domingo, 19 de fevereiro de 2023

ABNER FERRAZ DE CAMPOS - A ÚLTIMA OBRA

             Seminarista, Quase Padre, Quase Santo 

Sinopse 
Esta obra narra parte da rotina da vida de um seminarista no final da década de 1950 até início de 1960. Em retrospecto, o personagem, agora já experiente em idade, retoma memórias de sua vida adolescente no internato entrelaçando-a com o contexto sócio-histórico em que as vocações sacerdotais nasciam. Por meio dos relatos, conhecemos a rigidez necessária para a formação religiosa, moral e intelectual dos futuros representantes de Deus na terra. Em meio às dúvidas e dificuldades de adaptação, estudos e orações, há espaço para amizades, histórias interessantes e momentos lúdicos na formação do sacerdote. A vida no internato contrasta com a vida fora dele e o personagem não segue adiante sua vocação. É necessário reaprender a viver e o sagrado pode ser encontrado dentro do profano trazendo um novo sentido de felicidade. 
Biografia
Abner Ferraz de Campos, aposentado na área de Recursos Humanos, paralelamente se dedicou aos estudos humanísticos, base de sua formação. Frequentou faculdade de Letras Clássicas e Filosofia. Estudou Teatro e se dedicou à Arte de Escrever. O amor pela Literatura Nacional e Estrangeira o levou a se aventurar em escrever crônicas biográficas sobre o seu tempo de seminarista. 
Thiago Domingues Regina, Editora Viseu-editor chefe.
MEMÓRIA PÓSTUMA
O FIM DA VIAGEM
O ônibus com letreiro reluzente e misterioso estacionou para que os passageiros apressados embarcassem. Tive a impressão de que todos tinham pressa para fazer aquela viagem misteriosa. Todos entraram e se acomodaram, mas o ônibus não foi embora, continuou parado esperando o último passageiro. Eu sentia muito frio e estava nu. O motorista fez um sinal para que eu entrasse. Subi o degrau amparado por lindas recepcionistas, vestidas de branco, que gentilmente me colocaram num assento, que parecia reservado para mim. Quando o ônibus se movimentou e entrou num túnel iluminado, uma paz muito grande invadiu mina alma, não me sentia mais nu, porque não mais sentia o peso do meu corpo, aquele corpo onde vivi muitos anos  e, desde o meu nascimento, fui seu escravo, fazendo tudo o que ele pedia e se não o obedecesse, fazia sentir dores e tristezas imensas. Estava livre dele, pois o corpo me escravizou a vida inteira. Uma paz muito grande tomou conta de mim.   
Abner Ferraz de Campos(+)
Palavras proféticas. Previsão de uma passagem cheia de paz, um corpo nu, uma alma leve, uma nave celestial. Alexandre Dumas
Depois que passam, percebemos melhor seu valor! Ierárdi

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