domingo, 7 de dezembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - VIGÉSIMO-TERCEIRO

23º Quadro – REFÚGIO DOS DOENTES 
Em 1957 Pe. Pelágio veio residir no bairro de Campinas, a 20 kms. de Trindade. Foi nesses últimos cinco anos que seu carisma curativo se revelou com toda a intensidade. Primeiramente começou a reunir os doentes na sala de visitas do convento. Depois passou para a igreja matriz, em dois períodos diários: às 10 e às 15 horas. Os doentes vinham às centenas. Agora ele está benzendo a menina Teresinha (de Pontalina), com problemas de garganta. A medrosinha fugia sempre no dia da operação. Por fim foi levada ao Pe. Pelágio, que foi direto no lugar afetado. Deu a bênção, e ela sarou sem cirurgia. O doutor se cansou de esperar a menina fujona.

sábado, 6 de dezembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - VIGÉSIMO-SEGUNDO

22º Quadro – PAI DOS POBRES

Pe. Pelágio está repartindo donativos entre seus pobres durante a festa de Trindade, ajudado pelo inseparável amigo Hermínio. Perto vê-se o boníssimo Pe. Sebastião, seu colega de Seminário, o "padre das cobras". O pobre sempre ocupou um lugar privilegiado no coração do Pe. Pelágio. Não construiu obras de assistência, mas formou corações. Nas suas pregações procurava inculcar dois amores: ao Divino Pai Eterno e aos pobres. A romaria não estaria completa, se não fosse dada uma ajuda aos pobrezinhos, filhos prediletos do Pai Eterno. Uma vez mandou a própria cama para um doente pobre que visitara dias antes.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - VIGÉSIMO-PRIMEIRO

21º Quadro – LOUCO TAMBÉM É FILHO DE DEUS
 
Certa vez, durante a Reza da noite, entrou na igreja um homem como Deus o fez, totalmente nu. Era um louco furioso e forte, pois tinha sido ferreiro. Os fiéis ficaram apavorados, e alguns até trataram de escapar. Pe. Pelágio interrompeu a Via Sacra, tomou-o mansamente pelo braço e o recolheu na sacristia, pedindo que ficasse lá até ele mandar sair. Henrique, este era o seu nome, obedeceu como um cordeiro, pois o Pe. Pelágio era a única pessoa a quem ele obedecia. No fim da Reza, buscou roupa na casa paroquial, que ficava ao lado da igreja, cobriu aquele irmão debilitado mentalmente e o mandou para casa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - VIGÉSIMO

20º Quadro – “A CRIANÇA VAI NASCER”
 
Dona Ranulfa, moradora no Ribeirão (hoje Guapó), estava esperando nenê. A criança, porém, estava atravessada no seio e a parteira não sabia o que fazer. Jonas, irmão de dona Anita, veio buscar o Pe. Pelágio para lhe dar os sacramentos, pois o caso era fatal. Pe. Pelágio não podia ir, devido a uma festa de Padroeiro. Mas recomendou o seguinte: “Leve este vidro de água benta. Dê-lhe uma xícara entremeando com a oração do pai-nosso e três ave-marias. Na terceira vez, a criança vai nascer. Ao nascer, dar três salvas de foguete em louvor ao Divino Pai Eterno”. A criança nasceu sadia e os foguetes estouraram de alegria.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-NONO

19º Quadro – O POMAR DOS PADRES ERA UMA TENTAÇÃO

Meninos empoleirados na mangueira do quintal dos padres estão chupando manga às escondidas. Pe. Pelágio chega e fica rezando o Breviário, como se não os tivesse visto. Eles percebem e se escondem entre as ramagens. O tempo passa e o padre não vai embora. Quem iria desistir primeiro nesse jogo de paciência? Por fim um deles, não se agüentando mais na mesma posição, pediu suplicante: "Padre, deixe a gente descer". Pe. Pelágio tirou os olhos do Breviário, olhou para cima, e respondeu rindo marotamente: "Eu nem sabia que vocês estavam aí. Podem descer. Mas peçam licença quando quiserem chupar manga”.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-OITAVO

