segunda-feira, 7 de abril de 2014

RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

Queridos todos!
Neste quarto Domingo da Quaresma, a Igreja nos coloca para reflexão um trecho do Evangelho de João: a bela história da ressurreição de Lázaro. Um fio condutor perpassa as três leituras deste domingo: na primeira, do livro de Ezequiel (37,12-14), Deus diz ao povo de Israel: "Porei em vós o meu espírito, para que vivais". São Paulo, na carta aos cristãos de Roma, afirma: "Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito (...). Se (...) Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja ferido de morte por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida". E a narrativa de João nos dá conta de que Jesus, depois de chorar a morte de Lázaro, que há quatro dias estava morto, ele o ressuscita. Ou seja: devolve-lhe a vida, o espírito de vida. Devolve-lhe o sopro da vida, o mesmo que Deus insuflara no corpo formado do barro do primeiro homem. Resumindo, duas coisas: Nós, sem o espírito que nos anima, nada somos. E, se assim o somos, não podemos viver saciando apenas o corpo, a matéria. É preciso, e em primeiro lugar, alimentar o espírito.
Ainda um comentário, a propósito de uma "oração poderosa", dentre centenas que há por aí, que recebi hoje no e-mail: João diz, no final do evangelho, que "Então, muitos dos judeus, que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera (a ressurreição do irmão dela), creram nele". Ora, nossa fé não pode ser como a desses judeus, que SÓ acreditaram em Jesus por causa de ele ter ressuscitado um defunto, comprovadamente morto e enterrado fazia três dias. Suas palavras por todos os cantos da Palestina, sua vida de homem que passou a vida "fazendo o bem" a todos, e que pedia a verdadeira conversão do coração, o abandono de rançosas práticas religiosas sem espírito nem vida, esquecidas do amor aos irmãos, nada disso os fez acreditar que estavam diante do Messias esperado. A ressurreição de um morto, sim. Assim somos muitos de nós: só acreditamos num Deus que a todo instante esteja à nossa disposição para atender nossos caprichos, nossos desejos de poder e de grandeza, de saúde, conforto e bem estar. Daí essas "orações poderosas" que, NA HORA QUE A REZARMOS, Deus estará todo ouvidos, pronto para nos atender. Sem menosprezar a fé ingênua de muita gente - pois, se é fé, seja do jeito que for, é fé! -, objetivamente estejamos certos de que ESSE DEUS, se existe, NÃO É O DEUS DE JESUS CRISTO.
Preparemo-nos, mais uma vez, para a Páscoa. Sem esquecer que, antes do Domingo da Ressurreição, está a Sexto-feira Santa. Em outras palavras: Jesus, para ressuscitar, passou pela cruz, passou pela morte. Do mesmo modo, nós não podemos fugir de TODO E QUALQUER sofrimento, se queremos chegar à RESSURREIÇÃO.
Fiquem com Deus.
Antônio Bicarato

Caro Bicarato, palavras de fé neste período que antecede o maior evento da nossa Igreja Católica:
a PAIXÃO e RESSURREIÇÃO de CRISTO!
Você esclarece muito bem!
Jesus, antes da ressurreição de Lázaro, mostra o melhor dos exemplos: CHORA PELO AMIGO!
É o modelo divino para base de nossa fé!
Um forte abraço!
Ierárdi

Bom dia, para colaborar contigo. Vi a homilia do padre, li o texto bíblico e conclui que:

A sepultura
Afonso de Sousa Cavalcanti

Jesus adentrou na comunidade
e avistou Marta e Maria se lamentando.
Delas, ele se aproximou, trazendo a caridade,
aquela que o Mestre vinha profetizando.

As irmãs ainda não tinham da fé a dimensão
e também não estavam prontas para ouvir,
mas Jesus ali chega contrito de coração
e lhes dá o conforto para o que estava por vir.

O Filho de Deus foi prático o bastante,
levou a todos para o túmulo, a prisão
e ali, invocar ao Pai foi sua primeira ação.
mostrou às irmãs o que é a Ressurreição,
ordenando que Lázaro saísse naquele instante.

Lázaro passava por um processo de dormição
e no túmulo, há quatro dias já cheirava mal,
voltar à vida, para todos, era certo que não.
Jesus fez um milagre: eis a crença no espiritual.

Estar morto é uma forma de linguagem
ressuscitar é um processo de pós morte,
pois bem: a Bíblia nos fala desta passagem,
a crença em Jesus nos envia a esta paragem
para vermos que ressuscitar não é uma questão de sorte.

Mandaguari, 8 de abril de 2014.
Abraço. Afonso. Seja feliz!

Caro Afonso, obrigado pelo oportuno poema que estou dando aos nossos colegas.
Apenas a título de esclarecimento, o Antônio Bicarato não é padre mas um antigo seminarista dos anos 50!
Tem mantido constante contato conosco e algumas vezes foi aos encontros na Pedrinha.
E, mesmo assim, tem espírito de sacerdote!
Um grande abraço!
Ierárdi 

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