se vê.
Elas não se foram, apenas esperam um pouco mais adiante.
E, se a saudade aperta, é só esperar um pouco.
O ouro do ipê florido no próximo ano estará de volta, é só olhar para o outro lado da rua onde o milagre da vida continua.
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