18º Quadro – HOMEM DE ORAÇÃO PROFUNDA
 
Pe. Pelágio está recolhido em sua pobre cela e reza. Nunca dispensava a oração do Breviário. Quando viajava, mesmo estando a cavalo, ia desfiando as contas do terço. Gostava de entremear o dia com breves orações, chamadas “jaculatórias”. Era homem de oração e fé muito profunda. Tão profunda que contagiava quem com ele se encontrava. Suas atitudes eram as de quem vivia na presença de Deus. Embora pisando na terra, não desviava os olhos do céu. Desse amor a Deus, brotava o amor ao próximo. Foi dialogando com Deus que ele aprendeu a falar com o povo. Foi um autêntico “homem de Deus” segundo a Bíblia.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

PARA ESTE MUNDO ELE VEIO

Nas igrejas, nas casas e até nas lojas a decoração não deixa dúvida: é Natal. 
Luzes, belos cantos, palavras suaves. 
E alguns até se lembram que é festa porque Jesus nasceu. Renovamos nossa fé e nossa alegre esperança. 
Deus nos ama, e nós nos amamos o quanto podemos. Desde que Jesus veio, muita coisa melhorou no mundo da humanidade. 
Graças a Deus. 
Mas, mas ainda nos pisoteiam os senhores das guerras; há cobiças, mentiras, maldades que semeiam lágrimas. 
Jesus vem dizer-nos que não desanimemos. 
Ele quer mudar o mundo, sabe como, e pode fazê-lo. 
E pede nossa colaboração teimosa. 
Como nós, também o mundo dos homens fermenta devagar.
Mas um dia será manhã e será Natal. 
E será a festa que tanto esperamos.

Barítonos e Tenores (ELES VIVERAM CONOSCO)

São muitos os membros da UNESER (União Nacional dos Ex Seminaristas Redentoristas) bem como os consagrados, que já não estão mais fisicamente presentes nesta Terra. Alguns chegaram antes para acolher os próximos, na maestria do padre Délcio Viesse para cantar: Até vocêêêêêê? Ele não acreditou quando viu chegar dois confrades, que, como ele, moraram no Seminário Santo Afonso, sendo um diretor e outro aluno: padres Silvério Negri e o Ferrari. O maestro colocou-os no devido lugar dizendo: -----ocupem seus lugares e cantem: até você? Padre Ferrari, que residia em Jundiaí, esteve conosco na Pedrinha, nos ajudando a refletir sobre o profeta Jonas. Padre Negri, que foi diretor daquele educandário, rubrava ao ficar bravo. Padre Libardi e o Mané também estavam nessa temporada. Quem não se lembra de Marcos Moser, que após aposentar e confraternizar-se com os colegas de serviço , fez parte do coral ? Foi cremado e as cinzas jogadas no Rio Araguaia. A vida nesta Província de Santa Cruz não é para sempre. Alguns têm passagem rápida enquanto outros demoram um pouco mais. Para Deus “Um dia é como se mil anos e mil anos como se fosse um dia” (II Pd.3,8). Em todos os ENESERs, num cantinho do refeitório, estava sentado, juntamente com sua esposa, o Sr. José Bueno e, em algumas vezes, o fazedor de vinho, especialista em alcoólicos, Miltinho Pieroni, morador da Maristela, distrito de Laranjal Paulista. Eles também se tornaram membros do coral, talvez como tenor, buscando uma clave diferente: Até vocêêêêê? Na mesma época em que Mané se apresentou para o concerto, o Dr. Láua, que sempre deu uma passadinha no encontro do “meio do ano”, principalmente participando dos atos litúrgicos, também passou para o outro lado do mundo como foi Chico Mantuanelli, um dos co – fundadores da UNESER. Alguns fazem parte do grupo, ou como barítono ou como tenor. São eles: Mário Barreto, Luiz Gonzaga Thomazzi, Geraldo Vilaça, Geraldo Brandão, Claudio Silveira, Ênio Décio e Bianor, que veio pouquíssimas vezes, saindo lá do centro do Brasil para participar das atividades da UNESER. Todos eles e mais alguns participaram conosco, como é o caso de Raimundo Germano de São Bernardo do Campo, Aparecido Ramos Barbosa, irmão do padre Vanir, que quando cheguei no Santo Afonso era noviço , cujo mestre era padre Negri coadjuvado pelo padre Vitor Hugo Silveira Lapenta. Ah! Ia me esquecendo do Sacristão, o Antonio Carlos, que certa vez o vi na Chácara do Silvério em Mairinque , conversando na língua francesa. Ele que residia na cidade de Assis-SP. Vale ressaltar que do meu curso já estão do outro lado , cantando: até vocêêê: Edélcio Costa Lima, José Maules da Rocha e Leuze Lucas da Silva. Todos eles e mais alguns que se encontram em nosso inconsciente, continuarão cantando para aqueles que se fizerem presentes: Até vocêêêêê!!!!!! Não esquecendo que chegou , nos céus, cantando, o nosso confrade Hélio Magdalena. Deixou-nos um grande legado com a sua existência longeva. O doutor como nos foi apresentado. Não posso deixar de elevar preces ao nosso contemporâneo padre Renato Savassa, conhecido em nosso meio como “Sucata” ou “General”, como ao Padre Júlio Brustoloni, natural de Tietê, do bairro São Roque, entremeio sua cidade natal e Cerquilho. Ele que era vice postulador da causa Padre Vitor Coelho de Almeida no processo de beatificação. Descansem em paz! Adilson José Cunha

