REDENTORISTAS NO SRSA
EM APARECIDA-SP
Uma chegada marcada por música, devoção e acolhida
Recentemente, em uma conversa sobre a importância de preservar dados e memórias na Távola, tive a grata oportunidade de reencontrar a história viva de Aparecida por meio do empresário Júlio Barreto, com quem desenvolvi uma amizade após uma apresentação no Rotary local.
Ao saber da minha ligação com os Missionários Redentoristas, Júlio compartilhou algo precioso: registros de sua família e a profunda conexão deles com a Congregação Redentorista, desde a chegada dos pioneiros alemães em 28 de outubro de 1894.
Nessa data memorável, por volta das 22h, o trem com os primeiros missionários vindos da Alemanha chegou à estação ferroviária de Aparecida. A emoção tomou conta do povo — e a recepção foi solene: uma banda de música animava a multidão que aguardava com fé e esperança. Essa banda era a Aurora Aparecidense, conduzida por ninguém menos que o bisavô de Júlio, o Maestro Isaac Júlio Barreto, então Mestre de Capela da Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Uma tradição musical depois continuada por seu filho, Maestro Benedito Júlio Barreto, e pela neta, Maria da Conceição Barreto.
A música, desde o primeiro momento, uniu os corações e anunciou a chegada de uma nova fase para Aparecida.
Entre os que desembarcaram estavam os padres Lourenço Gahr, José Wendl, Gebardo Wiggermann, João Batista Spath, Claro Monteiro do Amaral, e os irmãos Estanislau, Rafael e Simão. A acolhida seguiu até a casa do Sr. João Maria de Oliveira César, onde jantaram, e, depois, instalaram-se provisoriamente ao lado do Santuário.
No dia seguinte, conheceram o Santuário e a pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida — cuja figura negra os remeteu à Virgem Negra de Altötting, ícone de devoção mariana na Baviera, de onde muitos deles vieram.
Mal dominavam o idioma, mas logo estavam celebrando missas, ouvindo confissões, evangelizando e, sobretudo, integrando-se ao povo com afeto e simplicidade. Em pouco tempo, passaram a ser chamados de “missionários de Aparecida” e conquistaram para sempre o coração dos aparecidenses e romeiros.
A missão dos Redentoristas plantou em Aparecida uma semente de fé que floresceu em devoção e identidade nacional. E, por entre essa bela história, está a memória viva de famílias como a dos Barreto, cuja música embalou o início de tudo.
Gratidão, Júlio, por compartilhar tão bela herança.
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