Estávamos no final do ano de 1951, a turma do Zômpero se despedia para o noviciado, o Colegião deveria ser desocupado, isto já estabelecido num trato entre a Cúria Arquidiocesana de São Paulo e a CSSR. Os seminaristas, divididos entre menores, médios e maiores, foram redimensionados, descartaram os menores e os médios, dividiram em duas turmas, aquela que deveria ficar no Colegião, denominados maiores, se encarregar da mudança e aquela, inútil, que deveria aguardar na Pedrinha o que poderia vir. Eu fui para lá, cama, comida, passeios, folguedos e espectativa do que poderia acontecer. Aqui, ficaram os mais fortes, deveriam se encarregar do transporte de todos móveis e tralhas de que nos servíamos no dia a dia, não era pouco e o trajeto era longo, foi tudo carregado no braço, não contando o trabalho de serventes de pedreiro que lhes era atribuído, desventurados colaboradores da mudança do Colegião para o novo Santo Afonso . Vejam só, eram jovens de quinze a dezesseis anos, imbuídos no propósito de preparar a casa nova para receber a comunidade já em fevereiro de 1952, começar as aulas, festejar São Braz e seguir em frente num ideal comum. Lá, na Pedrinha, chega a notícia, as coisas não deram certo, e ali deveríamos permanecer no aguardo da conclusão das providências necessárias a nossa nova acomodação. Para nós menores foi uma festa, mais um mês de férias, sem compromissos, passeando e folgando. Disseram-me, posteriormente, aqueles que labutavam na conclusão dos serviços de mudança e instalação na nova casa, que, diariamente, era lhes servida, no jantar, uma cervejinha, aquela fabricada nos porões da Gráfica, pretinha, gelada e farta. Meninos de quinze e dezesseis anos abusavam dessa recompensa, mas se orgulhavam da colaboração dada a um mister tão compensador. Voltamos, afinal, para o seminário novo já em março em instalações precárias, pisos não terminados, banheiros provisórios, capela instalada em futuro dormitório, etc. Os ladrilhos foram fabricados ali onde seriam os futuros banheiros, ao pouco foram assentados nos corredores e dormitórios. Fato insólito, um dos encarregados da obra, Geraldo Palma, era meu padrinho de batismo, diariamente, pedia-lhe a bênção ao encontrá-lo nos corredores em obra. Padre Pieroni e Inocêncio eram os engenheiros, depois, delegou-se ao padre Izidro o término da capela com seus pormenores artísticos. Vivi, curti, vibrei a cada momento, a cada conquista alcançada em nossa nova casa, hoje majestosa, terminada, enriquecida e já não mais Seminário Santo Afonso e sim Pousada Santo Afonso. Desejo que a casa continue santa e seus ocupadores desfrutem de um ambiente de paz, de fé e de realização espiritual. Que traga e incentive a santidade, ideal de todos que ali tiveram a felicidade de viver.Alexandre Dumas
Dumas, quando cheguei ao Santo Afonso em 1957 era já tudo bonitinho e prontinho.Padre Sônego era o diretor. Entretanto passei esse primeiro ano na casa ainda bucólica da Pedrinha sob a direção iluminada e inspirada do nosso sempre estimado Padre Brandão. Apesar de ser menor, 13 anos, participei das reformas por lá, coordenadas pelo "pé de boi" Padre Furlani....No ribeirão colhíamos pedras e até areia...e tudo ia para o basculante branco do "Seo"Geraldo. Em 1958 vim para o Santo Afonso, onde encontrei o verdadeiro conforto urbano. Aquela linda capela.... o dois belos salões de estudo... o refeitório com mais de 200 lugares...a sala de física/química...o salão de festas.... a clausura impenetrável... piscina, e três campos na proporção das turmas menores, médios e maiores. No rigor aconchegante dos nossos orientadores, todos sacerdotes redentoristas, ouvíamos o sino do corredor a nos indicar o próximo evento do dia.... Foi sempre tudo muito bom... Agradeço à Congregação por isso.... Ierárdi(Tampinha)
Seo Geraldo remonta a meu tempo, nas obras da Pedrinha, participei, adquiri uma hérnia no transporte das pedras para a piscina, foram tempos inesquecíveis. Fomos privilegiados, vivemos fatos, participamos de eventos preparados para jovens sonhadores que almejavam atingir um ideal preparado para os eleitos. Ficamos no caminho, mas fomos cooperadores e coniventes dos escolhidos.Alexandre Dumas
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