Bela exposição, caro amigo diácono. Estou tomando a liberdade de editá-la em nosso BLOG - TÁVOLA REDONDA DOS SEMINÁRIOS - onde publico a biografia de todos os redentoristas de que tenho conhecimento, tanto AQUELES QUE NOS PRECEDERAM, como AQUELES QUE VIVERAM CONOSCO. Hoje temos a biografia do irmão IR. WOLFGANG (JOÃO SCHECK)CSsR-+1 de DEZEMBRO 1971. Gostaria de aditar a esse seu texto JÚLIO MACHADO BRAGA, batalhador incansável, antigo seminarista e oblato redentorista. Há um longo texto publicado no dia de sua morte 24 de setembro, em nosso blog da TÁVOLA REDONDA - https://tavolaseminarios.blogspot.com/.../eles-nos... - onde também se encontra uma mensagem do ALEXANDRE DUMAS muito importante para os associados da UNESER.Ierárdi
Quantas lembranças, quantos valores que já se foram, choremos lágrimas, queremos acrescentar alguns nomes, Vivaldo Justino Neves que me acolheu em São Paulo, meu colega de turma,Antonio de Santa Terezinha Maciel, o Terezo, a quem me referi no Licor de Pequi, Benedito Lourenço Barbosa e seu irmão João Lourenço Barbosa, professores que nos deixaram um legado em Aparecida, o grande amigo José Galvão Láua, Mário Muniz Barreto, meu irmão. Se cada um trouxer uma referência que participou de sua trajetória e já nos deixou, formaremos uma orquestra, lembram-se do Oswaldo Aranha, grande maestro, do Oto, Ivo, João Bosco entre tantos que fazem parte do coro celeste, Aqui ficamos nós a entoar musicas do advento "Quando virá, Senhor, o dia em apareça o Salvador" e nos preparamos para o" Noite Feliz". Que bom sabermos que já nos é reservado um lugarzinho no coro celeste, onde encontraremos nosso grande maestro e ocuparemos um lugar entre os tenores,me recusarei a voltar ao Baixo. Se o Viesse não me aceitar, vou procurar o Marino.Alexandre Dumas

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. WOLFGANG (JOÃO SCHECK)CSsR

IR. WOLFGANG (JOÃO SCHECK)CSsR
+1 de DEZEMBRO 1971 
Nasceu no natal de 1900, na Alemanha. Em 1923 professou na C.Ss.R. vindo logo para o Brasil. Trabalhou em diversas casas de nossa Província, sempre como homem dos sete instrumentos: cozinheiro, hortelão, encanador, mecânico, etc. Não era homem de ficar esperando pelo trabalho; era ele quem o ia pegar onde estivesse. Observante e piedoso, apesar de sempre ocupado, não se descuidava dos seus exercícios de piedade.(*) Nos últimos anos foi transferido para a Província de Porto Alegre, e continuou sendo, no seminário de Passo Fundo, o mesmo religioso dedicado ao trabalho e à oração. Foi aí que ele faleceu de repente, quando fazia a limpeza da caixa d’água da casa. Procurado pelos confrades, foi encontrado morto, dentro da caixa. Era o dia 1º de dezembro de 1971. 
(*)Durante vários anos foi cozinheiro do Seminário Santo Afonso, em Aparecida, sempre muito respeitado e admirado pelos seminaristas (nota do editor)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-SÉTIMO

