quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Leigo Redentorista: Missão que se encontra no Coração da Igreja

PEDRO LUIZ DIAS
Ontem, li com grande satisfação a notícia publicada pelo José Ribeiro Leite, que a vida no Seminário o denominou carinhosamente como Paraíba, sobre a participação dos leigos — e mesmo dos antigos seminaristas — na reunião capitular da Congregação do Santíssimo Redentor. Trata-se de uma presença significativa, que reforça o novo tempo e a sensibilidade na vida da Igreja: o tempo da corresponsabilidade missionária.

A notícia reacendeu em mim a memória de uma conversa antiga, mas inesquecível, com o irmão AlanPatrick Zuccherato – C.Ss.R., então diretor de comunicação do portal A12.com. Conversar com o irmão Alan é sempre uma experiência de entusiasmo; ele tem o dom de irradiar energia, esperança e criatividade pastoral. Em meio à conversa, ele disse uma frase que continua a me acompanhar:

“Vocês que estão na vida leiga são muito importantes como exemplo, como referência para nós, que vivemos a vida religiosa consagrada.”

Essa afirmação, que tantas vezes me volta à mente, sempre me leva à reflexão: qual tem sido, de fato, a presença, a colaboração e o testemunho dos leigos na vida espiritual, material e organizacional da nossa Congregação?

Um olhar para a Congregação hoje

Falar da Congregação do Santíssimo Redentor, hoje, é deixar que os olhos brilhem e que a alma se revigore. É admirável o trabalho desenvolvido pelos irmãos e padres redentoristas nos diversos santuários e frentes missionárias.

Basta contemplar:

  • O Santuário Nacional, em Aparecida, SP, com sua organização, acolhimento e vida litúrgica exemplar;
  • A Basílica histórica no centro da cidade de Aparecida, SP;
  • O Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, GO, com sua força evangelizadora e missão popular;
  • E tantas outras casas, paróquias e presenças missionárias espalhadas pelo Brasil, pela América Latina e pelo mundo.

Quem percorre as publicações, produções, transmissões e reflexões oferecidas pelo A12.com percebe imediatamente o crescimento da mensagem, a vitalidade da comunicação e a amplitude do alcance missionário dos redentoristas. Esse dinamismo não nasce por acaso. É fruto direto da integração, do acolhimento e da abertura que a Congregação tem demonstrado para com os leigos que desejam caminhar juntos.

Provinciais, diretores de casas, formadores, missionários — todos têm se mostrado sensíveis ao protagonismo leigo e ao valor da participação corresponsável.

A pergunta que retorna

Diante dessa realidade tão fecunda, volta a pergunta essencial:

O que nós, leigos, temos feito? Como podemos colaborar mais profundamente?

A primeira resposta não é uma tarefa, mas uma atitude:orgulhar-se da própria identidade.

Sim, assumir com alegria a vocação de missionário redentorista no mundo - alguém que leva para a família, para o trabalho, para a vida pública e comunitária a espiritualidade de Santo Afonso Maria de Ligório e o testemunho ardoroso das grandes figuras da congregação, como Madre Maria Celeste Crostarosa.

Ser missionário na perspectiva redentorista não exige hábito religioso, mas exige coração disponível:

  • coração que reza;
  • coração que acolhe;
  • coração que consola;
  • coração que comunica esperança;
  • coração que protege a dignidade dos pequenos e dos pobres;
  • coração que se compromete com a justiça do Evangelho.

O chamado dos nossos tempos

Este é, sem dúvida, um momento histórico. A presença leiga nos Capítulos e nas instâncias de reflexão da Congregação não é apenas simbólica; é sinal de que a missão redentorista se expande, se renova e se encarna no cotidiano das famílias, das cidades e do mundo digital.

Os leigos trazem perspectivas novas, talentos profissionais, sensibilidade pastoral e uma vivência concreta do Evangelho nas realidades sociais onde os religiosos, muitas vezes, não estão presentes de modo contínuo.

O que podemos oferecer?

Como leigos, podemos:

  • Fortalecer a comunicação institucional, com nossa experiência profissional e testemunho;
  • Apoiar projetos sociais e pastorais, contribuindo com planejamento, gestão e recursos;
  • Viver e difundir a espiritualidade redentorista, de forma madura e coerente;
  • Participar de grupos, irmandades, missões e pastorais, com generosidade e constância;
  • Ser ponte entre a Congregação e a sociedade civil: no mundo acadêmico, empresarial, comunitário e cultural.

Conclusão: missão compartilhada

Mais do que uma colaboração eventual, o que se pede hoje é uma aliança espiritual e missionária entre religiosos e leigos, fiel ao espírito de Santo Afonso: proximidade com o povo, simplicidade do Evangelho, ardor missionário e confiança absoluta na graça redentora de Cristo.

O futuro da Congregação do Santíssimo Redentor — já tão rico e tão fecundo — continuará a florescer na medida em que essa comunhão se fortalecer.

Ser leigo missionário redentorista é assumir, com humildade e coragem, que também somos guardiões da esperança, testemunhas da misericórdia e instrumentos da Copiosa Redenção.

Por Pedro Luiz Dias – Família Leiga Redentorista

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