sábado, 5 de junho de 2021

“O MEU PRÉ - SEMINÁRIO DA PEDRINHA” (MINHAS MEMÓRIAS) 8 - FIM

PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO CSsR
8. O presente - herança do passado 
A vida do nosso Pré-Seminário de Santo Afonso, na Pedrinha, não foi muito comprida. Durou 12 anos e meio. Contudo, não é fácil colher os momentos mais significativos que marcaram sua História. Tenho e carrego comigo muitas lembranças, muitas saudades, muitas memórias... Parece até que o tempo não passou.. O tempo, porém, passa, passa depressa e a gente fica a pensar: “Como Deus é bom!” As graças e as misericórdias do Senhor Deus são incontáveis!. Nosso falecido confrade e Superior Geral dos Redentoristas emérito, Dom Tarcísio Ariovaldo Amaral, escreveu estas palavras: “Ninguém pode se esquecer nunca de que o presente é herança do passado... A messe de hoje é crescimento e maturação da semeadura de ontem”. Eu não saberia citar todos os acontecimentos marcantes daqueles meus tempos passados no Pré-Seminário. Há muitos, é claro, também aqueles que não “viraram manchete”, mas ajudaram a nossa vida, o nosso crescimento, os nossos alunos. Eu vou citar e evocar apenas os seguintes: 1º) A Visita do Pe. Geral Redentorista à “nossa pequena, mas santa” Comunidade da Pedrinha (Pré-Seminário). Padre Guilherme Gaudreau. 9 de setembro de 1961. Acompanhado do Conselheiro Geral, Pe. Afonso Schwind. Eu me lembro perfeitamente... O Geral, Pe. Gaudreau, era um homem simples, compreensivo, falando bastante em Português, embora misturasse com o Italiano, com o Espanhol e até com o Francês. Conversou comigo, com o Pe. Zulian e com o Pe. Furlani. Achou que “a Pedrinha estava fora de mão”, e que “o trabalho lá era muito”. No dia seguinte, celebrou para os seminaristas e partiu para visitar o Seminário de São Geraldo, no Potim (SP). Foi a primeira visita de Geral à Pedrinha. Fato marcante. 2º) Outro fato que muito nos marcou e nos fez sofrer (e quanto) foi a desavença, um processo entre a família Caltabiano, de Guaratinguetá e a Congregação Redentorista. Tudo por questões de divisa do nosso terreno e de terras, quando o córrego de água, que alimentava nossa usina elétrica, desmoronou. Este córrego, comum, que servia à nossa usina e à nossa piscina, servia também à fazenda e às terras da família Caltabiano. Ele foi o pivô de tudo. Ficamos sem água, sem luz e com muito incômodo para nós, para os seminaristas e para a Igrejinha do bairro. Foi uma verdadeira via-sacra! Durante bastante tempo. Outro fato marcante. Ainda bem que o Pe. Pieroni, abençoado Pe. Pieroni, assumiu “a briga”, enfrentou a causa, não teve medo nem do juiz nem dos poderosos, nem de aborrecimentos! 3º) Não posso deixar de mencionar também, como fatos marcantes, os Retiros Espirituais que anualmente eram pregados aos nossos seminaristas da Pedrinha. Geralmente, após as férias de julho. Eram três dias de absoluto silêncio, de oração e de pregação. Eram dias ansiosamente esperados, pois tudo era novidade, em especial para os novatos. Todavia, eles gostavam muito destes Retiros, que ficavam gravados nos seus corações e eram dirigidos por redentoristas convidados, como o Pe. Marino Plentz, o Pe. Artur Bonotti, o Pe. Orlando Gambi e outros. Como foram felizes, bonitos e gostosos, aqueles anos do Pré-Seminário da Pedrinha! Ao relatar aqui estas minhas memórias, eu o faço unicamente para manifestar minha gratidão aos confrades que, naqueles anos, estiveram comigo, lado a lado, no fogaréu das batalhas. E aproveito para pedir a eles perdão de minhas falhas e de meus erros. Os primeiros 10 anos de minha vida sacerdotal foram doados à formação na Província. Houve desafios. Houve preocupações, lutas, angústias, sonhos e anseios. Houve dificuldades, houve falta de recursos, naquele início do Pré-Seminário. Confesso publicamente: - na minha caminhada de Diretor do Pré-Seminário, meu maior medo era pensar na possibilidade da morte de algum daqueles pequenos seminaristas, lá, na Pedrinha, à noite, naquelas distâncias, eu sem telefone, sem, médico, sem condução, longe das famílias dos alunos... Deus, porém, foi o parceiro de minha vida, nunca nos abandonou. Todos