17º Quadro – ESTIMADO POR TODOS
 
Nos trinta e tantos anos que Pe. Pelágio residiu em Trindade, formou-se entre ele e o povo, um laço sagrado que o tornou amado, respeitado e acatado. Nunca ocupou algum cargo na Igreja, mas todos o tinham como juiz de paz, delegado, prefeito, conselheiro e mestre. Chegou-se a dizer que no céu mandava o Divino Pai Eterno, e na terra o Pe. Pelágio. Recebeu o título de cidadão trindadense, mais devido à sua popularidade do que por grandes obras e realizações. Também os adeptos de outras religiões o admiravam. Em 1961, alguns meses antes da sua morte, uma artista "evangélica" fez a pintura do Pe. Pelágio e a expôs em Goiânia, entre outras obras da sua autoria.

domingo, 30 de novembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-SEXTO

16º Quadro – TERNURA DE MÃE
 
Certa ocasião, visitando a família do Zé Bento, Pe. Pelágio encontrou sua filha de 10 anos, chorando porque não dava conta de escrever as letras maiúsculas do alfabeto. “Não precisa chorar. Eu ajudo você”. Segurou a mão da menina, e foi guiando-a no papel, enquanto escrevia: DEUS É UM BOM PAI. ELE ME ENSINA A ESCREVER. O Dr. Dario, quando menino, morou algum tempo com o Pe. Pelágio. Mas tinha medo de dormir sozinho. Altas horas da noite ia bater à porta do Pe. Pelágio, dizendo que estava com medo. O padre se levantava, conduzia o garoto até o seu quarto e ali ficava ao lado da cama, rezando com ele a oração ao Santo Anjo da Guarda, até ele adormecer.

sábado, 29 de novembro de 2025

ELES NOS PRECEDERAM - PE. BENEDITO JOÃO DIAS CSsR

PE. BENEDITO JOÃO DIAS CSsR 
+29 de NOVEMBRO 1946 
Era de Campinas (GO) onde nasceu a 17 outubro de 1915. Veio para o Juvenato de Aparecida em janeiro de 1927, professando em 1934, indo, depois, iniciar seus estudos superiores na Argentina. Em janeiro de 1937 regressou, continuando a estudar no recém-inaugurado Seminário Maior de Tietê. Era 1938 (18 de dezembro), foi ordenado sacerdote, e nomeado professor do Juvenato em Aparecida. Inteligente, alegre e espirituoso, Pe. Dias foi sempre um ótimo confrade. Teria sido um grande missionário, com a simplicidade e espírito de fé que o caracterizavam. Sabia ler e estudar, com um faro bastante aguçado para escolher seus livros. Dotes literários não lhe faltavam: fantasia desenvolvida, linguagem fluente e até elegante. Mas foram outros os planos de Deus a seu respeito. Sempre muito magro, já nos primeiros anos, como professor no Juvenato, contraiu a tuberculose; e, quando ele o notou, seu estado já não era dos melhores. Foi, por isso, internado em Campos do Jordão, para um tratamento sério. Mas a enfermidade já havia avançado demais. Passou alguns anos no sanatório mas não resistiu, falecendo aos 31 anos, no dia 29 de novembro de 1946. Embora abatido, vendo sua vida chegar ao fim tão cedo, Pe. Dias soube aceitar com resignação a vontade de Deus. Meses antes da sua morte, agradecendo aos confrades os parabéns e orações pelo seu onomástico, ele escreveu: “Meus caros, a mão do Senhor me tocou. Sonhei com um túmulo glorioso, em pleno campo de batalha pelo Reino de Deus. Agora só peço a Deus que suscite em vocês todos aquele espírito que animou nosso Pai Santo Afonso... no trabalho e na salvação das almas. Só me resta dizer-lhes o que outrora dizia Jerônimo ao Bispo Agostinho: ... basta-me um cantinho no deserto, para terminar os meus dias, e fazer penitência dos meus pecados. Firmes, pois meus amigos, na melhor parte que vocês escolheram, sem olhar para o século e seus falsos profetas!”
CERESP 
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP 
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam) 
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR 
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-QUINTO

