quinta-feira, 17 de junho de 2021

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - 6

6. E a vida continua ... 
Em agosto, voltamos à Pedrinha com um novo reforço. Pe. José Ribolla (provincial) nos mandou o que já prometera: O Frater Roberto Estrela de Carvalho CSSR, teólogo. Vinha para fazer um estágio como professo temporário para tomada de opção definitiva para os votos perpétuos e a recepção dos sacramento da Ordem. Ele ensinou música e formou um corinho com 10 juvenistas selecionados. Cantaram na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, da Pedrinha, e numa festa no SRSA. Ele assumiu também as aulas de História Sagrada, Geografia e História do Brasil. Sua presença entre nós foi boa. Pena que tão curta. A 19/10/62, o Provincial, Pe. José Ribolla, veio nos visitar (visita canônica). Ouviu todos os padres e rapidamente todos os seminaristas. Deixou por escrito alguns elogios e algumas recomendações. O juvenista João Antônio Colinos escreveu uma crônica sobre este evento. Alguns pediram um dia de recreio. Ele atendeu. Foi o dia 20 de outubro de 1962. Assim escreveu o Colinos: “Não pense o leitor que se ele não dispensasse, o dia deixaria de ser alegre. Sim, seria alegre porque estávamos fazendo a vontade de Deus”. Em novembro, afinal, veio a máquina da Prefeitura de Guaratinguetá para fazer o aterro atrás da casa e preparar o terreno para a construção do futuro galpão com palco para as festas missionárias para os jogos dos seminaristas e para as confraternizações. Ainda no segundo semestre, com licença do Sr. Geraldo Caltabiano, jogamos a terra tirada do barranco no terreno dele, acima do lago, e criamos o açude que lá está até hoje (1998). Assim protegemos melhor uma das fontes alimentadoras do nosso lago. Fizemos também, sempre sob orientação do Pe. Archimedes Zulian, o jardim na frente da casa, acima do campo de bocha, à esquerda de quem desce. Conservamos o pomar que o Pe. Brandão tinha plantado no lugar do bananal do Pe. Sônego. No dia 25/11/62 tivemos uma grande tristeza! Morreu o seminarista aparecidense Reginaldo Silva, filho de Luís Oliveira Silva e Maria Mercedes Silva. Durante a semana santa ele tivera um ataque convulsivo. Foi mandado para a sua casa para tratamento. Após algum tempo, Dr. Sigaud deu um atestado declarando que podia voltar aos estudos. Segundo o doutor, era problema de vermes. Reginaldo era alegrinho, bom cantor, bom jogador de futebol, bem comportado. Em setembro de 62 seus pais foram avisados que ele não podia continuar no seminário em 63 por causa da sua dificuldade nos estudos, apesar de boas qualidades. Não foi logo para casa para não perder o ano. Ele mesmo foi preparado por mim para enfrentar essa dura realidade. Chorou muito. À noite de 24/11, após um filme no refeitório, sofreu outra convulsão. Socorrido, ele se recuperou. Foi dormir. Mas, já na cama, um colega notou que ele não estava bom. Chamou o Diretor, Pe. Negri, Pe. Vieira e o Pe. Zulian. Imediatamente eu e o Pe. Furlani pegamos a condução, que estava na Pedrinha para levar no dia seguinte o Pe. Vieira para Aparecida, e fomos atrás do doutor e dos pais do Reginaldo. Estava chovendo muito. Tivemos que parar um bom tempo na passagem de um córrego transbordante logo após o Fazendão. Rezamos um terço. A chuva parou. Arriscamos atravessar e conseguimos. Acordamos primeiro o doutor em Guaratinguetá. Depois fomos ao Bairro de Santa Teresinha, em Aparecida, buscar o Sr. Luís Oliveira. Nesse meio tempo, Reginaldo piorou. Pe. Furlani deu ao menino a unção dos enfermos. Pe. Francisco Vieira ficou ajudando, junto com alguns seminaristas. Ele faleceu serenamente às 0:10 do dia 25/11/62, disse-nos o Pe. Zulian. Ao chegar, ali pela uma hora o médico, constatou que havia morrido de edema pulmonar. Veja a crônica escrita pelo juvenista Antônio Benedito Martins, colega de curso do falecido: “Georgino Ribeiro (Zoza) nosso cozinheiro, Pe. Vieira e outros amigos da Pedrinha ajudaram a preparar o corpo. Às 5 horas da manhã o corpo de Reginaldo já estava na capela do SRSA. O velório se estendeu até as 16 horas. Durante todo o dia muitos amigos da família desfilaram diante do caixão rezando e trazendo as condolências. Pe. José Oscar Brandão, Pe. José Rodrigues de Souza, os prefeitos e professores do SRSA prestaram total solidariedade. José Borges Ribeiro e outros amigos de Aparecida ajudaram demais, nos preparativos do funeral e dos papéis necessários. Às 16 horas houve Missa de Corpo Presente (em latim) celebrada pelo Pe. Silvério Negri e assistida pelos padres, irmãos coadjutores e muitos parentes e amigos da família enlutada. Carregamos o féretro em procissão com todos os seminaristas do Pré e do SRSA. Os pais do Reginaldo, no dia do enterro, mostraram muita conformidade, embora com muita dor. Entretanto, alguns dias depois, apareceram algumas críticas sobre o diagnóstico do Dr. Sigaud e sobre o modo como ele cuidou do caso, justamente por ser um médico muito respeitado em Guaratinguetá e em Aparecida. Chegaram as férias de fim de ano, passadas, como de costume, no SRSA e na Pedrinha. Os menores e médios do Pré-Seminário se juntaram aos menores e médios do SRSA. Cada turma passou 10 dias na Pedrinha e 20 dias no SRSA, incluindo o maiores
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PRÉ – SEMINÁRIO SANTO AFONSO - PEDRINHA 

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