Ontem, li com grande satisfação a notícia publicada pelo
José Ribeiro Leite, que a vida no Seminário o denominou carinhosamente como
Paraíba, sobre a participação dos leigos — e mesmo dos antigos seminaristas —
na reunião capitular da Congregação do Santíssimo Redentor. Trata-se de uma
presença significativa, que reforça o novo tempo e a sensibilidade na vida da
Igreja: o tempo da corresponsabilidade missionária.
PEDRO LUIZ DIAS
A notícia reacendeu em mim a memória de uma conversa
antiga, mas inesquecível, com o irmão AlanPatrick Zuccherato – C.Ss.R., então
diretor de comunicação do portal A12.com. Conversar com o irmão Alan é sempre
uma experiência de entusiasmo; ele tem o dom de irradiar energia, esperança e
criatividade pastoral. Em meio à conversa, ele disse uma frase que continua a
me acompanhar:
“Vocês que estão na vida leiga são muito importantes como
exemplo, como referência para nós, que vivemos a vida religiosa consagrada.”
Essa afirmação, que tantas vezes me volta à mente, sempre
me leva à reflexão: qual tem sido, de fato, a presença, a colaboração e o
testemunho dos leigos na vida espiritual, material e organizacional da nossa
Congregação?
Um olhar para a Congregação hoje
Falar da Congregação do Santíssimo Redentor, hoje, é
deixar que os olhos brilhem e que a alma se revigore. É admirável o trabalho
desenvolvido pelos irmãos e padres redentoristas nos diversos santuários e
frentes missionárias.
Basta contemplar:
- O
Santuário Nacional, em Aparecida, SP, com sua organização, acolhimento e
vida litúrgica exemplar;
- A
Basílica histórica no centro da cidade de Aparecida, SP;
- O
Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, GO, com sua força
evangelizadora e missão popular;
- E
tantas outras casas, paróquias e presenças missionárias espalhadas pelo
Brasil, pela América Latina e pelo mundo.
Quem percorre as publicações, produções, transmissões e
reflexões oferecidas pelo A12.com percebe imediatamente o crescimento da
mensagem, a vitalidade da comunicação e a amplitude do alcance missionário dos
redentoristas. Esse dinamismo não nasce por acaso. É fruto direto da
integração, do acolhimento e da abertura que a Congregação tem demonstrado para
com os leigos que desejam caminhar juntos.
Provinciais, diretores de casas, formadores, missionários
— todos têm se mostrado sensíveis ao protagonismo leigo e ao valor da
participação corresponsável.
A pergunta que retorna
Diante dessa realidade tão fecunda, volta a pergunta
essencial:
O que nós, leigos, temos feito? Como podemos colaborar
mais profundamente?
A primeira resposta não é uma tarefa, mas uma atitude:orgulhar-se
da própria identidade.
Sim, assumir com alegria a vocação de missionário
redentorista no mundo - alguém que leva para a família, para o trabalho, para a
vida pública e comunitária a espiritualidade de Santo Afonso Maria de Ligório e
o testemunho ardoroso das grandes figuras da congregação, como Madre Maria
Celeste Crostarosa.
Ser missionário na perspectiva redentorista não exige
hábito religioso, mas exige coração disponível:
- coração
que reza;
- coração
que acolhe;
- coração
que consola;
- coração
que comunica esperança;
- coração
que protege a dignidade dos pequenos e dos pobres;
- coração
que se compromete com a justiça do Evangelho.
O chamado dos nossos tempos
Este é, sem dúvida, um momento histórico. A presença
leiga nos Capítulos e nas instâncias de reflexão da Congregação não é apenas
simbólica; é sinal de que a missão redentorista se expande, se renova e se
encarna no cotidiano das famílias, das cidades e do mundo digital.
Os leigos trazem perspectivas novas, talentos
profissionais, sensibilidade pastoral e uma vivência concreta do Evangelho nas
realidades sociais onde os religiosos, muitas vezes, não estão presentes de
modo contínuo.
O que podemos oferecer?
Como leigos, podemos:
- Fortalecer
a comunicação institucional, com nossa experiência profissional e
testemunho;
- Apoiar
projetos sociais e pastorais, contribuindo com planejamento, gestão e
recursos;
- Viver e
difundir a espiritualidade redentorista, de forma madura e coerente;
- Participar
de grupos, irmandades, missões e pastorais, com generosidade e constância;
- Ser
ponte entre a Congregação e a sociedade civil: no mundo acadêmico,
empresarial, comunitário e cultural.
Conclusão: missão compartilhada
Mais do que uma colaboração eventual, o que se pede hoje
é uma aliança espiritual e missionária entre religiosos e leigos, fiel ao
espírito de Santo Afonso: proximidade com o povo, simplicidade do Evangelho, ardor
missionário e confiança absoluta na graça redentora de Cristo.
O futuro da Congregação do Santíssimo Redentor — já tão
rico e tão fecundo — continuará a florescer na medida em que essa comunhão se
fortalecer.
Ser leigo missionário redentorista é assumir, com
humildade e coragem, que também somos guardiões da esperança, testemunhas da
misericórdia e instrumentos da Copiosa Redenção.
Por Pedro Luiz Dias – Família Leiga Redentorista
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