15º Quadro – MÚSICO E TEATRÓLOGO
 
Quem olhasse para aquele homem de aparência humilde e sotaque estrangeiro, jamais imaginaria que no seu íntimo se escondiam grandes dotes artísticos. Conhecia todos os segredos da música. Dominava o harmônio e o órgão. Sabia tocar outros instrumentos, como bandolim, violino, gaita. Foi maestro e professor de música. Formou e acompanhou diversos corais e grupos de cantores. Ensinou muitos a tocar instrumentos musicais. Todos admiravam sua voz forte, sonora e afinada. O teatro foi outro carisma. Escreveu e ensaiou numerosos dramas, operetas e comédias, enriquecendo-os com letra e música de sua autoria.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. LUCAS (BERNARDO ARNOLD) CSsR

IR. LUCAS (BERNARDO ARNOLD) CSsR
+28 de NOVEMBRO 1953 
A portaria do Convento de Aparecida o conheceu durante quase 30 anos. Era de Ittenhausen (Alemanha) nascido a 13 de agosto de 1871. Professou na C.Ss.R. em 1895, vindo para o Brasil em 1902. Foi logo designado cozinheiro em Aparecida, e desempenhando o mesmo ofício, esteve depois em Goiás, até 1912, ano em que veio para a Penha, como porteiro. Em 1926 foi para a portaria de Aparecida, onde trabalhou até a sua morte. Um “fora de série” — esse foi o nosso Irmão Lucas. Com invejável equilíbrio, era um homem sempre alegre, e profundamente recolhido. Em todo o seu modo de falar e agir, via-se o justo que vivia intensamente ex fide. Impressionava a todos pelo seu recolhimento e piedade, mormente quando na capela, onde costumava passar seus momentos livres. De uma simplicidade infantil, era a caridade em pessoa, não só para com os confrades, mas principalmente para os pobres que sempre o importunavam na portaria. Para todos, além de alguma esmola, tinha sempre uma palavra de consolo, de alegria e de animação. Nunca estava ocioso, porque não esperava que o trabalho se apresentasse; era ele quem o procurava onde pudesse estar. A alegria, a paz interior que sempre o distinguiram, já aparecem numa carta que escreveu em 1909, ao Provincial da Alemanha. Entre outras coisas ele diz nessa carta: “Onze anos atrás meu cavalo disparou morro abaixo com a carroça cheia; o eixo quebrou, e a carroça passou por cima de mim. Mas Deus seja louvado, tanto no sofrimento como na alegria. Deus seja mil vezes bendito pela ótima saúde que me deu, pois não sinto absolutamente nada com a mudança de clima. Até agora não me arrependi de ter atendido ao chamado de Deus, para vir trabalhar aqui no Brasil; pelo contrário, nem sei como agradecer”. E ele soube muito bem agradecer com sua vida de oração e trabalho, durante os cinqüenta anos que viveu entre nós. No fim da vida, percebendo que já não podia mais trabalhar como antes, aceitou a última doença com a mesma paz e tranqüilidade com que se sempre viveu. Quando a 28 de novembro de 1953 a irmã morte apresentou para levá-lo à presença do Pai, ele a recebeu com a segurança do servo bom e fiel, certo da recompensa final.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
Fez parte de meu tempo de coroinha1945 1948 , serviu-nos café, trabalhava na portaria, marcava missas, casamentos e batizados, conhecia-me e me tratava com carinho.
Alexandre Dumas Pasin de Menezes

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-QUARTO

14º Quadro – “A DOENÇA DELE É SAUDADE”
 
Em março de 1946, os Superiores do Pe. Pelágio quiseram dar-lhe um agrado, transferindo-o para o Santuário de Aparecida, centro da devoção mariana e lugar de mais conforto. Enganaram-se, porém. Ele não se acostumou de jeito nenhum. Começou, inclusive, a adoecer. Mas não reclamou nem se queixou. Chegaram até a levá-lo ao médico, que o examinou e disse ao seu Superior: “A doença dele é saudade”. Seus Superiores reconsideraram o caso e o devolveram para Goiás. Dizem que o santo velhinho rejuvenesceu. Em outubro do mesmo ano, ele estava sendo recebido festivamente em Trindade.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-TERCEIRO

