São Paulo, apaixonado por Jesus Cristo, diz com razão:
‘A caridade de Cristo nos constrange’.
(Afonso Maria de Ligório – A Prática do Amor a Jesus Cristo)
VICENTE DE PAULA ALVES |
Boaventura de Bagnoregio, em sua obra Itinerário da mente para Deus, no Capítulo III, A Contemplação de Deus por meio de sua imagem impressa nas potências da alma, diz que “a atividade da memória consiste em reter e representar não só as coisas presentes, corpóreas e temporais, mas também as contingentes, simples e eternas. Retém as coisas passadas com a lembrança, as presentes com a visão, as futuras com a previsão”.
Ora, a memória viva, a memória da copiosa redenção é passado, é presente, é futuro. É, portanto. É porque existe na história, na tradição, na experiência, na vivência contingente, simples e eterna. Portanto a obra coletiva é um memorial tal como diz o título, dos que ali passaram retendo lembranças do passado. E, talvez, no sábado, no dia da celebração de Santo Agostinho, dia não casual, mas que liga-se à bela obra - síntese da científica Theologia Moralis subsumidos nela todos os pobres mais pobres de Nápoles, os cabreiros da montanhas - A Prática de Amor a Jesus Cristo, pois aí, Agostinho e Afonso se encontram: Ama e fazes o que queres!
Assim, na Live Memorável - retendo as coisas da memória presentes com a visão - foram feitas as memórias da Memória, a Memória viva de memórias vivas, porque na Escola de Afonso e de Celeste, que é a Escola de Jesus Cristo, Memória Viva! Este o sentido, sinal, signo, sacramento do Seminário Santíssimo Redentor e, dos olhares que ali passaram, na Sacramento das Gerais! E nesta Escola, que foi também a Escola de Bernhard Häring, onde aprendemos o gesto da memória agradecida! Uma obra coletiva, portanto, de memória agradecida!
Nas várias e diversas falas de cada um e de cada uma, nos segmentos inscritos na obra, revelou-se um pouco da vida de cada um, de cada uma, imersos na devoção popular, nas políticas públicas, na dimensão ecumênica, na vida laica na igreja e no mundo, na família, na vida de oblato/oblata, na cultura latino-americana e caribenha, ou seja, cada seguimento – dos que ali passaram - continuando a espiritualidade do redentor nas diversas dimensões da existência humana no mundo.
Assim, esta forma de encontro em forma de uma Live Memorável, revelou-se-nos uma forma já de sinodalidade – modelo de Igreja tão querido e desejado por Francisco, o Papa – e que, faz com que, esta Sessão singular e particular da UNESER (União Nacional dos Ex-Seminaristas Redentoristas do Brasil), a partir da experiência/vivência desde o Seminário Santíssimo Redentor de Sacramento, instaure uma maneira de ser/estar da UNESER no Brasil com dimensões latino-americana-caribenhas de forma pluriversal, porque hoje a Congregação do Santíssimo Redentor se redesenha em sua geo-política-religiosa na América Latina Caribenha.
É o carisma e a espiritualidade da redenção traduzindo-se, portanto, em Nossa América.
Padres Alberto Pasquoto e Luiz Carlos de Oliveira, bem como Miguel Alcânjo Soares falaram apontando, agora, da memória às coisas futuras como a previsão, abrindo novos horizontes como formas de continuar o redentor, porque celebrando na terra para celebrar para sempre no céu. Falas decisivas no sentido de se atualizar a memória viva do redentor comprometendo-se nela, com ela e por ela, acenando uma UNESER enquanto um espaço eclesial, teológico e de amizade e amorosidade, construindo assim: um laicato redentorista e uma dimensão ecumênica em sintonia com a Constituição Pastoral Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II, uma forma de ser oblato/oblata iluminada pela espiritualidade redentora, uma sintonização com a devoção popular de nosso povo latino-americano caribenho tal como recomenda o Documento de Aparecida (DAp) - 2007 e tal como foi para Afonso na Nápoles do século XVIII, uma forma de construção do bem comum envolvida com as políticas públicas necessárias, principalmente, aos cabreiros mais pobres da América Latina Caribenha e, uma presença da família, onde as mulheres e filhos e filhas sejam sinais atualizadores e continuadores do carisma da redenção.
Ensinou-nos a História, na Live Memorável que, impossibilitados da cerimonia presencial na cidade em decorrência de momento pandêmico, permitiu na cerimônia virtual aos participantes “serem Sacramento”, pois naquele dia, para lá, todos fomos. Como reportou Dom Messias dos Reis Silveira, que ali estudou, a ação missionária redentorista integrada à população e colaboradores de fato, “nos Sacramentou”. Assim, na dialogicidade protagonista, na obra publicada de forma coletiva e participativa, caminhou-se então, daquela Casa de Formação Redentorista para muitos outros espaços em aberturas de horizontes dilatando a espiritualidade redentora.
Por fim, e não poderia ser diferente, o processo de construção da obra coletiva e participativa Histórias e Memórias do Seminário Santíssimo Redentor de Sacramento, MG – Olhares dos que ali passaram e a realização da Live Memorável só foram possíveis graças aos gestos de assertividade e condutibilidade saídos das mãos de Vicente de Paula Alves e outros colaboradores. A eles o nosso muito obrigado, pois fez com quem aqueles que não passaram pelo Seminário Santíssimo Redentor de Sacramento começassem a fazer, desde então, parte desta bela e viva memória de memórias vivas, devendo assim ser conhecida com a leitura da apreciada obra.
Vicente de Paula Alves – em 10 de Setembro, Inverno de 2021.
Belo texto, um livro resumido, uma história embutida em considerações e louvores a Sacramento, um lugar especial, memórias de tempos inesquecíveis, quiséramos ali também ter estado somando aos anos que prazerosamente vivemos no Santo Afonso uma espiritualidade alicerçada na Copiosa Redenção. Alexandre Dumas
Uma publicação garantindo a memória de muitas pessoas, com sonhos e legados, Alexandre Dumas. De fato, é muito mais que registro, sim a mística redentorista vive em nós. Impossível viver sem ler essa obra carregada de sinodalidade primeiro entre nós.Vicente de Paula Alves
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