sábado, 12 de junho de 2021

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - 4.2

Eu ia assumir a direção do Pré-SRSA num tempo muito difícil. A 25/12/61 João XXIII convocou o Concílio Vaticano II que já vinha sendo preparado desde janeiro de 59. Como conseqüência desse novo Pentecostes ocorrido na Igreja, eu sabia que a formação ia passar também por sérias e profundas transformações. Nossa tarefa era além das nossas forças. Mas sempre confiamos na ação do Espírito Santo, na ação de Jesus, de Maria, Afonso, Clemente, Geraldo e de outros santos redentoristas. Entretanto, João XXIII em escala imensamente maior diante de obstáculos tremendamente dolorosos, escreveu: “Confiando, pois, no auxílio do Divino Redentor, princípio e fim de todas as coisas, de sua Mãe e de São José, a quem desde o início, entregamos um tão grande acontecimento, parece chegada a hora de convocar o Concílio Vaticano II.” Muitas vezes durante os anos de formação percebi a minha fraqueza, o despreparo intelectual, para enfrentar cargos tão importantes. Entretanto, carece de saber, com toda honestidade, que comecei a freqüentar escola de roça, montada numa tulha de café, em 1938, quando tinha 10 anos, com o professor Deoclécio Adami que tinha apenas ginásio. Depois de dois anos de roça, ele morou em Jacutinga. Exerceu a profissão de barbeiro e fazedor de caixão de defunto. Antes de 1938, estudei também na casa do Sr. Albino, na fazenda do Sr.Martins, na Serra Morena. Nós levávamos tinteiro para dois e caneta com pena de ferro. A luz era de lamparinas de querosene. Depois de trabalhar o dia todo na enxada, íamos enfrentar a alfabetização à noite. Em 1940 (segundo semestre) meu pai me levou a cavalo para Jacutinga (19 Km). Passei a freqüentar o Grupo Escolar Júlio Brandão, sem base suficiente. Repeti o terceiro ano em 1941. Mas, a 17 de abril, a convite do Pe. Luís Pessi CSSR, entrei para o SSA no Colegião em Aparecida. Fui matriculado no curso preparatório para o ginásio. Não tinha, sem dúvida, base suficiente para enfrentar o nível freqüentado e exigido pelo programa de estudos daquele tempo. Tirei notas ruins, especialmente em português e aritmética, no primeiro trimestre, abril a junho, da minha estadia no seminário. No segundo semestre eu me adaptei ao sistema e à metodologia. Melhorei. Dali para frente, passei de ano sempre com notas boas. Fui aluno de capacidade média como atestam os meus boletins que tenho ainda comigo. Durante os 7 anos de seminário menor tive pouca atividade, porque embora os estudos e o ambiente fossem muito bons, eu tinha medo do Diretor, Pe. Pedro Henrique Fleschinger, sem falar da disciplina que era rígida, severa, muito bem detalhada, exageradamente coibidora, como era costume na época também nas escolas públicas que freqüentei e que conheci em Jacutinga e Aparecida.
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PRÉ – SEMINÁRIO SANTO AFONSO - PEDRINHA 

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