13º Quadro – O DIA-A-DIA NA PARÓQUIA
 
Pe. Pelágio levantava-se muito cedo e ia para a igreja. Após o serviço religioso, tomava um café frugal, acompanhado de pão com manteiga. Depois lia revistas vindas da Alemanha, rezava o Breviário e o terço e ficava atento aos chamados. O sininho tilintava sempre: - Pe. Pelágio, venha visitar a vó Sebastiana. Está muito “perrengue”. - Pe. Pelágio, acabou o querosene da nossa lamparina... Junto à cadeira onde se assentava para ler e rezar o Breviário, tinha sempre à mão uma caixa com dinheiro miúdo e outra com cereais (arroz, feijão, farinha), para atender os pobres. Assim passava o dia, em Trindade, entre atendimentos e a oração.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-SEGUNDO

12º Quadro – ARRISCANDO A VIDA PARA DEFENDER A VIDA
 
Pe. Pelágio evitou conseqüências mais graves num tiroteio sangrento por volta de 1940. Tudo começou com um bate-boca entre os fazendeiros Paulo Pessoa Louzada e Filó Gomes. O conflito foi parar na delegacia de Trindade, gerou voz de prisão para o Paulo, três mortes e outras confusões. Haveria mais mortes se o Pe. Pelágio, chamado urgentemente, não interviesse. Dois rapazes, feridos na briga, tinham sido levados para um quintal vizinho, pois alguns amotinados queriam liquidá-los de vez. Deu-lhes a Unção dos enfermos e ficou barrando a entrada do portão: “ AQUI VOCÊS NÃO ENTRAM!” Recuaram atemorizados, diante daquela figura veneranda. Em seguida providenciou a remoção deles para o hospital de Goiânia.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

ELES VIVERAM CONOSCO - REGINALDO SILVA – ANTIGO SEMINARISTA REDENTORISTA

REGINALDO SILVA ANTIGO SEMINARISTA REDENTORISTA
+ 25 Novembro 1962
No dia 25/11/62 tivemos uma grande tristeza! Morreu o seminarista aparecidense Reginaldo Silva, filho de Luís Oliveira Silva e Maria Mercedes Silva. Durante a semana santa ele tivera um ataque convulsivo. Foi mandado para a sua casa para tratamento. Após algum tempo, Dr. Sigaud deu um atestado declarando que podia voltar aos estudos. Segundo o doutor, era problema de vermes. Reginaldo era alegrinho, bom cantor, bom jogador de futebol, bem comportado. Em setembro de 62 seus pais foram avisados que ele não podia continuar no seminário em 63 por causa da sua dificuldade nos estudos, apesar de boas qualidades. Não foi logo para casa para não perder o ano. Ele mesmo foi preparado por mim para enfrentar essa dura realidade. Chorou muito. À noite de 24/11, após um filme no refeitório, sofreu outra convulsão. Socorrido, ele se recuperou. Foi dormir. Mas, já na cama, um colega notou que ele não estava bom. Chamou o Diretor, Pe. Negri, Pe. Vieira e o Pe. Zulian. Imediatamente eu e o Pe. Furlani pegamos a condução, que estava na Pedrinha para levar no dia seguinte o Pe. Vieira para Aparecida, e fomos atrás do doutor e dos pais do Reginaldo. Estava chovendo muito. Tivemos que parar um bom tempo na passagem de um córrego transbordante logo após o Fazendão. Rezamos um terço. A chuva parou. Arriscamos atravessar e conseguimos. Acordamos primeiro o doutor em Guaratinguetá. Depois fomos ao Bairro de Santa Teresinha, em Aparecida, buscar o Sr. Luís Oliveira. Nesse meio tempo, Reginaldo piorou. Pe. Furlani deu ao menino a unção dos enfermos. Pe. Francisco Vieira ficou ajudando, junto com alguns seminaristas. Ele faleceu serenamente às 0:10 do dia 25/11/62, disse-nos o Pe. Zulian. Ao chegar, ali pela uma hora o médico, constatou que havia morrido de edema pulmonar.
Veja a crônica escrita pelo juvenista Antônio Benedito Martins, colega de curso do falecido: “Georgino Ribeiro (Zoza) nosso cozinheiro, Pe. Vieira e outros amigos da Pedrinha ajudaram a preparar o corpo. Às 5 horas da manhã o corpo de Reginaldo já estava na capela do SRSA. O velório se estendeu até as 16 horas. Durante todo o dia muitos amigos da família desfilaram diante do caixão rezando e trazendo as condolências. Pe. José Oscar Brandão, Pe. José Rodrigues de Souza, os prefeitos e professores do SRSA prestaram total solidariedade. José Borges Ribeiro e outros amigos de Aparecida ajudaram demais, nos preparativos do funeral e dos papéis necessários.
Às 16 horas houve Missa de Corpo Presente (em latim) celebrada pelo Pe. Silvério Negri e assistida pelos padres, irmãos coadjutores e muitos parentes e amigos da família enlutada. Carregamos o féretro em procissão com todos os seminaristas do Pré e do SRSA.
Os pais do Reginaldo, no dia do enterro, mostraram muita conformidade, embora com muita dor. Entretanto, alguns dias depois, apareceram algumas críticas sobre o diagnóstico do Dr. Sigaud e sobre o modo como ele cuidou do caso, justamente por seu um médico muito respeitado em Guaratinguetá e em Aparecida.
PADRE SILVÉRIO
NEGRI CSsR+
Além de muito inteligente jogava muita bola. Infelizmente faleceu numa noite de grande tempestade, riacho transbordou e não conseguiu chegar à Santa Casa. Sebastian Baldi
Foi meu colega em Pedrinha e se minha memória ainda me ajuda , seu óbito deu-se em 1962, ano em chegamos em Aparecida . Permaneceu conosco pouco tempo , mas ficou em nossas lembranças . Que esteja em paz.  Vágner Gaspar
                               