os dias, duas vezes, a gente rezava, em comum, a oração ao Santo Anjo da Guarda: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” - Conhece? Outra herança que nós recebemos dos redentoristas alemães, é o amor, o carinho, a devoção a Nossa Senhora. Nas mãos de Nossa Senhora Aparecida nasceu o Seminário de Santo Afonso, em Aparecida, no dia 3 de outubro de 1898, exatamente há cem anos. Nas mãos de Nossa Senhora Aparecida nasceu também o nosso Pré-Seminário de Santo Afonso, na Pedrinha. Com muito ciúme, nós guardamos e transmitimos, aos nossos seminaristas, esta herança preciosa. Por isso, duas vezes por dia, em comum, os alunos se consagravam a Deus, pela intercessão de Maria, rezando aquela outra oração: “Ó Senhora minha, ó minha mãe, eu me ofereço todo a vós...” Hoje, 1998, a Pedrinha não é mais a Pedrinha, verde, sossegada, daqueles tempos. Nossa casa não é mais Seminário. O prédio tem outra destinação. Hoje, a casa ainda é nossa, sim, mas acolhe os Capítulos, os Encontros, as Reuniões, as férias da Província e de leigos também. Hoje, as estradas, lá, rasgaram a serra da Mantiqueira. As águas diminuíram. O bairro tem telefone, médico, luz, ônibus, bar, clube, televisão, celular, asfalto e até droga, na praça... Os tempos passaram. Recordar é viver. Mas não basta só olhar o passado. O ano 2000 está chegando. Nós temos esperança. Deus caminha conosco. Os 100 anos de existência e de caminhada do Seminário de Santo Afonso, e a História do Pré-Seminário de Santo Afonso, da Pedrinha, manifestam claramente a presença do Santíssimo Redentor no meio de nós e são um convite a caminhar, a ir adiante... e a sonhar sempre com “a Copiosa Redenção”.
Fui da última turma que passou na Pedrinhas (66 até junho) O diretor pe Marcos Mosser teve que ir estudar na Gregoriana em Roma. Pe furlan ou furlani iria pras missões. Primeira turma ter férias em julho! Agosto...Santo Afonso. Essa turma em 68 foi para Tietê! O pe Marcos Mooser voltou em 68 em Tietê! Turma terrível...fui o último a sair do seminário em 76. Os repetentes que alcançamos foram ordenados ( pé. Coutinho e pe Renato Savassa...).José Antônio Dias Filho
Caro amigo e colega de hoje, importante lembrança dos nossos saudosos tempos da bucólica Casa da Pedrinha! Veja o registro do estimado Padre Pexoto, prefeitão do nosso tempo: 
"6º DIRETOR : Pe. Marcos Mooser = 25.12.1964 A 17.10.1966-Superior da Comunidade e Diretor do Seminário Auxiliares : Pe. Hilton Furlani Pe. Rodolfo Gerhard Anderer Ir. Vitor Sacramento Só a 1ª série. Em começo de 1966, Ir. Vitor foi transferido para Goiânia. Em 1966, o Pré-Seminário S.Afonso foi adscrito ao Seminário Santo Afonso, de Aparecida. Portanto o Superior Canônico da Comunidade será o Superior do Seminário Santo Afonso. O Pe. Marcos continua como Superior Substituto. Em julho de 1966, Pe. Rodolfo foi nomeado Diretor Espiritual do Seminário Santo Afonso, de Aparecida. Em seu lugar, foi nomeado para a Pedrinha o Pe. Luiz Antônio Pedrotti. Este nem chegou a exercer o cargo, pois o PRÉ-SEMINÁRIO SANTO AFONSO, praticamente deixou de existir a 01.08.1966, quando os seminaristas vieram para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida. Com a data de 17.10.1966, foi publicado o documento provincial que declarava a supressão do Pré-Seminário da Pedrinha." Esperamos outras lembranças de mais colegas que passaram por lá! Um abraço! Ierárdi
Belas palavras, grandes momentos, sublime lembrança, fatos que não se apagam, o presente é herança do passado, muita verdade, a Pedrinha nos marcou, temos histórias. Certa ocasião, tomando uma cervejinha com amigos, um Caltabiano, filho de Geraldo Caltabiano, abordou essa querela da água que se destinava e foi dirigida, através de um canal, à sede de sua propriedade. O espaço do seminário foi doação de sua família aos padres alemães, liberando a água às necessidades da casa. A celeuma surgiu com a construção da piscina, que desviava grande volume, prejudicando o destino principal. Conheço os dois lados. No caso específico, fico com uma citação espírita:- " Dê graças ao que de graça recebes"Alexandre Dumas

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