ELES VIVERAM CONOSCO - PE.CARLOS ARTHUR ANNUNCIAÇÃO CSsR

Padre Carlos Artur Annunciação 
Missionário Redentorista
(+) 25 de Novembro de 2020 
NOME COMPLETO: Carlos Artur Annunciação 
NASCIMENTO: 09 de fevereiro de 1947, bairro Bela Vista. São Paulo - SP 
PAIS: Cândido Arthur Annunciação e Dalva Bassi Annunciação
PROFISSÃO TEMPORÁRIA: 20 de janeiro de 1970 
PROFISSÃO PERPÉTUA: 30 de janeiro de 1977 
ORDENAÇÃO DIACONAL: ------------- 
ORDENAÇÃO PRESBITERAL: 25 de junho de 1977, na Igreja Matriz de São Vicente - SP 
BISPO ORDENANTE: Dom Antônio Celso Queiroz, Bispo Auxiliar de São Paulo 
ESTUDOS REALIZADOS (CAPACITAÇÃO PASTORAL, PROFISSIONAL OU ARTÍSTICA) A PARTIR DO II GRAU:
Humanidades, no Seminário Santo Afonso, em dezembro de 1968. Filosofia e Teologia no Instituto Redentorista de Estudos Superiores, em São Paulo. 
COMUNIDADES ONDE VIVEU E CARGOS JÁ EXERCIDOS:
Em 1978, iniciou sua Vida Apostólica como Missionário das Missões Populares, morando em São João da Boa Vista. Foi sempre um ótimo missionário. Nas Missões Populares ficou até dezembro de 1981, quando foi transferido para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, como Formador de novos missionários. A 01.10.1984, foi eleito Conselheiro Provincial, por 3 anos. No Seminário Santo Afonso, foi Superior da Comunidade, Formador dos seminaristas e Diretor do Seminário (1987). Em setembro de 1987 foi reeleito Conselheiro Provincial, por mais 3 anos. No Seminário Santo Afonso, ficou até dezembro de 1990, quando foi transferido para o Convento do Santuário, ao lado da Basílica Nova, dedicando-se ao apostolado com os Romeiros. A 12.12.1996 tomou posse como Reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. A 26.12.1996 foi nomeado Superior da Comunidade Redentorista do Santuário Nacional de Aparecida. A 07.03.1999, Dom Aloísio, Cardeal Lorscheider, Arcebispo de Aparecida, nomeou-o Vigário Episcopal para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Em dezembro de 1999, foi transferido para São João da Boa Vista, como responsável do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Foi nomeado também Superior da Comunidade. A 08.12.2002 foi nomeado Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, em São Paulo. Tomou posse da Paróquia a 19.01.2003. Em janeiro de 2007, retornou ao Santuário de Aparecida a fim de colaborar na Pastoral dos Romeiros. 
TESTEMUNHO VOCACIONAL O que Santo Afonso representa na sua vida? Santo Afonso foi o grande inspirador da minha vocação. Ainda jovem pude conhecer a vida dele através das Missões Redentoristas e depois através de livros também e tudo isso bateu muito com aquilo que eu desejava. Eu queria ser missionário, queria ser padre, mas não padre de paróquia. Eu queria ser evangelizador e trabalhar com os mais pobres e com as pessoas excluídas da sociedade e foi isso que eu vi em Santo Afonso. Então, ele realmente me atraiu e eu entrei para congregação já há mais de 50 anos. Você foi feliz na sua escolha vocacional? Eu penso que sim, e isso eu agradeço a Deus. A gente tem muitos defeitos, falhas, deficiências, mas eu vejo que foi o modo de me realizar como pessoa. Eu me sinto uma pessoa feliz e tranquila, vivo bem na comunidade na congregação, então, eu acredito que Deus me inspirou e me iluminou e eu pude escolher o caminho certo. 
O que significa ser Redentorista? 
Redentorista é aquele que segue o Redentor,Jesus Cristo, em primeiro lugar. Ser Redentorista é identificar-se com o Redentor e viver com Ele, participar da sua vida, ter os mesmos sentimentos e pensamentos; a mentalidade de Jesus. Esse Redentorista é aquele que trabalha na redenção na libertação das pessoas, principalmente. No nosso caso, com o carisma afonsiano trabalhamos na libertação dos mais pobres e abandonados ou como a gente costuma dizer hoje, aqueles que são os mais feridos e machucados pela sociedade.
Hoje, morreu o padre Arthur Annunciação . Não fomos contemporâneos, frequentamos os mesmos espaços de formação redentorista. Gostava de ouvi-lo, transmitia fé, era convicto, sua voz era suave, elevava a Deus. Gosto da CSRR, identifico-me com seus misteres, não nego minhas origens, sofro com perdas, choro com ausências irreparáveis.Alexandre Dumas 
Meu contemporâneo e ficamos amigos sempre, combateu sempre o bom combate, recebeu o prêmio, nós sentiremos saudades!Thozzi 
Saí do Seminário e trinta anos depois encontrei-me com o Pe. Arthur. Nunca mais me esqueci daquele dia, ele se recordou de mim, disse meu nome e de onde era. A Rita, minha mulher, também ficou admirada. Encontramo-nos, em 2019, no Jardim Paulistano. Ele ia começar a celebração, intimou-me a ficar para fazer a leitura, o que fiz com grande alegria e lisonjeado.Antônio de Lima
Meu irmão. Fui seu contemporâneo no Seminário de Santo Afonso.Segui até NOVICIADO e retornei a SANTOS , bem vizinho à terra do PE. CARLOS ARTHUR, SÃO VICENTE. Autêntico, firme. Ainda não entendi, nem quero entender esse fim tao triste e prematuro desse anjo bom. Vai estar ou já está com JESUS, com Pe. NEGRI, LAURO, como uma luz na CONSTELAÇÃO REDENTORISTA. Outros 29 REDENTORISTAS com COVID... Quando vão entender que nem MARIA nem JESUS não querem ninguem na BASÍLICA ainda nessa PANDEMIA? Por que tanta ganância ? Por que tudo em nome de uma "campanha" que pode e deve esperar?... Quantos ainda vao partir em plena pandemia?... Vai com DEUS MEU AMIGO IRMÃO. Desculpa essa dor. Eu sei que MARIA JA TE ABRAÇOU NO CÉU. AMÉM-Nelson Duarte(+)

VIDA ILUSTRADA DO VENERÁVEL PADRE PELÁGIO, O APÓSTOLO DE GOIÁS - DÉCIMO-PRIMEIRO

11º Quadro – JUNTO COM SEUS ROMEIROS
 
Quando falamos da festa de Trindade, naturalmente pensamos no Pe. Pelágio. O romeiro daquele tempo vinha a Trindade para ver o Divino Pai Eterno e o Pe. Pelágio. Parece-nos vê-lo ainda no meio daquele povo que conheceu e batizou, sorrindo para todos, e para todos dirigindo uma palavra amiga. Os romeiros sentiam-se felizes e realizados quando conseguiam três coisas em Trindade: Cumprir as promessas ao Divino Pai Eterno, cumprimentar o Pe. Pelágio e ajudar os “pobres do Divino”. Quando a festa terminava, os romeiros voltavam pesarosos, mas alimentando a esperança de voltar no ano seguinte.